De bigu com a modernidade

Pulse Abarth tem o veneno que promete?

Você só descobre que o SUV compacto Pulse Abarth é um modelo da Fiat se for um aficionado por carros – ou talvez um sujeito bem antenado aos constantes lançamentos de versões customizadas por parte das montadoras. Todos os logos são Abarth: na chave, na tampa traseira, no volante, na faixa lateral… E a ideia era essa mesmo. Só não precisava o amigo goiano que se aproximou da unidade testada por este colunista, em um posto de gasolina perto de Anápolis, tascar, sem cerimônia: “Que marca é essa? Não é muito esportivo para o senhor, não?”. Rindo, claro, fui explicar. Essa versão foi preparada  exatamente para trazer de volta ao Brasil a marca italiana do escorpião, a Abarth, agora também pertencente ao grupo Stellantis e com fama, cara e comportamento esportivo – e não apenas com “aparência esportiva”. E, na medida do possível, a versão faz jus ao que dela se espera. Velocidade, por exemplo: ela é a única versão do Fiat Pulse que sai com motor capaz de, se abastecido com etanol, fazer de 0km/h a 100km/h em 7,6 segundos e passar dos 200km/h sem muito sofrimento.

E o que foi feito para ‘turbinar’ esse conjunto de  1.3 turbo T270, que gera até 185cv de potência com etanol e torque de 27,5 mkgf? Calibrações e ajustes a grandel feitos pela divisão esportiva da Fiat brasileira. O motor todo de alumínio, leva nessa versão uma corrente de distribuição que dispensa manutenção – e não a tradicional correia. Assim, funciona suavemente tanto em baixa quanto alta rotação. A menos que você acione no volante o vistoso dispositivo vermelho chamado Veneno (o símbolo da marca Abarth é um escorpião). O carro se transforma: as RPMs sobem, o som do motor aumenta e até as reduções das marchas ficam bem mais perceptíveis, deixando o modelo ‘pronto’ para retomadas e acelerações. Enfim: a condução fica muito mais prazerosa, divertida, estimulante. Vale lembrar: o câmbio é um automático CVT com sete marchas. No modo Veneno, segundo a Fiat, outro sistema é acionado: o de vetorização de torque para controle de estabilidade, que aplica levemente o freio nas curvas para que o contorno aconteça de forma mais linear, dando mais segurança para o motorista acelerar mais.

As suspensões dianteira e traseira têm molas e amortecedores mais firmes. A dianteira ganhou geometria diferente e barra estabilizadora de diâmetro maior. Também foram adotadas mudanças nos eixos: o da traseira ganhou 15% a mais de rigidez à torção, reduzindo a rolagem da carroceria em 10%, embora a altura (18,8cm) do solo tenha sido mantida (mas com rebaixamento da suspensão em 10 mm). Os freios, claro, também foram redimensionados, garantindo sossego e segurança. Sem falar que o câmbio já estimula o uso do freio-motor. Bem, esses detalhes técnicos nem se explicam; se sentem.

Consumo – Vale reforçar que o consumo de um veículo está vinculado a vários fatores – como a empolgação do motorista e até as condições climáticas. Ainda mais num modelo bem mais arrojado do que os irmãos caçulas. Segundo dados do Inmetro, o Pulse Abarth gasta em torno dos 10 km/l com gasolina e 6,8 km/l com etanol na cidade e 12,3 km/l com gasolina e 8,8 km/l com etanol na estrada.

Vida a bordo – O interior do Pulse tem uma forração preta, com um friso vermelho percorrendo o painel de ponta a ponta (o vermelho também está presente na costura aparente dos bancos de couro, que não são couro). No mais, é semelhante ao das demais versões, como o quadro de instrumentos digital de 7’’ e um sistema multimídia com tela de 10’’ e até carregador de celular é por indução. Não espere mudanças na estrutura: o entre-eixos, por exemplo, é 2,53m. Paralelamente, garante a mesma e boa posição de dirigir, já que o modelo oferta regulagem de altura do banco e coluna de direção regulável em altura e distância.

Segurança – Outro fator relevante, e que deveria pesar muito para o comprador – independentemente da ‘idade dele’ para um esportivo -, é o pacote de segurança, principalmente o de direção semiautônoma. Tem farol alto automático, frenagem automática de emergência e alerta de saída de faixa. São quatro airbags: os dois frontais obrigatórios por lei e dois laterais, também dianteiros.

O pacote de conveniência também é na medida do tom do preço: partida sem chave, câmera de ré, freio de estacionamento eletrônico etc. Preço? R$ 150 mil. Se quiser, você pode incluir ainda alguns acessórios Mopar (emblema Abarth, claro), como adesivo de capô, protetor de soleira em vinil, tapetes bordados e por aí vai.

Velocidade: quem é o campeão dos excessos? – A Cobli, empresa especializada em gestão de frota, analisou dados de sua plataforma relacionados à gravidade dos excessos de velocidade por veículos (com duração de mais de 60 segundos) no Brasil, durante os meses de janeiro a abril de 2023. O levantamento identificou 100 mil comportamentos de excesso de velocidade por dia. Do total, 43% foram gravíssimos, com pessoas dirigindo 51% acima do limite permitido pela via ou pela política da empresa.

