Gilson Machado fala sobre os alagamentos no Recife

Neste domingo chuvoso, o ex-ministro do Turismo e pré-candidato a prefeito do Recife, Gilson Machado, falou sobre a dificuldade de transitar pela capital em dias de chuva, principalmente por conta dos alagamentos na cidade.

Confira o vídeo abaixo

A Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC) emitiu alerta que indica a continuidade de chuvas moderadas na Região Metropolitana do Recife e nas Mata Norte e Sul do Estado. A previsão é válida para as próximas 24 horas.

Segundo a Apac, há linhas de instabilidade vindas do Oceano Atlântico que podem provocar as chuvas ao longo do dia em todo litoral pernambucano. As chuvas mais intensas podem ocorrer principalmente na noite deste domingo (28) e madrugada da segunda-feira (29).

Alguns pontos do Recife já estão alagados, como mostra o vídeo abaixo

A Defesa Civil do Recife mantém um plantão permanente, podendo ser acionada pelo telefone 0800.0813400. A ligação é gratuita e o atendimento 24h. A orientação é que, em caso de necessidade, moradores de locais de risco procurem abrigos seguros e acionem o órgão.

Por Cláudio Soares* 

Uma situação polêmica envolvendo uma policial militar veio à tona após ela ser acusada de agredir uma mulher suspeita de violência contra uma criança de apenas 11 anos. Segundo relatos, a policial não se conteve ao ver os hematomas e lesões no corpo da criança, supostamente causados pela mãe, e acabou desferindo um tapa no rosto da suspeita antes de prendê-la.

A advogada Luciana Vidal, especializada em Direito Militar, já se pronunciou, afirmando que conversou com a policial militar e está pronta para oferecer toda a defesa necessária. Além disso, o movimento de advogados de direita do Brasil, liderado pela presidente Dra. Géssica Almeida, confirmou seu apoio à policial.

Apesar da comoção pública em favor da policial, especialmente nas redes sociais, onde ela recebeu apoio maciço, a corporação militar anunciou que abrirá um procedimento administrativo para apurar o caso.

O episódio levanta questões sobre o limite entre o dever de um policial de intervir em casos de violência e o uso da força física. Enquanto alguns defendem a atitude da policial como um ato de justiça, outros questionam se a violência empregada foi necessária e proporcional à situação.

Agora, cabe às autoridades competentes investigar e esclarecer os fatos para que a justiça seja feita, tanto em relação à suspeita de violência contra a criança quanto à conduta da policial militar.

*Advogado e jornalista

A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) promoveu na manhã deste domingo (28) o passeio ciclístico PedalAlepe, com o Circuito Frei Caneca. Em sua segunda edição, a iniciativa teve como tema os 200 anos da Confederação do Equador e fez parte das comemorações de aniversário dos 189 anos da Alepe. A participação no evento se deu com a doação de um quilo de alimento não perecível. Foram arrecadadas mais de duas mil toneladas que serão encaminhadas a instituições de caridade. 

Num trajeto de 7,7 quilômetros, os mais de 2,5 mil participantes conheceram locais e pontos históricos que marcaram o movimento revolucionário de lutas libertárias, liderado por Frei Caneca em 1824. O PedalAlepe se concentrou na Rua da Aurora, em frente ao Palácio Joaquim Nabuco, e seguiu por pontos como Praça Tiradentes, Arquivo Público do Estado, Casa de Manoel de Carvalho Paes de Andrade, Igreja do Divino Espírito Santo, Rua Direita, Igreja Nossa Senhora do Carmo, Igreja do Terço e Forte das Cinco Pontas.

Lideranças petistas do Rio de Janeiro já jogaram a toalha quanto às chances de o PT emplacar o candidato a vice do prefeito da capital, Eduardo Paes (PSD), que tentará reeleição neste ano.

Nos bastidores, parlamentares e dirigentes do PT fluminense dão como certo que Paes escolherá o deputado federal Pedro Paulo (PSD-RJ) como seu companheiro de chapa. As informações são da coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles.

