Meu amigo forrozeiro Novinho da Paraíba, ainda primo de segundo grau pelo tronco dos Martins, da paraibana Monteiro, acabou de sair dos estúdios. Gravou um novo álbum cantando o rei Roberto Carlos. Está uma maravilha! Ele me enviou este vídeo.
Na próxima terça-feira (10), a Câmara de Vereadores do Recife, por proposição de Samuel Salazar (MDB), aprovada por unanimidade, concede o título de cidadão honorário do Recife ao empresário cearense Vicente Jorge, do Grupo Asa Branca, da TV Asa Branca, de Caruru, e CBN no Recife e Caruaru.
O Partido dos Trabalhadores (PT) questiona no Supremo Tribunal Federal (STF) a retotalização dos votos da eleição de 2022 do Estado de São Paulo que alterou a composição da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) e resultou na retirada do mandato do deputado petista Simão Pedro. Na Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 1199, o PT pede à Corte que impeça candidatos eleitos que não se beneficiaram de fraude de perderem o mandato em razão da chamada retotalização de votos.
A legenda informa que a retotalização na Alesp ocorreu após a anulação dos votos obtidos pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e pelo Partido Republicano da Ordem Social (PROS). Os dois partidos tiveram sua chapa cassada por fraude na cota de gênero com o uso de candidaturas fictícias.
Embora não tenha havido recontagem de votos, o novo cálculo modificou a distribuição de cadeiras na Alesp. A medida implicou a perda do mandato de Simão Pedro, que foi recolocado na primeira suplência.
Assim, o PT argumenta que o efeito da retotalização contra o Simão Pedro é injusta, pois ocorre dois anos após a eleição e prejudica o parlamentar, que não teve envolvimento na fraude que levou à anulação dos votos.
Os efeitos da retotalização na Alesp estão suspensos e aguardam julgamento pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP). A ADPF foi distribuída ao ministro Dias Toffoli.
Na última quinta-feira (5), o Tribunal Superior Eleitoral anulou a eleição de Goiana e tornou sem efeito a candidatura vitoriosa do prefeito Eduardo Honório (União Brasil) que, mesmo estando proibido de disputar novamente a liderança da Prefeitura de Goiana, bancou o seu nome e acabou sendo o mais votado, com 78,16% dos votos válidos.
No entanto, vídeos encaminhados ao blog já confirmavam que Eduardo já sabia que não poderia ser empossado como prefeito e orquestrou todo o movimento para deixar o comando do município nas mãos de sua amante.
Eduardo Honório foi eleito vice-prefeito em 2016, na chapa de Oswaldo Rabêlo. Em 2017, o titular afastou-se do cargo para tratamento de saúde e Honório passou a administrar o município. Nas eleições de 2020, foi candidato a prefeito e saiu vitorioso das urnas.
Ali, a eleição e seus personagens – um prefeito reeleito tentando desafiar a justiça eleitoral, uma amante dele eleita vereadora e a mulher oficial elegendo o vereador mais votado – virou uma comédia dantesca, mais para o humor de Dias Gomes, autor da novela O Bem Amado.
É claro que tudo isso chamou a atenção da mídia nacional e virou programa humorístico, como este da Tv Meio Norte, de São Paulo, que compartilho com meus leitores.
Lindouro Modesto Gomes (PT) e Renzo Vasconcelos (PSD) têm muito em comum, embora vivam a 350 km de distância um do outro. O petista Lindouro foi eleito prefeito de Alvinópolis (MG) e Renzo ganhou a eleição em Colatina (ES).
Ambos vão receber de herança dos seus antecessores contratos com o escritório de advocacia britânico Pogust Goodhead que, pelo entendimento do ministro Flávio Dino do STF, não poderiam ter sido assinados sem licitação.
Alvinópolis, fundada em 1891, fica a 162 km de Belo Horizonte. Ali, vivem 15.000 almas, e a cidade tem uma receita bruta de R$ 69,5 milhões, de acordo com o IBGE. Mas as despesas de R$ 71,5 milhões superam a receita e criam um deficit de R$ 3 milhões. Ou seja: Lindouro assumirá uma cidade que gasta mais do que arrecada.
