De bigu com a modernidade

Nova Montana é SUV ou picape? Ou ambos?

A nova picape Chevrolet demorou quase três anos para nascer: a General Motors começou lá no meio da pandemia da Covid-19 com uma especulação ali e outra acolá, depois encheu as redes sociais de dicas e teasers, permitiu “flagras” de unidades disfarçadas para jornalistas, levou o modelo para programas de TV e, finalmente, confirmou um velho nome para um novo produto. Aí, a Nova Montana finalmente chegou. No mês passado, este colunista a avaliou por uma semana e aí pôde constatar o que já suspeitava: a Nova Montana não é bem uma picape. E isso é bom. É, na verdade, um SUV com caçamba.

Chega para tomar clientes da Toro e da Strada, mas até de SUVs tradicionais, até por conta do preço sugerido. Conseguirá? Qual alvo sofrerá mais sequelas? Afinal, por que ela deve ser considerada uma “picape/SUV”?  Primeiro, por causa da origem: o SUV compacto Tracker, benquisto no país. Somente no ano passado, foram mais de 70 mil unidades vendidas do Tracker no Brasil – e continua em 2023 sendo o preferido de 16% dos compradores de compactos. A Montana, por sua vez, teve 11 mil emplacamentos no acumulado até maio – quase a mesma quantidade da irmã mais velha S10 e metade do que emplacou a Fiat Toro. Ela também é uma picape/SUV pelo esforço da General Motors em transformar a caçamba em um bagageiro – ou numa “caçamba multi-flex”, segundo a própria marca, por cumprir também a função de porta-malas de sedã, por exemplo.

A capacidade dela (874 litros) não entusiasma, se comparada à das concorrentes: 844 litros tem a Fiat Strada e 937 litros leva Fiat Toro. Quanto aguenta de peso? A resposta mostra que a Montana não veio efetivamente para brigar nesse segmento de picapes: pode transportar apenas 600kg (150kg a menos em relação à antiga), enquanto a Fiat Strada, versão Ultra, por exemplo, consegue levar 1.000kg. Mas a engenharia conseguiu que ela ficasse mais SUV a partir do uso de uma capota marítima bem vedada contra a entrada de água (as reclamações são comuns) e, pelo menos na versão testada, da poeira. Há opção também de uma capota rígida de acionamento elétrico por controle remoto”, complementa. Por fim, como opcional, uma capota rígida de acionamento elétrico por controle remoto e o Multi-Board, que usa trilhos, uma prateleira e uma prancha para criar divisórias modulares dentro do compartimento.

Sem falar na bolsa selada de caçamba, com 300 litros de capacidade – e bem interessante para carregar bagagens à parte, sem chacoalhar. E mais: as bolsas organizadoras simples e dupla têm divisórias flexíveis e de fácil manuseio. O extensor de caçamba tem suporte de placa com iluminação, carenagem externa personalizada e se transforma em uma escada/rampa ou em um divisor de carga. A abertura e o fechamento da tampa da caçamba são bem leves, amortecidos. Ela, aliás, como é alta, atrapalha um pouco a visibilidade traseira – e ainda mais pela existência de uma barra protetora para o vidro traseiro. Mas, como ocorreu com a Toro, o uso constante traz o costume e o anormal se normaliza. Ah, o modelo é tão SUV que nem sequer foi projetado para receber o engate traseiro para rebocar moto e jet-sk, quem dirá carretinha de cavalo. De qualquer forma, pela amplitude de uso da caçamba já valeria a pena tê-la, mesmo com essas limitações de peso/engate.

Motor – É o mesmo conjunto usado na Tracker, mas com alguns ajustes, segundo os engenheiros da GM: o 1.2 turbo sem injeção direta de combustível entrega até 133cv de potência 21,4 kgfm de torque. O câmbio da Premier (assim como da LTZ) é automático de seis marchas. A Montana tem uma boa relação peso/potência: 9,85kg/cv. A Toro, por sinal, tem uma melhor (9,03kg/cv), em função do fato de o motor ser um 1.3 turbo de 185cv e torque de 27,5kgfm. A Strada, com motor firefly 1.3 aspírado e torque de 13,2kgfm de torque, tem, uma relação peso-potência maior: 10,97. Pelos dados oficiais, a Montana vai de 0 a 100 km/h em 10,1 segundos – com câmbio automático e etanol; 11,7 segundos com transmissão manual. Já no consumo, com gasolina, a marca promete as médias de 11,1 km/l na cidade e 13,3 km/l na estrada

Vida a bordo – A picape é boa de dirigir, com uma direção leve e um comportamento ágil – embora tenha sido avaliada vazia, sem carga. O interior é espaçoso para quatro pessoas. Mas a cabine é, digamos assim, sóbria e simples: o material usado pelos carros da Chevrolet até a essa faixa de preço qualidade tem plástico rígido e visual conservador (como o multimídia e o painel de instrumentos, já meio fora de moda com itens analógicos – e isso destoa bastante da média nacional concorrente. No quesito conforto, tem tudo que a irmã Tracker oferece: acendimento automático dos faróis, câmera de ré, volante de couro com ajuste de altura e profundidade, bancos de couro com ajuste (de altura, manual e apenas para o motorista).

