Brasileiro que tentou atirar na cabeça de Cristina Kirchner se nega a falar em depoimento

O brasileiro Fernando André Sabag Montiel, acusado de tentar assassinar a vice-presidente Cristina Kirchner, recusou-se a depor na noite de ontem, informa a imprensa Argentina. Ele foi levado perante a juíza federal María Eugenia Capuchetti e o promotor Carlos Rívolo, que o interrogaram na sede da Polícia Federal, em Buenos Aires.

Montiel ouviu a leitura dos fatos de quinta (1º), reclamou de um golpe no olho que teria recebido no momento em que foi agarrado e retirado do local do ataque, logo após tentar disparar um tiro contra a cabeça da vice-presidente argentina, e, na sequência, se negou a responder perguntas. As informações são do G1.

Os magistrados se deslocaram da Justiça Federal de Retiro para as dependências da Polícia Federal no bairro de Palermo, em Buenos Aires, onde o agressor está detido desde a noite de quinta.

A imprensa argentina informa ainda que a Justiça Federal investiga se o brasileiro agiu sozinho ou se há mais envolvidos no caso. Sabag Montiel é até agora o único acusado no processo de tentativa de homicídio.

O ataque ocorreu na noite de quinta-feira, quando Cristina Kirchner cumprimentava seguidores na porta de sua casa. O brasileiro apontou uma pistola para a cabeça da vice-presidente, mas a arma falhou.

A juíza Capuchetti e o promotor Rívolo já ouviram 30 depoimentos, incluindo o da ex-presidente, que os recebeu em seu apartamento, na Recoleta. Ela falou por 50 minutos.

Divulgados nas últimas três semanas, os resultados das pesquisas do Ipec, contratadas pela TV Globo e afiliadas, em 25 estados e no Distrito Federal revelam um primeiro desenho do mapa da disputa presidencial, após o início da campanha.

Os números indicam que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por enquanto, conseguiu avançar na conquista de eleitores, na comparação com Fernando Haddad (PT), em regiões que deram vitória ao presidente Jair Bolsonaro no segundo turno da eleição de 2018, mas também mostram que os dois candidatos ao Palácio do Planalto estão tecnicamente empatados, considerando a margem de erro, em seis estados, incluindo o populoso Rio de Janeiro. As informações são do blog Pulso, do O Globo.

O levantamento feito pelo GLOBO, que compilou todas as pesquisas disponíveis — a sondagem sobre a disputa no Pará só será divulgado hoje pelo Ipec —, aponta que Lula, à frente na corrida a nível nacional com 12 pontos de vantagem, lidera até o momento em 14 estados. São eles todos os do Nordeste, tradicional reduto de seu partido nas últimas eleições, mas também São Paulo e Minas Gerais —maiores colégios eleitorais do país—, Amazonas, Rio Grande do Sul e Tocantins. Nas quatro primeiras unidades da federação, Bolsonaro conquistou maioria há quatro anos.

Ranking

Bolsonaro, por outro lado, está à frente na corrida presidencial em cinco estados e no Distrito Federal, locais onde também venceu no pleito passado. O grupo inclui Santa Catarina, onde marca 50% das intenções de voto. No Distrito Federal, o presidente está sete pontos à frente de Lula, com 38%. Em Roraima e Rondônia, chega a marcar, respectivamente, 66% e 54%, seus melhores desempenhos. Bolsonaro também tem vantagem sobre Lula no Acre (23 pontos) e no Mato Grosso (18 pontos).

Lula tem seus melhores resultados no Piauí e no Maranhão, onde chega às marcas de 69% e 66% das intenções de voto, respectivamente. Sua vantagem sobre Bolsonaro é menor no Tocantins (7 pontos), no Rio Grande do Sul (8 pontos) e em São Paulo, em que aparece com 40% dos votos, contra 31% do atual presidente. Nesses estados, a vantagem do petista fica abaixo da média nacional.

Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB), por sua vez, se destacam nos seus respectivos estados. Ciro chega a 14% e empata em segundo lugar com Bolsonaro no Ceará, enquanto Tebet marca 8% dos votos no Mato Grosso do Sul, onde fica na terceira posição, à frente do pedetista.

Professora de Ciência Política da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (PPGCS), Mayra Goulart destaca que um fator relevante para entender a mudança no desempenho de Bolsonaro em estados em que venceu na eleição de 2018 é sua avaliação de governo, que sofreu desgaste na pandemia e com o desembarque de apoiadores identificados com a bandeira do combate à corrupção. Um exemplo é São Paulo, que tem um histórico de antipetismo, mas no qual Lula aparece neste momento à frente.

— Na eleição presidencial, o PT não fica à frente em São Paulo há muitos anos, porque lá o antipetismo é muito forte. Em estados onde se tem uma concentração relevante de camadas com renda alta e média, o desgaste de Bolsonaro com lideranças da direita acaba fazendo diferença. Há ainda um desembarque do lavajatismo da base de apoio de Bolsonaro após a pandemia.

As pesquisas do Ipec apontam que as intenções de voto em Bolsonaro e Lula costumam acompanhar a avaliação do governo federal. Quanto pior é avaliada a gestão de Bolsonaro, mais votos tende a ter o petista, e vice-versa. Em ao menos 14 estados, o índice dos que consideram o governo ruim ou péssimo supera o daqueles que o avaliam como ótimo ou bom. Em cinco deles, todos na Região Nordeste, a avaliação negativa alcança metade ou mais dos entrevistados. O contrário — o governo é ótimo ou bom para maioria — é observado em Rondônia e Roraima.

Nos estados em que ambos estão tecnicamente empatados, o índice de voto ruim ou péssimo é maior que o ótimo ou bom no Rio. No Paraná, em Goiás e no Mato Grosso do Sul, a avaliação positiva supera a negativa. Em todos esses estados, onde agora empata com Lula, Bolsonaro teve mais de 60% dos votos válidos no segundo turno de 2018.

O Amapá, por sua vez, registra o cenário mais dividido do país. Não apenas Lula e Bolsonaro têm exatamente o mesmo percentual de votos, 39%, como o índice de quem avalia o atual governo como ruim e péssimo é o mesmo de quem o considera ótimo ou bom, 35%. No estado, PT e PL apoiam o mesmo candidato a governador, Clécio Luís (Solidariedade), que lidera a disputa, segundo o Ipec.

Estratégias

No caso de Lula, será justamente o Sudeste o foco das últimas semanas da campanha, com concentração de atos em Minas Gerais. No Rio, onde a disputa é mais equilibrada com Bolsonaro, o petista fará de forma mais efetiva ações de panfletagem mirando eleitores evangélicos em locais de grande circulação. A ideia é distribuir conteúdos que misturam versículos bíblicos com mensagem político. Outra região que deve receber atenção é o Sul. A campanha também avalia a possibilidade de uma passagem pelo Centro-Oeste. A estratégia é buscar o chamado “voto útil” de eleitores indecisos ou que declaram voto em Ciro e Tebet.

Já a equipe de Bolsonaro vai insistir no discurso sobre corrupção, para aumentar a rejeição ao ex-presidente. A ideia é seguir explorando o tema nas falas do presidente e nas redes sociais, como fez no debate da Band, no domingo passado, quando Bolsonaro abriu sua participação questionando o petista a respeito do assunto. A campanha também vai focar em recentes índices positivos da economia, como o crescimento de 1,2% do PIB (Produto Interno Bruto), acima da expectativa, e o recuo do número de desempregados para 9,1% em julho.

A expectativa dos aliados do presidente era o que o Auxílio Brasil, que aumentou para R$ 600 e começou a ser pago em agosto, já fosse sentido nas pesquisas, mas o resultado ainda não apareceu. A avaliação de alguns integrantes do comitê de campanha de Bolsonaro é que apontar os números favoráveis da economia pode ter um impacto melhor para o eleitorado. 

