Em pouco mais de quatro meses de mandato, o presidente Lula ainda não conseguiu organizar sua base de apoio no Congresso. Com problemas na articulação política, o governo foi obrigado a desistir da chamada MP do Carf, transformando-a em projeto de lei, sem prazo para ser votado, e ainda colheu uma derrota acachapante em sua tentativa de mudar pontos do novo marco do saneamento básico. Mesmo as bancadas de partidos agraciados com ministérios estão rebeladas, planejando novos reveses para a gestão petista.
Ciente do quadro, Lula resolveu acelerar a liberação de verbas e a distribuição de cargos aos parlamentares, numa tentativa de angariar apoios, evitar contratempos e pavimentar o caminho para a aprovação de projetos prioritários. As informações são da Veja.
Leia maisApesar dessas medidas, alguns aliados do presidente demonstram nos bastidores certo desdém com as derrotas colhidas até agora. Eles alegam que as propostas de mudança no marco do saneamento não eram um projeto do governo, mas do chefe da Casa Civil, Rui Costa. O fracasso, portanto, teria sido pessoal.
Além disso, argumentam que o que realmente importa para o governo é a aprovação do novo arcabouço fiscal e da reforma tributária. Se ela ocorrer, qualquer gol tomado ao longo da partida não terá importância. A dúvida é se um time desorganizado como o do petista conseguirá reverter o placar. No futebol, campo de inspiração para as metáforas de Lula, isso não costuma acontecer.
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