O que mais falta – A versão testada foi a Premier, a mais completa – e a ela faltam alguns equipamentos de conforto de segurança para ser, de fato, ‘completa’. Ela não tem, por exemplo, sistemas de condução semiautônoma – como, por exemplo, frenagem autônoma de emergência e alertas de mudança de faixa e de colisão frontal – e nem como opcionais. São opcionais da Toro Volcano. Aliás, ainda há nesse segmento freios traseiro a tambor – ultrapassado. A Montana também não possui o sistema de assistente de baliza automático – afinal, é um carro para uso urbano. Não tem nem mesmo sensor de estacionamento dianteiro. Mas, apesar dessa lacuna, essa versão traz seis 6 airbags e os indispensáveis controles eletrônicos de tração e de estabilidade.

Novo Versa vem aí – O tradicional sedã da Nissan, já como linha 2024, já tem data para chegar aos concessionários brasileiros: o final deste mês. Ele mantém as características que o consagraram, como o excelente espaço interno e a capacidade de porta-malas, e trará novidades no design e ainda mais equipamentos de segurança. Como, por exemplo, o alerta de objetos no banco traseiro – que pode ser uma bolsa, um bolo e até (sim, isso acontece) uma criança.

Commander ganha nova versão… – O Jeep Commander foi lançado em agosto de 2021 e logo se tornou uma referência entre os SUVs grandes do país: é dono, por exemplo, de 32% de participação no segmento nos primeiros cinco meses do ano. Agora, ele passa a ter a versão Longitude!, com motor turboflex 4×2. O Commander tem três fileiras de assentos, sete lugares e com porta-malas variando de 1.760 litros (todos os bancos rebaixados) a 661 litros (com cinco ocupantes) a 233 litros com os sete assentos levantados. Preço? R$ 230 mil.

…e o Fastback também – Para entrar no grupo dos carros passíveis de descontos (e renúncia fiscal por parte do governo), o Fiat Fastback também passou a ter uma nova versão de entrada. A T200 automático tem preço definido de R$ 119.990, o que garante desconto e preço final, neste momento, de R$ 115.990. O motor é um 1.0 turbo capaz de entregar 130cv e torque de 20,4kgfm. O câmbio é automático CVT com simulação de 7 marchas.

Ranger chega esta semana – A nova geração da picape da Ford já tem data marcada para ser oficialmente vendida: quinta-feira (22) para quem já é cliente e dia 26 para os novos interessados. O processo será todo on-line, pelo site www.ford.com.br: basta que os interessados façam um pagamento de um sinal para garantir o negócio com uma das versões equipadas com motor 3.0 V6 turbodiesel de 250cv de potência e 61,2 kgfm de torque e câmbio automático de 10 marchas. A tração será 4×4 com acionamento eletrônico e reduzida. Segundo a marca, a previsão de entrega deve variar de 30 a 60 dias. Os preços não foram divulgados.

L200 Triton Savana – Nova picape Mitsubishi chega às lojas por R$ 310 mil. Além de cores vibrantes, de propósito para esse tipo de versão aventureira, como amarelo Rally e verde Forest, ela traz um pacote caprichado de acessórios. Tipo snorkel, bagageiro com rampa, estribos laterais e caçamba com acabamento anti-riscos. E uma caixa multifunções integrada, com parte removível e muita praticidade para o transporte de cargas menores que não ficam se deslocando na caçamba durante o trajeto. As rodas são de aço com 17’’ e pneus GoodYear Duratrack 265/60 R17. Ela se situa entre a intermediária HPE, de R$ 300 mil, e a topo de linha HPE-S, de R$ 327 mil. O motor é o 2.4 turbodiesel capaz de desenvolver 190cv de potência e torque de 43,9 kgfm.

Contran classifica cinquentinha, patinete e skate – Bicicletas elétricas precisam de indicador de velocidade e retrovisores? Para conduzir ciclomotores, aquelas motos de 50cc, é necessário ter CNH? Para tentar resolver pelo menos uma parte dessas dúvidas e confusões, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) resolveu agir e aprovou nesta quinta (15) uma resolução para atualizar a classificação de ciclomotores, bicicletas elétricas e equipamentos de mobilidade individual como patinetes e skates.

A iniciativa, pelo menos, clareia a definição dos veículos e estabelece linhas de fronteira entre uma tecnologia e outra – até para facilitar o registro e o licenciamento nos órgãos locais de trânsito. E é bem-vinda devido ao aumento desse tipo de veículo em circulação, principalmente nas grandes cidades. Ela também servirá para que os órgãos de trânsito façam regramento claro para o tráfego.  E, claro, deixar mais clara a classificação desses veículos e equipamentos para garantir a proteção e segurança dos usuários vulneráveis: acidentes de trânsito são a principal causa de morte entre pessoas de 5 a 29 anos, principalmente de pedestres, ciclistas e motociclistas.

Ficam definidos como:

• Ciclomotor: veículo de duas ou três rodas com motor de até 50 cm³ limitada a uma velocidade máxima de 50km/h.

• Bicicleta: veículo de propulsão humana, dotado de duas rodas, não sendo, para efeito do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), similar à motocicleta, motoneta e ciclomotor.