A cantora e compositora Cristina Amaral se apresenta hoje, no palco da Seresta, no Sítio Histórico de Igarassu. O show compõe a programação do Igarafest e é gratuito. O público poderá conferir sucessos do eterno boêmio, dentre eles estão “A volta do boêmio”, “Fica comigo esta noite”, “Negue”, “Maria Bethânia” e muito mais.

Cristina sobe ao palco às 23h, acompanhada dos músicos Augusto Silva (bateria), Bené Sena (guitarra e violão), Vertinho Goes (trompete), Paulinho Bustorff (percussão), Thiago Albuquerque (teclado) e Jefferson Cupertino (baixo e produção musical).

O projeto de iluminação é assinado por Arnaldo Mariano (Artluz), a Produção Executiva é de Breno Falcão e Direção e Idealização de Saulinho Aleixo.

*Por José Américo

Caro Magno, lendo o seu poema, publicado hoje, quero dizer que é um texto e um sentimento lindos, o amor à sua terra, a mulher amada, o nome disso é redenção.

Sou de uma geração que ouviu os Beatles e Roberto, que leu Hesse e o seu Sidarta, a orelha de qualquer coisa de John Donne, este, de sincero amor às mulheres e à humanidade, de João Cabral, filho das usinas de Pernambuco e aquele que elimina nosso pieguismo, o homem de pés fincados no chão.

Você escreveu uma das mais belas páginas em língua portuguesa, isso é para sempre. Feliz é Afogados da Ingazeira. Sua amada Nayla deve estar rezando e brilhando igual as estrelas de Bilac, que o nosso conterrâneo Josesito Padilha recitava para os seus filhos no seu exílio no Uruguai. O que somente a mulher amada pode provocar na gente.

“Ora direis ouvir estrelas!
Certo, perdeste o senso!
E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto,
E abro as janelas, pálido de espanto”. Olavo Bilac.

Não podia deixar de fazer esse merecido e justo registro. O presidente do Grupo EQM, Eduardo Monteiro, tem esse mesmo sentimento em relação a você.

*Diretor da Folha de Pernambuco

Não exagera quem questiona hoje se política é o único assunto nas redes sociais. Em agosto, o número de menções aos candidatos à Presidência aumentou mais de sete vezes. Com isso, passou de 2,9 milhões, de julho, para 20,9 milhões de postagens, no mês passado. Os dados constam de relatório da Torabit, empresa parceira do Estadão no Monitor de Redes Sociais.

O crescimento na popularidade dos candidatos, de 620%, está relacionado ao início da campanha, no dia 16, e a eventos que atraíram o interesse dos eleitores. Os destaques são as sabatinas do Jornal Nacional, da TV Globo, e o debate organizado por Band, Cultura, UOL e Folha de S.Paulo. As informações são do Estadão.

O nome mais citado entre os concorrentes ao Palácio do Planalto é o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 44,4% dos posts monitorados no Twitter, Instagram, Facebook e YouTube. A métrica engloba tanto menções positivas quanto negativas. Já o presidente Jair Bolsonaro (PL) é o segundo, com 40,5%, e reduziu a distância em comparação com julho. Os demais candidatos são bem menos comentados, mas cresceram com aparições na mídia tradicional.

“O que se passa na TV e no rádio interfere nas redes sociais”, diz Maria Paula Almada, pesquisadora do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Democracia Digital (INCT.DD), da Universidade Federal da Bahia (UFBA). “O material de debates, horário eleitoral e entrevistas ao Jornal Nacional reverbera tanto entre apoiadores quanto adversários, que vão tirar o que houve de negativo para circular nas redes.”

Bolsonaro protagonizou um episódio de engajamento na internet ao se envolver em confusão com o youtuber Wilker Leão, no Palácio da Alvorada. O youtuber gritou ofensas contra o presidente e o chamou de “tchutchuca do Centrão” enquanto filmava a cena, até que Bolsonaro parte em sua direção, puxa-o pelo braço e tenta tomar o celular.