E o estudo elenca proporcionalmente os dez estados com maior incidência de excessos de velocidade e também suas capitais. Em primeiro lugar, aparece o Tocantins, seguido de Mato Grosso, Bahia, Rondônia, Roraima, Maranhão, Goiás, Rio Grande do Sul, Ceará e Pará. Os estados de Roraima (32%) e Rio Grande do Sul (33%) foram os que menos tiveram comportamentos de velocidade gravíssimos identificados. Eles estão bastante abaixo dos resultados nacionais nesse comportamento (43%). Roraima também se destacou pelo maior percentual de excessos de velocidade médios (9%) entre todos os estados. Mato Grosso (49%) não só foi o estado do Brasil que, percentualmente, mais cometeu excessos de velocidade gravíssimos, mas também foi o único que teve mais gravíssimos do que graves e médios.

Capitais – Nas capitais dos dez estados do ranking, o percentual de excessos de velocidade gravíssimos foi sempre menor do que o observado no resultado do Brasil, exceto por Porto Velho (47%) e Cuiabá (47%). Em Salvador, o percentual de excessos de velocidade gravíssimos foi de 14%, muito distante dos 43% nacional. Já os eventos graves tiveram 77% do total. Segundo o Registro Nacional de Infrações de Trânsito (Renainf), o excesso de velocidade é a principal causa de acidentes com mortes no trânsito.

Efeitos do ‘carro popular’ – A iniciativa do governo federal em abdicar de impostos para baratear os preços dos veículos ‘populares’ virou marketing para algumas montadoras. A Caoa Chery, por exemplo, foi a mais esperta até agora. Criou, por exemplo, uma nova configuração para o Tiggo 5x, chamada Sport – que custa R$ 119.990, limite das regras do programa de Lula e Geraldo Alckmin de R$ 120 mil. Sem exageros: a versão teve o preço reduzido em R$ 30 mil em comparação à Pro, topo de linha. Ele só vai perder itens de conforto, como ar-condicionado digital automático de duas zonas, câmera 360°, faróis de LED e teto solar panorâmico com abertura elétrica. Ah, do conjunto de motor – o 1.5 turbo de 150 cv e 21,4 kgfm de torque e transmissão CVT com 9 marchas – não terá o sistema híbrido-leve que equipa o 5x Pro Hybrid. O consumo não é o forte: o Inmetro estabelece que ele faz 6,9 km/litro na cidade e 8,1 km/litro na estrada, com etanol, e 9,9 km/litro e 11,5 km/litro, com gasolina.

Comprar ou consertar? – A consultoria automotiva Jato Dynamics estima que o valor médio de veículos leves e novos no Brasil no fechamento de 2022 foi de R$ 130 mil. Por isso, parte da população optou por manter seus carros ao invés de investir em novas aquisições ou trocas. Tal movimentação foi identificada também pelo GetNinjas, aplicativo para contratação de serviços, que registrou um aumento médio de 37% nos pedidos por serviços de reparos automotivos em abril de 2023 na comparação ao mesmo mês do ano anterior. Houve crescimentos de 55% nos serviços de vidraçaria automotiva, 44% nos de borracheiro e 12% nos de martelinho de ouro. Lucas Arruda, CFO do GetNinjas, diz que os preços altos e o cenário para financiamento pouco favorável fazem com que as pessoas optem por uma manutenção mais apurada dos seus veículos atuais do que investir em aquisições que comprometam sua renda a médio prazo. “Conservação e reparos são a opção mais econômica e que oferece uma maior sensação de segurança financeira.”, completa Arruda.

Novos BMW X5 e X6 – A marca alemã BMW acaba de anunciar a chegada dos SUVs X5 e X6, que foram apresentados na Europa no comecinho de fevereiro. Eles ganharam atualizações visuais, tecnológicas e, claro, preços no capricho: o primeiro custa R$ 689.950; o segundo, R$ 744.950. Ambos passaram por estilizações na dianteira, com novos faróis (35mm mais finos) e luz diurna bem interessante: em LED e em formato de seta, ela faz o papel de indicador de direção. Internamente, a sofisticação de sempre e o BMW Curved Display, com uma tela de 12,3’’ atrás do volante e central multimídia de 14,9’’.

No caso do X5, a motorização híbrida plug-in mudou: o motor a gasolina gera 313cv e, junto ao elétrico de 197cv, faz o modelo render 489cv. O torque combinado é de 71,3 kgfm. O câmbio é automático de 8 marchas. A versão xDrive50e faz de 0 a 100km/h em impressionantes 4,8 segundos. O novo X6 também chega com nova motorização, que ganhou inovações no processo de combustão, troca de gases, controle de válvulas, sistema de injeção e ignição. Com isso, o seis cilindros em linha ganhou 47cv de potência em relação ao modelo anterior, totalizando 381cv e 52,0kgfm de torque. A versão X6 M Competition mantém o V8 bi-turbo, sendo duas turbinas que geram 625cv de potência.

