PDT avalia romper com base governista alegando falta de apreço de Lula

O presidente nacional do PDT, deputado André Figueiredo (PDT-CE), anunciou que o partido está considerando deixar a base governista do presidente Lula (PT).

A possibilidade surgiu principalmente após o PT lançar um candidato próprio à prefeitura de Fortaleza, onde o PDT tenta reeleger José Sarto.

O PT, por sua vez, lançou o deputado estadual Evandro Leitão para a disputa.

A situação se agravou quando Lula participou da convenção que oficializou a candidatura de Leitão no último sábado.

Figueiredo afirmou que o presidente “não tem apreço pelo PDT”, apesar de ter Carlos Lupi, um aliado do partido, no comando do Ministério da Previdência.

André declarou ainda que o PDT precisa reavaliar sua posição e não fazer parte de uma base fragilizada.

O presidente do PDT mencionou em entrevista ao Estadão que, em determinadas matérias, o partido fará uma análise mais crítica e que, embora não haja retaliação direta no Congresso, o PDT terá que encarar Lula como alguém que não valoriza o partido.

No Ceará, o PDT já enfrenta divisões internas, especialmente na relação entre o ex-governador do Ceará Ciro Gomes e o governo.

Ciro, que já foi aliado de Lula, tornou-se um crítico ferrenho do petista nos últimos anos.

Do Diário do Poder.

Por Emannuel Bento para o JC

A Banda Eddie, um dos principais grupos surgidos do movimento manguebeat, publicou uma nota com duras críticas à organização do Festival Pernambuco Meu País, realizado pelo Governo do Estado.

O grupo cancelou a apresentação na etapa de Caruaru, que será realizada desta sexta-feira (9) ao domingo (11), por não receber “o tratamento e respeito merecidos por parte da organização do evento, coordenador pela Fundarpe”.

“Desde o início, enfrentamos sérios problemas de comunicação, infraestrutura e uma produção praticamente inexistente”, continua a nota.

No texto, o grupo informa que chegou a ser surpreendido pela proposta de se apresentar em um caminhão, “que não corresponde às nossas necessidades técnicas básicas para realizar o show”.

“Além das questões logísticas, tivemos prejuízos financeiros com passagens aéreas e hospedagem já pagas. Apesar de termos fechado a participação há 25 dias, até ontem (05) não havia nenhuma divulgação do nosso show na programação oficial do evento”, continua.

“Estamos profundamente tristes e desapontados com essa situação. Agradecemos aos nossos fãs pelo apoio contínuo e esperamos encontrá-los em nossas próximas apresentações que acontecerão em breve.”

Até o momento desta publicação, a Secult-PE/Fundarpe não se manifestou sobre o assunto.

Do Blog Carlos Britto

A candidatura de Lara Cavalcanti, pelo Partido Liberal (PL), enfrenta momentos difíceis em Petrolina. Apesar de evitar admitir publicamente, Lara não teve autonomia na escolha de seu vice, o Professor Welinton Santos, membro da Assembleia de Deus na cidade. A indicação foi feita por Anderson Ferreira, presidente do PL em Pernambuco, sem consultar a candidata.

Além disso, o ex-presidente Jair Bolsonaro, figura mais proeminente do PL, chegou hoje a Pernambuco, mas não visitará Petrolina. Apesar de o município ter sido um dos mais beneficiados com investimentos do seu Governo, a ausência de Bolsonaro é interpretada como um sinal de descrédito em relação ao projeto do PL em Petrolina, sugerindo que ele não acredita na viabilidade da vitória de Lara no principal município do Sertão.

O diretor-presidente da estatal Infra S.A., Jorge Bastos, homologou o Consórcio Estratégica-Prosul como o vencedor da licitação para fazer os projetos básico e executivo do trecho pernambucano da Ferrovia Transnordestina, que liga a cidade de Salgueiro ao Porto de Suape. A homologação ocorre 72 dias depois da abertura das propostas da concorrência que aconteceu no dia 20 de maio. É uma novela que está perto de um recomeço de uma obra iniciada em 2006 e abandonada desde 2016.

Homologado, o consórcio é composto pelas empresas Estratégica Engenharia Ltda, sendo a líder com uma participação de 50%; e Prosul- Projetos, Supervisão e Planejamento Ltda. A Estratégica Engenharia tem sede no Rio de Janeiro e a Prosul já gerenciou mais de 180 projetos e possui sua sede em Santa Catarina.