O termo chegou ao primeiro lugar dos trending topics mundial do Twitter, alavancado por opositores. Das 386 mil menções, 90,8% foram negativas, o que inclui piadas e memes. Perfis chamaram o presidente de “ladrão de celular” e criaram uma letra de funk com nomes de aliados e referências ao “orçamento secreto”.

A militância bolsonarista, por outro lado, conseguiu mobilizar apoiadores para a convocação dos atos do dia 7 de Setembro, quando se comemora o Bicentenário da Independência. Aliados e o próprio presidente também exploraram entrevistas concedidas aos podcasts Flow, Ironberg e Cara a Tapa.

Lula ganhou o reforço do deputado federal André Janones (Avante-MG), que era responsável por cerca de 1,2 mil menções diárias. O apoio do parlamentar, por exemplo, proporcionou uma das lives mais comentadas no Facebook.

Assim como quando recebeu a adesão à sua candidatura da cantora Anitta, Lula virou assunto com a declaração de voto de celebridades como o ator Bruno Gagliasso e a cantora e ex-BBB Juliette.

O principal desafio do petista é se sobrepor ao fluxo de menções negativas em referência à corrupção. Assim como em julho, o assunto foi o mais citado em posts sobre Lula, com incidência de 21%. Foi também o tema escolhido por Bolsonaro para confrontar o adversário no debate.

No YouTube, o vídeo do apoio de Lula à tolerância religiosa e à manutenção das igrejas em seu governo foi o destaque de visualizações. Foram mais de 5,5 milhões de pessoas alcançadas graças ao impulsionamento. A campanha gastou pouco mais de R$ 2 milhões em anúncios no Google – dos quais R$ 1,61 milhão apenas na plataforma de vídeos online.

Para Maria Paula, o investimento em ataques mútuos por Bolsonaro e Lula pode ter efeito contrário. “A campanha negativa é ruim para ambos os candidatos porque os dois têm uma taxa de rejeição altíssima. Essa estratégia fará com que a rejeição aumente ainda mais.”

Corrupção, diz Stephanie Jorge, cofundadora da Torabit, ainda que não seja uma agenda prioritária para as campanhas, mobiliza os internautas. “É um assunto sempre em alta nas buscas das eleições.”

Para ela, é importante que as campanhas, em especial as que estão no pelotão da retaguarda, como a de Ciro Gomes (PDT) e a de Simone Tebet (MDB), invistam em “conteúdo, constância e interação” como os principais elementos para manter o crescimento. Ciro e Simone aumentaram a popularidade nas redes ao participarem das sabatinas do Jornal Nacional e com o início do horário eleitoral em rádio e televisão, além do debate da Band – que também beneficiou Soraya Thronicke (União Brasil) e Felipe d’Avila (Novo).

O pedetista foi o terceiro em melhor desempenho na amostra de posts com a hashtag #JornalNacional. Ele também explorou a entrevista para o programa Roda Viva, da TV Cultura, em suas páginas oficiais. Por outro lado, precisou lidar com críticas na internet por apresentar uma peça de propaganda que mostrava uma barragem se rompendo como forma de defender uma alternativa para a polarização política.

Simone, que teve audiência menos expressiva na sabatina, recuperou-se com o debate da Band. Ela e Soraya tiveram cerca de 10% das menções cada nas redes, mais do que o triplo do desempenho esperado. Parte dessa popularidade é explicada por ataques bolsonaristas – no caso de Soraya, uma das estratégias foi chamá-la de “traíra” pelo fato de ter apoiado Bolsonaro em 2018.

O cantor, ator, escritor, humorista e diretor Moacyr Franco sobe ao palco do Teatro RioMar, próximo dia 18, a partir das 19h, em um show memorável com seus grandes sucessos. No repertório, mais de 30 canções que marcaram gerações e embalaram seus mais de 60 anos de carreira. Os ingressos estão à venda no site Uhuu e na bilheteria do teatro.

