Diplomação de Lula no TSE terá esquema de segurança maior do que a posse de Moraes

A cerimônia de diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta segunda-feira, 12, contará com esquema reforçado de segurança, que superará até mesmo o megaevento realizado pela Corte para a posse do atual presidente do órgão, Alexandre de Moraes, em agosto. A área externa do TSE terá policiamento reforçado por oficiais da Polícia Militar e até varredura de grupo antibomba da Polícia Federal.

As vias de acesso ao TSE serão interditadas pela PM, que só autorizará a passagem de servidores públicos e convidados credenciados para participar da diplomação. O tribunal, que já fica numa área distante da Esplanada dos Ministérios, vai reforçar a segurança predial com o uso de grades de proteção nas imediações. O perímetro da Corte ainda contará com o monitoramento de agentes especiais da PF, que cuidam da preparação de grandes eventos com a presença do presidente em exercício ou do presidente eleito.

Dentro do tribunal, o grupo antibomba da PF deverá fazer, como de costume, uma varredura na área para garantir a segurança das autoridades presentes. Além de Lula e do vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), a cerimônia de diplomação deve reunir os principais nomes do poder em Brasília, como os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL); do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); e do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber. As informações são do Estadão.

Também devem estar presentes todos os ministros do TSE, a futura primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, e os futuros ministros do governo Lula, como Fernando Haddad (Fazenda), Flávio Dino (Justiça), José Múcio (Defesa), Rui Costa (Casa Civil) e Mauro Vieira (Itamaraty).

Apenas Lula e Moraes devem discursar, de acordo com o protocolo previsto pela Justiça Eleitoral para o ato de diplomação. O presidente eleito deve falar após ser formalmente diplomado e, em seguida, haverá um pronunciamento do presidente do TSE.

Os convidados de Lula e Alckmin precisarão passar por mais de uma barreira de detectores de metal antes de entrar no plenário do TSE para acompanhar a cerimônia. O primeiro ponto de detecção de metais ficará posicionado logo na saída do estacionamento subterrâneo. A outra barreira estará na entrada do plenário, como já ocorre nos dias normais de julgamento. O cerimonial e a área de segurança da Corte ainda realizaram um rígido protocolo de credenciamento para dar acesso ao prédio no dia da diplomação.

Encerrado o segundo turno da eleição para a Presidência, o programa de benefícios Auxílio Brasil, do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), voltou a registrar fila de espera, algo que não acontecia desde agosto, quando a campanha eleitoral ganhou força.

Segundo dados obtidos pela Folha, 128 mil famílias entraram na lista em novembro. Isso significa que elas já tiveram seu cadastro aprovado pelo Ministério da Cidadania, responsável pelo programa, mas ainda não foram atendidas. Procurado, o Ministério da Cidadania não respondeu sobre o motivo do represamento nas concessões.

A fila de espera começou o ano de 2022 zerada. Sem orçamento suficiente no programa, porém, a fila foi crescendo mês após mês e, em julho, atingiu a marca de 1,569 milhão de famílias. As informações são da Folha de S. Paulo.

De olho na reeleição, Bolsonaro se empenhou para ampliar o orçamento do Auxílio Brasil no segundo semestre, e conseguiu manter as filas zeradas em agosto, setembro e outubro, meses de campanha eleitoral, além de expandir o número de famílias no programa de transferência de renda.

Em outubro, o número de beneficiários superou os 21 milhões, um recorde que se repetiu neste mês.

Ao turbinar o Auxílio Brasil, a campanha do presidente Bolsonaro esperava melhorar o desempenho eleitoral do presidente em regiões do país e comunidades mais carentes, em que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mostrava maior intenção de voto.

Bolsonaristas reconheciam que a medida era uma das principais apostas eleitorais da campanha. Também lamentavam que a ampliação do programa social tivesse sido adotada num período muito próximo à eleição, o que dificultou o objetivo de colher os dividendos eleitorais —o efeito político desse tipo de ação não é imediato.

NOVA FILA DE ESPERA ELEVA PRESSÃO SOBRE GOVERNO ELEITO

O represamento de famílias de baixa renda que se enquadram no perfil do Auxílio Brasil gera ainda mais pressão para o programa no início da gestão do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que planeja retomar a marca Bolsa Família.

