Como o Poder360 mostrou, o Auxílio Emergencial de R$ 600 distribuído pelo governo em 2020, na pandemia, demorou cerca de 4 meses para surtir efeito positivo na avaliação do presidente, segundo dados do PoderData à época.
Para Rodolfo Costa Pinto, coordenador do PoderData, no entanto, um aspecto importante a ser considerado é que a comunicação de Bolsonaro estará muito mais ativa e ágil neste momento de campanha, ou seja, poderá levar de forma mais rápida a mensagem de que foi seu governo o responsável pelo aumento do benefício neste momento.
“Se antes levou de 3 a 4 meses para o benefício social fazer efeito, durante a campanha há uma comunicação mais direta com a população, o que pode acelerar o efeito eleitoral”, disse.
O Congresso aprovou e promulgou nesta semana a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que aumentou o auxílio e criou novos benefícios a 80 dias da eleição. Ainda não há, porém, data definida para que o governo comece a pagar o valor mais alto.
Ao PoderDataCast, Feuerwerker disse ainda que uma eventual vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no 1º turno depende primordialmente de 2 fatores.
“Depende de Bolsonaro não conseguir reduzir significativamente a diferença que tem entre ele e Lula no 1º turno, e, eventualmente, Lula conseguir ‘lipoaspirar’, digamos assim, as intenções de votos que tem Ciro Gomes (PDT) e um pouco da Simone Tebet (MDB), que vem crescendo um pouco”, disse.
Para ele, o eleitor de Ciro pode avaliar dar seu voto ainda no 1º turno a Lula para evitar uma eventual vitória de Bolsonaro.
Costa Pinto disse acreditar mais em um 2º turno entre Lula e Bolsonaro, considerando o atual cenário, mas concorda que o comportamento do eleitorado de Ciro na fase final da campanha antes do 1º turno pode ser crucial para o petista. “Pode ser um fator decisivo. Esses 2%, 3% [que podem migrar de Ciro para Lula] podem ser a diferença entre ter 1º ou 2º turno”, disse.
Lula pode liquidar as eleições deste ano já em 1º turno, mostram dados de 4 das 6 principais pesquisas eleitorais divulgadas nas últimas semanas. Nesses estudos, o petista tem vantagem ou está empatado tecnicamente com a soma dos adversários.
Os outros 2 levantamentos –da FSB com o banco BTG e do Paraná Pesquisas com a corretora BGC– indicam chance de a disputa ir para o 2º turno.
A pesquisa PoderData realizada de 3 a 5 de julho de 2022 mostra que o cenário para a sucessão presidencial segue estável e concentrado em Lula e Bolsonaro. Hoje, Lula tem 44% das intenções de voto contra 36% do atual presidente.
Há 25 dias, estavam em 44% e 34%, respectivamente. Bolsonaro oscilou 2 pontos percentuais para cima –dentro da margem de erro da pesquisa (2 p.p.).
Os outros pré-candidatos somam 11% das intenções de voto. Ciro Gomes (PDT) marca 5%; André Janones (Avante) e Simone Tebet (MDB) têm 3% cada um. Luiz Felipe d’Avila (Novo), Pablo Marçal (Pros), Luciano Bivar (União Brasil), Leonardo Péricles (UP), Eymael (DC), Sofia Manzano (PCB) e Vera Lúcia (PSTU) não tiveram menções suficientes para pontuar.
Um candidato ao Planalto ganha a disputa no 1º turno se tiver, pelo menos, 50% mais 1 dos votos válidos –aqueles dados aos candidatos (excluindo-se brancos e nulos). Com 44%, Lula fica 3 pontos percentuais atrás da soma dos seus oponentes, que concentram 47% das intenções de voto. É uma situação de empate técnico, considerando-se a margem de erro de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo.
Há duas semanas, a diferença era de 1 ponto percentual –44% de Lula contra 45% dos outros pré-candidatos.
A distância entre Lula e Bolsonaro em um eventual 2º turno nas eleições de 2022 caiu para 12 pontos percentuais. Diminuiu 5 p.p. desde a rodada de 15 dias antes, quando estava em 17 pontos. Hoje, o ex-presidente teria 50% das intenções de voto, contra 38% do atual chefe do Executivo. Da última rodada para cá, Lula oscilou 2 p.p. para baixo, enquanto Bolsonaro subiu 3.
A pesquisa foi realizada pelo PoderData, empresa do grupo Poder360 Jornalismo, com recursos próprios. Os dados foram coletados de 3 a 5 de julho de 2022 por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 3.000 entrevistas em 317 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. O intervalo de confiança é de 95%. O registro no TSE é BR-06550/2022.
Para chegar a 3.000 entrevistas que preencham proporcionalmente (conforme aparecem na sociedade) os grupos por sexo, idade, renda, escolaridade e localização geográfica, o PoderData faz dezenas de milhares de telefonemas. Muitas vezes, são mais de 100 mil ligações até que sejam encontrados os entrevistados que representem de forma fiel o conjunto da população.
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