Faleceu, nesta sexta-feira (5), o ex-técnico de futebol Mario Jorge Lobo Zagallo, aos 92 anos. O “Velho Lobo”, como era conhecido, foi uma das figuras mais importantes do futebol brasileiro e é o único tetracampeão mundial na história do futebol, com títulos de Copas em 1958 e 1962, como jogador, e em 1970 e 1994, como treinador. A informação sobre a morte foi confirmada pelo perfil oficial do Zagallo no Instagram.
“É com enorme pesar que informamos o falecimento de nosso eterno tetracampeão mundial Mario Jorge Lobo Zagallo. Um pai devotado, avô amoroso, sogro carinhoso, amigo fiel, profissional vitorioso e um grande ser humano. Ídolo gigante. Um patriota que nos deixa um legado de grandes conquistas”. As informações são do Metrópoles.
“Agradecemos a Deus pelo tempo que pudemos conviver com você e pedimos ao Pai que encontremos conforto nas boas lembranças e no grande exemplo que você nos deixa”, diz a nota de pesar divulgada pela família na página do tetracampeão no Instagram.
Lenda
Mario Jorge Lobo Zagallo nasceu em 9 de agosto de 1931, em Atalaia. Começou sua carreira no América-RJ, seu clube do coração. Depois, transferiu-se para o Flamengo, time no qual conquistou o tricampeonato carioca (1953, 1954 e 1955). Após o Rubro-Negro, foi para o Botafogo, clube em que voltou a vencer estaduais, além da Taça Brasil.
Pela Seleção Brasileira, Zagallo esteve presente nas disputas dos Mundiais de 1958 e 1962, conquistadas pelo Brasil.
Após se aposentar dos gramados em 1966, iniciou a carreira de técnico no juvenil do Botafogo. Treinou o profissional do Fogão em quatro oportunidades, o Flamengo três vezes, o Vasco em duas ocasiões, além de Fluminense, Al-Hilal, Bangu e Portuguesa.
Zagallo foi o treinador da icônica Seleção Brasileira de 1970, tricampeã mundial no México. Foi coordenador de Parreira em 1994, Copa que o Brasil também venceu, nos Estados Unidos, e vice-campeão como treinador da Seleção em 1998, na França. Trabalhou na Copa de 2006, novamente na comissão técnica de Parreira.
Com os dois títulos vencidos como treinador e os dois como jogador, é o recordista de Mundiais, além de ser uma das três pessoas que conquistaram a Copa do Mundo tanto como jogador quanto treinador.
Folclórico
Profissional vencedor, Zagallo foi também um homem de personalidade forte e carismática. Tinha uma superstição com o número 13, desde a época de jogador. Ao comemorar a Copa América de 2004, bradou: “Brasil campeão tem 13 letras, e Argentina vice também”.
Por falar em Copa América, foi após conquistar o torneio em 1997 que soltou uma de suas frases mais emblemáticas. Em alusão às críticas em relação ao seu trabalho, Zagallo fez a icônica declaração: “Vocês vão ter que me engolir”.
O presidente Lula articula há tempo, pessoalmente, ato público em Brasília para marcar um ano do que ele denomina “tentativa de golpe contra a democracia”. Será na próxima segunda feira, 8 de janeiro.
Está anunciada a presença no “palanque” dos presidentes dos outros poderes. O governo incentivou mobilizações idênticas nos estados e municípios.
Hermann Göring, o carrasco nazista, ao testemunhar no Tribunal de Nuremberga, disse que “descobrir uma maneira de assustar as pessoas significa fazer com elas o que quiser”. O país está sendo assustado.
O que realmente aconteceu no DF no dia 8 de janeiro de 2023?
Vândalos destruíram o patrimônio nacional, com brutal revolta, atentando contra mobiliário histórico, obras de arte desguarnecidas e estátuas inofensivas. Entretanto, não se configurou legalmente golpe de estado.
Não se nega que Bolsonaro queria dar um golpe de estado, mas não conseguiu. Já no Direito Romano proclamava Ulpiano que “ninguém pode ser punido exclusivamente pelos seus pensamentos”.
Inexiste conexão material entre atos do ex-presidente e as ocorrências em Brasília. Para deflagração de um golpe não bastam discursos inflamados e o questionamento do resultado eleitoral. Haverá de existir a tipificação da culpa, como prova irrefutável da existência de um executor ou mandante.
As Forças Armadas se comportaram com dignidade, de forma democrática e não golpista. Como mostrado ao vivo nos canais de TV, o movimento não teve comandante, um líder à frente. Foi acéfalo.