A equipe de transição estima um gasto de R$ 175 bilhões no próximo ano com o programa social. Isso inclui R$ 157 bilhões para o benefício mínimo de R$ 600 por família e R$ 18 bilhões para a promessa de campanha de conceder R$ 150 por criança de até seis anos.

No formato atual, o Auxílio Brasil representa um gasto de R$ 13 bilhões por mês para os cofres públicos —cálculo com base nos dados de novembro, quando o programa atendeu 21,53 milhões de famílias e registrou a fila de 128 mil.

Nesse nível mensal, o custo já consome todo o orçamento de R$ 157 bilhões estimado pelo PT. Ou seja, não há espaço para zerar a fila de espera nem para evitar que ela cresça.

Membros da equipe de transição de Lula dizem que não deve ser possível atender a todos da fila imediatamente assim que ele assumir. A prioridade será redesenhar as regras do programa ainda no primeiro trimestre e fazer uma análise mais criteriosa dos cadastros já a partir de janeiro, para evitar que sejam incluídos no programa pessoas sem o perfil social para receber o benefício.

Por causa dos critérios adotados na gestão Bolsonaro, houve um grande aumento do número de beneficiários do Auxílio Brasil enquadrados como família pobre ou extremamente pobre com apenas um integrante.

Esse perfil de beneficiário mais que dobrou em um ano, passando de 2,2 milhões, em novembro do ano passado, para 5,5 milhões atualmente.

Essa é uma das principais críticas feitas pelo governo ao programa da atual gestão: ele não distingue entre famílias com muitas crianças, que precisariam de mais recursos, e beneficiários individuais. Todos recebem o mesmo valor.

Em novembro, por exemplo, o benefício médio transferido ficou próximo de R$ 608, sendo que o valor mínimo é de R$ 600.

No Bolsa Família, cuja estrutura o governo Lula pretende retomar, o valor transferido dependia do número de filhos e faixa de renda de cada família cadastrada.

Apesar do inchaço no número de beneficiários individuais, apenas no mês passado, após o período eleitoral, o Ministério da Cidadania iniciou um processo para apurar possíveis irregularidades.

Por enquanto, contudo, os bloqueios de benefícios ainda não registraram um comportamento fora do comum.

O objetivo da equipe do presidente eleito é que famílias com um “perfil claro” para o Bolsa Família —mulheres com filhos— sejam prioridade no atendimento da fila.

A expectativa é que, com a verificação de irregularidades, haja mais espaço para colocar novas famílias no programa.

As mudanças nas regras e a volta do nome Bolsa Família devem ser feitas por medida provisória (MP) a ser elaborada nos primeiros dois ou três meses de governo, segundo integrantes da equipe de transição na área de assistência social.

A Prefeitura de Arcoverde, por meio da Secretaria de Finanças, está dando início neste mês de dezembro ao cronograma de pagamentos referente ao 13° salário no município. Nesta segunda-feira (12), o pagamento será liberado primeiramente para servidores da Secretaria de Saúde. Para a Prefeitura, Secretaria de Assistência Social e Arcotrans, a quitação ocorrerá no dia 19 (segunda-feira). E para a Secretaria de Educação, assim como aposentados e pensionistas do município, o pagamento acontece na terça-feira (20).

“É de grande importância para a economia do nosso município, a quitação do 13° salário já neste mês de dezembro. Desta forma, estaremos favorecendo tanto o comércio local nas vendas, como também outros setores na cidade, que são contemplados com um maior aquecimento econômico típico desta temporada de confraternizações natalinas”, enfatizou o Prefeito Wellington Maciel.

Aliados do futuro governo consideram que a pauta capaz de dar uma sensação de base ampla ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será a tributária, com o novo marco fiscal.

O setor produtivo e a classe trabalhadora desejam esta reforma. E, assim como ocorreu com a previdenciária, depois de mais de duas décadas de idas e vindas, o texto em tramitação na Câmara pode dar algum alento. A ordem, agora, é tentar convencer Arthur Lira (PP-AL) a recolocar o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) como relator.

