Jornal O Poder
Foi uma conquista árdua. Resultado de muitos esforços, principalmente da Câmara dos Deputados e do Ministério da Defesa. Vários Estados brigaram por ela. Ainda no Governo passado, Pernambuco foi escolhido. Desde então, nada andou. No máximo, discursos e aplausos formais.
O ministro da Defesa, José Múcio, resmunga pelos bastidores que falta atitude da governadora Raquel Lyra. O Poder foi ouvir o ex-deputado Wolney Queiroz, que foi um dos coordenadores da bancada federal Pernambucana na articulação pela conquista. Que precisa se concretizar. Wolney, dentro do seu estilo diplomático, evitou críticas diretas à governadora. Mas nas linhas e entrelinhas ficou claro que concorda com o que o ministro diz em off.
Leia maisQual a importância da Escola para o Estado?
É um complexo militar, um equipamento gigantesco cuja construção e funcionamento terão um impacto muito positivo para o estado de Pernambuco. Estamos falando de investimentos totais na ordem R$ 2 bilhões.
Como Pernambuco conseguiu se credenciar?
Pernambuco disputou com vários estados, dentro de um processo lento de seleção comandado pelo Ministério do Exército. Conseguimos vencer cada fase e avançar, sempre com as garantias de contrapartida do governo do Estado, ainda na gestão de Paulo Câmara. Havia um compromisso de Pernambuco investir algo em torno de R$ 300 milhões para garantir a escola em Pernambuco.
Qual o trabalho da bancada no Congresso para a conquista?
Eu diria que a bancada foi a grande responsável por essa vitória. O deputado Augusto Coutinho trouxe esse assunto e a bancada compreendeu a importância da escola de sargentos e também se comprometeu em destinar emendas de bancada de R$ 15 milhões para a preparação de projetos. A partir daí houve uma grande mobilização para que Pernambuco fosse o escolhido. Eu coordenava a bancada junto com ele, mas Augusto Coutinho merece os louros dessa vitória.
Qual o seu papel como deputado nesse encaminhamento?
Mobilização de força política. Perece pouco, mas não é pouco, nem fácil. Quando o processo afunilou para três estados (PE, PR e RS) nós – enquanto coordenadores – levamos o apoio dos demais estado do Nordeste para Pernambuco. Todos os estados mandaram representantes de suas respectivas bancadas para defender a escola em Pernambuco. Isso é mobilização de força política.
Como avalia a atuação no último ano dos principais atores envolvidos?
Com a mudança nos governos estaduais e federal, o assunto ficou, digamos instável. A governadora Raquel Lyra precisava reafirmar os compromissos de contrapartida e isso demorou. O exército começou a reavaliar se Pernambuco seria viável. Foi quando entrou o ministro José Múcio. Esse é o grande responsável por não perdermos a escola definitivamente. O ministro Múcio tem segurado “na unha” essa escola aqui, porque as pressões para retirá-la são enormes.
O que falta para o projeto sair do papel?
Creio que o projeto e a construção em Pernambuco são coisas consolidadas. Mas sempre precisamos de vontade política e disposição do governo de Pernambuco de honrar com as contrapartidas e demonstrar na prática o compromisso do Estado com o projeto.
Essa escola vai valer a pena para Pernambuco?
A escola vai representar um ganho econômico e social muito significativo para Pernambuco. Algo só comparado ao polo automotivo e a vinda da Jeep. E esse ganho não é só para a cidade que recebe o empreendimento, mas para toda aquela região. Serão cerca de 6 mil empregos e mais de R$ 210 milhões em salários injetados na economia, anualmente.
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