Colatina, fundada em 1921, tem uma população de 120 mil habitantes e uma arrecadação de R$ 775,1 milhões e despesas de R$ 756,7 milhões. Sobram R$ 18,4 milhões em caixa. Neste aspecto, Renzo teve mais sorte que Lindouro.
Ambas as cidades estão entre os municípios atingidos pelo desastre da barragem de Fundão, em Mariana (MG). No início de novembro, o STF referendou por unanimidade um acordo de indenização que determina o pagamento de R$ 132 bilhões em indenizações.
Com a decisão do STF, começam a ser divulgados os termos dos contratos assinados por administrações municipais anteriores, como nos casos de Alvinópolis e Colatina, nos quais existem cláusulas obrigando o município contratante a não se comunicar com a empresa BHP em relação a acordo, nem aceitar qualquer proposta de acordo sem o consentimento do escritório britânico. Os contratos também determinam que se os municípios rescindirem o acordo serão obrigados a pagar pelo menos os honorários advocatícios, fixados em 20% do valor da indenização, e despesas bancadas pelo Pogust Goodhead até aquele momento (cláusulas 6.12 e 9.1 do contrato de Alvinópolis).
Pelos contratos questionados pelo Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração), se os municípios rescindirem com o Pogust Goodhead terão de pagar 20% de honorários. Mas o escritório britânico pode desistir sem qualquer sanção se julgar que os municípios entraram em um acordo com a BHP sem o envolvimento do PG, se os municípios “frustraram” o litígio ou se o litígio se tornou “antieconômico”.
Colatina e Alvinópolis podem aderir ao acordo referendado pelo Supremo até maio de 2025. Essa será uma decisão dos novos prefeitos, que escolherão entre receber indenizações num prazo menor ou esperar até 2028, prazo estimado para a decisão do tribunal londrino.
Os contratos feitos pelos britânicos são muito bem amarrados, deixando os municípios numa situação difícil, tipo se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Mas, como mostra a assessoria jurídica do Ibram, a saída é a lei.
Nesta semana, os advogados dos escritórios Warde Advogados e Xavier Gagliardi Inglez Verona Shafer, representantes do Ibram, encaminharam petição ao ministro Flávio Dino informando que o Pogust Goodhead fez adiantamentos aos municípios. O Ibram entende que os adiantamentos provam terem os municípios firmado contratos com cláusula de sucesso, ferindo regras do direito administrativo brasileiro e do TCU (Tribunal de Contas da União). O Pogust alega não ter feito nada errado.
Os britânicos entraram na briga pelas indenizações no caso da barragem de Fundão certos de que venceriam em Londres, muito antes de a Justiça brasileira decidir qualquer coisa. Já tiveram muitas vitórias em outros casos e ainda brigam para condenar a Braskem pelo desastre da mina de sal-gema em Maceió e a brasileira Cutrale, maior produtora de suco de laranja do mundo. Mas a ação do STF e as decisões do ministro Flávio Dino jogaram um véu de incerteza sobre as perspectivas do Pogust Goodhead.
Tanto que em 28 de novembro o site Businessmayornoticiou a demissão de 150 funcionários do escritório britânico, o qual tem sido financiado pelo fundo abutre Gramercy. As demissões por cortes de gastos atingem tanto funcionários da Inglaterra quanto do Brasil.
Pagar ou não pagar? Receber ou não receber? Eis a questão. A vida como ela é está num episódio da história de Colatina. Em 1975, a prefeitura encomendou uma estátua do Cristo Redentor com 35 metros de altura, obra do artista capixaba Antônio Francisco Moreira. A estátua foi inaugurada com toda pompa e nada de sair o pagamento do artista. Passados 3 anos, ele ameaçou explodir a estátua se não recebesse. Pressionado, o prefeito Devacir Zachê negociou com a Câmara dos Vereadores e acertaram pagar em 2 parcelas. A 1ª saiu na hora, mas a 2ª demorou 3 anos e acabou sendo paga pelo sucessor de Zachê.
Fim de semana no Sertão, corri meus 8 km diários hoje no Parque Verde, em Arcoverde, cidade que me adotou e também minha Nayla. Por aqui, com calorzão beirando os 40 graus, o chão lembra o cenário de Vidas Secas, do mestre Graciliano Ramos.