Aguinaldo foi relator da reforma tributária da Câmara, a PEC 45/2020, mas a proposta terminou inviabilizada com a troca de comando na Casa, em 2021. Agora, o novo governo espera apaziguar e colocar esse projeto de novo em andamento. Aguinaldo tem dito a amigos que basta uma atualização do texto para colocar em votação. É por aí, pela reforma tributária, que o novo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tentará se aproximar mais dos agentes econômicos.

Clique aqui para ler na íntegra as informações do Blog da Denise, no Correio Braziliense.

A Câmara dos Deputados esperará uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre as emendas de relator para votarem a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) fura-teto. A corte julga a constitucionalidade desse tipo de repasses a deputados e senadores na 4ª feira (14.dez.2022).

A análise sobre a PEC deve acontecer no mesmo dia, mas dificilmente tudo se resolverá até lá. Dependendo do andamento do julgamento, a votação ficaria para a última semana do ano no Legislativo, que entra em recesso em 23 de dezembro.

Apesar de os deputados negarem conexão entre os temas publicamente, o Poder360 apurou que haverá uma reação do Legislativo caso os ministros do Supremo decidam pela inconstitucionalidade.

Mesmo com menos força nos últimos dias, parte dos deputados ainda defende na Câmara a constitucionalização das emendas de relator dentro da PEC fura-teto. O líder do Governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), chegou a defender que o Senado incorporasse esse tema no texto da proposta.

Lula jantou de maneira reservada na última 5ª feira (8.dez) com o ministro Roberto Barroso. A cúpula da Câmara suspeitou de uma ação do presidente eleito a favor de o Supremo derrubar as emendas de relator. Barroso será o próximo presidente da Corte e é muito próximo à ministra Rosa Weber, que decidiu colocar o tema em julgamento.

Nos bastidores, o PT nega qualquer influência sobre o tema, mas os deputados lidarão com o tema cautelosamente. O STF começou o julgamento das emendas na semana passada. AGU e PGR, próximas ao presidente Jair Bolsonaro, defenderam a manutenção do mecanismo. As advocacias da Câmara e do Senado, idem.

A ministra Rosa Weber, relatora do processo, ainda não leu o seu voto. Fará isso na 4ª. Há grandes chances de o julgamento não se encerrar ainda nesta semana.

Além disso, ainda há movimentações políticas propondo ao STF uma saída intermediária: não sustar a liberação, mas aumentar a transparência e os critérios. Isso já foi incorporado pelo Congresso para as emendas de relator em 2023, com o início do processo indicando o nome de cada deputado ou senador que pediu os recursos.

Enquanto isso, na Câmara, essa semana será de discussão sobre o texto que veio do Senado. O Poder360 apurou ser quase impossível que o texto passe pela análise dos deputados sem alguma mudança.

Os pontos de maior divergência são o valor do rombo no teto, alguns querem manter em até R$ 100 bilhões, e o tempo de vigência, reduzir de 2 para 1 ano. Esta última ideia, entretanto, teria perdido força pela falta de repercussão negativa depois da aprovação no Senado.

Dependendo da forma que essas mudanças sejam feitas no texto, este teria que voltar ao Senado a menos de uma semana para o fim do ano no Legislativo.

Segundo o líder do MDB na Câmara, Isnaldo Bulhões (MDB-AL), a semana será de negociações e a contagem de votos começa neste domingo (11.dez.2022). O intuito dele é que se aprove o texto vindo do Senado, mas pondera que só nesta 2ª feira (12.dez) que a PEC deve chegar ao plenário e ter seu relator designado. A partir daí é que a proposta começaria a ser discutida na prática.

Normalmente, PECs na Câmara precisam passar pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e depois em uma comissão especial. Só então vão a plenário.

A PEC fura-teto não seguirá esse rito mais demorado. Será apensada a uma PEC que já está no último estágio de tramitação. Por isso seguirá diretamente ao plenário da Casa. Precisa de 308 votos favoráveis em 2 turnos de votação para ser aprovada.

A partir das 8h desta segunda-feira (12), pais ou responsáveis já poderão realizar as reservas de matrícula online para estudantes novatos do Jaboatão em 2023. A inscrição é feita pelo site e se encerra às 23h59 da sexta-feira (16). 

