Novembro, o abre alas das festas de fim de ano

Novembro abriu, ontem, as suas cortinas. Devido às inúmeras ocasiões para comemorar os mortos, é conhecido como o mês do luto, da reflexão e das lembranças. O luto se reporta à lembrança dos soldados alemães mortos nas duas guerras mundiais.

Novembro é o décimo primeiro mês do ano no calendário gregoriano. Seu batismo vem da palavra latina novem (nove), dado que era o nono mês do calendário romano, que começava em março. Em meio ao clima de luto, como o Dia dos Finados nesta segunda virada do calendário de novembro, o mês nos leva também a entrar no clima das festividades de fim de ano.

Novembro abre as portas para dezembro, mês para se olhar pelo retrovisor e saber ser grato pelas conquistas ao longo do ano. Melhor enxergar a derivada positiva. Em alguns momentos deste 2022 foi possível transformar pedras em flores, construindo um jardim florido.

Já é novembro! O tempo passa depressa, tão depressa que nem sentimos. Então, já é novembro! Seja bem-vindo, novembro! Já sinto o cheiro de final de ano no ar. Que venham as comemorações! Mas, por favor novembro, seja inesquecível! Traga tudo que for leve e necessário para transbordar o coração. Traga todos os sorrisos que outubro me roubou, seja um tempo de calmaria.

Traga suas lindas cores, seu calor e o canto dos pássaros, lembranças de noites felizes diante da luz da lua, seja como a primavera da vida, trazendo esperança de dias melhores, o amor em flor. Primavera faz lembrar os jardins, de rosas e jasmins. Não importo se tem espinhos, a rosa será sempre rosa que enfeitam os jardins, o jasmim será sempre o incenso que perfuma, que cede aos encantos de sua beleza.

Arrasa, novembro!

Sem risco de ruptura

O presidente Jair Bolsonaro (PL) reconheceu, ontem, finalmente, depois de 44 horas de suspense, a derrota para o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Foi uma fala vapt-vupt. “Enquanto presidente da República, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição”, declarou. Esse trecho trouxe tranquilidade ao País.

Diante do sumiço do presidente, desde a noite do último domingo, havia especulações de toda natureza, inclusive de que estava em curso um movimento de ruptura institucional. “Sempre fui rotulado de antidemocrático e, ao contrário dos meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição”, disse.

Para acrescentar: “Nunca falei em controlar ou censurar a mídia e as redes sociais. Enquanto presidente da República, este cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição”. Bolsonaro se isolou no Palácio da Alvorada na noite de domingo, inclusive declinou a visita de aliados. As luzes da residência oficial foram apagadas às 22h04 do mesmo dia.

Na manhã de segunda-feira, o presidente recebeu a visita do vice da sua chapa, general Walter Braga Netto (PL), e de seu filho mais velho, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que foi um dos coordenadores de sua campanha pela reeleição.

Depois, foi ao Palácio do Planalto, sede do governo, onde se reuniu com o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira. Também na segunda-feira, Flávio Bolsonaro reconheceu a derrota do pai em suas páginas nas redes sociais e agradeceu o apoio de eleitores de Bolsonaro. “Vamos erguer a cabeça e não vamos desistir do nosso Brasil”, disse no Twitter.

Como no domingo, o presidente apagou as luzes no Alvorada de noite, mas fez isso mais cedo na segunda-feira, por volta de 19h. Ainda no domingo, antes do anúncio do resultado, Bolsonaro recebeu a ligação de Alexandre de Moraes, o presidente do TSE. O ministro o informou que a Justiça Eleitoral estava apta a anunciar o eleito no pleito e que proclamaria o resultado.

Moraes cumprimentou tanto Bolsonaro quanto Lula pela participação na eleição. Moraes afirmou, em entrevista a jornalistas, que o chefe do Executivo o atendeu com “extrema educação”. Disse não haver “nenhum risco real” de contestação do resultado das eleições de 2022. “Se houver contestações dentro da regra, elas serão analisadas normalmente”.

Reação fria do mercado – O mercado aguardava com expectativa a declaração de Bolsonaro, mas o discurso foi pouco representativo para a formação de preço dos ativos. Tanto que não houve qualquer reação do mercado. O fato de ele não discursar falando sobre a vitória de Lula não influencia no mercado. Até agora só existe especulação e rumores em relação a atos antidemocráticos e nada que tenha se concretizado. Mas as manifestações podem começar a gerar impactos na economia real como desabastecimento, cancelamento e atrasos de voos. E isso deve ficar no radar dos investidores.

Câmara no Ministério – Em entrevista, ontem, ao Frente a Frente, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, admitiu que o partido venha a participar do futuro Governo Lula, mas negou que já tenha ocorrido alguma sinalização nessa direção. Quanto ao nome do governador Paulo Câmara, já especulado pela mídia nacional como um dos cotados para despachar na Esplanada dos Ministérios a partir de janeiro, Siqueira disse que o partido tem excelentes quadros, entre eles o governador pernambucano. “Mas não chegamos a esse estágio ainda de discussão de nomes”, ressaltou.

Já bateu asas – Uma ausência chamou a atenção no pronunciamento do presidente. O ministro das Comunicações, Fábio Faria (PP), que também atuou na coordenação da campanha, não esteve presente. Segundo aliados de Faria, ele decidiu retornar para casa, em São Paulo, porque alegou que precisava tirar uns dias para descansar, mas que continuaria ajudando remotamente. Ontem, ele esteve no Palácio do Planalto durante algumas reuniões com o presidente. O ministro afirmou que teve autorização de Bolsonaro para viajar.

Start da transição – Logo depois do pronunciamento, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, reconheceu a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e disse que foi autorizado a iniciar a transição do governo quando o PT formalizar Geraldo Alckmin na coordenação desse processo. “O presidente Jair Messias Bolsonaro me autorizou, quando for provocado, com base na lei, nós iniciaremos o processo de transição”, disse o ministro. O PT anunciou Alckmin como coordenador da transição. Também estarão na coordenação a própria Gleisi e Aloizio Mercadante, que coordenou o programa de governo de Lula.

Derrota reconhecida – O Supremo Tribunal Federal divulgou nota afirmando que o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro (PL) teve “importância” por “garantir o direito de ir e vir” e “reconhecer o resultado final das eleições”. “O Supremo Tribunal Federal consigna a importância do pronunciamento do Presidente da República em garantir o direito de ir e vir em relação aos bloqueios e, ao determinar o início da transição, reconhecer o resultado final das eleições”, diz a curta nota divulgada pela Corte.

CURTAS

REAÇÃO DO PT – Petistas avaliaram que o presidente Jair Bolsonaro perdeu a chance de fazer um “gesto de grandeza”, ao não reconhecer, em seu primeiro discurso após a eleição, sua derrota para Lula. Aliados do presidente eleito ponderaram, contudo, que não tinham qualquer expectativa de que Bolsonaro fizesse ele próprio uma sinalização de pacificação.

NO SUPREMO – Logo após fazer o pronunciamento, o presidente Jair Bolsonaro (PL) foi ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ele chegou à sede da Corte, na Praça dos Três Poderes, em Brasília, por volta das 17h40. Bolsonaro entrou pela garagem e seguiu para o gabinete da presidente da Corte, ministra Rosa Weber, que estava reunida com outros ministros do STF.

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