Antônio Moraes lança biografia nesta quarta-feira, na Assembleia Legislativa

O deputado estadual Antônio Moraes lança, nesta quarta-feira, o livro “Histórias de Polícia e Política”, no qual narra suas memórias. O lançamento acontece às 17h, no hall do auditório Senador Sérgio Guerra, na Assembleia Legislativa. Escrito pelo jornalista e biógrafo Sérgio Montenegro, o livro traz relatos bem-humorados da trajetória de Moraes como delegado de polícia e como parlamentar estadual.

A narrativa, porém, tem início na infância de Antônio Moraes, vivida na sua cidade, Macaparana, na Mata Norte de Pernambuco. Em meio aos laços de família, ele conta em detalhes a influência que sua avó, Anita Moraes, exerceu sobre sua formação. Dona Anita foi vereadora de Macaparana por vários mandatos e também se tornou a primeira mulher a ocupar uma prefeitura no Estado.

Delegado de carreira, Antônio Moraes conta, no livro, várias passagens da época em que atuou na Polícia Civil e como secretário estadual de Segurança Pública, cargo que ocupou durante o terceiro governo de Miguel Arraes. Na segunda parte, ele relembra diversos episódios que testemunhou ao longo dos seus sete mandatos como deputado estadual, inclusive nos bastidores do Legislativo e da política partidária pernambucana. O epílogo, intitulado Pinga Fogo”, traz pequenas histórias narradas por Moraes, no tom bem-humorado característico da sua personalidade.

O livro Histórias de Polícia e Política também será lançado pelo deputado em Macaparana, em uma nova cerimônia no mês de junho. Todo o montante arrecadado com as vendas durante os lançamentos será revertido para o Lar de Idosos Cândida da Cunha Pedrosa, em Macaparana.

Por Juliana Albuquerque – repórter do Blog

Moradores resolveram usar do humor para tentar chamar a atenção do prefeito de Paulista, Yves Ribeiro (MDB), diante dos buracos que dominam as principais vias públicas da cidade. Em protesto bem-humorado, levaram o boneco de Yves para “passear” pela Avenida José Carlos de Lima Leite, considerada uma das piores da região.

Por lá, praticamente não existe mais asfalto e a insatisfação dos motoristas com o descaso da atual gestão com a cidade tem sido geral.

Por Juliana Albuquerque – repórter do Blog

Sem conseguir dialogar com o Governo de Pernambuco sobre a pauta de reivindicação entregue há um mês, o Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE) promove, desde o início desta manhã, mais um ato que marca a luta da categoria pela campanha salarial e funcional. 

Durante a programação, que deve se estender por toda manhã, os membros do Sindicato estarão engajados em uma panfletagem que aborda a importância da valorização da Polícia Civil como um elemento fundamental na redução dos índices de criminalidade.

Segundo o Sinpol, a falta de diálogo e de atenção às demandas dos policiais civis representa um entrave para a valorização da instituição e, consequentemente, para a segurança da sociedade pernambucana.

“A atuação da Polícia Civil é essencial para a garantia da segurança e da ordem pública. Sem investimentos adequados e o devido reconhecimento, não podemos esperar uma redução efetiva da criminalidade em nosso estado. É hora de priorizar e valorizar a Polícia Civil para um Pernambuco mais seguro e justo”, destaca o presidente do Sinpol-PE, Rafael Cavalcanti.

Dedico este artigo ao meu colega Billy Blanco, autor do Estatuto da Gafieira  

Por José Adalbertovsky Ribeiro*

MONTANHAS DA JAQUEIRA –  Ucrânia é aqui. A cada momento explode um míssil nesta Terra de Vera Cruz, a terra da verdadeira cruz. As tripas e o coração de Pindorama estão fraturadas e estão sangrando. É sangria desatada. A quem interessa encharcar nossas terras auriverdes de sangue, suor e lágrimas? O Brazil não merece ser uma Venezuela.

Nenhuma Nação prospera em meio a conflagrações ideológicas e chafurdaçoes. O Brazil precisa de estabilidade social para trabalhar e  prosperar. Quadrada, a roda não anda. Ao ser pacificado, o Brazil precisa tocar a mãos na roda para ser feliz. Os senhores das guerras ideológicas decretaram que os inimigos entre si devem ser exterminados, estraçalhados.