• Equipamentos de mobilidade individual autopropelidos: patinetes, skates e monociclos motorizados.

Além das características de cada tipo de veículo, a norma considera como parâmetros potência do motor; velocidade máxima de fabricação; equipamentos obrigatórios, registro e emplacamento; e habilitação. Bicicletas elétricas, por exemplo, devem ser dotadas de sistema que garanta o funcionamento do motor somente quando o condutor pedala e contar com indicador de velocidade, campainha, sinalização noturna dianteira e lateral e espelhos retrovisores. A particularidade no caso dos ciclomotores, motocicletas e motonetas, é a exigência do registro e emplacamento obrigatório.

Para conduzir ciclomotores é necessária a emissão de autorização para conduzir ciclomotores (ACC) ou carteira nacional de habilitação (CNH), na categoria A. Já os equipamentos de mobilidade individual autopropelidos e as bicicletas elétricas devem circular nas mesmas condições das bicicletas convencionais. Cabe aos órgãos locais de trânsito regulamentar a circulação dos equipamentos de mobilidade individual autopropelidos e da bicicleta elétrica. A resolução entra em vigor em 1° de julho de 2023.

Crescimento dos elétricos – Com 6.435 emplacamentos, maio de 2023 marcou um novo recorde para a eletromobilidade no Brasil. Foi a melhor marca mensal de vendas de veículos leves eletrificados da série histórica. Com isso, o total de veículos leves eletrificados em circulação no Brasil, desde janeiro de 2012, passou dos 150 mil. O recorde anterior, de 6.391 emplacamentos, foi em setembro de 2022. No acumulado do ano, já foram 26.014 unidades vendidas. Esse número significa um aumento de 59% sobre os 16.354 emplacamentos do mesmo período de 2022.

Populares seminovos despencam – Anunciado no fim de maio pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento e Indústria, Geraldo Alckmin (PSB), o pacote de medidas que visava reaquecer as vendas de carros novos já teve efeitos. Diante do questionamento de qual o impacto dessa redução nos preços dos carros novos teria nos valores de mercado dos seminovos, a Mobiauto apressou-se em buscar em sua base de dados uma resposta para o consumidor. E ela aponta queda média de 5,13% nos preços dos carros populares seminovos no último mês – anos/modelos 2022, 2021 e 2020. “Apuramos as cotações de dezenas de milhares de anúncios em nossa plataforma, inicialmente na primeira semana de maio, quando não havia essa medida do governo. E repetimos a pesquisa na primeira semana de junho, período que já traria o impacto da redução nos novos. Em um mês, portanto, a queda média foi de 5,13%”, atesta Sant Clair de Castro Jr., consultor automotivo e CEO da Mobiauto.

Os modelos mais anunciados e procurados pelos clientes apontaram um percentual menor de diminuição nos preços, exatamente pelo aquecimento da demanda. Mas, à medida que os novos preços de zero km “emplacarem” no dia a dia do mercado, a tendência é que esse percentual suba ainda mais. “Tivemos modelos de altíssima procura, como o Hyundai HB20S, modelo 2020, que caiu menos de 1%. Já um Chevrolet Joy, que está fora de linha e possui menor atratividade para a revenda, já despencou em mais de 10% em um único mês”, exemplifica Sant Clair de Castro Jr. De qualquer modo, de acordo com o executivo, a variação negativa nos preços dos populares pelos próximos meses é fato consumado. Todos irão cair, principalmente nessa primeira fase do programa do governo, que incentiva as vendas com desoneração tributária em favor de compradores pessoa física. “Não há milagres: se você está vendendo um carro 1.0 com dois ou três anos de uso e chega em uma loja, ele será avaliado na compra a um preço 5% ou 10% abaixo do que seria um mês atrás. O lojista precisa pagar mais barato, pois sabe que o preço final diminuiu”, diz.

Carro popular para locadoras?

Os fabricantes de automóveis brasileiros querem ampliar os benefícios do programa de renúncia fiscal do governo federal que garante descontos em carros populares para pessoas jurídicas. A medida seria boa para a indústria, que desocuparia mais rapidamente seus pátios, mas principalmente o é para as locadoras de automóveis. Elas compram cerca de um terço da produção de veículos novos e têm descontos diretos que podem chegar até a 30% do valor real cobrado numa concessionária. E ainda os revendem, geralmente após um ano de uso, pelo preço de mercado.

Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, a associação que reúne as montadoras, diz que deve haver “isonomia” no benefício, sim. Pondera, no entanto, que espera que o benefício – limitado a R$ 500 milhões em renúncia fiscal para acabar – possa ser usado só por pessoa física. Ele diz não ter ainda informações suficientes para avaliar o impacto das medidas nas vendas de modelos 0km. O programa de benefícios fiscais para impulsionar a venda de automóveis e veículos pesados já teve a adesão de 9 montadoras de carros e 10 de ônibus e caminhões. O primeiro balanço do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), divulgado na quarta-feira (14), mostra que o setor já pediu R$ 150 milhões em créditos tributários; o programa prevê até 1,5 bilhão, incluindo ônibus e caminhões, que deve ser usado em descontos para o consumidor.

Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, tem especialidade em jornalismo automobilístico.