*Por Everardo Maciel

O debate eleitoral, até o momento, não tem sido animador, pela escassez de propostas voltadas para a superação dos inúmeros problemas do País. Ao contrário, prevalecem grosserias pessoais, proposições demagógicas ou ingênuas, insistente recitação de estatísticas mal decoradas ou insubsistentes.

Acumulamos uma robusta agenda de problemas, que este artigo não tem a pretensão de esgotar. A despeito disso, dedico algumas linhas ao que entendo deveriam ser prioridades em um programa de governo: erradicação da pobreza e reforma do Estado.

Transferências de renda para os vulneráveis, como ocorre há décadas, constituem programas indispensáveis. Porém, é imperioso que se façam acompanhar de iniciativas que impliquem ascensão social dos pobres mediante a conversão do auxílio em emprego. Sem isso haverá a perpetuação de um quadro que tão somente aproveita ao populismo, em permanente flerte com o autoritarismo.

Reforma do Estado não pode ser confundida com propostas que se limitam a definir regras de ascensão ou contratação de servidores públicos. Tem que ser algo muito mais ambicioso: instituição de um conjunto de parâmetros de eficiência, sustentabilidade e responsabilidade social de observância obrigatória; implementação de um sistema nacional de gestão moderna na educação, saúde e segurança públicas e na rede prisional; implantação de um programa permanente de desburocratização; restabelecimento da ordem orçamentária; reestruturação do gasto público, procedendo-se ao controle de sua evolução; reforma do Poder Judiciário, com ênfase na racionalização dos processos decisórios e eliminação das patologias processuais; fixação de padrões de remuneração para os servidores de todos os Poderes, com eliminação de penduricalhos, férias em dobro, turnos especiais e indenizações diversas, e com observância estrita do teto de remuneração; disciplinamento da participação do Estado na gestão das estatais e fixação de critérios objetivos para a privatização.

O enfrentamento da pobreza e das previsíveis turbulências fiscais vai demandar receitas extraordinárias. Felizmente, é possível gerar essas receitas fiscais sem onerar os contribuintes que investem na economia real, promovendo-se a supressão dos privilégios das aplicações no mercado financeiro e em paraísos fiscais, a eliminação de brechas fiscais e a redução do contencioso fiscal por meio de um ousado programa de transação.

É certo que essa pauta encerra problemas complexos sem soluções triviais. Mas não custa refletir e propor.

*Ex-secretário da Receita Federal

Primeiro no Cedro, depois em Salgueiro, a campanha de Miguel Coelho ao Governo de Pernambuco deu uma mostra de seu impacto no Sertão. Ontem, o candidato a governador pelo União Brasil esteve nas duas cidades promovendo carreatas pelas ruas sertanejas. Reduto de origem de Miguel, o Sertão é a região que o ex-prefeito de Petrolina reúne mais aliados políticos.

Na primeira carreata, no Cedro, o cortejo foi organizado pela prefeita Marly Quental e o ex-prefeito Neguinho. À noite foi a vez da cidade de Salgueiro. No município sertanejo, Miguel Coelho tem o apoio do grupo da oposição liderado pelo candidato a deputado estadual Fabinho Lisandro e pelo ex-prefeito Clebel Cordeiro, além de nove vereadores.

“Chegou a hora de Salgueiro escolher entre o atraso, a fome, o desemprego, a desesperança ou poder contar com desenvolvimento, oportunidade e dignidade. Em Petrolina, pudemos mostrar o nosso trabalho e deixar a cidade com a melhor educação, a que gera mais empregos. O que eu peço é uma oportunidade. Ninguém quer saber mais de governador fraco e omisso, a gente quer um governador que tenha vontade de cuidar de quem mais precisa”, afirmou Miguel ao povo de Salgueiro.

Serrita – Miguel também cumpriu, ontem, agenda na Capital do Vaqueiro. O candidato a governador participou de um encontro com moradores de Serrita organizado pelo ex-prefeito de quatro mandatos Carlos Cecílio. A reunião teve também a presença do deputado federal Fernando Filho, do estadual Antonio Coelho, do vice-prefeito de Araripina, Evilásio Mateus, e os ex-prefeitos Erivaldo Oliveira (Serrita) e Túlio Alves (Bodocó).