Com a publicação da homologação, Jorge Bastos fez uma adjudicação. Numa licitação, isso significa convocar o vencedor para assinar o contrato do serviço a ser prestado. Oficialmente, não foi divulgado o dia da assinatura do contrato.

Licitação complicada e demorada

No dia 20 de maio último, quando ocorreu a abertura das propostas, a Infra S.A. chegou a classificar nove empresas pelo menor preço oferecido para fazer o serviço. Depois disso, as empresas passaram a ser desclassificadas por alguma falha na comprovação das informações. A estatal chegou a anunciar a sexta classificada, o consórcio formado pela empresas TPF do Brasil e Norconsult, ambas com sede em Pernambuco. Depois disso, começaram os prazos dos recursos.

Foram analisados os recursos administrativos dos consórcios liderados pela R. Peotta Engenharia e Consultorias, da Geosistemas Engenharia e Planejamento, e Estratégica-Prosul Engenharia, que foram classificadas, respectivamente em sétimo, primeiro e segundo lugares na classificação pelo menor preço oferecido. Ainda ocorreram três ratificações dos recursos da Geosistema, R.Peotta e Estratégica-Prosul.

Consultada outras vezes, a Infra informou que só se pronunciaria, quando o processo fosse concluído e que estava agindo de acordo com todos os prazos e exigências estabelecidos no edital.

Do Movimento Econômico.

Incrível como a demanda da biografia de Marco Maciel continua crescente nos postos Cruzeiro de Arcoverde e Tacaimbó. Com o estoque esgotado há cinco dias, já voltou a ficar disponível nos dois pontos de venda. No Cruzeiro de Arcoverde, recordista de venda, os interessados podem encontrar na loja de conveniência e no caixa do restaurante.

O pré-candidato do PL à Prefeitura do Recife, Gilson Machado, compartilhou no Instagram um registro da chegada do ex-presidente Jair Bolsonaro ao Recife. Confira:

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner) lançaram, ontem, na sede do Tribunal, em Brasília (DF), campanha informativa para auxiliar no enfrentamento das mentiras nas Eleições Municipais de 2024. Com o mote “Jornalismo é confiável, fala nossa língua, protege da desinformação e fortalece a democracia”, a iniciativa conta com duas cartilhas em formato playbook – uma para eleitoras e eleitores e outra para jornalistas – com linguagem adaptada para atender às diferentes regiões do país e alcançar um público mais amplo.

A campanha, que tem o slogan “A mentira destrói seu voto”, também foi realizada em parceria com outras 11 associações e instituições relacionadas ao jornalismo profissional. “Agradeço aos integrantes das áreas do conhecimento e, especialmente, ao jornalismo responsável, independente e forte do Brasil, que tem segurado, com tanta frequência e com tanto empenho, a democracia no país, como foi nas últimas eleições de 2018, 2020 e 2022”, afirmou a presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, ao lançar a iniciativa.

A ministra lembrou que, em 2020, estávamos isolados e separados pelo vírus da covid-19. “Em 2022, nós estávamos isolados e separados por raivas que também constituem vírus psíquicos, vírus anímicos que nos separavam e nos isolavam. Este [2024] é um ano em que o Brasil pode chegar junto, independentemente do que se pense, do que se vote, de qual é a escolha. Agora é hora de nos reunirmos de novo. Somos um povo todo querendo democracia e liberdade para todos, especialmente no período eleitoral”, declarou Cármen Lúcia.

A diretora-executiva da Aner, Regina Bucco, destacou a importância do desafio proposto pela ministra, que se transformou em “missão”. De acordo com Regina, “para combater a mentira, é preciso coragem”. “Sabemos que criar uma mentira é muito barato e desmenti-la é muito caro”, declarou, ao agradecer a contribuição das entidades no projeto.

Do site do TRE

O ex-presidente Jair Bolsonaro vai conhecer, daqui a pouco, o restaurante mais antigo do Brasil: o Leite. Seu almoço com aliados no Estado, em agenda que já começou no Recife e se prolonga pelos próximos dois dias, ficou agendado para o Leite a pedido dele próprio.

Sua curiosidade diz respeito não apenas à opulência e à boa mesa do Leite, mas à história do restaurante.

O Leite foi fundado em 1882, ainda na época de D. Pedro II, em um casarão histórico na praça Joaquim Nabuco, no Centro do Recife.