Para lideranças petistas, Paes priorizará a escolha de um aliado de primeira hora para ocupar o posto de vice, pois pretende deixar a prefeitura em 2026 para ser candidato ao governo do Rio.

Nesse cenário, parlamentares do PT admitem ter dificuldade em encontrar no partido um nome de extrema confiança de Paes para compor chapa com o atual prefeito.

Recentemente, o presidente Lula tentou emplacar a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, como vice de Paes. Ela chegou a se filiar ao PT, mas descartou a possibilidade de concorrer.

Desde então, o PT passou a estudar outros nomes. Dentre eles, o de André Ceciliano, atual secretário especial de Assuntos Federativos do governo federal, e o de Adílson Pires, atual secretário de Assistência Social de Paes.

O prefeito, contudo, insiste em ter Pedro Paulo como vice. O principal motivo seria a expectativa de Paes disputar o governo do Rio em 2026, deixando a prefeitura nas mãos de um aliado próximo.

Por Gonzaga Patriota*

Desde ontem, eu e minha esposa, Rocksana Príncipe, estamos em orações pela santíssima alma de Rafael Coelho. Independentemente de algumas divergências eleitorais, com alguns membros da família, em épocas de eleições, sempre estivemos perto desta família, em busca das coisas boas para Petrolina, Pernambuco e para o Brasil.

No final dos anos setenta, ao chegar em Petrolina, já em contato com o cuidadoso médico, Dr. Augusto Coelho, conheci o seu filho Rafael, ainda adolescente. Durante a minha vida em Petrolina, sempre estive em contatos e cumprimentos com Rafael Coelho. Calado, curioso, ouvia e escutava mais do que falava, sempre carinhoso e respeitoso pelas pessoas.

Em 2019, após mais de dois meses internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, contaminado por Chikungunya, recebi um telefonema de Rafael Coelho, me parabenizando pela recuperação e, pelo retorno à vida, bem vivida, e ao trabalho.

Ao velho e eterno amigo e parceiro, Dr. Augusto Coelho e a toda a sua família, os nossos profundos sentimentos e dor pela partida precoce do querido amigo Rafael Coelho, com orações para a sua alma, no céu, com Deus.

*Ex-deputado federal

Abalados pela perda do empresário Rafael Coelho, o ex-senador Fernando Bezerra Coelho, o deputado federal Fernando Filho, o deputado estadual Antonio Coelho e o ex-prefeito Miguel Coelho emitiram uma nota lamentando o falecimento.

“Estamos profundamente abalados pela partida precoce de Rafael. Toda nossa família sente muito essa perda e temos convicção de que Petrolina também chora essa despedida de alguém que dedicou uma vida inteira ao desenvolvimento e ao progresso de Petrolina.

Rafael foi um grande empresário, responsável por importantes empreendimentos em nossa cidade. Por mais de 30 anos, dirigiu o Curtume Moderno, indústria tradicional de nossa cidade, a qual empregou milhares de petrolinenses ao longo das décadas e contribuiu para o desenvolvimento do Vale do São Francisco. Ele foi, portanto, um dos homens que fizeram a transformação de Petrolina, para ser a ‘Terra dos Impossíveis’, um oásis no solo árido do Nordeste.

Acima do empresário de sucesso, Rafael era apaixonado por Petrolina, uma pessoa de bem, simples, humilde e devotado à família. Casado, pai de três filhos, um cidadão de vida exemplar. Rafael é, com toda certeza, um brasileiro honrado que servirá de inspiração para todos nós.

Apesar da imensa dor que todos nós sentimos neste momento, a hora não é só de consternação, mas de enaltecer a trajetória desse grande cidadão, que deixou um legado que honra os petrolinenses.

Nosso mais profundo sentimento de solidariedade a sua esposa Erika, aos filhos Victor, Daniel e Davi. Nosso abraço também a seus pais, a doutor Augusto Coelho e dona Mariza, suas irmãs Genoveva e Gabriela, que choram essa despedida precoce e tão dolorosa.”

