Alepe vai promover audiência pública sobre a precarização do transporte público no Grande Recife

Na próxima segunda-feira, primeiro dia útil após a entrada em vigor do bilhete único nos ônibus do Grande Recife, a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) vai promover uma audiência pública com o tema “Precarização do Sistema de Transporte Público de Passageiros da Região Metropolitana do Recife: medidas para reverter esse cenário”. O objetivo será obter respostas do Governo do Estado e das empresas operadoras sobre a renovação da frota e a ampliação do número de ônibus climatizados, ações que são previstas em lei e no regulamento que rege o sistema, mas que podem não ocorrer em 2024.

A audiência foi proposta pelo deputado Sileno Guedes (PSB), membro da Comissão de Defesa do Consumidor da Alepe, e convocada pelo presidente do colegiado, deputado João Paulo Costa (PCdoB). Foram convidados membros da Secretaria Estadual de Mobilidade e Infraestrutura, do Grande Recife Consórcio de Transporte, do Sindicato das Empresas de Transporte Público de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE), da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e representantes dos usuários e dos trabalhadores rodoviários e metroviários.

O Sextou de hoje abre a sua cortina para a música brega. O convidado é cantor e compositor pernambucano Conde Só Brega, um dos maiores fenômenos do estilo no País, que gravou sucessos como ‘Não devo nada a ninguém’, ‘A vida é assim’, ‘Azafama’ e ‘Espelho do poder’, esta com a participação de João Gomes, astro do piseiro.

Ivanildo Marques da Silva, o Conde, nasceu e cresceu no bairro da Mustardinha, subúrbio da Zona Oeste do Recife. Recebeu o apelido de “Conde” por parte dos avós ainda na infância, por ter nascido com cabelos e olhos claros. Sua carreira artística começou na adolescência, tocando guitarra na banda do pai Antônio, quando algum músico faltava aos shows.

Chegou a tocar em uma banda chamada ‘Os Vibrantes’ de Surubim. Ao lado de dois irmãos, fundou a banda ‘Farofa com Charque’, que pegou carona no sucesso das bandas de forró estilizado do cearense Emanuel Gurgel nos anos 1990. Vendo o sucesso da Banda Labaredas no Recife, ele decidiu fundar o projeto Banda Só Brega, que depois passa a se chamar O Conde e a Banda Só Brega.

O Sextou vai ao ar hoje, das 18h às 19h, pela Rede Nordeste de Rádio, formada por mais de 40 emissoras em Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Bahia, tendo como cabeça de rede a Rádio Folha 96,7 FM, no Recife. Se você deseja ouvir pela internet, clique no link do Frente a Frente acima ou baixe o aplicativo da Rede Nordeste de Rádio na play store.

A Polícia Federal colhe, hoje, um depoimento considerado “chave” para as investigações que buscam identificar como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) atuou dentro do Palácio da Alvorada nas discussões sobre a minuta do golpe. E, também, em relação aos acampamentos em frente aos quartéis, principalmente em Brasília. As informações são do blog do Valdo Cruz.

Trata-se do depoimento do ex-comandante do Exército Freire Gomes, o último general a chefiar a instituição na gestão Bolsonaro. Segundo a delação de Mauro Cid, o general Freire Gomes participou das conversas sobre a minuta do golpe com o então presidente Jair Bolsonaro, mas se recusou a aderir a qualquer aventura golpista, irritando os militares aliados de Bolsonaro, como o general Braga Netto.

O candidato a vice na chapa de Bolsonaro ofendeu, com palavrões, Freire Gomes por ele não aderir a uma tentativa de intervenção militar segundo mensagens obtidas pela Polícia Federal.

Além disso, Freire Gomes terá de responder sobre o acampamento em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília. Foi ele quem deu a ordem para que o acampamento não fosse desmobilizado.

A PF quer saber se a ordem partiu dele ou se ele recebeu uma ordem superior para interromper o trabalho da PF e da Polícia Militar do DF, que estava, no final de 2022, desmontando o acampamento.