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A Polícia Federal deve indiciar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no inquérito que investiga tentativa de golpe de Estado no Brasil após o resultado das eleições presidenciais de 2022.

Ex-ministros como o general Augusto Heleno (GSI), Braga Netto (Defesa), além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin, também devem aparecer no relatório final das investigações.

A expectativa é de que o relatório final das investigações seja enviado ainda hoje ao Supremo Tribunal Federal (STF). Como mostrou a CNN, a PF já considerava ter elementos para o indiciamento do ex-presidente desde de junho.

O analista da CNN, Caio Junqueira, antecipou que a conclusão do relatório da PF deve acontecer nesta semana.

Da CNN Brasil.

Petrolina - Testemunhal

A Rússia disparou em combate pela primeira vez na história um míssil intercontinental desenhado para uso em guerra nuclear, em um ataque contra a Ucrânia. Segundo a Força Aérea de Kiev, ele carregava múltiplas ogivas convencionais e atingiu a cidade de Dnipro na madrugada desta quinta (21).

A acusação da Força Aérea ucraniana foi confirmada por analistas consultados pela reportagem a partir de imagens georreferenciadas de redes sociais.

Já as redes americanas ABC e CNN dizem que autoridades ocidentais têm dúvidas acerca do modelo usado, apesar de vídeos serem consistentes com a chegada de ogivas múltiplas dos chamados ICBMs (mísseis balísticos intercontinentais, na sigla inglesa).

São seis salvas com vários objetos, que não causam grandes explosões, sugerindo o emprego de munição cinética —que usa sua velocidade terminal hipersônica para causar grande estrago, sem precisar de explosivos.

Analistas especulam que pode ser um modelo balístico de alcance intermediário, o IRBM, igualmente desenhado para uso em guerras nucleares e nunca posto em combate. Sem comprar versões, o renomado especialista russo Pavel Podvig escreveu no X que o ataque “deve ser levado a sério”.

Em meio a uma entrevista coletiva, a porta-voz da chancelaria russa, Maria Zakharova, atendeu uma ligação no celular cujo teor vazou no microfone: nela, alguém dizia a ela para não “comentar o ataque com míssil balístico”. Se foi algo planejado para aumentar o suspense em torno da questão, não se sabe.

A ação, envolveu outros mísseis, de todo modo representa uma dramática sinalização simbólica na guerra, que vive um perigoso momento de escalada.

Ele começou no fim de semana, quando foi revelada a autorização dada pelos Estados Unidos para que Kiev pudesse empregar mísseis americanos com alcance de até 300 km contra alvos dentro do território russo.

O governo de Volodimir Zelenski, muito pressionado no campo de batalha, pedia havia meses a medida e, já na terça (19) promoveu o primeiro ataque contra um arsenal russo a 150 km de sua fronteira.

Na véspera, o presidente Vladimir Putin havia dado mais uma cartada nuclear na disputa, editando a revisão de sua doutrina de uso de armas atômicas. O texto é bem mais duro do que o especulado: além de prever retaliação com esses armamentos em caso de qualquer ataque convencional, considera países e alianças que apoiem tal ação alvos legítimos.

Com isso, Putin colocou no papel o que vinha falando havia meses. Zelenski e outros líderes ocidentais o acusavam de mais um blefe e foram em frente.

Na quarta (20), Kiev usou pela primeira vez mísseis de cruzeiro britânicos Storm Shadow contra a Rússia, e seguindo seu manual: disparou 12 modelos de forma concentrada contra a região de Kursk, para dificultar sua interceptação.

Repetiu a dose com dois mísseis nesta quinta, que a Rússia disse ter derrubado. Mas a resposta de Moscou contra Dnipro traz um sombrio simbolismo.

Segundo a mídia ucraniana, foi empregado contra a cidade um modelo RS-26 Rubej (fronteira, em russo), uma versão menor do míssil RS-24 Iars (acrônimo para Foguete de Dissuasão Nuclear), um dos esteios das forças estratégicas de Putin.

Ele foi desenhado para guerras nucleares, podendo levar estimadas quatro ogivas com potência equivalente a cerca de 20 bombas de Hiroshima cada. Mas também é possível configurá-lo para levar mais ogivas convencionais.

A questão é que, para a Rússia, não faz sentido militar empregar tal arma. O RS-26 é muito caro, complexo e em número reduzido para uma ação rotineira da guerra, no caso o ataque a uma área de produção militar em Dnipro.

Ele é feito para atingir países distantes, tendo um alcance estimado em 5.800 km. Kiev diz que ele foi lançado da região de Astrakhan, de uma base a cerca de 800 km a leste de Dnipro. O alvo foi a fábrica militar Iujmach.

Contra a hipótese de ser um ICBM há o fato de que, por acordo, todo lançamento desse tipo de míssil em testes pela Rússia e os EUA tem de ser notificado antes, restando saber se a regra vale em guerra. Há cerca de 400 ICBMs no arsenal de cada um dos rivais nucleares.

Se Moscou de fato uso a arma, algo que o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, não comentou, quis com isso mandar um recado eloquente para Kiev, Washington e aliados, associando sua mudança de postura nuclear ao emprego de um míssil criado para esse tipo de ataque.