Carro de realities: haja influência! – Os brasileiros também se acham ricos ou sortudos? Afinal, os automóveis sorteados ou conquistados por participantes de realities shows são bastante cobiçados pelo consumidor. A OLX, plataforma de compra e venda online de veículos, fez um levantamento sobre o desempenho de anúncios, procura e venda desses carros no primeiro trimestre do ano, comparado com o mesmo período de 2022. Resultado: a OLX observou que houve aumento nos índices de procura, quantidade de anúncios e vendas por meio da plataforma de alguns dos modelos, como o Cronos e Mobi, ambos da Fiat; a Tracker, da Chevrolet; e a Renegade, da Jeep. Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro são os estados que lideram a procura e venda desses veículos. O ranking conta ainda com o Distrito Federal, Pernambuco, Santa Catarina e o Paraná. Em relação ao preço médio desses veículos na plataforma, a Tracker possui o maior índice de economia média ao ser comprado um modelo usado: 12,73%, saindo pelo valor médio de R$ 138 mil. Entre os carros sorteados nas edições de realities dos últimos 10 anos, as picapes lideram as duas primeiras posições do ranking nacional, com a Strada, da Fiat, em primeiro lugar, e a S10, da Chevrolet, em segundo.

Fugir do guarda pode dar cadeia – Quem desobedecer a uma ordem de parada dada por agente de trânsito e fugir da abordagem pode pegar de seis meses a dois anos de cadeia, segundo projeto aprovado pela Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados. Agora, o PL vai ser analisado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e depois vai ao plenário. “Vamos preservar, assim, a integridade física dos agentes públicos encarregados da fiscalização de trânsito. E a sanção criminal revoga a sanção administrativa, uma vez que se trata de instâncias distintas e independentes”, afirmou o autor da proposta, deputado Capitão Alberto Neto (PL-AM).

O projeto altera o Código de Trânsito Brasileiro, que hoje caracteriza o ato como infração grave, (multa e cinco pontos na carteira de habilitação). Para o relator, deputado Antônio Carlos Rodrigues (PL-SP), a iniciativa é importante para proteger vidas. “A previsão de crime punível com detenção certamente contribuirá para inibir esse tipo de conduta, que geralmente coloca em risco a vida dos agentes de trânsito e a de outros usuários da via, além da do próprio condutor e da dos passageiros do veículo”, destacou o parlamentar.

Sustentabilidade: o papel dos elétricos –  Relatório recente da Organização das Nações Unidas (ONU) apontou que o aquecimento global é mais alarmante do que se imaginava. Reflexo disso são eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes. Diante da urgência de medidas para a descarbonização do planeta, diversos países estão estabelecendo ações de contenção, como uma data limite para o comércio de veículos à combustão já nas próximas décadas.

Entre os grandes mercados de automóveis, o Brasil se destaca pela baixa emissão de gás carbônico (CO2) pelo setor de transporte, que tem o etanol como alternativa à gasolina. O combustível vegetal representa hoje aproximadamente 30% da escolha do consumidor no abastecimento de veículos flex no país.

“Apesar da notabilidade do papel do etanol, o Brasil não pode deixar de buscar alternativas mais eficientes, como o carro elétrico, o único que não emite gás carbônico ou poluentes por onde roda. Por isso, nem escapamento tem”, observa Elbi Kremer, diretor de Engenharia e Planejamento de Produto da GM América do Sul.

Para especialistas, a melhor maneira de calcular a emissão de CO2 de um automóvel na atmosfera é somando o que ele emite durante o seu uso mais o impacto que a produção do seu combustível provoca no meio ambiente. É a famosa equação do poço à roda, cujo parâmetros variam de mercado para mercado, de acordo com a matriz energética.

Por isso. a emissão de um veículo elétrico num país no qual a matriz energética está baseada na queima de carvão mineral ou de outros combustíveis fósseis vai ser bem diferente da emissão de um EV utilizado no Brasil, que tem hoje 86% de energia elétrica vinda de fonte renovável, hidrelétricas, parques solares e eólicos.

Encomendada pelo Ministério de Desenvolvimento Indústria e Comércio (MDIC), a metodologia de cálculo do poço à roda no Brasil foi desenvolvida por técnicos da indústria, governo, fornecedores e acadêmicos. Ela considera a intensidade de carbono da matriz energética nacional e os cálculos de eficiência energética dos veículos do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV) do Inmetro.

Neste contexto, nota-se uma gradualidade entre modelos de mesma categoria, sendo um EV, em média, 50% mais sustentável que um híbrido flex abastecido somente com etanol e quase dez vezes mais sustentável que um carro tradicional movido apenas a gasolina.

A fórmula para cálculo da equação do poço à roda com dados da matriz energética brasileira está no site da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva(AEA), enquanto informações de eficiência energética dos veículos disponíveis no país são publicados pelo Inmetro.

“Pela perspectiva da convergência global e potencial futuro de exportação da indústria nacional é indiscutível que o EV é a melhor solução”, complementa Kremer. De acordo com o executivo, o etanol ainda pode ser aproveitado lá na frente de forma estratégica para a produção de hidrogênio verde, por exemplo.

É consenso que não existe apenas uma solução à questão da descarbonização. A América do Sul, por exemplo, tem potencial para se transformar em polo de produção e exportação de tecnologias e de veículos elétricos. A começar pelas grandes reservas de matérias-primas, essenciais para a produção de baterias.