A imponência do seu passado está nos detalhes do seu presente. O salão mantém ares de nobreza, com mesas forradas por toalhas brancas e o famoso piano de cauda, e na clientela famosa: já pisaram lá Assis Chateaubriand, Jean-Paul Sartre, Simone de Beauvoir e Juscelino Kubitschek. O cardápio segue o clássico português.

A Justiça Eleitoral do Distrito Federal concedeu liberdade provisória a Eurípedes Júnior, ex-presidente do Solidariedade, que havia sido preso no âmbito da Operação Fundo do Poço, deflagrada pela Polícia Federal (PF) para apurar desvios dos fundos partidário e eleitoral no antigo Partido Republicano da Ordem Social (Pros).

Eurípedes é réu no caso, tendo sido denunciado pelo desvio de R$ 36 milhões do Pros. As investigações tiveram como ponto de partida acusações feitas por Marcus Vinicius Chaves de Holanda, ex-presidente da legenda que havia travado uma disputa pelo comando do partido. O Pros acabou sendo incorporado ao Solidariedade no ano passado.

Ao libertar Eurípedes, o juiz Lizandro Garcia Gomes Filho, da 1ª Zona Eleitoral do Distrito Federal, determinou medidas alternativas, como uso de tornozeleira eletrônica e proibição de se comunicar com os demais investigados.

O Ministério Público Eleitoral (MPR) denunciou Eurípedes como líder da organização criminosa, da qual também participariam a esposa, as duas filhas, um irmão, uma cunhada, um primo e a esposa do primo. O esquema envolveria uma fundação partidária e a lavagem de dinheiro por meio da negociação de imóveis e de consultorias jurídicas superfaturadas.

O ex-dirigente partidário foi preso em 15 de junho, após passar três dias foragido. Na ocasião, ele pediu licença da presidência do Solidariedade por tempo indeterminado. O partido divulgou nota afirmando que os fatos investigados são anteriores à união com o Pros.

“Praticamente todas as acusações feitas pelo MP foram aterradas na defesa apresentada recentemente, de modo que a soltura era a única medida aguardada”, disse a defesa de Eurípedes, em nota. Ele é representado pelos advogados Fábio Tofic e José Eduardo Cardozo.

Com informações da Agência Brasil.

A propósito da crônica que postei logo cedo, relatando episódios que vivenciei em início de carreira no Correio Braziliense ao lado do jornalista Mário Eugênio, recebi, há pouco, do jornalista Paulo Félix, hoje morando no Rio, mas a quem conheci em Brasília, trabalhando na equipe do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, um relato muito curioso.

Diz respeito ao dia do assassinato brutal do jornalista Mário Eugênio, narrado no meu texto. Segundo Paulo Félix, o jornalista Policarpo Júnior, com quem trabalhei também no CB, hoje na Veja, era da equipe do Gogó das Sete, programa policial ancorado por Marão, como assim tratávamos Mário Eugênio. Veja o que Félix narrou:

“Caro Magno,

Naquele domingo trágico da execução de Mário Eugênio, eu e Policarpo Jr, meu amigo e vizinho de infância (ambos escolhemos jornalismo por influência um pelo outro) fomos ao Teatro Nacional assistir a um musical do Osvaldo Montenegro.

Como o Jr. trabalhava na Rádio Planalto, com o Mário Eugênio (eu trabalhava na TV Brasília), ele precisava deixar sempre a matéria dele pronta, para o programa Gogó da Sete, que era às sete mesmo.

Antes de ir ao Teatro, umas 17:30, entramos na Rádio Planalto. Eu estacionei meu carro na frente da rádio. Ficamos por lá até umas 19hs (por aí). O Jr. gravou tudo, empacotou a fita dele com os offs e deixou no escaninho do Mario.

Saímos de lá e fomos ao teatro. Ao chegar em casa (morávamos no mesmo bloco da 210 Norte), soubemos pelo vigia do prédio que as rádios de Brasília estavam noticiando o assassinato.

Os assassinos ficaram de campana o dia todo, segundo as investigações. Portanto, certamente nos viram sair e entrar da Rádio Planalto. Você já imaginou se a gente tivesse saído junto com o Mário? Tínhamos virado presunto também”.

Vida de jornalista tem dessas coisas. Não cheguei a conhecer Mário Eugênio, mas Policarpo, hoje muito bem na Veja, nunca deixou de reconhecer seu grande aprendizado com o saudoso Mário Eugênio.

Abraços,

Paulo Félix
Rio de Janeiro”.