Foi realizado ontem, no Museu do Estado de Pernambuco, a primeira apresentação da 5ª edição do festival Recife Carinhoso. O coletivo Isto é Choro é formado por Betto do Bandolim, o flautista e professor José Arimatea e do multiartista Walmir Chagas. Acompanhados de Alberto Guimarães no violão, Nelson Brederode no cavaquinho e George Rocha no pandeiro.

O grupo foi formado em 2016 para difundir e fomentar o Choro em Pernambuco, valorizando os compositores pernambucanos. 

Por Luís Roberto Barroso – para o Poder360

A democracia constitucional foi a ideologia que prevaleceu no século 20, na maior parte do planeta, superando os projetos alternativos que se apresentaram: comunismo, fascismo, nazismo, regimes militares e fundamentalismo religioso. O constitucionalismo democrático gira em torno de duas ideias principais que se fundiram no final do século 20.

O “constitucionalismo”, herdeiro das revoluções liberais na Inglaterra, nos Estados Unidos da América e na França, expressa as ideias de poder limitado, Estado de Direito e respeito aos direitos fundamentais. A “democracia”, por sua vez, é o regime de soberania popular, eleições livres e justas e governo da maioria. Em muitos países, a democracia só se consolidou verdadeiramente ao longo do século 20, com o sufrágio universal garantido pelo fim das restrições à participação política baseada em condição social, religião, raça, sexo ou nível de educação.

As democracias contemporâneas são feitas de votos, direitos e razões. Elas não se limitam à integridade dos processos eleitorais, mas exigem, também, o respeito pelos direitos fundamentais de todos os cidadãos e um debate público permanente que informa e legitima as decisões políticas. Para garantir a proteção desses 3 elementos essenciais, a maioria dos regimes democráticos inclui em sua estrutura constitucional uma Suprema Corte ou um tribunal constitucional com jurisdição para arbitrar as tensões inevitáveis que surgem entre democracia e constitucionalismo, ou seja, entre soberania popular e valores constitucionais.

Tais tribunais são, em última análise, as instituições responsáveis por proteger os direitos fundamentais e as regras do jogo democrático contra qualquer tentativa de abuso de poder por parte da maioria. Experiências recentes na Hungria, Polônia, Turquia, Venezuela e Nicarágua mostram que, quando falham em cumprir esse papel, a democracia entra em colapso ou sofre grandes retrocessos.

Nos últimos anos, vários eventos desafiaram a prevalência do constitucionalismo democrático em muitas partes do mundo. Esse fenômeno tem sido caracterizado como “recessão democrática”, “retrocesso democrático”, “constitucionalismo abusivo”, “autoritarismo competitivo”, “democracia iliberal” e “legalismo autocrático”. Mesmo democracias consolidadas enfrentaram momentos de turbulência e descrédito institucional, à medida que o mundo testemunhou a ascensão de uma onda populista autoritária, antipluralista e anti-institucional que representa séria ameaça à democracia.

Populismo pode ser de direita ou de esquerda, mas a onda recente tem sido caracterizada pela prevalência do extremismo de direita, frequentemente racista, xenófobo, misógino e homofóbico. Enquanto no passado existia uma Internacional Comunista, hoje, é a extrema direita que tem uma grande rede global. A marca do populismo de direita é a divisão da sociedade em nós – o povo puro, decente e conservador – e eles –as elites corruptas, liberais e cosmopolitas.

O populismo autoritário decorre dos desvãos da democracia, das promessas não cumpridas de oportunidade e prosperidade para todos. São muitos os fatores que levam a essa frustração democrática, dos quais se destacam 3:

políticos – as pessoas não se sentem representadas pelos sistemas eleitorais existentes, sentindo-se sem voz ou relevância;

sociais – pobreza, estagnação ou decréscimo de renda e aumento da desigualdade;

cultural-identitários – uma reação conservadora à agenda progressista de direitos humanos que prevaleceu nas últimas décadas, com a proteção dos direitos fundamentais de mulheres, afrodescendentes, minorias religiosas, gays, populações indígenas e meio ambiente.