Outro fator estratégico é o talento da engenharia local, referência global no desenvolvimento de veículos de sucesso. A região conta ainda com um amplo parque industrial e um grande mercado consumidor em potencial. Para aproveitar esta janela de oportunidade mundial, o país precisa estabelecer regras claras e políticas públicas de fomento que permitam a adoção em massa dos EVs e, consequentemente, a sua industrialização.

Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, tem especialidade em jornalismo automobilístico.

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A Rússia disparou em combate pela primeira vez na história um míssil intercontinental desenhado para uso em guerra nuclear, em um ataque contra a Ucrânia. Segundo a Força Aérea de Kiev, ele carregava múltiplas ogivas convencionais e atingiu a cidade de Dnipro na madrugada desta quinta (21).

A acusação da Força Aérea ucraniana foi confirmada por analistas consultados pela reportagem a partir de imagens georreferenciadas de redes sociais.

Já as redes americanas ABC e CNN dizem que autoridades ocidentais têm dúvidas acerca do modelo usado, apesar de vídeos serem consistentes com a chegada de ogivas múltiplas dos chamados ICBMs (mísseis balísticos intercontinentais, na sigla inglesa).

São seis salvas com vários objetos, que não causam grandes explosões, sugerindo o emprego de munição cinética —que usa sua velocidade terminal hipersônica para causar grande estrago, sem precisar de explosivos.

Analistas especulam que pode ser um modelo balístico de alcance intermediário, o IRBM, igualmente desenhado para uso em guerras nucleares e nunca posto em combate. Sem comprar versões, o renomado especialista russo Pavel Podvig escreveu no X que o ataque “deve ser levado a sério”.

Em meio a uma entrevista coletiva, a porta-voz da chancelaria russa, Maria Zakharova, atendeu uma ligação no celular cujo teor vazou no microfone: nela, alguém dizia a ela para não “comentar o ataque com míssil balístico”. Se foi algo planejado para aumentar o suspense em torno da questão, não se sabe.

A ação, envolveu outros mísseis, de todo modo representa uma dramática sinalização simbólica na guerra, que vive um perigoso momento de escalada.

Ele começou no fim de semana, quando foi revelada a autorização dada pelos Estados Unidos para que Kiev pudesse empregar mísseis americanos com alcance de até 300 km contra alvos dentro do território russo.

O governo de Volodimir Zelenski, muito pressionado no campo de batalha, pedia havia meses a medida e, já na terça (19) promoveu o primeiro ataque contra um arsenal russo a 150 km de sua fronteira.

Na véspera, o presidente Vladimir Putin havia dado mais uma cartada nuclear na disputa, editando a revisão de sua doutrina de uso de armas atômicas. O texto é bem mais duro do que o especulado: além de prever retaliação com esses armamentos em caso de qualquer ataque convencional, considera países e alianças que apoiem tal ação alvos legítimos.

Com isso, Putin colocou no papel o que vinha falando havia meses. Zelenski e outros líderes ocidentais o acusavam de mais um blefe e foram em frente.

Na quarta (20), Kiev usou pela primeira vez mísseis de cruzeiro britânicos Storm Shadow contra a Rússia, e seguindo seu manual: disparou 12 modelos de forma concentrada contra a região de Kursk, para dificultar sua interceptação.

Repetiu a dose com dois mísseis nesta quinta, que a Rússia disse ter derrubado. Mas a resposta de Moscou contra Dnipro traz um sombrio simbolismo.

Segundo a mídia ucraniana, foi empregado contra a cidade um modelo RS-26 Rubej (fronteira, em russo), uma versão menor do míssil RS-24 Iars (acrônimo para Foguete de Dissuasão Nuclear), um dos esteios das forças estratégicas de Putin.

Ele foi desenhado para guerras nucleares, podendo levar estimadas quatro ogivas com potência equivalente a cerca de 20 bombas de Hiroshima cada. Mas também é possível configurá-lo para levar mais ogivas convencionais.

A questão é que, para a Rússia, não faz sentido militar empregar tal arma. O RS-26 é muito caro, complexo e em número reduzido para uma ação rotineira da guerra, no caso o ataque a uma área de produção militar em Dnipro.

Ele é feito para atingir países distantes, tendo um alcance estimado em 5.800 km. Kiev diz que ele foi lançado da região de Astrakhan, de uma base a cerca de 800 km a leste de Dnipro. O alvo foi a fábrica militar Iujmach.

Contra a hipótese de ser um ICBM há o fato de que, por acordo, todo lançamento desse tipo de míssil em testes pela Rússia e os EUA tem de ser notificado antes, restando saber se a regra vale em guerra. Há cerca de 400 ICBMs no arsenal de cada um dos rivais nucleares.

Se Moscou de fato uso a arma, algo que o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, não comentou, quis com isso mandar um recado eloquente para Kiev, Washington e aliados, associando sua mudança de postura nuclear ao emprego de um míssil criado para esse tipo de ataque.

Nunca antes um ICBM ou um IRBM havia sido empregado em uma guerra. Nas grandes potências nucleares, eles são a base da força de ataque, combinados com modelos lançados por submarinos e mísseis ar-terra e bombas de gravidade carregadas por bombardeiros.