O ex-presidente Jair Bolsonaro publicou há pouco no Instagram um vídeo embarcando de Brasília para o Recife. Bolsonaro cumpre agenda no Estado até o sábado. Ainda hoje, o ex-presidente irá visitar o centro do Recife, iniciando na Praça do Diário e seguindo em direção ao Recife Antigo, e, em seguida, Olinda. Nos próximos dias, ele também visitará Gravatá, Caruaru e Itambé. Assista ao vídeo:

No último sábado, o PSB de Riacho das Almas realizou uma convenção para consolidar a candidatura de Alberes Gomes à prefeitura do município. Na ocasião, Lucas Leandro, do PP, foi anunciado como vice na chapa. Durante o evento, também foram apresentados 18 pré-candidatos a vereadores.

Por Magno Martins, especial para a Folha de Pernambuco

Na retomada das atividades do Congresso, ontem, a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE) funcionou a todo vapor e conseguiu aprovar o projeto de lei que isenta o pagamento do FGTS e do INSS de aposentados que venham a ser contratados para empregos formais.

O texto segue para análise do plenário da Casa. O PL permite a isenção do FGTS e da contribuição previdenciária de aposentados contratados, desde que as empresas aumentem o número de funcionários.

Além disso, limita o benefício a 5% do total de empregados considerando a folha de pagamento do ano anterior ao da contratação.

“O objetivo é estabelecer normas de fomento à contratação de pessoas idosas aposentadas por meio de incentivos às empresas privadas para a realização de tais contratações, mediante retirada da obrigatoriedade de cobrança de FGTS e da contribuição previdenciária a essas pessoas”, afirmou a relatora do projeto, senadora Margareth Buzetti (PSD-MT).

O líder do Governo no Senado, senador Jaques Wagner (PT-BA), se posicionou contra o projeto, defendendo que a preocupação maior é com o desemprego das pessoas mais jovens, além de enfatizar que o projeto traz impactos para a Previdência Social.

“Sei que a pessoa já está aposentada e não fará jus a uma nova aposentadoria. Mas, na medida em que ela se senta no lugar de alguém que não está aposentado, evidentemente seria menos uma contribuição, e mais problema para a Previdência”, disse Jaques Wagner.

Ele citou que a taxa de desemprego de jovens de 18 a 24 anos é de 16,8%, enquanto o da população idosa é de cerca de 3%, segundo o IBGE.

O senador pediu ainda que a comissão aguardasse o cálculo da Receita Federal para saber qual o impacto do projeto para a Previdência, mas o pedido não foi aceito pelo presidente da CAE, o senador Varderlan Cardoso (PSD-GO).

O senador Jaime Bagattoli (PL-RO) argumentou que os jovens não querem trabalhar mais e que, em algumas regiões do País, não há mão de obra disponível.

“No Norte não existe mais mão de obra. Tenho uma grande empresa em uma cidade, tudo dentro das normas, empregado com melhor qualidade de vida, e não conseguimos mais funcionário”, disse.

O projeto de lei foi aprovado por votação simbólica no Senado, quando os congressistas não precisam se identificar na votação.

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a emissão da certidão de quitação eleitoral – documento exigido no momento do registro de candidatura – não depende da aprovação das contas de campanha.

Para os ministros, a prestação de contas eleitorais é suficiente para obter a certidão. Na prática, a decisão do STF favorece candidatos com gastos desaprovados pela Justiça Eleitoral.

Há uma série de regras a serem cumpridas por candidatos e partidos para as despesas durante a campanha, como respeitar o teto de gastos, que varia de acordo com o cargo, e não receber recursos de fontes vedadas, como pessoas jurídicas.

O posicionamento do STF vai no mesmo sentido da interpretação que já vem sendo usada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).Foi a Procuradoria-Geral da República (PGR) quem levou o assunto ao STF. Uma ação foi proposta em 2013 pedindo que a aprovação das contas de campanha fosse pré-requisito para a quitação eleitoral.

O objetivo, segundo a PGR, era “resguardar os princípios constitucionais da moralidade, da probidade e da transparência”. A prestação de contas se tornou um “processo meramente formal, desprovido de qualquer consequência jurídica”, argumentou a Procuradoria-Geral da República no pedido.

Com informações do Estadão.

Uma colaboradora de María Corina Machado, líder da oposição na Venezuela, registrou ontem, em uma transmissão ao vivo, a própria detenção por militares, horas depois de criticar uma campanha oficial que pede denúncias sobre casos de “ódio” em meio aos protestos contra a questionada reeleição do ditador Nicolás Maduro.