Os prédios do Congresso, Supremo e Palácio do Planalto foram depredados, mas não ocupados. Inexistiram ações concretas de tomada do poder. O Brasil tem um exército de 220 mil soldados; a Marinha, 55 mil; a Aeronáutica, 55 mil; policiais militares são 600 mil.
O grupo que estava na Esplanada não tinha nenhuma arma. É possível derrubar um governo eleito pelo povo sem armas?
Portanto, não houve golpe, sim vandalismo e crimes correlatos. Claro que os responsáveis devem ser processados na forma da lei. No pós 8 de janeiro, o ministro da Defesa, José Mucio, exerceu ações fundamentais e obteve pleno sucesso, apaziguando atritos entre o governo e os militares.
Como ele disse “a esquerda com horror aos militares, porque achava que eles queriam um golpe, e a direita com mais horror ainda, porque eles não deram o golpe. Eu precisava reconstruir a confiança dos políticos com os militares, e vice-versa, a partir da estaca zero”.
O ministro prestou serviço não apenas ao presidente Lula, mas ao país. Bom lembrar que em 2006, em pleno governo Lula, a Câmara dos Deputados foi invadida e destruída por um grupo de militantes do MLST.
Em 2013, o Movimento do Passe Livre invadiu o Congresso Nacional quebrando e destruindo tudo que via pela frente. Em 2017, os prédios do Ministério da Agricultura e da Fazenda foram invadidos e vandalizados.
Por que nos episódios passados não se falou em golpe de estado? Na verdade, em 8 de janeiro de 2023, um grupo foi fazer protesto político, transformado em baderna.
Tem razão o ministro José Mucio quando declarou que “foi um movimento de vândalos, financiados por empresários irresponsáveis”.
O presidente cria o factoide do “golpe” para “assustar a população” e promover-se politicamente. O mais grave é que envolve os demais poderes da República.
Popularidade como reflexo da gestão pública não cai do céu nem se constrói com mentiras pelas redes sociais. É resultado de um processo contínuo e duradouro, erguido em cima de uma fortaleza feita de pedra sobre pedra, realizações palpáveis a olho nu.
Apontado em duas pesquisas recentes, de institutos diferentes, o governador mais bem avaliado do País, Ronaldo Caiado, do União Brasil, nasceu e se fez líder de um movimento conservador, a União Democrática Ruralista, a famosa UDR, defensora dos interesses dos produtores, aguerrida combatente de entidades invasoras de terras, como o MST.
Caiado é bolsonarista, ortodoxo de direita, endeusado em seu Estado. Como explicar isso? Simples. Foi eleito em 2018 e reeleito em 2022 em cima de algumas bandeiras: o fim da violência e da baderna, a melhoria na rede pública de saúde do SUS, qualidade na educação e a sustentabilidade do agronegócio.
Goiás é, hoje, o Estado mais seguro para se viver no País. Reduziu em 80% os registros de latrocínios, que são os roubos seguidos de mortes, em 63% os roubos de cargas e em 25% os roubos a propriedades rurais. O número de homicídios dolosos, quando há intenção de matar, caiu 12,3%, sendo que 128 municípios não registraram nenhum crime deste tipo em 2023.
Entre os Crimes Violentos contra o Patrimônio (CVP), houve queda em todas as tipificações: roubo de carga (63%), roubo de veículos (34,1%), roubo a transeunte (29,7%), roubo a residência (28,3%) e roubo em comércio (23,4%). Desde 2019, Goiás não contabiliza roubo a instituição financeira. Além disso, 97 municípios goianos não registraram nenhum Crime Violento contra o Patrimônio neste ano.
A segurança no campo é outra realidade traduzida pelos números da Secretaria de Segurança Pública. No primeiro semestre do ano passado, o crime de roubos a propriedade rural caiu 25%, além de 15% de redução em furtos na zona rural. Todas as categorias de Crimes Não-Violentos contra o Patrimônio também reduziram: furto a transeunte (27%), furto em residência (16%), furto de veículos (14%) e furto em comércio (9%).
Após os quatros anos do 1º mandato, o governo de Ronaldo Caiado cumpriu quase metade das 21 promessas feitas durante a campanha eleitoral de 2018.
Levantamento do G1, portal do sistema Globo, mostra que 10 dos 21 compromissos assumidos pelo então candidato foram integralmente cumpridos. Isso corresponde a 47,6% do total.
Para selecionar as promessas em 2018, o G1 considerou o que pode ser claramente cobrado e medido.