Analistas são unânimes em dizer que os mísseis ocidentais, em especial no número limitado que Kiev dispõe, não irão mudar o rumo da guerra —que, nesta quinta, viu a Rússia tomar mais uma cidade no leste ucraniano. Mas o impacto doméstico das ações pode ser grande, o que é inaceitável para o Kremlin.

O ataque desta quinta também atingiu outros pontos da região de Dnipro. Seis de sete mísseis de cruzeiros subsônicos Kh-101 foram derrubados, disse a Força Aérea, e um hipersônico Kinjal atingiu o solo. Não há relato de vítimas ainda.

Da Folha de São Paulo.

Petrolina - Testemunhal

Por Mônica Bergamo
Da Folha de São Paulo

O presidente do PSD, Gilberto Kassab, afirmou a empresários na terça (19) que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), tem mais chance de ser candidato a presidente da República em 2030 do que em 2026, quando poderia enfrentar Lula (PT).

“Está na cara que o Tarcísio vai ser presidente da República. Aposto qualquer coisa”, afirmou ele no encontro, organizado pelo grupo Esfera Brasil.

“Pode ser em 2026? Pode, mas acho difícil”, seguiu.

Uma das razões seria a pretensão de Jair Bolsonaro (PL) de ser o candidato da direita, “mesmo preso”. Kassab notou que o ex-presidente reafirma que participará da corrida eleitoral mesmo estando inelegível por determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), “mesmo preso”. E que, diante disso, a alternativa mais provável para Tarcísio é disputar novamente o comando do estado de São Paulo.

“Ele já se definiu como candidato à reeleição para governador”, diz Kassab, que é secretário de Governo de Tarcísio. “E esse é o melhor cenário para todos nós, brasileiros. Porque, se der chabu no plano nacional, São Paulo segura o Brasil.”

“A minha impressão é que o Tarcísio vai realmente ser candidato para presidente em 2030”, afirmou ele ainda, para ressaltar a força da candidatura.

“Eu não vejo adversário. Existe uma união tão grande de forças ao lado de Tarcísio que nunca vi igual. Nunca teve um gestor tão bem avaliado como ele. Tarcísio não tem adversário. Só não fala que é simpático a ele o petista, porque não tem como. Mas, mesmo assim, no bastidor, [o petista] reconhece que ele está sendo um bom governador. Tarcísio é muito qualificado.”

Kassab afirmou também que o PSD pode repetir a decisão de 2022, quando não teve candidato a presidente e liberou seus filiados para apoiarem quem quisessem.

Afirmou, no entanto, torcer para que Lula se reeleja —o PSD tem três ministérios no governo dele.

Apesar da torcida, Kassab criticou o presidente, em especial na área econômica.

“O Lula hoje caminha com dificuldade para a reeleição. A economia vai bem, mas não acredito que isso vai perdurar por muitos meses. Há 10 dias, houve aquela explosão do dólar. Ele se assustou e pediu para o [ministro da Fazenda, Fernando Haddad] não viajar [para a Europa, onde tinha compromissos]. Veio o G20, e parou. Eu espero que o Lula leve a sério essa proposta [de corte de gastos], senão vai voltar aquela instabilidade de 15 dias atrás”, previu.

“Mas eu gosto do presidente Lula. É uma judiação para o Lula encerrar a carreira com um mau governo. Eu acho que ele está errando na economia. O capital globalizado não escolhe, não tem país. Se não tem confiança, ele vai embora. O [capital] brasileiro vai embora, e o de fora não vem”, seguiu.

“O Lula tem tudo para ser de novo um grande presidente, como já foi. A gente deve muito ao Lula. Mas ele não vai bem. Quando todo mundo acha que não vai bem é porque não vai bem. Eu corri o país, presencialmente e virtualmente [nas eleições municipais]. Ninguém queria votar no PT. É uma sinalização. O PT existe hoje em três estados: no Piauí, na Bahia e no Ceará”, disse.

Apesar das críticas, Kassab afirma que Lula “tem margem e credibilidade”, e pode ainda acertar.

“Eu gostaria muito que ele fosse consagrado. Porque o país, quando votou nele [em 2022], votou na esperança de que pudesse ser o presidente que a gente queria. Para unir o país, para fazer na economia o que precisa ser feito. Eu espero que ele faça, e se apresente [como candidato em 2026] e merecidamente seja reeleito”.

Questionado sobre seus próprios planos políticos, Kassab admitiu que pode ser candidato a governador de São Paulo no futuro.

“Eu acho que tenho o preparo para ser governador. Se um dia eu tiver essa circunstância, eu gostaria muito e abraçaria essa oportunidade. Mas não tenho nenhuma obstinação. Eu me orgulho muito da minha carreira. É uma vontade, e não posso fazer disso uma obstinação”, afirmou, sendo aplaudido pelos presentes.

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O Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) realizou duas grandes celebrações nos Sertões do Araripe e Pajeú, nos dias 08 e 09 de novembro, em homenagem ao Mês do Médico, proporcionando momentos de confraternização para os profissionais que atuam nessas regiões. Os eventos, organizados de forma descentralizada, integram o projeto de regionalização do Simepe, que busca expandir suas ações para todas as regiões do Estado.

