O pré-candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) respondeu, hoje, à notícia-crime apresentada contra ele pelo ministério da Defesa e Forças Armadas. Em nota, o pedetista disse que a ação é “agressiva” e “intempestiva” e que sua fala foi descontextualizada “por completo”. A notícia-crime foi apresentada, ontem, pelo ministro Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira e os comandantes das Forças Armadas. As declarações do político sobre o crime organizado na Amazônia e a atuação das Forças Armadas motivaram a ação. As informações são do Poder360.
Ciro Gomes afirmou em entrevista à Rádio CBN, na última terça-feira, que o governo Bolsonaro “destruiu” a Funai (Fundação Nacional do Índio), o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e a capacidade operacional das Forças Armadas. Isso, segundo o pré-candidato, transformou o território em uma “holding do crime” que seria “claramente protegida por autoridades brasileiras, inclusive das Forças Armadas”.
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A notícia-crime, segundo o ministério, pede a investigação contra o ex-governador do Ceará por supostamente cometer o crime de “‘incitar, publicamente, animosidade entre as Forças Armadas, ou delas contra os poderes constitucionais, as instituições civis ou a sociedade’ (artigo 286, parágrafo único, do Código Penal)”.
Ciro disse que sua fala foi descontextualizada pelo órgão e afirmou que a nota apresentada contra ele evidencia “o grau de politização do atual comando das Forças Armadas”.
“Ao responder pergunta específica do jornalista, exerci meu direito de liberdade de expressão, sem excesso ou qualquer discurso de ódio. Muito menos com desrespeito a uma instituição que prezo e defendo”, diz trecho da nota divulgada por Ciro.
O pedetista completa: “Assim como não confundo a ação das Forças Armadas com possíveis erros de alguns membros, não confundo, também, a essência da instituição com a linha imposta por comandos temporários que tentam submetê-la a caprichos políticos e interesses eleitorais”.
Por fim, o pré-candidato do PDT citou “tentativas de intervenção” das Forças Armadas no TSE e criticou a declaração do ministro da Defesa sobre indicar militares para fiscalizar as eleições de outubro. “Qual competência constitucional ou legal dá autoridade a ele para indicar nomes para fiscalizar urnas eletrônicas? Indicação de militares para esta finalidade é típico desvio de função e finalidade. É caso, a meu ver, de improbidade administrativa por violação aos princípios da administração pública. Isto, sim, é claramente passível de punição legal”, disse o ex-ministro.