Nos tempos da anistia (1979) o general-presidente Ernesto Geisel falou para o líder Ulisses Guimarães: “Segure seus radicais que eu seguro os meus radicais”. A palavra de ordem dos líderes das seitas de agora é a seguinte: “Vamos atiçar nossos radicais para se engalfinharem uns com os outros”. A palavra de ordem é sangrar e  esfolar os inimigos até a última gota de hemoglobina.

Os vitoriosos deveriam ser magnânimos. Prestigiar o líder dos depredadores do MST em viagem à China e hostilizar o agronegócio ao chamar produtores rurais de “fascistas”, isto sinaliza radicalização ideológica. Quem exporta grãos e alimentos, gera riquezas e reservas para a economia é o agronegócio industrializado e mecanizado. O MST produz depredações e mal gera sustento para suas famílias. Os desvalidos do movimento são massa de manobra para profissionais de invasões de propriedades sustentados por ONGs parasitárias. Bárbaros ogros depredam laboratórios de pesquisas, desrespeitam o direito de propriedade e matam rebanhos. Reforma agrária de verdade pressupõe infraestrutura em eletrificação rural, mecanização e irrigação. O mais é demagogia e retórica vazia.

Nos tempos inocentes havia chafurdações, pra cima e pra baixo do pescoço tudo era canela. A malandragem obedecia ao estatuto da gafieira. “Moço, olha o vexame! O ambiente exige respeito. Pelo artigo 120/ o distinto que fizer o seguinte: subir na parede/ dança de pé pro ar/ debruçar-se na bebida sem querer pagar/ abusar da umbigada/ de maneira folgaz/ prejudicando hoje/ o bom crioulo de amanhã/ será distintamente censurado./ Se balançar o corpo/ vai pra mão do delegado”.

O que fizeram com nosso Brazil? Revogaram o Estatuto da Gafieira, uma instituição nacional de responsa. Somente restou o capítulo da Umbigada, e o povo brasileiro continua a levar umbigadas, impunemente. As majestades nacionais, de maneira folgazã, debruçam-se nos cofres públicos e mandam a conta para os Zés Manés. “Pelo artigo 120” da letra do Estatuto, os dançarinos que tentam subir na parede vão pra mão do delegado para serem presos, censurados e esculachados. O delegado virou o “caveirão” e ao invés do samba de breque, a onda agora é o batidão do punk e do funk.

Ah que saudades do Brazil brasileiro do Estatuto da Gafieira! Eu era feliz. Ziriguidum!

*Periodista e escritor

O cartunista, chargista, ilustrador e artista plástico pernambucano Romildo Araújo Lima, mais conhecido por Ral, faleceu na noite de ontem, aos 71 anos. Ral enfrentou uma dura luta contra uma doença degenerativa, progressiva, que não possui cura.

Ele criou, no ano passado, uma loja virtual pelo WhatsApp para vender camisetas e canecas com artes feitas por ele, com o objetivo de arrecadar recursos para ajudar nos custos com o tratamento. A dolorosa doença venceu o talento e a alegria de viver. As informações são do jornal O Poder.

Um dos principais nomes do traço e do humor brasileiro perdeu a dolorosa guerra contra a esclerose lateral amiotrófica, doença que compromete movimentos e fala. 

RAL estudou ilustração e jornalismo na Escola Panamericana de Artes, em São Paulo, e na Unicap, no Recife. Trabalhou em meios de comunicação como diagramação e ilustrador, a exemplo do Diário de Pernambuco, Jornal do Comércio, Folha de Pernambuco e fez parte do time do legendário O Pasquim.

Jaguar, mito da ilustração brasileira, coloca Ral na galeria dos maiores do mundo. Ele também atuou como ilustrador e diretor de arte em algumas das mais importantes agências do mercado publicitário. Uma pessoa modesta, solidária, generosa, inspiradora.

Em reunião de equipe, o presidente Lula pediu a seus ministros para lavarem “roupa suja” dentro de casa e pararem com os ataques públicos entre colegas.

O petista lembrou que esse tipo de embate só traz mais desgaste ao governo, gerando a imagem de uma crise permanente na Esplanada dos Ministérios. As informações são do blog do Valdo Cruz.

Segundo assessores, Lula fez questão de fazer a reprimenda em sua equipe porque avaliou que, na última semana, as críticas públicas entre ministros atingiram um patamar muito negativo.

O presidente disse, de forma muito direta, que não quer embates da equipe em público e que está aberto a receber ministros no Palácio do Planalto para debater as divergências.

Lula, por sinal, não gostou nem um pouco das críticas feitas a ele pela ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, que em entrevista cobrou abertamente do presidente um esforço maior para evitar o esvaziamento de sua pasta.