*Por Marcelo Tognozzi

Quando Camões decidiu iniciar os versos do seu “Lusíadas”, falando das armas e dos barões assinalados, não poderia supor que uma descendente de um destes bravos guerreiros seria a 1ª mulher a governar um pedaço de terra no novo mundo. Dona Brites Albuquerque tinha 55 anos quando Luiz de Camões publicou seu poema épico sobre a alma e as conquistas do reino português cantadas em 7.544 versos e 943 estrofes.

Ela tinha 18 anos em 1535. Desembarcou do navio acompanhando o marido Duarte Coelho, 1º donatário da capitania de Pernambuco. Sobrinha do barão assinalado Afonso de Albuquerque, que comandou expedições à Índia, e filha do Conde de Penamacor, Lopo de Albuquerque, dona Brites foi forjada para ser uma mulher forte, determinada e dura na queda. Os Albuquerques entendiam de poder: seu tio guerreiro e desbravador, seu pai embaixador em Roma.

Tomé de Souza envia Duarte para ocupar Pernambuco. Ele se estabelece com Brites, 32 anos mais nova. Governa até sua morte em 1554, aos 69 anos. Na sua mão, a capitania se transforma no maior produtor de açúcar do mundo. É este o pedaço de chão que dona Brites passará a governar aos 37 anos. Ela foi a precursora do poder feminino por estas terras, deixou sementes germinando ao longo dos séculos.

Agora, quase 500 anos depois de dona Brites, Pernambuco virou novamente protagonista do poder feminino. As estrelas desta eleição se chamam Marília Arraes, Raquel Lyra e sua vice Priscila Krause. Marília está em 1º lugar na disputa pelo governo. Raquel, em 2º. Não há nada parecido no Brasil como o que está acontecendo em Pernambuco, porque estas candidaturas nasceram muito maiores do que os partidos pelos quais concorrem. Pernambuco, substantivo masculino, assim como Recife, revelou seu lado feminino poderoso, envolvente e sagaz.

Marília Arraes, 38 anos, neta do mitológico Miguel Arraes, já era a favorita para o governo quando o PT anunciou seu apoio ao obscuro deputado Danilo Cabral do PSB. Marilia saiu do partido e filiou-se ao Solidariedade, que bancou sua candidatura. Outro dia, Lula levou Danilo até Garanhuns, sua terra natal, tentou dizer ao povo que ele era seu candidato, mas o povo falou mais alto gritando o nome de Marília, que faz campanha grávida do 2º filho e é mãe de Maria Barbara, de apenas 7 meses.

Em 2020 ela disputou a prefeitura de Recife e perdeu a parada para o primo João, filho e herdeiro do ex-governador Eduardo Campos, na época com apenas 26 anos. A mãe de João, Renata, é dona de um temperamento forte, faz política nos bastidores, aparece pouco e manda muito. Antes de morrer, Eduardo elegeu Paulo Câmara governador e Geraldo Júlio prefeito do Recife. Nenhum dos 2 era, digamos, uma Brastemp. O dono do poder deles eram Eduardo e, por extensão, dona Renata. Eduardo morreu tragicamente em 2014.

João se elegeu deputado federal em 2018 e, em 2020, pegou logo o 1º cargo disponível e virou prefeito do Recife. A ascensão de Marília, com seu carisma avassalador, virou uma pedra no sapato do PSB, há quase 20 anos dominando a política pernambucana.

Raquel é prefeita de Caruaru, filha de João Lyra Neto, que foi vice de Eduardo Campos. Lyra governou Pernambuco por 9 meses quando Eduardo Campos renunciou para disputar a presidência da República. Eduardo saiu da vida para entrar para a História quando seu avião se espatifou em Santos.