Posteriormente, a confirmação da matrícula deverá ser feita presencialmente. Para realizar essa segunda etapa, que acontece entre os dias 3 e 5 de janeiro, os pais ou responsáveis devem comparecer à secretaria da escola portando os seguintes documentos: Carteira de Identidade ou cópia da Certidão de Nascimento do estudante (caso seja menor de idade); cópia da Carteira de Vacinação atualizada; foto 3×4; cópia do Cartão SUS e Auxílio Brasil; cópia do Comprovante de Residência (últimos 90 dias); documento de transferência da escola de origem e uma cópia do CPF do responsável pelo estudante ou do aluno maior de idade.

Aqueles que não conseguirem realizar a inscrição neste momento terão outra oportunidade em janeiro. Entre os dias 16 e 19 a reserva online será disponibilizada mais uma vez, no mesmo link. A confirmação presencial para este grupo está prevista para o período entre 25 e 27 de janeiro.

As matrículas para as Escolas Cívico-Militares Natividade Saldanha e Vereador Antônio Januário serão disponibilizadas em outro momento. No entanto, é recomendado garantir a vaga numa escola da rede municipal para então ter acesso à transferência para uma ECIM.

O Ministério da Economia divulgou neste domingo (11) uma carta de esclarecimento em resposta ao que chama de “recente série de declarações infundadas sobre o atual cenário econômico” do país.

“As declarações de que o Estado Brasileiro está ‘quebrado’ não são compatíveis com a realidade”, diz a nota, que lista evolução de indicadores e ações da equipe econômica, como nível de endividamento, compromissos com o funcionalismo público e presença do governo no setor digital.

A divulgação vem após várias críticas do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sobre a situação do orçamento público, feitas na última sexta-feira (9). As informações são da CNN Brasil.

Na ocasião, Lula prometeu para as vésperas do Natal apresentar um quadro sobre o Brasil mapeado pela equipe de transição.

“Quando a transição terminar, vamos apresentar para a sociedade o que encontramos do atual governo. Não vamos fazer um show de pirotecnia. Vamos mostrar como está a situação de tudo para que a sociedade saiba. Porque, se não mostrarmos agora, seis meses depois, estará nas nossas costas os desmandos do atual governo”, disse ele em discurso no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede do governo de transição em Brasília.

Em seu discurso, o presidente eleito agradeceu a senadores que votaram a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Estouro, afirmando que não se trata de uma tramitação do governo Lula. “É para resolver problema do orçamento feito por Bolsonaro”, acusou.

No esclarecimento divulgado pela Economia, o governo destaca, por exemplo, que a dívida bruta do governo geral deverá terminar o ano representando 74% do Produto Interno Bruto (PIB) e superávit primário de R$ 23,4 bilhões, o primeiro desde 2013.

“Será o primeiro governo que encerra o mandato com endividamento em queda: em 2018, a relação dívida/PIB chegou a 75,3%. Demais países emergentes e desenvolvidos têm projeções de crescimento de dívida entre 10,6 pontos e 8,5 pontos percentuais, respectivamente, em comparação com as taxas observadas antes da pandemia”, diz a pasta.

“Governos anteriores ampliaram a relação dívida/PIB em quase 20 pontos do PIB sem enfrentar pandemias ou guerras como a vista no Leste europeu, sem que esses recursos se traduzissem em efetiva melhora na qualidade de vida da população”.

A pasta cita ainda que as medidas de suporte aos entes subnacionais durante a pandemia e as ações de política econômica “resultaram em rápida recuperação da atividade no pós-pandemia, estados e municípios registrarão o segundo ano consecutivo de superávit primário em 2022”.

Por José Nêumanne Pinto*

Furtar os orçamentos públicos, sejam lá quais forem, não é uma prática inovadora na insana republiqueta brasileira. Em princípios dos anos 90 do século passado, um grupo de homúnculos públicos (sem referência jocosa a seus portes físicos, mas a suas atitudes indecentes), despertou ódio generalizado. E ganhou celebridade protagonizando um escândalo que ficou conhecido como dos “anões do orçamento”.

Alguns parlamentares infiltraram-se na Comissão do Orçamento, aproveitando-se do aumento de poder do Congresso Nacional na distribuição de verbas. E amealharam mais de R$ 100 milhões em propinas para favorecer governadores, prefeitos, ministros, senadores e deputados.