Os compromissos feitos por Caiado abrangeram áreas como: Direitos humanos e sociais, Educação e cultura, Saúde, Economia, Meio ambiente, Agronegócio e Segurança pública. Trata-se de um acompanhamento ao longo da gestão. Os dados mostram, ainda, que 7 promessas foram cumpridas parcialmente.
A pesquisa AtlasIntel, divulgada nesta semana, confirma que a gestão de Raquel Lyra (PSDB) não está agradando a população pernambucana. Com 49% de desaprovação, a tucana foi a governadora do Brasil com a pior avaliação. Para se ter uma ideia, apenas 36% das pessoas ouvidas no levantamento consideram que Raquel teve um primeiro ano de governo exitoso.
Quando analisamos os números detalhadamente, a governadora pernambucana tem a maior desaprovação entre os que se identificam como agnósticos e ateus: são 68.7% de pessoas que desaprovaram a gestão de Raquel Lyra.
A tucana também vai mal entre a população mais pobre, com renda familiar de R$ 2.000 a R$ 3.000. São 61.2% de pernambucanos deste grupo que desaprovam a forma que a governadora está gerindo o Estado. Outro público que também não está gostando nada da gestão de Raquel Lyra é o grupo jovem, de 16 a 24 anos – a desaprovação chega a 66.2%.
A melhor aprovação de Raquel é entre os evangélicos, com 49.3%.
Confira os detalhes do levantamento abaixo
Caiado o melhor avaliado
Diferente de Raquel Lyra, que vai mal das pernas, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), é avaliado como o melhor gestor do país, com 72% de aprovação. Segundo o levantamento do AtlasIntel, Caiado vai bem diante de todos os grupos do cruzamento demográfico.
A aprovação do governador goiano dispara perante as pessoas que recebem entre R$ 3.000 e R$ 5.000: 78.2% desses goianos aprovam a gestão Caiado. Logo atrás estão os evangélicos: 77.2% desse grupo entrevistado aprova a forma que Ronaldo Caiado está gerindo o estado de Goiás.
Veja os detalhes
Perfil da amostra
A margem de erro da pesquisa varia de 1 a 5 pontos percentuais. O nível de confiança é de 95 %. A pesquisa foi realizada entre os dias 18 de dezembro a 31 de dezembro do ano passado.
Por Magno Martins – exclusivo para a Folha de Pernambuco
Mesmo em recesso parlamentar, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), fará, na próxima terça-feira, uma reunião de líderes, em Brasília, para discutir a medida provisória (MP) que retoma a tributação gradual da folha de pagamento das empresas, enviada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no apagar das luzes de 2023.
A proposta enfrenta forte resistência entre congressistas. Há quem defenda que Pacheco deve devolver o texto ao Palácio do Planalto, sem sequer ser votado pelos parlamentares. A MP é alternativa proposta pela equipe de Haddad para substituir a desoneração da folha, que havia sido estendida por lei até 2027.
O governo alega que a desoneração é inconstitucional, porque atentaria contra a emenda constitucional da Reforma da Previdência, além de só abarcar cidades com até 142 mil habitantes, o que feriria a isonomia federativa.
Vetos de Lula
Pacheco também deverá discutir com os líderes da Casa os vetos do presidente Lula à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), algo que parte do Congresso deseja derrubar logo na volta dos trabalhos. A reunião de líderes do Senado acontecerá um dia após o ato no Congresso Nacional em alusão ao primeiro aniversário das invasões golpistas às sedes dos Três Poderes ocorridas em 8 de janeiro de 2023.
Recife, Porto Alegre, a charmosa capital do Rio Grande do Sul, e mais 138 municípios estarão diante de uma nova realidade nas eleições deste ano: a redução do número de vereadores em suas Câmaras Municipais em consequência do Censo 2022. A atualização dos dados populacionais permite, por outro lado, a expansão o crescimento opcional do número de cadeiras em 198 municípios, entre as quais Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Cuiabá (MT) e Florianópolis (SC).
Outros 572 já poderiam ter aumentado a quantidade de vagas em pleitos anteriores, independentemente do novo Censo. O levantamento tem como base os dados oficiais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). No caso das Câmaras que deverão diminuir de tamanho, a previsão é que haja um corte total de 278 vereadores no agregado desses municípios.
Essa redução é obrigatória, enquanto a ampliação nas demais cidades é facultativa. Isso acontece porque a Constituição determina um número máximo para a composição das casas legislativas com base na população. O teto é de nove vereadores, por exemplo, nas cidades com até 15 mil habitantes. O limite chega a 55 naquelas com mais de 8 milhões de moradores —caso apenas de São Paulo.