Segundo assessores, Lula avaliou que as críticas públicas da ministra a ele se devem à sua inexperiência no posto, mas que elas não podem se repetir.

O presidente também não gostou do embate entre os ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e a do Meio Ambiente, Marina Silva, em torno da licença para pesquisa de petróleo na bacia da foz do Amazonas.

Os dois trocaram farpas em entrevistas durante a semana passada e Lula acabou pedindo a seu ministro da Casa Civil, Rui Costa, que reunisse os ministros para “lavar a roupa suja” dentro do Palácio do Planalto.

O jornalista Cláudio Humberto reestreia, a partir da próxima quinta-feira, sua coluna diária na Folha de Pernambuco. O leitor vai poder encontrar informações dos bastidores da política e a antecipação de fatos relevantes do cenário nacional.

Nesta entrevista, o colunista fala sobre o início da sua carreira e a inspiração que seu pai, também jornalista, exerceu na escolha da profissão. Também analisa a tumultuada relação entre os Três Poderes, a possibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro se tornar inelegível, as dificuldades do Governo Lula e os efeitos da polarização que toma o País. As informações são do Blog da Folha.

O que o leitor vai encontrar sobre o cenário político na sua coluna?

Encontrará informações de bastidores, como sempre, antecipação de fatos, tratamento desassombrado dos assuntos e a certeza de que o colunista está a serviço da notícia, portanto, do leitor.

Como você começou a carreira jornalística?

Meu pai foi a inspiração. Era jornalista, um homem decente, intelectual brilhante, à frente do seu tempo. Escrevia muito bem. Eu queria ser como ele. Comecei cedo, ainda muito novo, e fiz de tudo na profissão, dentro e fora das redações, no período em que fui assessor de imprensa.

Como a cobertura política passou a fazer parte da sua trajetória?

Política sempre fez parte da minha vida desde criança. Meu pai era ativista de esquerda, era voz ativa em casa com suas análises políticas, e durante muitos anos fomos vizinhos e amigos de Sandoval Caju, ex-prefeito muito popular em Maceió. Os dois papeavam quase todos os dias e eu passava horas ouvindo a conversa. Eles mostravam a vida como ela é, na política. Amadureci com a ideia de contar isso às pessoas.

O que dizer sobre a relação entre o Supremo Tribunal Federal e a gestão Bolsonaro?

Relação muito tumultuada. Estava escrito que o ex-presidente perderia essa arenga, ninguém vence briga esmurrando ponta de faca. Foi o que ele fez. Não sairia barato, e não está saindo. A rebordosa contra ele e apoiadores está apenas no começo.

Você acha que o ex-presidente  Bolsonaro pode se tornar inelegível?

A inelegibilidade é dada como certa, em Brasília, em qualquer roda de conversa de pessoas que de fato são importantes. E pode não ser o fim dessa desforra.

Como avalia a relação entre os Três Poderes hoje?

Dias atrás entrevistei o presidente da Câmara, Arthur Lira, certamente o mais pragmático dos ocupantes de cargos relevantes nos Três Poderes. Nessa entrevista, ele defendeu a “autocontenção” dos Poderes, cada um no seu quadrado, até para evitar uma “solução legislativa” para limitar os ímpetos autoritários de ministros do STF ou de integrantes de outro Poder.

A eleição presidencial de 2026 pode repetir uma polarização?

Não tenho a menor dúvida. O ódio permanece e tem sido reiterado diariamente. Nos quatro primeiros meses de governo, Lula atacava Bolsonaro diariamente. Bobagem, ele venceu a eleição. Lula é melhor que isso. Sem contar que tanto ressentimento faz mal à saúde. Se a eleição fosse hoje, o Brasil teria Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, disputando a presidência. Mas ainda há muita coisa pra rolar até 2026.

O que precisaria acontecer para o Brasil sair dessa polarização?

Talvez uma nova eleição, com personagens diferentes, que assumam compromisso em promover a paz nas ruas, nas famílias, no trabalho. Não é fácil materializar o espírito da coisa, mas, quem souber fazer isso, vencerá a eleição. Quem souber empolgar os brasileiros nessa causa, inclusive nas redes sociais, sem a censura que pretendem impor, terá uma grande vantagem.

O que esperar sobre o futuro da Operação Lava Jato?