A vice-presidente do Simepe, Carol Tabosa, destacou o caráter inclusivo do projeto. “Nosso objetivo é estar presente em todas as regiões de Pernambuco, valorizando o trabalho dos médicos onde quer que estejam. Esta celebração é uma forma de agradecimento por toda a dedicação dos nossos colegas no Sertão, levando saúde e cuidado para a população,” afirmou. “É fundamental que todos os médicos, inclusive os que estão fora da capital, sintam o apoio e reconhecimento do Simepe.”

A dupla Felipe e Gabriel e o cantor Marcelo Bragato animaram os presentes com um repertório variado. Em Serra Talhada, a médica e cantora Maria Augusta foi a atração especial e trouxe clássicos do Forró das Antigas, levando os colegas a um momento de integração e descontração.

Para o diretor Eraldo Arraes, essa união entre a profissão e a cultura regional fortalece a categoria. “Eventos como este não só celebram a profissão, mas também a cultura e o vínculo dos médicos com suas comunidades. É uma forma de reforçar as raízes, o sentimento de pertencimento e a importância do médico na sociedade local,” ressaltou Arraes.

Uma tradição que fortalece laços profissionais

O diretor Robson Miranda comentou sobre a importância de criar oportunidades de confraternização que aproximem os profissionais em diferentes regiões do Estado. “Esses encontros no Sertão, além de serem momentos de celebração, são oportunidades de os médicos reforçarem laços com os colegas. Isso fortalece o senso de união e de apoio mútuo dentro da categoria, especialmente em um ano de tantas lutas e conquistas,” enfatizou Miranda. Com essas festas, o Simepe encerrou seu calendário festivo para 2024.

O Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Pernambuco (OAB/PE) homologou, nesta quinta-feira (21), a lista sêxtupla destinada ao preenchimento da vaga de desembargador(a) do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), oriunda do Quinto Constitucional. A decisão foi tomada em conformidade com as regras do edital, que preveem a paridade de gênero e a aplicação de cotas raciais.

Com a revisão determinada por decisão monocrática proferida pelo conselheiro federal Thiago Pires de Melo, a lista foi ajustada para incluir a advogada Ana Paula Azevedo, que substituiu Taciana de Castro. Taciana foi a quarta mais votada na eleição da classe, e comentários nos bastidores indicavam que ela era a preferida da governadora Raquel Lyra. A substituição garantiu a presença de uma mulher negra e um homem negro entre os selecionados.

A lista final, composta por Adriana Caribé Bezerra Cavalcanti, Carlos Gil, Diana Câmara, Ana Paula Azevedo, Alexandre Bartilotti e Paulo Artur Monteiro, será encaminhada ao TJPE para dar continuidade ao processo de escolha do novo desembargador.

“Reafirmo que a Comissão Eleitoral da OAB/PE permanece empenhada em conduzir o processo com a máxima transparência, imparcialidade e respeito às normas institucionais, assegurando que os critérios de legalidade, inclusão e ética profissional sejam observados em sua totalidade”, declarou o presidente da Comissão Eleitoral, Delmiro Dantas Campos Neto, em comunicado oficial.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) iniciaram nesta quinta-feira (21) uma operação contra fraudes no Banco do Brasil. O prejuízo foi de R$ 40 milhões.

Agentes da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ) saíram para cumprir 16 mandados de busca e apreensão contra 11 investigados. Entre os alvos estão funcionários e terceirizados.

Segundo as investigações, os criminosos utilizavam dispositivos eletrônicos clandestinos para acessar sistemas internos de agências bancárias e obter dados sigilosos de clientes.

Os ataques foram identificados em dezembro de 2023 em agências no Recreio dos Bandeirantes, Barra da Tijuca, Vila Isabel e Centro, no Rio de Janeiro, além de unidades em Niterói, Tanguá, Nilópolis e Duque de Caxias.

O grupo atuava de forma organizada, com divisão de tarefas específicas entre aliciadores, aliciados, instaladores, operadores financeiros e chefes.

Quem era quem na quadrilha

  • Aliciadores recrutavam colaboradores do banco e terceirizados para obter senhas funcionais;
  • Aliciados forneciam suas credenciais mediante pagamento;
  • Instaladores conectavam dispositivos aos sistemas do banco;
  • Operadores financeiros movimentavam valores desviados;
  • Chefes organizavam e coordenavam todas as etapas do esquema, incluindo aquisição de dispositivos, aliciamento e execução das fraudes.

Outras modalidades de fraude
No mês passado, a DRF deflagrou uma operação para combater uma fraude semelhante, também contra o Banco do Brasil. Na ocasião, apurou-se que a quadrilha contava com a colaboração de um gerente de Mato Grosso, um funcionário de TI e terceirizados do banco.

Em julho, a delegacia prendeu 3 pessoas de um bando que “hackeava” agências bancárias. Os criminosos instalavam dispositivos no cabeamento de dados dos bancos e assim fazia transferências, furtando de correntistas aleatórios.

Do g1.

A Justiça Eleitoral da 62ª Zona de Sertânia determinou a cassação do registro de candidatura e declarou a inelegibilidade por oito anos de Pollyanna Abreu (PSDB), prefeita eleita do município, e sua vice, Teresa Raquel. A decisão foi baseada em uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) movida pela coligação Frente Popular de Sertânia, que apontou abuso de poder econômico durante a campanha de 2024. Segundo o juiz Gustavo Silva Hora, Pollyanna teria utilizado sua empresa, PBA Transportes, para promover eventos, distribuir brindes e realizar obras como manutenção de estradas com fins eleitorais.