Nunca antes um ICBM ou um IRBM havia sido empregado em uma guerra. Nas grandes potências nucleares, eles são a base da força de ataque, combinados com modelos lançados por submarinos e mísseis ar-terra e bombas de gravidade carregadas por bombardeiros.

Analistas são unânimes em dizer que os mísseis ocidentais, em especial no número limitado que Kiev dispõe, não irão mudar o rumo da guerra —que, nesta quinta, viu a Rússia tomar mais uma cidade no leste ucraniano. Mas o impacto doméstico das ações pode ser grande, o que é inaceitável para o Kremlin.

O ataque desta quinta também atingiu outros pontos da região de Dnipro. Seis de sete mísseis de cruzeiros subsônicos Kh-101 foram derrubados, disse a Força Aérea, e um hipersônico Kinjal atingiu o solo. Não há relato de vítimas ainda.

Da Folha de São Paulo.

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Por Mônica Bergamo
Da Folha de São Paulo

O presidente do PSD, Gilberto Kassab, afirmou a empresários na terça (19) que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), tem mais chance de ser candidato a presidente da República em 2030 do que em 2026, quando poderia enfrentar Lula (PT).

“Está na cara que o Tarcísio vai ser presidente da República. Aposto qualquer coisa”, afirmou ele no encontro, organizado pelo grupo Esfera Brasil.

“Pode ser em 2026? Pode, mas acho difícil”, seguiu.

Uma das razões seria a pretensão de Jair Bolsonaro (PL) de ser o candidato da direita, “mesmo preso”. Kassab notou que o ex-presidente reafirma que participará da corrida eleitoral mesmo estando inelegível por determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), “mesmo preso”. E que, diante disso, a alternativa mais provável para Tarcísio é disputar novamente o comando do estado de São Paulo.

“Ele já se definiu como candidato à reeleição para governador”, diz Kassab, que é secretário de Governo de Tarcísio. “E esse é o melhor cenário para todos nós, brasileiros. Porque, se der chabu no plano nacional, São Paulo segura o Brasil.”

“A minha impressão é que o Tarcísio vai realmente ser candidato para presidente em 2030”, afirmou ele ainda, para ressaltar a força da candidatura.

“Eu não vejo adversário. Existe uma união tão grande de forças ao lado de Tarcísio que nunca vi igual. Nunca teve um gestor tão bem avaliado como ele. Tarcísio não tem adversário. Só não fala que é simpático a ele o petista, porque não tem como. Mas, mesmo assim, no bastidor, [o petista] reconhece que ele está sendo um bom governador. Tarcísio é muito qualificado.”

Kassab afirmou também que o PSD pode repetir a decisão de 2022, quando não teve candidato a presidente e liberou seus filiados para apoiarem quem quisessem.

Afirmou, no entanto, torcer para que Lula se reeleja —o PSD tem três ministérios no governo dele.

Apesar da torcida, Kassab criticou o presidente, em especial na área econômica.

“O Lula hoje caminha com dificuldade para a reeleição. A economia vai bem, mas não acredito que isso vai perdurar por muitos meses. Há 10 dias, houve aquela explosão do dólar. Ele se assustou e pediu para o [ministro da Fazenda, Fernando Haddad] não viajar [para a Europa, onde tinha compromissos]. Veio o G20, e parou. Eu espero que o Lula leve a sério essa proposta [de corte de gastos], senão vai voltar aquela instabilidade de 15 dias atrás”, previu.

“Mas eu gosto do presidente Lula. É uma judiação para o Lula encerrar a carreira com um mau governo. Eu acho que ele está errando na economia. O capital globalizado não escolhe, não tem país. Se não tem confiança, ele vai embora. O [capital] brasileiro vai embora, e o de fora não vem”, seguiu.

“O Lula tem tudo para ser de novo um grande presidente, como já foi. A gente deve muito ao Lula. Mas ele não vai bem. Quando todo mundo acha que não vai bem é porque não vai bem. Eu corri o país, presencialmente e virtualmente [nas eleições municipais]. Ninguém queria votar no PT. É uma sinalização. O PT existe hoje em três estados: no Piauí, na Bahia e no Ceará”, disse.

Apesar das críticas, Kassab afirma que Lula “tem margem e credibilidade”, e pode ainda acertar.

“Eu gostaria muito que ele fosse consagrado. Porque o país, quando votou nele [em 2022], votou na esperança de que pudesse ser o presidente que a gente queria. Para unir o país, para fazer na economia o que precisa ser feito. Eu espero que ele faça, e se apresente [como candidato em 2026] e merecidamente seja reeleito”.

Questionado sobre seus próprios planos políticos, Kassab admitiu que pode ser candidato a governador de São Paulo no futuro.

“Eu acho que tenho o preparo para ser governador. Se um dia eu tiver essa circunstância, eu gostaria muito e abraçaria essa oportunidade. Mas não tenho nenhuma obstinação. Eu me orgulho muito da minha carreira. É uma vontade, e não posso fazer disso uma obstinação”, afirmou, sendo aplaudido pelos presentes.

O Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) realizou duas grandes celebrações nos Sertões do Araripe e Pajeú, nos dias 08 e 09 de novembro, em homenagem ao Mês do Médico, proporcionando momentos de confraternização para os profissionais que atuam nessas regiões. Os eventos, organizados de forma descentralizada, integram o projeto de regionalização do Simepe, que busca expandir suas ações para todas as regiões do Estado.

A vice-presidente do Simepe, Carol Tabosa, destacou o caráter inclusivo do projeto. “Nosso objetivo é estar presente em todas as regiões de Pernambuco, valorizando o trabalho dos médicos onde quer que estejam. Esta celebração é uma forma de agradecimento por toda a dedicação dos nossos colegas no Sertão, levando saúde e cuidado para a população,” afirmou. “É fundamental que todos os médicos, inclusive os que estão fora da capital, sintam o apoio e reconhecimento do Simepe.”

A dupla Felipe e Gabriel e o cantor Marcelo Bragato animaram os presentes com um repertório variado. Em Serra Talhada, a médica e cantora Maria Augusta foi a atração especial e trouxe clássicos do Forró das Antigas, levando os colegas a um momento de integração e descontração.

Para o diretor Eraldo Arraes, essa união entre a profissão e a cultura regional fortalece a categoria. “Eventos como este não só celebram a profissão, mas também a cultura e o vínculo dos médicos com suas comunidades. É uma forma de reforçar as raízes, o sentimento de pertencimento e a importância do médico na sociedade local,” ressaltou Arraes.

Uma tradição que fortalece laços profissionais

O diretor Robson Miranda comentou sobre a importância de criar oportunidades de confraternização que aproximem os profissionais em diferentes regiões do Estado. “Esses encontros no Sertão, além de serem momentos de celebração, são oportunidades de os médicos reforçarem laços com os colegas. Isso fortalece o senso de união e de apoio mútuo dentro da categoria, especialmente em um ano de tantas lutas e conquistas,” enfatizou Miranda. Com essas festas, o Simepe encerrou seu calendário festivo para 2024.

O Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Pernambuco (OAB/PE) homologou, nesta quinta-feira (21), a lista sêxtupla destinada ao preenchimento da vaga de desembargador(a) do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), oriunda do Quinto Constitucional. A decisão foi tomada em conformidade com as regras do edital, que preveem a paridade de gênero e a aplicação de cotas raciais.

Com a revisão determinada por decisão monocrática proferida pelo conselheiro federal Thiago Pires de Melo, a lista foi ajustada para incluir a advogada Ana Paula Azevedo, que substituiu Taciana de Castro. Taciana foi a quarta mais votada na eleição da classe, e comentários nos bastidores indicavam que ela era a preferida da governadora Raquel Lyra. A substituição garantiu a presença de uma mulher negra e um homem negro entre os selecionados.

A lista final, composta por Adriana Caribé Bezerra Cavalcanti, Carlos Gil, Diana Câmara, Ana Paula Azevedo, Alexandre Bartilotti e Paulo Artur Monteiro, será encaminhada ao TJPE para dar continuidade ao processo de escolha do novo desembargador.

“Reafirmo que a Comissão Eleitoral da OAB/PE permanece empenhada em conduzir o processo com a máxima transparência, imparcialidade e respeito às normas institucionais, assegurando que os critérios de legalidade, inclusão e ética profissional sejam observados em sua totalidade”, declarou o presidente da Comissão Eleitoral, Delmiro Dantas Campos Neto, em comunicado oficial.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) iniciaram nesta quinta-feira (21) uma operação contra fraudes no Banco do Brasil. O prejuízo foi de R$ 40 milhões.

Agentes da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ) saíram para cumprir 16 mandados de busca e apreensão contra 11 investigados. Entre os alvos estão funcionários e terceirizados.

Segundo as investigações, os criminosos utilizavam dispositivos eletrônicos clandestinos para acessar sistemas internos de agências bancárias e obter dados sigilosos de clientes.

Os ataques foram identificados em dezembro de 2023 em agências no Recreio dos Bandeirantes, Barra da Tijuca, Vila Isabel e Centro, no Rio de Janeiro, além de unidades em Niterói, Tanguá, Nilópolis e Duque de Caxias.

O grupo atuava de forma organizada, com divisão de tarefas específicas entre aliciadores, aliciados, instaladores, operadores financeiros e chefes.

Quem era quem na quadrilha

  • Aliciadores recrutavam colaboradores do banco e terceirizados para obter senhas funcionais;
  • Aliciados forneciam suas credenciais mediante pagamento;
  • Instaladores conectavam dispositivos aos sistemas do banco;
  • Operadores financeiros movimentavam valores desviados;
  • Chefes organizavam e coordenavam todas as etapas do esquema, incluindo aquisição de dispositivos, aliciamento e execução das fraudes.

Outras modalidades de fraude
No mês passado, a DRF deflagrou uma operação para combater uma fraude semelhante, também contra o Banco do Brasil. Na ocasião, apurou-se que a quadrilha contava com a colaboração de um gerente de Mato Grosso, um funcionário de TI e terceirizados do banco.

Em julho, a delegacia prendeu 3 pessoas de um bando que “hackeava” agências bancárias. Os criminosos instalavam dispositivos no cabeamento de dados dos bancos e assim fazia transferências, furtando de correntistas aleatórios.