O esquema teria sido articulado pelo deputado federal João Alves de Almeida, que fazia parte do colegiado desde 1972. A pretexto de colaborar com o Poder Executivo, ele impedia que colegas parlamentares fizessem mudanças em projetos e, em troca, acertava a inclusão e aprovação de emendas parlamentares entre os gastos oficiais, cujas verbas eram direcionadas para seus redutos eleitorais.

A rapina tornou-se notória em 1993, por iniciativa do economista José Carlos Alves dos Santos, ex-chefe da assessoria técnica da referida comissão, que denunciou as fraudes. Parlamentares remetiam verbas para entidades filantrópicas ligadas a parentes e laranjas. E também acertavam com as empreiteiras Odebrecht, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e OAS a inclusão de verbas orçamentárias para grandes obras, em troca de milionárias comissões.

Segundo o que foi apurado na Comissão Parlamentar de Inquérito do Orçamento, cada deputado recebia entre 5% e 20% do valor da obra. O paulista Eduardo Suplicy, à época senador, chegou a viajar para Nova York para tentar contato com a mulher do delator, a assessora do Ministério da Educação Ana Elizabeth Lofrano. Mas ela tinha sido enterrada viva por sequestradores contratados pelo marido para matá-la e eliminar um arquivo vivo, que poderia denunciá-lo.

Delatado pelos falsos sequestradores, o burocrata foi condenado e preso. Tentou o suicídio na prisão, mas sobreviveu e, 21 anos depois de ser denunciado por fraude, foi beneficiado por indulto após ter cumprido um terço de uma pena de sete anos, nove meses e dez dias de prisão. Em janeiro de 2017, livre, leve e solto, ele fez, em depoimento a Laryssa Borges e Marcela Mattos, da Veja, uma comparação do escândalo que denunciou com as denúncias que levaram às condenações da Lava Jato.

Ele disse o seguinte: “Os lobistas e as empreiteiras estão aí. Eu citei todos eles, e todos eles continuam aí até hoje do mesmo jeito. Evidentemente tudo se aperfeiçoa, mas, em princípio, o esquema da Lava Jato é basicamente igual: uma empreiteira dá dinheiro ao parlamentar. O parlamentar, então, vota a emenda, depois vai lutar pela liberação dos recursos junto ao ministério e ganha mais uma comissão.”

À época e a propósito dos “anões”, publiquei o roman-à-clef Veneno na Veia, no qual dei ao protagonista a identidade fictícia de Marçal, adaptado de Mersault, o assassino do árabe da novela O Estrangeiro, de Albert Camus. Falei sobre essa técnica romanesca de narrar fatos reais com nomes fictícios na conferência intitulada Romance de Gancho: Açougue Literário ou Sopa de Letras para o Povo, que pronunciei num seminário de literatura no Teatro Municipal de Campina Grande.

Na ocasião, descrevi: “Este não é um romance de aventuras, mas o romance de nossa desventura”. Ariano Suassuna gostou tanto da definição que a usou como epígrafe num capítulo de seu póstumo Romance de Dom Pantero no palco dos pecadores.

Mal sabia o gênio do teatro brasileiro que essa frase viria a ganhar nova versão ampliada num caso ainda mais indecente do que o dos “anões”, que inspirou meu livro. Pois nele as cúpulas dos Poderes Legislativo e Executivo se locupletam em plena “transição” do desgoverno fascistoide de Jair Messias Bolsonaro para sua continuação na futura gestão do mais popular líder de esquerda da História do Brasil, o ex-dirigente sindical Luiz Inácio Lula da Silva.

De fato, o orçamento secreto, ao negar transparência e publicidade à destinação de verbas públicas, engendrado por Artur Lira, presidente da Câmara, e Jair Messias Bolsonaro, chefe do Poder Executivo, começa a ser destinado à perenidade. E sob o olhar, se não cúmplice no mínimo complacente, dos chefões das instituições que se dizem garantidoras do prosseguimento das virtudes democráticas numa res publica de verdade.

O Supremo Tribunal Federal (STF) adota passos de cágado para tornar obrigatória a revelação dos beneficiários dos milhões de reais do que é chamado de “emendas de relator”. Exatamente no momento em que, em nome das esmolas que promete distribuir ao povão desassistido, desempregado e faminto, o governo da aliança dos Partidos dos Trabalhadores (PT) e Socialista Brasileiro (PSB) promove o arrombamento do teto dos gastos em R$ 168 bilhões em pelo menos dois anos, mandando para os cafundós conquistas de estabilidade monetária e equilíbrio fiscal usufruídos nestes tristes trópicos desde o Plano Real.