A sentença também condenou outros envolvidos na campanha, como o vereador Dorgival Rodrigues e o candidato Gustavo Menezes. Entre as irregularidades destacadas estão patrocínios ostensivos a eventos como a “X Cavalgada dos Amigos de Sertânia” e a “4ª Caminhada do Forró”, além do uso de maquinário da PBA Transportes para serviços que beneficiaram comunidades locais. Essas ações foram consideradas graves o suficiente para comprometer a integridade do processo eleitoral.

O Ministério Público Eleitoral reforçou as acusações, enquanto a defesa da prefeita alegou que todas as contratações e pagamentos foram realizados de forma lícita. A decisão ainda cabe recurso ao Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE).

A convite da União dos Vereadores de Pernambuco, a UVP, vou falar no último congresso do ano da categoria, marcado entre os dias 10 e 13 próximos, em Triunfo. O tema: “O recado das urnas, minha visão sobre o resultado das eleições municipais no País e seus desdobramentos com vistas às eleições para presidente e governador, em 2026. A palestra acontece na quinta-feira (12), às 15h.

A Prefeitura do Brejo da Madre de Deus, por meio do Instituto de Previdência dos Servidores Municipais, inicia no próximo dia 1º de dezembro o recadastramento anual para servidores públicos efetivos, aposentados e pensionistas. A ação, regulamentada pelo Decreto nº 055/2024, tem como objetivo atualizar os dados funcionais e pessoais, além de identificar os locais de lotação e atuação dos servidores.

O processo de recadastramento será presencial e os servidores devem preencher todas as informações necessárias e comparecer no auditório da prefeitura à Secretaria de Administração. Aqueles afastados, cedidos ou fora do estado devem seguir as orientações específicas previstas no decreto.

O formulário que deve ser preenchido e apresentado no ato do recadastramento pode ser encontrado acessando o link oficial: https://brejomdeus.pe.gov.br/recadastramento2024.

Os servidores que não realizarem o recadastramento dentro do período estipulado, de 1º a 30 de dezembro, estarão sujeitos a bloqueios nos vencimentos ou proventos, conforme estabelece o artigo 7º, caput, do decreto. A regularização do pagamento será efetuada pela Secretaria Municipal de Administração somente após a realização do recadastramento pendente.

Em encontro realizado ontem (20) em Brasília, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping anunciaram a abertura do mercado chinês para as uvas brasileiras, após quatro anos de negociações. Além das uvas frescas, o acordo prevê a exportação de gergelim, sorgo e produtos derivados de peixe, como farinha e óleo.

O presidente da Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frutas (Abrafrutas), Guilherme Coelho, destacou o impacto positivo do acordo. “Após muito trabalho, podemos comemorar essa importante conquista para a fruticultura, sobretudo para o Vale do São Francisco, principal produtor de uvas do Brasil. Nossos produtores terão acesso a um mercado de mais de 1 bilhão e 400 mil de pessoas. Isso trará reflexos para a economia local com geração de mais emprego e renda para a nossa gente”, afirmou Coelho.

O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, teve uma conversa comigo ontem, na festa dos 80 anos do ex-senador José Jorge, em Brasília. Girou em torno da possibilidade da governadora Raquel Lira fazer a travessia do PSDB para o PSD, conforme já foi especulado na mídia. Kassab me disse que fez o convite à governadora, com quem esteve em algumas oportunidades, e, quando eu perguntei se o martelo estaria batido, ele respondeu: “Agora só depende dela”.

Kassab disse ainda que o ingresso da governadora seria um reforço muito grande para os quadros do seu partido. Afirmou que o PSD já integra o governo de Raquel, e o presidente estadual, André de Paula, tem uma relação já bastante estreita com a governadora. O PSD foi o partido que mais elegeu prefeitos em todo o país no pleito deste ano. O partido conquistou as prefeituras de 887 municípios, sendo cinco capitais, o que representa aumento de 35% se comparado ao resultado da eleição anterior.

Paulo Câmara, o candidato de Lula

Ouvi em Brasília, nos últimos dias, que a sucessão da governadora Raquel Lyra (PSDB), em 2026, pode ter um ingrediente novo e explosivo: o PT fora do palanque de João Campos, natural e provável candidato a governador pelo PSB.

A legenda petista, segundo o que foi soprado nos meus ouvidos, lançaria uma candidatura própria – o ex-governador Paulo Câmara, hoje na presidência do Banco do Nordeste, em Fortaleza, por delegação pessoal do presidente Lula.

Principal liderança do PT no Estado, o senador Humberto Costa iria à reeleição na chapa de Paulo Câmara, que seria, naturalmente, o palanque de Lula em Pernambuco. A tese, que a princípio pode parecer uma maluquice, é baseada no fato de que nem João nem Raquel estariam dispostos a bancar o palanque de Lula.

Tudo em razão do Governo Federal, sob o comando de Lula pela terceira vez, não ter encontrado ressonância na sociedade brasileira. Os mesmos que me sopraram a notícia ressaltam que João já não assumiu Lula na campanha da sua reeleição no Recife, o que teria irritado profundamente as forças mais lulistas no Estado.

