Lula e João Campos assinam ordem de serviço para construção de encostas no Recife

Uma ordem de serviço que autoriza 12 obras de contenção definitiva de encostas, que vai beneficiar cerca de 3 mil pessoas no Recife, foi assinada, há pouco, pelo presidente Lula (PT) e o prefeito do Recife, João Campos (PSB). O evento também contou com a participação do ministro das Cidades, Jader Filho, e ocorreu no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife.

Integrantes do Palácio do Planalto avaliam que houve uma “sequência de erros” de Jean Paul Prates nas últimas semanas que anteciparam o debate pela substituição no comando da Petrobras. Um interlocutor dos mais próximos do presidente avalia ser ”muito difícil e pouco provável” Prates conseguir reverter seu desgaste junto a Lula – que se irritou com a cobrança explícita de uma reunião para que Lula definisse a briga entre ele e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

Na avaliação do Planalto, Prates deveria ter pedido a reunião “sem dar ultimato” na imprensa.

A expectativa no governo é de que o tema da Petrobras só tenha um desfecho público a partir de segunda (8), caso a crise não escale nesta sexta. Lula tem agenda fora de Brasília e, como apontam seus aliados, não costuma decidir nada em trânsito.

Nos bastidores, o nome do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, é dado como certo e, como consequência, Nelson Barbosa assumiria o banco.

No Palácio, é motivo de piada a versão de que Mercadante não gostaria de ir para a Petrobras. Lembram que, sim, foi cogitado por Lula para Petrobras na transição – mas não convidado. E admitem que não há muitos quadros no PT para tocar um órgão com a importância da Petrobras. Por isso, reciclaram um nome.

Tem boi na linha

História confusa, sem pé e sem cabeça, para ser mais preciso, o desfecho, ontem, depois de 50 dias, da fuga de dois detentos da penitenciária de segurança máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Rogério Mendonça e Deibson Nascimento foram encontrados e presos pela Polícia Federal em Marabá, no Pará. A distância do local da prisão até Mossoró dá em torno de 1,6 mil km.

Além deles, foram presos quatro suspeitos que integravam o “comboio do crime”, como definiu o Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. O grupo seguia em três veículos pela rodovia BR-222 e na altura de Marabá foram cercados em uma ponte por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Polícia Federal (PF). Um fuzil foi apreendido.

Em todo tempo, o próprio governo ficou confuso. No dia 13 de março, por exemplo, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, havia chamado de “êxito” da operação por acreditar que a dupla estava perto de Mossoró. “A operação, ao meu juízo, é uma operação que está se desenvolvendo com êxito até o momento. Há fortes indícios que ainda se encontram na região. O fato positivo é que não conseguiram escapar do perímetro original (que foi delimitado)”, afirmou.

Os foragidos acabaram sendo localizados em outro Estado, a quase dois mil km de distância. Que “êxito” seria este que o ministro se referia? Outras questões que o ministro nem o governo explicam: como dois presos escapam de um presídio de segurança máxima revelando tamanha “expertise” sem que algum peixe graúdo tenha acobertado? Como conseguem alcançar 1,6 mil km como andarilhos em apenas 50 dias?

Após a prisão, Lewandowski disse que os fugitivos tinham o objetivo de deixar o País, mas não entrou em detalhes, parecendo apenas uma mera suposição. “Hoje (os fugitivos) acabaram presos a cerca de 1.600 km do local da fuga, o que demonstra que obviamente foram coagidos por criminosos externos e tiveram auxílio de seus comparsas e das organizações criminosas que pertenciam. Foram presos perto de Marabá e estavam se dirigindo para o exterior”, detalhou o ministro.

Tem boi na linha! No dia da fuga, foram relatados problemas de iluminação, com parte das lâmpadas apagadas. O ministro da Justiça chegou a afirmar que os funcionários da penitenciária estavam “mais relaxados” devido ao feriado de carnaval. Além dos erros evidentes, em tudo que o Governo foi questionado, a resposta, quando veio, foi extremamente lenta.

A história da carochinha – Ainda no mesmo dia da fuga, o ministro da Justiça citou como um facilitador a presença de um alicate em um canteiro de obras, alcançado pela dupla de presos e usado para romper a grade do alambrado. Nenhum agente penitenciário flagrou toda a movimentação até a fuga. Os presos escalaram a parede, retiraram a fiação, saíram pelo teto e chegaram a um terraço onde ocorre o banho de sol. Parte das câmeras de vigilância não estavam operando no momento da fuga.

Um porre – Que Lula é um animal político por excelência, todo mundo está caduco de saber, mas as ironias disparadas, ontem, em sua fala, em direção à governadora, durante o ato da Adutora do Agreste, em Arcoverde, ainda estão dando o que falar. Primeiro, porque o petista sugeriu que a tucana é arrogante e carrancuda. Segundo, pelo comportamento da primeira-dama, Janja, flagrada por observadores da cena no palanque, afirmando que a governadora “é um porre”.

Longa espera – Em seu discurso durante a inauguração de mais uma etapa da Adutora do Agreste, a governadora Raquel Lyra agradeceu a parceria com o Governo Federal, elogiou bastante o presidente e destacou: “Hoje estou aqui, presidente, para agradecer. Agradecer ao senhor, agradecer aos ministros do seu governo. No ano passado, estive em Brasília 29 vezes. E estive só este ano sete vezes. E essa não é uma conquista só minha. É de todo o povo pernambucano, que esperou muito tempo para isso acontecer”.

Um dos maiores do mundo – A Estação Elevatória de Água Bruta engloba um projeto considerado gigante. Na verdade, é o maior sistema integrado de adutoras de abastecimento humano do Brasil e um dos maiores do mundo, segundo o presidente da Compesa, Alex Campos. Quando todo o sistema estiver finalizado, serão 1,5 mil km de adutoras que levarão quatro mil litros por segundo de água da transposição do Rio São Francisco para abastecimento de mais de 70 municípios do Agreste, de Caruaru ao polo têxtil de Santa Cruz Capibaribe e Toritama.

Só restou uma fotinha – No pouso da sua aeronave, ontem, em Caruaru, para pegar um helicóptero rumo a Arcoverde, o pré-candidato do PDT a prefeito, Zé Queiroz, não contou com a exclusividade de um encontro reservado com o petista. Teve apenas o direito de tirar uma foto, porque o ambiente foi mais amplo e democrático do que imaginava a senadora Teresa Leitão, intermediadora da conversa. Lá, estavam também o prefeito Rodrigo Pinheiro, em perfeita sintonia com a governadora Raquel Lyra.

CURTAS

VOA BRASIL – O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, que acompanhou Lula, ontem, na visita ao Estado, afirmou que o programa Voa Brasil, que prevê a oferta de passagens aéreas com preço inferior a R$ 200 para grupos específicos de consumidores, começará a operar neste mês.

COTADO – Em algumas conversas, integrantes do Palácio do Planalto citaram a possibilidade de o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, assumir a presidência da Petrobras, caso o atual chefe da empresa, Jean Paul Prates, seja afastado do cargo, conforme se ampliam as especulações.

PIADINHA – O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, fez piada, ontem, ironizando a sua possível saída do cargo. O CEO compartilhou em seu perfil no X (antigo Twitter) uma mensagem em que perguntam se ele deixará o comando da empresa e, em resposta, afirma que sairá à noite, para jantar em casa, e voltaria no dia seguinte.

Perguntar não ofende: Cai ou não o presidente da Petrobrás?