O depoimento do ex-comandante do Exército será complementar ao do general Estevam Theophilo, classificado pelos investigadores como muito produtivo. Segundo investigadores, o general Theophilo relatou que não tinha poder para dar ordens para tropas, apenas coordenar as suas ações depois de acionadas.

Segundo ele, era necessária uma ordem para que as tropas entrassem em ação. Aí, ele faria o trabalho de coordená-las. Freire Gomes será ouvido na condição de testemunha. Ele não é investigado. Na avaliação dos investigadores, ele teve papel importante para evitar o uso das tropas do Exército em qualquer aventura golpistas, mas precisa explicar por que não denunciou o que estava sendo tramado dentro do governo.

Dentro do Exército, ele conta com o apoio da cúpula da instituição, que, por outro lado, avalia que o general precisa dar as explicações sobre o que aconteceu principalmente nos últimos meses do governo Bolsonaro.

Por Magno Martins – exclusivo para a Folha de Pernambuco

Há 27 anos comandando a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) com mão de ferro, o presidente Paulo Ziulkoski pode ver seu reinado chegar ao fim, hoje, com a eleição de renovação da diretoria da entidade. Em entrevista à Folha, o candidato da oposição, Julvan Lacerda, disse que o sentimento é de mudança e que a esmagadora maioria dos prefeitos dos 5.568 quer e vai votar por um novo tempo na CNM.

Para dar essa guinada, experiência de gestão e disposição Julvan tem de sobra. Já atuou, por duas vezes, como presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM), além de ter administrado, também por duas gestões, a Prefeitura de Moema. É o atual vice-presidente da CNM, sendo reconhecido como liderança municipalista de destaque na defesa dos 853 municípios mineiros nas esferas estadual e federal.

“Após tantos anos, a CNM precisa ser oxigenada com alternância de poder e maior participação dos gestores. Por isso, vamos começar um novo mês diante de uma nova era. Fechar um ciclo de 27 anos para começar um novo”, acredita o candidato da oposição.

Com o apoio de associações do Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Tocantins, a chapa liderada por Julvan tem grandes chances de se consagrar vitoriosa no pleito desta sexta-feira. Prova disto, Julvan lembra, foi a surpresa, às vésperas do Carnaval, de ter que reunir a assinaturas necessárias para homologar sua chapa.

“Conseguimos reunir em tempo recorde, mil assinaturas, praticamente o mesmo nível de apoio da atual gestão. Isso mostra que temos uma tendência de crescimento, embora em um curto espaço de tempo, o que vai dar condições de mostrarmos que vamos realizar um trabalho prepositivo”, afirmou.

Sem desmerecer o trabalho de Paulo Ziulkoski ao longo dos anos, Julvan argumenta que o atual presidente da CNM se considera o dono da Confederação e não se mostra aberto ao diálogo, o que não condiz com o perfil de quem lidera uma entidade que representa quase 5 mil municípios brasileiros.

“O que estamos propondo é uma continuidade do que foi feito de bom nesses anos e ao mesmo tempo conseguir oxigenar a entidade para que suas ações possam mudar a realidade dos municípios, que é onde a gestão pública de fato acontece. Precisamos fortalecer nossos entes e só faremos isso através do diálogo, escutando as necessidades de cada um”, ressalta Lacerda.

Questionado sobre sua proximidade com o Governo Federal e com o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco, Julvan é taxativo ao afirmar que pretende comandar a CNM com credibilidade, imparcialidade e independência. “Estamos abertos ao diálogo, mas estaremos firmes e intransigentes nas pautas municipalistas, assim como fiz na Associação Mineira de Municípios (AMM)”, pontua.

A Polícia Federal concluiu o inquérito sobre a invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), registrada em 4 de janeiro de 2023, e indiciou o hacker Walter Delgatti Neto e a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) por suspeita de terem cometido diversas vezes os crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica.