Quanto à Raquel, a governadora está buscando a travessia para o PSD, partido aliado ao Planalto, em busca de construir um palanque lulista no Estado, iludida com a tese de que o presidente teria dois palanques no Estado. Acontece que se a tucana andar por esse caminho, perderá os votos dos bolsonaristas.

Sendo assim, sua reeleição ficaria mais difícil ainda. Em 2022, na eleição de segundo turno contra Marília Arraes (SD), a quem derrotou, Raquel não assumiu lado na corrida presidencial – nem no palanque de Lula nem tampouco o de Bolsonaro. Ganhou fácil pela adesão em massa dos bolsonaristas.

Mas 2026 abre um cenário bem diferente. Na política, a história não se repete. Raquel pode até fazer a travessia do PSDB para o PSD, mas o palanque de Lula no Estado, com a possibilidade de não ser o de João Campos, será único – o do ex-governador Paulo Câmara, que irá se filiar ao PT.

SILVIO FILHO NA CHAPA DE CÂMARA – Se o fato novo Paulo Câmara for uma realidade, o Republicanos, do ministro Sílvio Costa Filho, ficaria na chapa de João Campos? O que se diz em Brasília aponta na direção contrária. Silvinho, como é mais conhecido e que sonha em disputar uma das vagas ao Senado, seria o segundo candidato na chapa de Câmara, ao lado de Humberto, por determinação e exigência do presidente Lula.

Desgaste e saudade – Aos que porventura acharem essa alternativa Paulo Câmara um sonho de verão: diante do desgaste da governadora Raquel Lyra, cuja gestão é reprovada por 57% dos pernambucanos, segundo pesquisa recente do instituto Opinião, a população já estaria com saudade dele, achando que, em comparação ao Governo tucano, fez uma gestão por excelência. E mais do que isso, chegaria com o apoio e respaldo do presidente Lula em sua inteireza.

Estado arrumado – Aliados do ex-governador Paulo Câmara exibem pesquisas internas de que seu maior feito foi o ajuste fiscal do Estado, mesmo depois de encontrar as finanças em frangalhos, herança do Governo gastador de Eduardo Campos. Dizem que Câmara fez tão bem o dever de casa nas finanças que Raquel se deparou com o Estado extremamente equilibrado de caixa, com tamanha capacidade de endividamento que a tucana já assinou dois empréstimos, sendo o último, de R$ 3,4 bilhões, aprovada no início desta semana pela Assembleia Legislativa.

Cid volta a ser ouvido – Não há outro assunto em Brasília, a não ser a trama de quatro militares malucos para eliminar o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e seu vice, Geraldo Alckmin (PSB). O tenente-coronel Mauro Cid presta depoimento hoje à tarde ao ministro Alexandre de Moraes, outro alvo. O magistrado vai decidir se Cid deve ser punido por, segundo a Polícia Federal, ter omitido em seus depoimentos o plano para assassinar autoridades, como o próprio Moraes, o presidente Lula (PT) e o seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), no fim de 2022, antes da posse deles.

Cara a cara com Moraes – O ministro Alexandre de Moraes, contrariando o que é de praxe na Corte, não nomeou um juiz-auxiliar para conduzir o depoimento e tomou para si a responsabilidade. Ele ficará frente a frente com o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O depoimento foi marcado após a PF revelar novos detalhes da investigação sobre golpe de Estado nos últimos dias do governo de Jair Bolsonaro (PL).

CURTAS

RELATÓRIO – Os capítulos narrados pela corporação em relatório que motivou novas prisões na última terça comprometem outros nomes importantes — entre eles o do próprio ex-presidente — e dão gás para que a apuração lance luz sobre mais detalhes da suposta trama golpista que era discutida nos gabinetes do antigo governo.

NEGOU – Ao acessar aparelhos eletrônicos apreendidos em operação anterior, a PF encontrou um plano golpista nomeado “Punhal Verde e Amarelo”, que seria de autoria do general da reserva com cargo no governo. Entre as tarefas elencadas estava o assassinato dos candidatos eleitos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB), além do próprio ministro Alexandre de Moraes, então presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Cid negou, ainda na terça, saber do plano.

DOCUMENTO – Os investigadores ainda constataram que o documento foi impresso no Palácio do Planalto, em dezembro de 2022, quando o tenente-coronel Mauro Cid e o ex-presidente Jair Bolsonaro estavam no local. Somado a isso, a PF descobriu que havia o plano de prender e até matar o ministro Alexandre de Moraes em 15 de dezembro de 2022.

Perguntar não ofende: Paulo Câmara vai voltar?

O oitentão José Jorge reúne, neste momento, um grande número de amigos na sua festa de 80 anos, no Iate Clube, em Brasília. Vim com minha Nayla e podemos comprovar, mais uma vez, como ele é querido. Até o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, veio de São Paulo abraçar o ex-senador e ministro aposentado do Tribunal de Contas da União.

A festa tem ritmo de forró, um São João antecipado, com comidas típicas trazidas do Recife. José Jorge recebe seus convidados ao lado da sua Socorro, também vestida de matuta.