Os “Anões do Orçamento” não são apenas os pioneiros dessa infâmia que vitima os pobres, usados como pretexto para a gigantesca tunga. O mais sórdido dessa repetição, registrada e profetizada pelo ex-economista da Comissão do Orçamento, é que, desta vez, o assalto ao pacto das contas públicas não se faz mais disfarçada. E, sim, explícita. Até recentemente não se sabia ao certo quem mandava e quem servia no uso do pé de cabra para arrombar os cofres da viúva. Seria o presidente da Câmara ou o chefe do desgoverno?

Agora fica tudo claro: todos da elite mandatária são artífices e sócios do furto espetacular, mantido em sigilo eterno: Bolsonaro, Lira e Lula são agentes funerários do enterro do sonho da República democrática e transparente, como devia ser. Os outros beneficiários, protegidos pela desfaçatez, contam com a cumplicidade de grei: são os congregados do segredo satânico da corrupção sistêmica. Sob a indulgência plena dos pontífices do poder que discrimina, em vez de integrar.

*Jornalista, poeta e escritor

Em Brasília, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reúne aliados e os já indicados aos ministérios, neste domingo (11), para discutir o organograma das futuras pastas. A informação foi confirmada pelo recém-indicado à Casa Civil, o ex-governador da Bahia Rui Costa, na última sexta-feira (9) e confirmada pela assessoria de Lula ao Metrópoles.

A equipe de transição do futuro presidente espera que o mesmo tenha o mapa da ministério a ser desenhado sob os moldes de “Lula 2” de governo: “O presidente [Lula] disse que, em linhas gerais, vai trabalhar com o organograma do Lula 2, do segundo modelo de governo. Os ajustes serão definidos no domingo, mas será o esqueleto do Lula 2.”, disse.

Até o momento, Aloizio Mercadante, Rui Costa e Randolfe Rodrigues estão confirmados. Lula também marcou conversas individuais com cada.

A expectativa é de que Lula anuncie pelo menos mais 10 nomes para a Esplanada nesta semana. A data esperada é 12 de dezembro, após diplomação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Clique aqui para ler a matéria na íntegra.

O Banco Central anunciou que retomará o processo de devolução de valores esquecidos pelos clientes em contas bancárias. Segundo a autoridade, há R$ 3,6 bilhões disponíveis para saque, e cerca de 32 milhões de brasileiros ainda teriam saldo a receber. Desse total, cerca de 500 mil pessoas teriam direito a recuperar mais de R$ 1 mil.

O Sistema Valores a Receber (SVR) foi lançado em janeiro de 2021, e já fez o retorno de R$ 2,3 bilhões para 7 milhões de clientes pessoa física e 300 mil empresas. A devolução de valores foi interrompida em abril deste ano, em razão de uma greve dos servidores do Banco Central, e não foi retomada ainda. As informações são do Metrópoles.

De acordo com um comunicado divulgado pelo BC nesta semana, o SVR voltará a receber informações dos bancos a partir de janeiro. Não há, ainda, uma data oficial para os saques voltarem a acontecer, mas a expectativa é que o sistema seja aperfeiçoado ao longo do ano que vem.

Além de saldos esquecidos em contas e aplicações financeiras, espera-se que a próxima fase contemple o estorno de tarifas cobradas de forma indevida pelas instituições financeiras e obrigações de crédito não previstas em contrato.

Segundo o BC, estes são os perfis dos brasileiros que teriam algum valor a receber:

• 23,58 milhões de clientes têm direito a receber até R$ 10;
• 7,94 milhões têm entre R$ 10,01 e R$ 100;
• 2,86 milhões têm entre R$ 100,01 e R$ 1 mil;
• 476,5 mil têm acima de R$ 1 mil.

Herdeiros e representantes legais

Outra possível mudança é a possibilidade de herdeiros e representantes legais poderem sacar recursos de contas de pessoas falecidas ou incapacitadas. Esse era um aspecto previsto no plano de voo do Banco Central, mas não foi integrado em razão da interrupção de acesso ao SVR.