O populismo extremista autoritário adota, muitas vezes, estratégias semelhantes em diferentes partes do mundo, incluindo: 1) comunicação direta com apoiadores, mais recentemente por meio das redes sociais; 2) contorno ou cooptação das instituições intermediárias que fazem a interface entre a sociedade e o governo, como o Legislativo, a imprensa e a sociedade civil; e 3) ataques às Supremas Cortes e aos tribunais constitucionais, bem como tentativas de capturá-los por meio da nomeação de juízes submissos.

Como sugere o título original deste artigo (“Democracia, mídias sociais e liberdade de expressão: ódio, mentiras e a busca da verdade possível”, já publicado anteriormente no exterior, em inglês), uma das principais preocupações nessa temática é o uso de campanhas de desinformação, discursos de ódio, crimes contra a honra, mentiras e teorias conspiratórias para avançar esses objetivos antidemocráticos. Essas táticas ameaçam a democracia e as eleições livres e justas, porque enganam os eleitores, violam direitos fundamentais, silenciam minorias e distorcem o debate público, minando os valores que justificam a proteção especial da liberdade de expressão.

A “decadência da verdade” e a “polarização dos fatos” desacreditam as instituições e, consequentemente, fomentam a desconfiança na democracia”.

Internet, mídias sociais e liberdade de expressão

O mundo vive sob a égide da 3ª revolução industrial, também conhecida como a revolução tecnológica ou digital. Algumas de suas principais características são a massificação de computadores pessoais, a universalização dos telefones celulares inteligentes e, acima de tudo, a internet, conectando bilhões de pessoas no planeta.

Um dos principais subprodutos da revolução digital e da internet foi o surgimento de plataformas de mídias sociais como Facebook, Instagram, YouTube, TikTok e aplicativos de mensagens como o WhatsApp e o Telegram. Vivemos em um mundo de apps, algoritmos, inteligência artificial e inovação em ritmo acelerado, onde nada parece realmente novo por muito tempo. Esse é o cenário em que se desenrola a narrativa a seguir.

O impacto da internet

A internet revolucionou o mundo da comunicação interpessoal e social, expandiu exponencialmente o acesso à informação e ao conhecimento e criou uma esfera pública na qual qualquer um pode expressar ideias, opiniões e disseminar fatos.

Antes da internet, a participação no debate público dependia, principalmente, da imprensa profissional, que investigava fatos, seguia padrões da técnica e da ética jornalística e era responsável por danos se publicasse informações falsas, deliberadamente ou por negligência. Havia controle editorial e responsabilidade civil relativamente à qualidade e à veracidade do que era publicado.

Isso não significa que fosse um mundo perfeito. O número de meios de comunicação é limitado e nem sempre plural, empresas jornalísticas têm seus próprios interesses e nem todas distinguem com o cuidado necessário fato de opinião. Ainda assim, havia um grau mais refinado de controle sobre o que se tornava público, bem como consequências negativas pela publicação de notícias falsas ou discursos de ódio.

A internet, com o surgimento de sites, blogs pessoais e redes sociais, revolucionou esse universo. Criou comunidades on-line para textos, imagens, vídeos e links criados pelo usuário, publicados sem controle editorial e sem custo. Tais inovações amplificaram o número de pessoas que participam do debate público, diversificaram as fontes de informação e aumentaram exponencialmente o acesso a elas.

Essa nova realidade deu voz às minorias, à sociedade civil, aos políticos, aos agentes públicos, aos influenciadores digitais e permitiu que as demandas por igualdade e democracia adquirissem dimensões globais. Tudo isso representou uma poderosa contribuição para o dinamismo político e a resistência ao autoritarismo, e estimulou a criatividade, o conhecimento científico e as trocas comerciais. Cada vez mais, as comunicações políticas, sociais e culturais relevantes ocorrem por meio dessa tecnologia.

No entanto, o surgimento das redes sociais também levou a um aumento exponencial na disseminação de discurso abusivo e criminoso. Embora essas plataformas não tenham criado desinformação, discursos de ódio ou discursos que atacam a democracia, a capacidade de publicar livremente, sem controle editorial e com pouca ou nenhuma responsabilidade, aumentou o uso dessas táticas. Além disso, e mais fundamentalmente, os modelos de negócio das plataformas agravaram o problema pela utilização de algoritmos que controlam e distribuem conteúdo on-line.