No hackeamento do CNJ, foram inseridos documentos falsos no sistema do Judiciário, como uma falsa ordem de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), imitando a assinatura dele mesmo.

O relatório da PF será analisado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá se denuncia ou não Carla Zambelli ao STF. Uma eventual denúncia, se recebida pelo Judiciário, marcaria o início da ação penal que pode levar à condenação ou absolvição. O relator dessa investigação no STF é Moraes.

Em nota, o advogado de Zambelli, Daniel Bialski, disse que ela não fez nenhum pedido para Delgatti invadir o sistema do CNJ.

“A defesa da deputada Carla Zambelli conquanto ainda não tenha analisado minuciosamente os novos documentos e o relatório ofertado pela Polícia Federal, REFORÇA que ela JAMAIS fez qualquer tipo de pedido para que Walter Delgatti procedesse invasões à sistemas ou praticasse qualquer ilicitude”, afirmou o advogado.

O advogado de Delgatti, Ariovaldo Moreira, afirmou que “não se surpreende com o indiciamento dele, pois, desde sua prisão, Walter confessa sua participação na invasão da plataforma do CNJ”.

“O indiciamento de Carla Zambelli confirma que Walter, a todo momento, colaborou com a justiça, levando a PF até a mandante e financiadora dos atos perpetrados por ele. No mais, a defesa pretende reiterar o requerimento que tem como objetivo a liberdade de Walter, ausente motivo para manutenção da custodia cautelar, uma vez encerrada a investigação”, disse Moreira.

Esse é o primeiro inquérito concluído pela PF que envolve aliados próximos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em contextos de ataque à democracia.

Zambelli foi a segunda deputada federal mais votada em São Paulo, com quase 1 milhão de votos, e era uma das principais aliadas do ex-presidente. Em 10 de agosto de 2022, às vésperas da eleição, ela levou Delgatti para um encontro com Bolsonaro no Palácio da Alvorada para falar sobre urnas eletrônicas.

Vielas criminosas

O maior problema do União Brasil, a partir de agora nas mãos do advogado Antônio Rueda, o algoz do ex-presidente Luciano Bivar, não está nos conflitos internos que se instalaram pelo comando da legenda, mas em questões muito mais profundas, que vão da credibilidade do novo cacique-mor a dualidade: é ao mesmo tempo governo e oposição.

Quem será capaz de se filiar a um partido dirigido por alguém que chega à mídia nacional com a imagem de crápula, traidor, conspirador e até bandido, na expressão de Bivar, a maior vítima de Rueda? O que terá dentro daquele envelope com o título “Denúncias”, que o ex-presidente do Desunião Brasil deixou fechado em cima da sua mesa enquanto dava uma coletiva, quarta-feira passada?

Se Bivar não abriu o envelope, mas em intramuros deixou vazar que o conteúdo é explosivo, envolvendo corrupção, capítulos novos dessa briga de cachorro grande virão pela frente, com um detalhe: se o presidente decapitado tiver as provas de tudo que o envelope contém, os dias de Rueda serão abreviados no comando da legenda.

Os problemas se acentuam muito além disso. O Desunião Brasil é governo, detém três gabinetes na Esplanada dos Ministérios, mas se comporta no Congresso, mais na Câmara do que no Senado, como um partido de oposição a Lula. Rueda vai assumir essa faceta ou vai preferir que sua boca seja adoçada pelo Governo com a prática e o discurso de que a Desunião é independente?

A nova executiva da Desunião é majoritariamente anti-Lula, a começar pelo vice-presidente ACM Neto e tem um pré-candidato ao Planalto, também incluído na executiva e no diretório nacional: o governador de Goiás, Ronaldo Caiado. Há muitos homens de princípios nos partidos políticos, mas não há nenhum partido de princípios e a Desunião Brasil não foge a essa regra.