Do g1.

A Justiça Eleitoral da 62ª Zona de Sertânia determinou a cassação do registro de candidatura e declarou a inelegibilidade por oito anos de Pollyanna Abreu (PSDB), prefeita eleita do município, e sua vice, Teresa Raquel. A decisão foi baseada em uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) movida pela coligação Frente Popular de Sertânia, que apontou abuso de poder econômico durante a campanha de 2024. Segundo o juiz Gustavo Silva Hora, Pollyanna teria utilizado sua empresa, PBA Transportes, para promover eventos, distribuir brindes e realizar obras como manutenção de estradas com fins eleitorais.

A sentença também condenou outros envolvidos na campanha, como o vereador Dorgival Rodrigues e o candidato Gustavo Menezes. Entre as irregularidades destacadas estão patrocínios ostensivos a eventos como a “X Cavalgada dos Amigos de Sertânia” e a “4ª Caminhada do Forró”, além do uso de maquinário da PBA Transportes para serviços que beneficiaram comunidades locais. Essas ações foram consideradas graves o suficiente para comprometer a integridade do processo eleitoral.

O Ministério Público Eleitoral reforçou as acusações, enquanto a defesa da prefeita alegou que todas as contratações e pagamentos foram realizados de forma lícita. A decisão ainda cabe recurso ao Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE).

A convite da União dos Vereadores de Pernambuco, a UVP, vou falar no último congresso do ano da categoria, marcado entre os dias 10 e 13 próximos, em Triunfo. O tema: “O recado das urnas, minha visão sobre o resultado das eleições municipais no País e seus desdobramentos com vistas às eleições para presidente e governador, em 2026. A palestra acontece na quinta-feira (12), às 15h.

A Prefeitura do Brejo da Madre de Deus, por meio do Instituto de Previdência dos Servidores Municipais, inicia no próximo dia 1º de dezembro o recadastramento anual para servidores públicos efetivos, aposentados e pensionistas. A ação, regulamentada pelo Decreto nº 055/2024, tem como objetivo atualizar os dados funcionais e pessoais, além de identificar os locais de lotação e atuação dos servidores.

O processo de recadastramento será presencial e os servidores devem preencher todas as informações necessárias e comparecer no auditório da prefeitura à Secretaria de Administração. Aqueles afastados, cedidos ou fora do estado devem seguir as orientações específicas previstas no decreto.

O formulário que deve ser preenchido e apresentado no ato do recadastramento pode ser encontrado acessando o link oficial: https://brejomdeus.pe.gov.br/recadastramento2024.

Os servidores que não realizarem o recadastramento dentro do período estipulado, de 1º a 30 de dezembro, estarão sujeitos a bloqueios nos vencimentos ou proventos, conforme estabelece o artigo 7º, caput, do decreto. A regularização do pagamento será efetuada pela Secretaria Municipal de Administração somente após a realização do recadastramento pendente.

Em encontro realizado ontem (20) em Brasília, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping anunciaram a abertura do mercado chinês para as uvas brasileiras, após quatro anos de negociações. Além das uvas frescas, o acordo prevê a exportação de gergelim, sorgo e produtos derivados de peixe, como farinha e óleo.

O presidente da Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frutas (Abrafrutas), Guilherme Coelho, destacou o impacto positivo do acordo. “Após muito trabalho, podemos comemorar essa importante conquista para a fruticultura, sobretudo para o Vale do São Francisco, principal produtor de uvas do Brasil. Nossos produtores terão acesso a um mercado de mais de 1 bilhão e 400 mil de pessoas. Isso trará reflexos para a economia local com geração de mais emprego e renda para a nossa gente”, afirmou Coelho.

O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, teve uma conversa comigo ontem, na festa dos 80 anos do ex-senador José Jorge, em Brasília. Girou em torno da possibilidade da governadora Raquel Lira fazer a travessia do PSDB para o PSD, conforme já foi especulado na mídia. Kassab me disse que fez o convite à governadora, com quem esteve em algumas oportunidades, e, quando eu perguntei se o martelo estaria batido, ele respondeu: “Agora só depende dela”.

Kassab disse ainda que o ingresso da governadora seria um reforço muito grande para os quadros do seu partido. Afirmou que o PSD já integra o governo de Raquel, e o presidente estadual, André de Paula, tem uma relação já bastante estreita com a governadora. O PSD foi o partido que mais elegeu prefeitos em todo o país no pleito deste ano. O partido conquistou as prefeituras de 887 municípios, sendo cinco capitais, o que representa aumento de 35% se comparado ao resultado da eleição anterior.

Paulo Câmara, o candidato de Lula

Ouvi em Brasília, nos últimos dias, que a sucessão da governadora Raquel Lyra (PSDB), em 2026, pode ter um ingrediente novo e explosivo: o PT fora do palanque de João Campos, natural e provável candidato a governador pelo PSB.

A legenda petista, segundo o que foi soprado nos meus ouvidos, lançaria uma candidatura própria – o ex-governador Paulo Câmara, hoje na presidência do Banco do Nordeste, em Fortaleza, por delegação pessoal do presidente Lula.