Após uma fase em que avalizou a Lava Jato, deixando a Justiça em lua-de-mel com a população, o STF mudou de atitude e passou a desqualificar a operação e praticamente a matou, com tantas anulações e descondenações. Apesar da roubalheira escrachada, com réus confessos, provas robustas e mais de R$ 12 bilhões devolvidos pelos ladrões, tenta-se consolidar a mentira de que nada daquilo ocorreu.

Iniciativas como a CPI do Abuso de Autoridade podem ter vez?

Essa CPI ganhou muita força após a cassação de Deltan Dallagnol. Um documento de apoio conseguiu impressionantes 500 mil assinaturas em uma semana. E já endossam a CPI 147 de 171 deputados necessários. Deltan não é o deputado mais querido da Câmara, até porque investigou muitos deles, mas ficou a impressão de que o TSE catou cabelo em ovo para cassar o mandato.

As dificuldades de Lula em formar uma base governista dão protagonismo ao Congresso?

A questão é que mudou o jogo e o presidente Lula demora a perceber. Muitos ainda não notaram que a lógica de “base governista” se aplica cada vez menos. Nos seus primeiros governos, Lula adquiriu apoio parlamentar com o suborno disfarçado de emendas e com as malas de dinheiro do mensalão. Ou no toma-lá-dá-cá dos cargos. Hoje, os parlamentares não querem ou não precisam mais disso.

Como isso funciona atualmente?

O Planalto não tem mais o poder de dar acesso dos cofres públicos a deputados e senadores, eles já o têm. E por meio de emendas impositivas e orçamento secreto, por exemplo. Uma ministra me contou que nunca tinha vivido a situação, agora corriqueira, de receber ofício do presidente do Senado ou da Câmara ou de qualquer preposto determinando a liberação de recursos de emendas para esse ou aquele parlamentar. E o ministro é obrigado a obedecer a uma ordem de outro Poder.

E apoio ao governo por cargos?

Ainda tem gente que valoriza isso. Lula, que está desatualizado, já cansou de oferecer cargos para formar a tal “base”, mas hoje a maior parte quer distância do controle sobre órgãos públicos. Temem que seus indicados façam bobagem ou façam mal e depois os entreguem. Têm pavor de Polícia Federal na porta às seis da manhã. Isso os fez aprovar o Fundo Partidário, mais de R$ 1 bilhão por ano para manter os partidos, e o Fundo Eleitoral, que nos custou quase R$ 6 bilhões na última eleição. O objetivo é o mesmo: usar dinheiro público para financiar suas campanhas, dispensando empreiteiras e outros fornecedores do Governo, como uma propina antecipada. Perceberam que só precisam aprovar leis que lhes garantam a chave do cofre. Cargo para quê? Para dizer que tem prestígio no Governo? Isso está cada vez mais em desuso.

Por Magno Martins – exclusivo para a Folha de Pernambuco 

Na temática CPIs, a semana do Congresso promete. A principal delas – a que apura os atentados de 8 de janeiro aos prédios dos três poderes em Brasília – terá seus primeiros convidados para depoimentos. Dos 396 requerimentos, 48 são de quebra de sigilo. Os pedidos precisam ser apreciados pela comissão, composta por 16 deputados e 16 senadores titulares, com igual número de suplentes.

Os requerimentos têm solicitações para acesso bancário, fiscal, telefônico e telemático (dados contidos em dispositivos eletrônicos, como celulares). A maioria dos pedidos foi feita pelo PT e PDT. Há requerimento para acesso a informações do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid. Ainda, de Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ele apareceu em filmagens do circuito interno do Palácio do Planalto com invasores. Horas depois de o material ser veiculado na imprensa, o general pediu demissão. Também há pedidos de quebra de sigilo para José Eduardo Natale, ex-coordenador de Segurança das Instalações Presidenciais de Serviço do GSI e para três envolvidos na tentativa de explodir um caminhão de combustível em Brasília.

Já a CPI do MST aprovou requerimentos de convite para ouvir os ministros Carlos Fávaro, da Agricultura e Pecuária e Abastecimento, e Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário. Os ministros não têm obrigação de comparecer à sessão. Os requerimentos, anteriormente, eram de convocação, o que tornava obrigatória a presença. Entretanto, houve um acordo entre os parlamentares para transformá-los em convites.

A CPI do MST foi criada pela oposição ao governo federal na Câmara dos Deputados e tem o objetivo de investigar as ações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e supostos financiadores. A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura a manipulação de resultados de jogos de futebol, por sua vez, vai ouvir responsáveis pela Operação Penalidade Máxima, do Ministério Público de Goiás, que investiga o aliciamento de jogadores para fraudar o resultado de partidas de campeonatos estaduais e do Campeonato Brasileiro.