O Supremo Tribunal Federal (STF) formou nesta sexta-feira (6) maioria de votos para confirmar a constitucionalidade do contrato de trabalho intermitente, inserido na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) pela reforma trabalhista de 2017. Pelo placar de 6 votos a 2, os ministros mantiveram as mudanças na legislação trabalhista para inserir o modelo de contratação.
O caso voltou a ser julgado no plenário virtual da Corte após ser interrompido em setembro deste ano por um pedido de vista do ministro Cristiano Zanin, que votou nesta sexta-feira pela constitucionalidade da tese.
Além de Zanin, os ministros Nunes Marques, Alexandre de Moraes, André Mendonça, Luiz Fux e Gilmar Mendes se manifestaram a favor da legalidade das alterações na CLT. O relator, Edson Fachin, e a ministra Rosa Weber, que se manifestou antes da aposentadoria, consideraram o trabalho intermitente inconstitucional.
Faltam os votos de quatro ministros. A votação virtual prossegue até o dia 13 de dezembro. As ações no STF que contestam o trabalho intermitente foram protocoladas por sindicatos que atuam na defesa de frentistas, operadores de telemarketing e dos trabalhadores da indústria.
Para as entidades, o modelo favorece a precarização da relação de emprego e o pagamento de remunerações abaixo do salário mínimo, além de impedir a organização coletiva dos trabalhadores.
Conforme definido na reforma trabalhista, o trabalhador intermitente recebe por horas ou dias trabalhados, e tem férias, FGTS e décimo terceiro salário de forma proporcional ao período trabalhado. No contrato, é definido o valor da hora de trabalho, que não pode ser inferior ao salário mínimo por hora ou à remuneração dos demais empregados que exerçam a mesma função.
O empregado deve ser convocado com, no mínimo, três dias corridos de antecedência. No período de inatividade, pode prestar serviços a outras empresas.
Na mesma semana em que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que os números da pobreza e da extrema pobreza caíram no Brasil para os menores índices desde 2012, outro levantamento também trouxe dados expressivos: a reprovação do Governo Lula (PT) entre agentes financeiros é de 90%, segundo a pesquisa Genial/Quaest.
Para 96% dos profissionais do mercado ouvidos, a política econômica do país está indo na direção errada. Somente 4% dos entrevistados disseram que o governo está no caminho certo, segundo a Quaest. A pesquisa com os agentes foi divulgada no último dia 4, mesma data em que o IBGE apresentou os números, indicando que, em 2023, o Brasil alcançou os menores níveis de pobreza e de extrema pobreza na série histórica, iniciada em 2012.
Significa que 8,7 milhões de pessoas saíram da pobreza no país, entre 2022 e 2023. O Banco Mundial considera que estão nessa fatia da população todos e todas que recebem menos de R$ 665 por mês. Outros 3,1 milhões de brasileiros e brasileiras saíram da extrema pobreza. Nesse grupo, estão os que ganham até R$ 209 por mês.
A população pobre recuou de 67,7 milhões de pessoas para 59 milhões (31,6% para 27,4%). Já a população extremamente pobre era de 12,6 milhões de pessoas e foi reduzida para 9,5 milhões (5,9% para 4,4%). O IBGE atribui os resultados a dois fatores: os programas sociais do governo, como o Bolsa Família, e o recuo do desemprego.
No final de novembro, o Instituto de Geografia divulgou que a taxa de desemprego do Brasil atingiu 6,2% no trimestre encerrado em outubro deste ano (agosto, setembro e outubro). Trata-se do menor nível de desocupação também desde 2012. No mesmo trimestre de 2023, a taxa era de 7,6%. Segundo o IBGE, o Brasil registrou 103,6 milhões de pessoas empregadas até o final de outubro de 2024, número recorde.
Em um país como o Brasil, onde o principal problema (e que gera todos os outros) é a desigualdade social, pobreza e desemprego caindo deveriam ser fatores de influência na imagem do governo. Mas não são. Pelo menos não para os agentes financeiros ouvidos pela pesquisa Genial/Quaest, já que quase a totalidade dos entrevistados considera o governo ruim.