Agora, Raquel, 43 anos, filha de João Lyra, se uniu a Priscila, de 44, filha de Gustavo Krause, ex-vereador, ex-deputado federal, ex-vice de Roberto Magalhães e governador de Pernambuco por 9 meses, entre maio de 1986 e março de 1987. Krause foi um dos políticos pernambucanos mais turbinados da sua geração. Itamar o nomeou ministro da Fazenda e FHC o escolheu para comandar o Meio Ambiente. Priscila, deputada estadual, faz política em modo turbo como o pai.

Na última pesquisa do Ipec, Marilia cravou 33% e a chapa Raquel-Priscila 11%. Se as 3 tivessem se unido em chapa única, provavelmente ganhariam no 1º turno, dando um banho de urna nos adversários. Unir as 3 políticas mais poderosas de Pernambuco, guerreiras demais, seria tarefa quase impossível. Acho que nem dom Hélder Câmara daria conta do recado.

Mas o que o destino separou agora, talvez possa no futuro unir. Ninguém é capaz prever, mas lá de cima a ex-deputada Cristina Tavares pode se animar e dar uma forcinha. Cristina foi uma das primeiras mulheres a chegar à Câmara dos Deputados, numa época em que a política era um substantivo feminino dominado pelo sexo masculino.

Esta eleição de 2022 deixará uma herança interessante para os pernambucanos. Nas próximas décadas a política do Estado passará por Marília, Raquel e Priscila. Elas terão pela frente muitas batalhas. São 3 guerreiras herdeiras de dona Brites, em cujas veias corria o sangue da coragem dos barões assinalados de Camões.

Depois de perder o marido em 1554, Brites viu os filhos Duarte e Jorge embarcarem para Portugal por ordem do rei D. Sebastião, prestes a entrar em guerra contra os mouros do Marrocos. Oficiais do exército da coroa, Duarte e Jorge morreram em 4 de agosto de 1578, na Batalha de Alcácer-Quibir, ao lado daquele rei que saiu da vida para virar lenda. Na primavera de 1584, dona Brites estava em sua casa em Olinda, quando entregou a alma ao senhor Jesus Cristo, viajou ao firmamento e finalmente pode rever o marido e os filhos que tanto amava.

*Jornalista

Bateu saudade das flores do campo. Saudade do meu Sertão, do cheiro do marmeleiro, do aroma da flor do mandacaru. Jesus nos aconselha a olhar as flores do campo. No meu Sertão, quando me meto nas suas campinas, as flores começam a falar. As rosas falam comigo por lá.

Mas Cartola já disse que as rosas não falam, que bobagem minha! Elas simplesmente exalam o perfume roubado da amada. Não me queixo às rosas, como Cartola cantou em As rosas não falam. Como posso me queixar se quando olho para os campos os meus pensamentos só são os campos e suas flores?

Nos campos do meu Sertão há árvores, brisa que chega pelo cair da tarde silenciosa, céu azul, sem nuvens, riachos, insetos, pássaros. Os campos são uma entidade, belos em liberdade, tocados pela brisa, pelo sol, pelo meu olhar.

Céu azul, depois de chuva no meu Sertão, é uma felicidade. Suas folhas secas renascem nos dando um banho de perfume. Elas florescem do nada, num instalo. As fluorescências do meu Sertão são mais bonitas que as fluorescências do Agreste, mil vezes mais românticas. O mundo, tenho razão de dizer, minha Nayla, são dos românticos.

São dos românticos as mais lindas palavras de amor ditas no silêncio de um olhar, naquilo que o vento faz ao fogo: apaga o pequeno, inflama o grande. Romântico é sentir um turbilhão de sentimentos dentro de um corpo que emana amor. O amor não se vê com os olhos, mas com o coração.

Olhai os lírios dos meus campos sertanejos! Verás o brilho das estrelas nas noites tranquilas, a música das flautas na solidão das colinas, o cheiro do capim molhado de orvalho, a luz no meio do céu, o brilho da lua, a solidão da madrugada quebrada pela sinfonia dos pássaros.