Os requerimentos de convite ao promotor Fernando Cesconetto e ao procurador-geral Cyro Terra Peres, ambos do MP-GO, foram aprovados na semana passada e eles devem ser ouvidos amanhã. Lançada no início de abril, a força-tarefa do MP já denunciou 16 pessoas por manipularem os resultados de 13 partidas de futebol.

A comissão também vai ouvir, também, o policial Hugo Jorge Bravo, presidente do Vila Nova Futebol (GO), que denunciou casos de manipulação de resultados cometidos dentro de seu próprio clube, dando início à operação do MP.

De repente, não mais que de repente, como diria Vinicius de Moraes em seu Soneto de separação, entramos na última semana de maio, o mês das noivas, dos trabalhadores, das mães e da harmonia. O mês Mariano, como ouvi de minha mãe a vida inteira em Afogados da Ingazeira.

Mariano de novenas e celebrações entre os católicos em reverência à Maria, mãe de Jesus. Mamãe Margarida era mariana, católica fervorosa e temente ao bom Deus. Garoto, agarrado à sua saia, me botava no seu colo na igreja todos os 31 dias de maio para rezar e assistir aos sermões marianos.

Eu dormia feito um anjo no seu colo, provavelmente esbaforido das trelas feitas durante o dia: futebol com bola de meia, jogo de pião na calçada, esconde-esconde na praça e a cabeça cheia de histórias de assombrações contadas por Fernando Moraes, amigo-terrorista de mentes e corações de infância.

Ele nos enchia a cabeça nos fazendo medo. Contava que, na boca da noite ou mais tarde um pouco, o lobisomem aparecia vestido de branco para arrastar as crianças indefesas. A minha defesa, claro, era o colo aquecedor e protetor da minha mãe, reforçado pela suas orações e fé inabalável.

Mamãe me dizia que no mês de maio, a Igreja celebra a devoção à Virgem Maria, tempo que os cristãos são convidados a olhar com sabedoria e fé para a figura da mulher humilde e escolhida por Deus, que com o seu sim transformou a história da humanidade.

Na Idade média, segundo ela, acreditava-se que a concha era fecundada virginalmente por gotas de orvalho e isso fez com que esse símbolo se aproximasse ainda mais à imagem da Virgem Maria.

A devoção mariana de mamãe também nos marcou profundamente pelas novenas e a reza do terço de joelhos. E ai do filho – foram nove, quase um time de futebol – se recusasse! Posto sobre o chão duro e seco do Sertão, nossos joelhos doíam e ficavam marcados, com uma dormência, assim recordo.

Na verdade, diz a história, a tradição do mês mariano começou na antiga Grécia, porque o mês de maio era dedicado à deusa da fecundidade – Artemisa. Da mesma forma, na antiga Roma, em maio, se celebrava a deusa da vegetação chamada Flora e os jogos florais sob a intercessão dela.

Com a instituição do cristianismo como religião oficial, muitos costumes pagãos foram substituídos por celebrações cristãs. E como o mês de maio marca o início da primavera na Europa, berço do cristianismo, então passou a ser dedicado à Virgem Maria.

Pedro Mendes, colecionador de amigos

A partida de Pedro Mendes, ex-vereador de Olinda, militante socialista histórico e eduardista convicto, mexeu profundamente com o sentimento do mundo político do Estado, não por ter apenas 59 anos de idade, mas por ser muito querido, quase próximo a uma unanimidade entre os que com ele conviveram.

Pedro era amigo meu distante, não convivi tanto com ele quanto outros colegas, como o jornalista Jair Pereira, que ficou me atualizando sobre o quadro desde o momento em que se deu a morte cerebral. Pereira está na Argentina e foi a ele que recorri para confirmar a notícia tão chocante, assim que soube, na última sexta-feira.

A morte é a única certeza que temos na vida, mas ninguém, por mais fé que tenha na eternidade celestial, está preparado para a sua hora. Rubem Alves, meu cronista preferido, que também já recebeu o chamado de Deus, disse, certa vez, que morte e a vida não são contrárias, são irmãs. A “reverência pela vida” exige que sejamos sábios para permitir que a morte chegue quando a vida deseja ir”, escreveu.