Um partido político não se define por seus membros corruptos e por suas vielas criminosas, mas sim pela essência do interesse verdadeiro em lutar por todos aqueles que são esmagados pela desigualdade. A Desunião Brasil vai além disso. Segundo deixou a entender seu até então eterno dirigente Luciano Bivar, tem integrantes corruptos e age pelas vielas criminosas.

Convenção ilegal – Para o deputado Luciano Bivar, a vitória de Rueda não vale legalmente. Ele disse ao blog que reconhece a eleição do partido que marcou a vitória da chapa de Antonio Rueda e ACM Neto. “Eu suspendi as eleições. Essa ‘convenção’ feita hoje é juridicamente ilegal. Tenho mandato até maio e sou o presidente. O resto é fantasia”, afirmou. Segundo ele, não há ata de registro da eleição de ontem e, portanto, diante da lei e do partido, Rueda não pode ser considerado o novo presidente.

Vai brigar dentro do partido – Bivar disse, ainda, que, justamente por não reconhecer a eleição, não deixará o partido. Declarou que tampouco acionaria o jurídico, pois “a eleição não aconteceu”. Antonio Rueda anunciou a vitória da chapa que encabeça no final da tarde de ontem, ao lado do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, que será o novo vice. Rueda teve o apoio dos quatro governadores do partido e dos representantes do União na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.

Interlocução mais aberta – Na convenção, que Bivar não reconhece, Rueda venceu por unanimidade, teve 30 votos. Depois do anúncio da vitória, destacou a união do partido para que as eleições fossem realizadas. “O partido terá o exercício diário de diálogo e democracia. Na minha empresa funciona assim. A interlocução, que era bem mais em off, vai ser mais aberta”, disse Rueda. O político teve o apoio de mais de 50 deputados federais, todos os senadores e quatro governadores, “demonstrando a união” da sigla.

Federação ameaçada – Segundo o jornalista Augusto Tenório, que atua na coluna política do Estadão ao lado de Roseann Kennedy, até o presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), atuou para tentar conter a crise no União Brasil, partido com o qual o Progressista iniciou tratativas para formar uma federação. A avaliação no PP é que, se o conflito no União não for superado, as negociações pela federação, que já são difíceis, podem afundar de vez.

Padre se alinha ao poder – Soube, ontem, que o prefeito de Gravatá, Padre Joselito, está deixando o PSB por divergências com o deputado Waldemar Borges, aliado histórico, mas com quem rompeu. Deve ingressar num partido alinhado ao Palácio do Campo das Princesas, com quem já iniciou as tratativas. Pesquisas internas apontam que o padre tem amplas chances de ser reeleito. Resta saber se Joaquim Neto, que deixou o IPA para disputar a Prefeitura, vai deixar a governadora selar essa aliança.

CURTAS

VERSÃO DE JOAQUIM – Em contato com o blog, Joaquim Neto negou a versão de que teria sido demitido pela governadora. Ressaltou que deixou o IPA para entrar na briga pela Prefeitura de Gravatá com o apoio de Raquel. “Apostei e aposto no projeto de Raquel. Vai dar certo”, disse.

CAVALINHO DA CHUVA 1 – Se Jarbas Filho, o Jarbinhas, deputado estadual pelo MDB, fazia planos de assumir uma pasta no primeiro escalão de Raquel, a esta altura, com a jogada de mestre ontem, do prefeito João Campos, de chamar o deputado Diogo Moraes para secretário, o herdeiro de Jarbas pode tirar o cavalinho da chuva.

CAVALINHO DA CHUVA 2 – É que Diogo abre vaga na Alepe para o vereador Davi Muniz, primeiro suplente do PSB. Como Jarbinhas foi eleito pelo PSB, embora hoje esteja no MDB, se Raquel o nomear, quem assume na Alepe é o segundo suplente Júnior Matuto, ex-prefeito de Paulista, aliado de primeira hora de João e da família Campos. Raquel teria tamanha ousadia?

Perguntar não ofende: Como Raquel vai descascar agora o abacaxi do MDB?