María Oropeza, coordenadora do comando de campanha de Corina, divulgou, por meio de sua conta no Instagram, o momento em que funcionários da DGCIM (Direção de Contrainteligência Militar) golpeiam e forçam a porta para entrar em sua casa.

“Estão entrando na minha casa de maneira arbitrária, não há nenhuma ordem de busca. Estão destruindo a porta, eu realmente peço ajuda, peço socorro a todos que puderem. Eu não sou uma criminosa, eu sou apenas uma cidadã que quer um país diferente”, disse Oropeza antes de a transmissão parar.

A colaboradora havia criticado horas antes a chamada “Operação Tun Tun”, da Direção de Contrainteligência Militar, que habilitou uma linha telefônica para denunciar casos de “ódio” físico ou virtual em meio às medidas que foram tomadas diante das mobilizações desencadeadas após as eleições presidenciais, que a oposição denuncia como fraudulentas.

Com informações da Folha de São Paulo.

Na crônica de ontem, falei do meu amor por Brasília, cidade que me recebeu de braços abertos, me adotou e teve forte influência na minha carreira profissional. Jornalista político não pode prescindir de coberturas nacionais tendo como cenário a capital da República, mas nenhum coleguinha tenha a ilusão de, ao optar por Brasília, passe de imediato a cobrir o Congresso ou o Palácio do Planalto.

Há um estágio para ser inserido no mundo nacional da política. Primeiro, tem que conhecer os meandros da cidade, como repórter. No Correio Braziliense, primeiro jornal que atuei depois de uma curta temporada no Amazonas como free pelo O Globo, fiz de tudo, inclusive ronda policial, nos plantões de fim de semana.

O editor de Polícia era uma celebridade: Mário Eugênio, que desafiava a mafiosa estrutura de poder da segurança pública do GDF com matérias investigativas sobre o envolvimento de gente poderosa com a bandidagem e com um programa matinal na Rádio Planalto, dos Diários Associados, com o sugestivo nome de “Gogó das Sete”.

Mário Eugênio era uma espécie de Gino César na radiofonia policial. Gino era um radialista da JC, no Recife, que narrava os fatos policiais num quadro chamado Bandeira 2. Só que diferente de Gino, Mário Eugênio dava nome aos bois, enfrentava PMs e policiais civis e acabou sendo executado com 11 tiros, em frente a Rádio Planalto, num domingo à noite, após gravar o seu programa.

O Correio apurou tudo. Mário foi assassinado a mando do então secretário de Segurança do GDF, Lauro Riech. Meu aprendizado de repórter policial com ele foi fantástico e foi na porrada, nos esporros, aos gritos. Mário gostava de manchetes que vendessem jornal, notícias, na verdade, que manchassem o Correio de sangue.

Eu saía para a ronda com a missão de trazer uma manchete para ele. Passava por todas as delegacias das chamadas cidades satélites de Brasília. Naquela época, meados dos anos 80, o epicentro do crime era o Gama. Da sexta para o sábado, era impossível não haver um crime bárbaro por lá.

Aos sábados, o jornal fechava mais cedo, por volta das 15 horas, e Marão, como assim era tratado meu chefe e editor, ficava esperando o resultado da minha colheita na redação. Impaciente, me esperava com uma grande ansiedade na redação, com a página aberta, para editar os crimes que eu trazia como resultado da ronda. Ele me botou o apelido de Rapadura, porque eu havia chegado do Nordeste.

Esbaforido, após uma ronda de, no mínimo, quatro horas, eu adentrava na redação na companhia de um colega fotógrafo de incursão ao mundo do crime, e mal botava os pés na porta, Mário Eugênio gritava: “Rapadura, quantos presuntos?”

Presunto, termo pesado, que me chocava, era a gíria da sua cartilha para as vítimas do crime, o insumo e ingrediente das manchetes. A depender da quantidade, Marão sabia vender jornal como ninguém.

Mas quando a ronda nada rendia, eu levava aquele esporro do Marão.

Eleições dominam reunião ministerial

Na primeira reunião ministerial, marcada para amanhã, dentro do calendário do segundo semestre do ano, o presidente Lula (PT) vai tratar, dentre outros assuntos, das questões que envolvem diretamente o Governo e as eleições municipais. Vai pedir mais atenção dos ministros às condutas vedadas aos agentes públicos na campanha.