Quem parte, sempre deixa uma enorme saudade, um tremendo vazio. Embora tenha convivido pouco com Pedrinho, terei muita saudade dos momentos com os quais compartilhamos a vida, esse dom de Deus – um carnaval subindo as ladeiras de Olinda, encontros pelo Interior com Eduardo Campos, jantares e almoços políticos, além de alguns chopes tomados em Brasília.

Nem sabia do seu estado de saúde, consequência de um câncer cerebral. A última vez que estivemos juntos – lembro com muita alegria – foi numa palestra que fiz na Câmara de Vereadores de Olinda, há mais ou menos dois anos. Participou ativamente e não deixou transparecer qualquer mudança de seu maravilhoso astral.

Eduardo Campos era um grande amigo de Pedro Mendes, uma amizade verdadeira testemunhada por muitos que com ele conviveram, como o próprio Jair Pereira, Milton Coelho, Evaldo Costa e Marília Arraes. Como eu disse, não era tão próximo, mas amizades verdadeiras não necessitam de muitos encontros semanais ou conversas diárias.

Enquanto a amizade vive em um coração, os verdadeiros amigos jamais se separarão. Pedro Mendes foi um colecionador de amigos verdadeiros e amizade verdadeira não tem preço, porque é construída na base do amor, da compreensão e das memórias feitas ao longo do tempo.

Descanse em paz, Pedrinho! E continue no céu a ampliar sua coleção de amigos.

Largo sorriso – O adeus a Pedro Mendes está marcado para hoje. O velório começa às nove da matina, no cemitério Morada da Paz, e se estende até às 13 horas, quando seu corpo será cremado numa cerimônia restrita aos familiares. No card do comunicado da sua morte, espalhado pelas redes sociais, estava escrito: “É com muita saudade que comunicamos o falecimento do nosso querido Pedro Mendes. Com a certeza de que onde ele estiver, estará com o seu largo sorriso”.

Solidariedade aos filhos – Herdeiro político de Eduardo Campos, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), estava muito abalado com a morte de Pedro Mendes. Ontem pela manhã, fez uma visita à família do amigo, prestando solidariedade aos filhos, que residem no bairro do Espinheiro. Estava na companhia dos irmãos Pedro Campos e Maria Eduarda. Além de presidente da Câmara de Olinda, Pedro Mendes foi vice-prefeito de Ipojuca e secretário de Trabalho e Juventude no Governo Eduardo Campos.

E agora, Lula? 1– O relator da Medida Provisória da reestruturação dos ministérios do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Isnaldo Bulhões (MDB-AL), afirmou que o texto apresentado por ele e aprovado na comissão mista do Congresso foi construído em conjunto com o governo e por isso não há que se falar em derrota do petista. A proposta do emedebista esvazia as pastas do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas, transferindo atribuições para outros ministérios. O texto foi classificado como derrota de Marina Silva e Sonia Guajajara.

E agora, Lula 2? – “Como se pode colocar que houve uma derrota do governo, se foi um texto construído com o governo?”, disse ao jornal Estadão, ontem, o deputado Isnaldo Bulhões. Segundo ele, a redação apresentada foi fruto de “discussão exaustiva” com os ministros Rui Costa, da Casa Civil, Alexandre Padilha, da Secretaria de Relações Institucionais, e Esther Dweck, de Gestão. Vai confiar em Lula, Marina!

Risco de nova derrota – O texto relatado por Isnaldo Bulhões traz, também, a possibilidade de a Abin retornar ao GSI, hoje sob o comando do general Marcos Antônio Amaro, se a MP de reestruturação dos ministérios do governo Lula for aprovada na Câmara e no Senado na mesma versão que passou no Congresso. Em março, Lula oficializou a decisão de tirar a Abin do GSI e mantê-la na Casa Civil. Na ocasião, o presidente escolheu o ex-diretor-geral da Polícia Federal Luiz Fernando Corrêa para chefiar a agência.

CURTAS

ABANDONADOS – Cento e trinta e duas pessoas morreram em Pernambuco em decorrência dos temporais de maio e junho do ano passado, principalmente nos municípios de Recife e Jaboatão dos Guararapes, mas após um ano ainda esperam suas casas e as providências prometidas pelo governo.

ORDEM DE SERVIÇO – João Campos (PSB) assinou, ontem, a ordem de serviço para o início de 24 novas obras de contenção definitiva de encostas na cidade, investimento da ordem de R$ 36,7 milhões em áreas que existem barreiras com risco de deslizamento. Serão contempladas 500 famílias, resultando em mais de duas mil pessoas protegidas.

Perguntar não ofende: Lula terá mais uma semana de derrotas no Congresso?