Por Aldo Paes Barreto*
Lula, o estadista, começou cedo a fazer política. Assim que começou a trabalhar, sindicalizou-se, e passou a frequentar o estádio dos seu “Curítians” e se deu bem. Um estadista, vá se ver. Queimava o trabalho, protegido pela condição de sindicalista e, prudentemente, perdeu um pedaço do dedo mindinho, o que lhe garantiu a aposentadoria precoce e definitiva.
A prudente imprudência, o colocou na mesma condição do conterrâneo João Pereira dos Santos, que também perdeu um pedaço da falange quando trabalhava na fábrica de linha do histórico Delmiro Gouveia.
Em trajetória diferente, João Santos nunca de aposentou. Trabalhou até os 100 anos de idade. Delmiro Gouveia o aproveitou como moleque de recado.
Com a morte do protetor, assassinado certamente pela multinacional inglesa, a Machine Cottons, fábrica inglesa que produzia a Linha Correntes, João Santos continuou trabalhando e estudando. Obteve amplo sucesso na iniciativa privada, construiu um império e trouxe significativa contribuição à economia de Pernambuco.
Luiz Inácio da Silva, o Lula, aderiu com força, coragem e entusiasmo ao sindicalismo de resultados. Cercou-se de verdadeiros combatentes pelas causas democráticas. Logo esquecidos. Lula seguiu em frente. Fundou o Partido dos Trabalhadores, integrados por tementes a Deus e ao trabalho, perdeu várias eleições, antes de ser eleito depurado federal, de pouca ação e muita falação. Reservou-se contra o desgaste político, até ser eleito presidente da República. Terminou ganhando.
Finalmente, a esperança de tantos nos braços de poucos. Como se dizia, a esperança estava de vodka…Ou de caninha, a preferida
Lula sempre acreditou que seria o cara, como o qualificou o então presidente norte-americano Obama. O que tinha diferente? Era um político exótico; começara como torneira mecânico; e vinha de um pais exótico. Havia precedente recente: o polonês Waleska. Como ele, Lula encantou-se com os pequenos vícios burgueses; bons vinhos e bons charutos. Nada contra. Mas, Lula andou depressa e acreditava seriamente que empresários com os Odebrecht, eram pessoas amigos. Deu-se mal.
Também escolheu mal a sucessora. A justiça brasileira, fruto plantado pelo ex-presidente Fernando Herique Cardoso fechou-lhe os caminhos da riqueza e abriu os da cadeia. A Justiça brasileira, quando acerta, erra. E Lula foi para a rua com o beneplácito dos nossos juristas dos tribunais. Nada a ver com os honrados agiotas emprestadores de dinheiro. Muito menos com os juristas anônimos, estudiosos, discretos.
Respeitoso abraço meu caríssimo Og Marques Fernandes.
Lula voltou. Foi novamente eleito e mais uma vez acreditou no seu papel de estadista internacional. Deu alguns vexames, no Uruguai, de tradição democrática. Quis ser protagonista no mundo conturbado pela nova rodada de guerras insanas. Esqueceu que os serviços diplomáticos dos grandes países representados no Brasil, têm embaixadas vigilantes e sabem bem o que acontece.
Redescobriram esse o Brasil e um governo leniente com as multinacionalis; bancos, laboratórios farmacêuticos, estratégicas clínicas médicas, bancas de apostas esportivas, concessionárias de serviços públicos. Um Brasil que dá certo e pouco cobra. Um país de graça; Início de novo milênio. O futuro é hoje? Os brasileiros, nunca foram tão dependentes. Lula deixou ensinamentos. Eduardo Campos foi bom aluno.
O inescrupuloso estádio da Arena de São Lourenço ou o lastimável Viaduto da Avenida Caxangá, bancariam a eleição presidencial do jovem político, foi uma bela herança, recebida para o bem, do avô Arraes: e nem tanto do novo mentor, Lula e financeiramente pela indesculpável Odebrecht.
Em Pernambuco, falecido Eduardo Campos– transferiu a herança bancando eleições dos filhos. Nada que o dinheiro público não resolva.
O lamentável é que o antagonista de Lula é um indivíduo oportunista, incoerente até para esvaziar os cofres da república. Primário e pusilânime; O Exército profissional já havia alertado e punido o Capitão Bolsonaro. O país, porém, tem eleitores à altura. Fazer o quê?
- Jornalista