Lançará a ideia de um pacto de não-agressão entre partidos aliados do governo na campanha. Em conversas reservadas, Lula tem dito que quer transmitir uma mensagem importante: fazer tudo para que os adversários não estejam criando problemas para o Governo. Segundo o Estadão, o que mais impressionou Lula, recentemente, foram vídeos do ministro da Fazenda, Fernando Haddad – em que ele responde a perguntas da jornalista Marília Gabriela com referências a taxas e impostos.

E do assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Celso Amorim. Os dois casos mostram como a tecnologia da inteligência artificial pode ser utilizada para o compartilhamento de notícias falsas. O vídeo em questão, por exemplo, era uma montagem. A gravação exibia Amorim em um longo abraço com o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, e foi publicada na quinta-feira pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O Estadão apurou que uma parte da reunião ministerial será dedicada ao tema “eleições”, além do balanço dos 18 meses de governo. No encontro, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, também apresentará as linhas gerais do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial, lançado há uma semana.

Cartilha e multa – A dois meses das disputas para as prefeituras, Lula quer repassar à equipe as orientações da Advocacia-Geral da União (AGU), que produziu uma cartilha de 79 páginas sobre o assunto. Durante as comemorações do dia 1º de Maio, porém, o próprio presidente infringiu a Lei Eleitoral ao pedir votos para o candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, e foi multado em R$ 20 mil. No capítulo 8 da cartilha distribuída aos ministros, a AGU cita resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para destacar que a disseminação de notícias falsas restringe a livre vontade do eleitor.

Palco de atos históricos – Na passagem pelo Recife, hoje, o ex-presidente Bolsonaro escolheu a Pracinha do Diário como cenário para uma manifestação de rua. Trata-se de um palco histórico de grandes atos de esquerda no Estado, mas que sucumbiu com o tempo devido ao elevado nível de abandono da área, especialmente o memorável e centenário prédio do Diario de Pernambuco que o Governo Jarbas comprou, mas nunca reformou para funcionar como Arquivo Público.

Logística tira Petrolina do roteiro – Em entrevista, ontem, ao Frente a Frente, o deputado Alberto Feitosa (PL), um dos organizadores da agenda de Bolsonaro ao Estado, explicou que Petrolina saiu da agenda do ex-presidente por uma questão de logística. “Bolsonaro queria conhecer a candidata e dar uma forcinha, mas os horários de voos não ajudaram”, disse o parlamentar, referindo-se à Lara Cavalcanti, candidata bolsonarista à prefeita do município.

Cada macaco no seu galho – Marcadas para outubro, as eleições municipais põem em lados opostos vários ministros do governo. Em São Paulo, Lula e o PT apoiam a candidatura de Boulos, enquanto o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Empreendedorismo, Márcio França, estão no palanque de Tabata Amaral (PSB). Ministros do MDB, como Simone Tebet (Planejamento), Renan Filho (Transportes) e Jader Filho (Cidades), por sua vez, aderiram à campanha do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que concorre a novo mandato.

Haddad vai explicar cortes – O congelamento de R$ 15 bilhões em despesas no Orçamento deste ano, para cumprir a meta fiscal, vai afetar praticamente todos os ministérios e será detalhado por Haddad na reunião ministerial de amanhã. Apesar do bloqueio de recursos, Lula bate na tecla de que 2024 é o “ano da colheita”. Sob esse argumento, avisará os ministros que eles continuarão viajando a seu lado para entregar obras e programas sociais.

CURTAS

CONGRESSO – A pauta de votações na Câmara e no Senado será outro tema da reunião ministerial. Ainda não há acordo sobre uma fórmula para compensar a desoneração da folha de pagamentos, que está sob análise do Senado, assim como a regulamentação da reforma tributária.

ESFORÇOS – Por causa da campanha eleitoral, o Congresso promoverá algumas semanas de “esforço concentrado” para votações, intercalando esse período com uma espécie de “recesso branco”. De qualquer forma, há muitas arestas em negociação, sobretudo em temas econômicos.

EMENDAS – Nos bastidores, tanto deputados como senadores acham que o ministro Flávio Dino, do STF, não tomaria a decisão de segurar o pagamento das emendas – que, de acordo com ele, só podem ser liberadas se houver publicidade sobre a aplicação dos recursos – caso não houvesse pedido do governo.

Perguntar não ofende: Quem vai levar puxão de orelha na reunião ministerial de amanhã?