O MERCADO É UMA BOLHA – A Quaest entrevistou 105 gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão do mercado financeiro em fundos de investimento, de 29 de novembro a 3 de dezembro deste ano, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Os números revelam uma profunda desconexão desse grupo com o Brasil real. Na verdade, é quase um desprezo mesmo. Insatisfeitos com o pacote de corte de gastos apresentado pelo governo, no qual consta a isenção de imposto de renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil, o mercado reagiu avaliando negativamente a gestão.
Problema teu, te vira – Para o mercado, não importa se milhões de pessoas saíram da miséria, o que na maioria das vezes significa ter o mínimo de dignidade para um ser humano, uma refeição ao dia. Não importa se finalmente milhões de pessoas conseguiram uma carteira assinada e entrarão em 2025 com mais esperança. Assim como não vale de nada tirar um pouco a corda do pescoço do contribuinte que faz ginástica com o salário todo mês, liberando ele do IR.
Tarcísio de Freitas – Esse mesmo mercado financeiro, totalmente desconectado com a população verdadeira do Brasil, é o que defende o nome do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para as eleições presidenciais em 2026. Segundo a pesquisa Quaest, num eventual cenário de segundo turno entre Lula e Tarcísio, 93% dos entrevistados dizem preferir o governador, contra 5% que declaram voto no petista.
Violência policial contra pobres – O governador mais querido pelo mercado financeiro, aquele mesmo mercado que desconhece a realidade da vida da imensa maioria da população brasileira, esteve nos holofotes a semana passada inteira com a sua polícia militar envolvida em casos de violência contra, vejam só, pessoas pobres. Entre os incidentes de maior repercussão, estão o episódio no qual os PMs de São Paulo jogaram um entregador de 25 anos de cima de uma ponte e o caso da idosa de 63 anos, moradora de uma periferia, que foi agredida na testa por policiais na frente de casa. As imagens da senhora sangrando pelo rosto e chorando ganharam a internet e são estarrecedoras.
Olhar além do próprio umbigo – O que falta para os agentes do mercado financeiro, que torcem o nariz para o Governo Lula, é descobrir que o Brasil não é a Faria Lima, a famosa avenida de São Paulo, entre os bairros de Pinheiros e Itaim Bibi, que concentra sedes de grandes empresas. Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP), 75% da população brasileira pertencem às classes C, D e E. Pelos dados do IBGE, o país ainda tem 68,5 milhões de pessoas pobres e extremamente pobres, embora os esforços do governo que a Faria Lima rejeita tenham diminuído um pouco essa realidade. É essa massa majoritária de menor renda que precisa ser prioridade do governo. É para essa fatia que a política econômica precisa trabalhar.
CURTAS
Fala do ministro – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemorou a redução da pobreza e da extrema pobreza, no dia em que o IBGE divulgou os números. “O IBGE acaba de dizer que estamos no menor índice de miséria da série histórica, e conseguir fazer isso em menos de dois anos é uma coisa muito importante. Um país sem miséria e sem fome é a primeira providência que qualquer Estado deveria almejar”, declarou Haddad.
Choque de realidade – Depois de enfrentar um início de gestão com relacionamento difícil com a Alepe, a governadora Raquel Lyra (PSDB) viu que não havia condições de governar um Estado de forma autoritária e unilateral, como se fosse dona de Pernambuco. Isolada e acuada com a força do Poder Legislativo, recuou. Viu que não tinha a menor chance de se meter na eleição da nova mesa diretora da Casa.
Governistas à deriva – Na narrativa governista, o gesto foi vendido como respeito pela Assembleia. Mas a verdade é que Raquel foi estratégica e não se envolveu para não ter um presidente de personalidade forte como Álvaro Porto (PSDB), popular entre os colegas, chateado e trabalhando contra o governo nos seus dois últimos anos de gestão. O problema é que com essa atitude, Raquel acabou deixando a bancada governista da Casa à deriva. O próprio Gustavo Gouveia (SD), aliado de Raquel, ficou sem ajuda do Palácio e acabou perdendo a primeira-secretaria.
Perguntar não ofende – O grupo dos Gouveia vai permanecer ao lado da governadora Raquel Lyra em 2026?