Para haver mudança na oferta de vagas em 2024, é necessário que os próprios vereadores aprovem alteração na lei orgânica de cada município até a data final das convenções partidárias, a ser definida pelo TSE no calendário eleitoral. O TSE informa que não cabe à Justiça Eleitoral definir o número de representantes de cada município, por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal).
Conforme o novo Censo, a quantidade de cadeiras deverá cair de 39 para 37 no Recife, e de 36 para 35 em Porto Alegre. O presidente da Câmara do Recife, Romerinho Jatobá (PSB), diz acreditar em um possível erro na recontagem populacional, sem apresentar evidência que corrobore a hipótese. “É um movimento contrário ao que temos visto nas últimas eleições, com um eleitorado crescente”, diz.
Chances de reeleição reduzem – O corte preocupa alguns vereadores, pois as chances de reeleição podem diminuir junto com o número de gabinetes em disputa. Fora das capitais, a maior cidade nessa situação é Mossoró (RN). O município de 264 mil habitantes tem 23 vereadores e deverá retirar duas cadeiras do plenário a partir da próxima legislatura. Mossoró é um dos vários exemplos de cidades onde os vereadores se basearam nas projeções populacionais do IBGE para 2019 e 2020, e não no Censo de 2010, como argumento para criar vagas antes do último pleito.
Quem sai perdendo – Em Pernambuco, além do Recife, saem perdendo os municípios de Água Preta (de 13 para 11), Carpina (de 17 para 15), Ipubi (de 13 para 11), João Alfredo (de 13 para 11), Joaquim Nabuco (de 11 para 9), Lagoa dos Gatos (de 11 para 9), Mirandiba (de 11 para 9), Santa Cruz (de 11 para 9), Saloá (de 11 para 9), São Bento do Una (de 15 para 13 ), Triunfo (de 11 para 9) e Vicência (de 13 para 11).
Mais três prejudicados – Carpina, Ipubi e Santa Cruz, inobstante tenham experimentado crescimento populacional positivo entre os censos de 2010 e 2022, ainda se encontram fora de suas respectivas faixas e terão que reduzir seus vereadores, segundo o economista e analista político Maurício Romão. “Isso se deve ao fato que os quantitativos vigentes foram definidos por suas Câmaras Municipais com base em estimativas populacionais inter censos, posteriormente consideradas subestimadas, e corrigidas no Censo 2022”, explica.
Aumento do quociente eleitoral – Todos os municípios listados perderam população entre os dois censos, dentre eles a própria capital, Recife, que diminuiu seu contingente em 49 mil pessoas, mudando para uma faixa mais baixa, a de 1,35 a 1,5 milhão de habitantes, que só pode ter 37 vereadores. “Um subproduto da diminuição do quantitativo de vereadores nesses 13 municípios é o provável aumento dos seus respectivos quocientes eleitorais, noutro dizer, o provável acréscimo no patamar mínimo referencial de votos válidos necessários para os partidos conquistarem uma cadeira legislativa”, alerta Romão.
O patamar do Recife – Com efeito, basta que os votos válidos nessas localidades permaneçam nos patamares aproximados da eleição passada haverá elevação de todos os quocientes eleitorais em 2024. “O do Recife, por exemplo, passaria de 20.724 votos para 21.918 votos (5,8%), o quociente de Carpina de 2.472 para 2.801 votos (13,3%), o de Ipubi de 1.199 para 1.417 votos (18,2%), e assim por diante”, destaca Romão.
CURTAS
NÚMEROS 1 – O número máximo de vereadores dos municípios brasileiros é determinado pelo tamanho de suas populações (faixa populacional), de acordo com a Emenda Constitucional 58/09. Nas 24 faixas estabelecidas pela norma, a menor, de municípios abaixo de 15 mil habitantes, comporta nove vereadores.
NÚMEROS 2 – A segunda menor, de 15 mil a 30 mil habitantes, teria até 11 vereadores, e assim por diante, até as maiores faixas, de municípios acima de 5 milhões de habitantes, que poderiam chegar a 55 vereadores.
QUEDA – As prévias do censo, publicadas ainda em 2022, prospectam decrescimento populacional em vários municípios relativamente ao censo de 2010. Só em Pernambuco metade dos municípios (92 em 184, excluindo-se o distrito de Fernando de Noronha) experimentou queda absoluta de população entre os dois levantamentos.
Perguntar não ofende: Por que os governadores se recusam a ir a Brasília para o ato em defesa da democracia na próxima segunda?