Por Adriano Oliveira*

Em junho de 2022, pesquisa do Datafolha revelou que 49% dos brasileiros se identificavam como de esquerda e 34% como de direita. Sendo que são 17% os que declaram ser de esquerda e 32% de centro-esquerda. Além de que 9% declararam ser de direita e 24% de centro-direita. Por sua vez, pesquisa do Ipec divulgada em 05/04/2024, revelou que 41% são de direita e 18% de esquerda. Afinal, a maioria dos brasileiros é de direita ou de esquerda?

O Datafolha apresenta aos entrevistados indagações sobre economia e comportamento. Em seguida, associa as respostas aos espectros ideológicos. Já o Ipec define uma escala de 0 a 10 e indaga o eleitor. Quem estiver entre 7 a 10 é considerado de direita. Caso o inquirido responda entre 0 a 3, será de esquerda. Ambas as formas são relevantes, mas, no final, não esclarecem a realidade.

Recomendo não seguir insistindo em medir, exclusivamente, as escolhas e manifestações do eleitor. Nem sempre a medição, a quantidade, explica algo nas eleições. A quantificação pode trazer mais dúvidas do que esclarecimentos, previsões. É necessário identificar o tamanho da esquerda e da direita no Brasil, assim como é fundamental identificar o significado para o eleitor do que é centro, direita e esquerda. E não se faz isto medindo, mas qualificando.

Pesquisas qualitativas da Cenário Inteligência revelam que o bolsonarismo está associado à família, empreendedorismo, agenda moral. O lulismo está associado a conquistas econômicas e sensibilidade social. Esses são os significados de dois fenômenos que concorrem no Brasil. Qual é o tamanho deles? O Datafolha tenta medir ambos, mas confunde lulismo com petismo, e ambos são categorias sociais diferentes. É coerente considerar o petista como lulista, mas o lulista não é, necessariamente, petista.

São abundantes as pesquisas de intenção de votos nesta época. Cada pesquisa traz uma suposta revelação e predição. Todavia, quando as urnas são abertas, as predições nem sempre são semelhantes aos resultados das urnas. A opinião pública e a imprensa são exigentes com os institutos de pesquisas. Lembro o argumento sábio: pesquisa de intenção de voto é retrato do momento.

Os eleitores estão numa trajetória recebendo incentivos diversos. Portanto, a escolha de hoje não será, obrigatoriamente, a do dia da eleição. Até lá, os candidatos colocarão estratégias em campo, as quais poderão influenciar o comportamento do eleitor. São inúmeras as pesquisas que também revelam a avaliação dos governos, em especial, nesta época, a dos prefeitos. Elas podem também ser consideradas retratos do momento, já que gestores podem utilizar de várias ferramentas para recuperar popularidade, inclusive, o uso da “estrutura municipal”.

Por trás dos números, ou melhor, das variáveis quantitativas, em particular Intenção de voto e avaliação da administração, estão os significados de cada escolha do eleitor que são identificados pela pesquisa qualitativa. Inerente aos significados estão os sentimentos para com os prefeitos, candidatos, atores variados e a cidade. O número é um dado observável, bem visível. Ao contrário do significado da opinião do eleitor. Para identificá-lo, o votante precisa revelar os seus desejos, percepções e sentimentos. Tem que contar uma estória para o entrevistador/mediador da pesquisa qualitativa.

Identificar o significado da opinião do eleitor na eleição representa a possibilidade de construir previsões certeiras. Os sentimentos dos eleitores podem estar bem consolidados, não passíveis de mudança. Outra possibilidade, é o contrário, claro! Descobrir os desejos e sentimentos dos eleitores possibilitam não só bons prognósticos, mas as condições adequadas para a construção de estratégias eleitorais. A escolha do eleitor é tão complexa que um número pode não dizer nada. É a pesquisa qualitativa que tem condições de revelar o provável voto de Maria em 06/10/2024.

*Cientista Político, professor da UFPE e Fundador da Cenário Inteligência