Principal liderança do PT no Estado, o senador Humberto Costa iria à reeleição na chapa de Paulo Câmara, que seria, naturalmente, o palanque de Lula em Pernambuco. A tese, que a princípio pode parecer uma maluquice, é baseada no fato de que nem João nem Raquel estariam dispostos a bancar o palanque de Lula.

Tudo em razão do Governo Federal, sob o comando de Lula pela terceira vez, não ter encontrado ressonância na sociedade brasileira. Os mesmos que me sopraram a notícia ressaltam que João já não assumiu Lula na campanha da sua reeleição no Recife, o que teria irritado profundamente as forças mais lulistas no Estado.

Quanto à Raquel, a governadora está buscando a travessia para o PSD, partido aliado ao Planalto, em busca de construir um palanque lulista no Estado, iludida com a tese de que o presidente teria dois palanques no Estado. Acontece que se a tucana andar por esse caminho, perderá os votos dos bolsonaristas.

Sendo assim, sua reeleição ficaria mais difícil ainda. Em 2022, na eleição de segundo turno contra Marília Arraes (SD), a quem derrotou, Raquel não assumiu lado na corrida presidencial – nem no palanque de Lula nem tampouco o de Bolsonaro. Ganhou fácil pela adesão em massa dos bolsonaristas.

Mas 2026 abre um cenário bem diferente. Na política, a história não se repete. Raquel pode até fazer a travessia do PSDB para o PSD, mas o palanque de Lula no Estado, com a possibilidade de não ser o de João Campos, será único – o do ex-governador Paulo Câmara, que irá se filiar ao PT.

SILVIO FILHO NA CHAPA DE CÂMARA – Se o fato novo Paulo Câmara for uma realidade, o Republicanos, do ministro Sílvio Costa Filho, ficaria na chapa de João Campos? O que se diz em Brasília aponta na direção contrária. Silvinho, como é mais conhecido e que sonha em disputar uma das vagas ao Senado, seria o segundo candidato na chapa de Câmara, ao lado de Humberto, por determinação e exigência do presidente Lula.

Desgaste e saudade – Aos que porventura acharem essa alternativa Paulo Câmara um sonho de verão: diante do desgaste da governadora Raquel Lyra, cuja gestão é reprovada por 57% dos pernambucanos, segundo pesquisa recente do instituto Opinião, a população já estaria com saudade dele, achando que, em comparação ao Governo tucano, fez uma gestão por excelência. E mais do que isso, chegaria com o apoio e respaldo do presidente Lula em sua inteireza.

Estado arrumado – Aliados do ex-governador Paulo Câmara exibem pesquisas internas de que seu maior feito foi o ajuste fiscal do Estado, mesmo depois de encontrar as finanças em frangalhos, herança do Governo gastador de Eduardo Campos. Dizem que Câmara fez tão bem o dever de casa nas finanças que Raquel se deparou com o Estado extremamente equilibrado de caixa, com tamanha capacidade de endividamento que a tucana já assinou dois empréstimos, sendo o último, de R$ 3,4 bilhões, aprovada no início desta semana pela Assembleia Legislativa.

Cid volta a ser ouvido – Não há outro assunto em Brasília, a não ser a trama de quatro militares malucos para eliminar o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e seu vice, Geraldo Alckmin (PSB). O tenente-coronel Mauro Cid presta depoimento hoje à tarde ao ministro Alexandre de Moraes, outro alvo. O magistrado vai decidir se Cid deve ser punido por, segundo a Polícia Federal, ter omitido em seus depoimentos o plano para assassinar autoridades, como o próprio Moraes, o presidente Lula (PT) e o seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), no fim de 2022, antes da posse deles.

Cara a cara com Moraes – O ministro Alexandre de Moraes, contrariando o que é de praxe na Corte, não nomeou um juiz-auxiliar para conduzir o depoimento e tomou para si a responsabilidade. Ele ficará frente a frente com o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O depoimento foi marcado após a PF revelar novos detalhes da investigação sobre golpe de Estado nos últimos dias do governo de Jair Bolsonaro (PL).

CURTAS

RELATÓRIO – Os capítulos narrados pela corporação em relatório que motivou novas prisões na última terça comprometem outros nomes importantes — entre eles o do próprio ex-presidente — e dão gás para que a apuração lance luz sobre mais detalhes da suposta trama golpista que era discutida nos gabinetes do antigo governo.

NEGOU – Ao acessar aparelhos eletrônicos apreendidos em operação anterior, a PF encontrou um plano golpista nomeado “Punhal Verde e Amarelo”, que seria de autoria do general da reserva com cargo no governo. Entre as tarefas elencadas estava o assassinato dos candidatos eleitos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB), além do próprio ministro Alexandre de Moraes, então presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Cid negou, ainda na terça, saber do plano.

DOCUMENTO – Os investigadores ainda constataram que o documento foi impresso no Palácio do Planalto, em dezembro de 2022, quando o tenente-coronel Mauro Cid e o ex-presidente Jair Bolsonaro estavam no local. Somado a isso, a PF descobriu que havia o plano de prender e até matar o ministro Alexandre de Moraes em 15 de dezembro de 2022.

Perguntar não ofende: Paulo Câmara vai voltar?