A última maldade de Raquel a quem presta serviço ao Sassepe 

Os hospitais conveniados ao Sassepe e os prestadores de serviços do sistema, administrado e gerido pelo Instituto de Recursos Humanos de Pernambuco (IRH), receberam uma proposta indecente do Governo Raquel Lyra para o pagamento dos seus atrasados, em 24 parcelas. 

Quem não aceitar terá que esperar “no fim da fila” para receber – e sem saber quando. Segundo informações repassadas ao blog, os credores, sem alternativa, estão aceitando mais esta imposição do governo.

Esta arbitrariedade foi informada em reunião ocorrida no último dia 16, no auditório do Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde e Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas do Estado de Pernambuco (Sindhospe). A reunião, que contou com um grande número de prestadores de serviços, não teve a participação do presidente do Sassepe. 

Fontes afirmam que foi um encontro de comunicação, mas que não foi permitida a tratativa de outros assuntos. Além disso, as tabelas apresentadas pelo governo confirmam a remuneração de serviços e procedimentos com valores ainda mais baixos dos que já estão vigentes, sem reajuste há mais de cinco anos. 

De acordo com informações, a classificação do nível do hospital prestador de serviço, em nível 1,2 e 3, que determina os valores das tabelas a serem utilizadas para pagamentos, é baseada no número de leitos do hospital e não no nível de complexidade dos atendimentos.

Ou seja, um hospital que realiza cirurgia cardíaca, endovascular ou tratamento oncológico avançado, por exemplo, receberá menos do que um hospital de baixa complexidade que dispõe de mais leitos.

Absurdo!

Esta foto foi enviada pelo leitor Fernando Emerenciano e traz, num registro em 1962, o ex-governador Cid Sampaio com o advogado e jornalista Caio Souza Leão, irmão da então primeira-dama Dulce Sampaio, Jordão Emerenciano, que era secretário da Casa Civil, e o jornalista Marco Aurélio de Alcântara.

Se você tem uma foto histórica no fundo do seu baú e deseja vê-la postada neste quadro, envie agora para o 81 98222-4888.

Transcrevo abaixo o texto no qual o jornalista João Alberto, colunista do Diario de Pernambuco há 55 anos, se despede do jornal. Como antecipado com exclusividade por este blog, o jornalista aceitou o convite do empresário João Carlos Paes Mendonça e assumirá, a partir da próxima semana, a coluna social do Jornal do Commercio.

O fim de uma era

Por João Alberto

Hoje, depois de 55 anos, deixo de assinar a Coluna do Diario de Pernambuco, numa das mais difíceis decisões da minha vida. Foram  60 anos de trabalho em vários cargos no jornal mais antigo em circulação em língua portuguesa. Com a saída, também desaparece o blog, o Instagram, o facebook, que comando há 12 anos. Hora de agradecer a todos que me ajudaram nestes anos todos.

Em 1963, eu trabalhava no Banco do Brasil e escrevia um jornalzinho da AABB, com informações do clube, que tinha intensa atividade social. Costumava levar o boletim, que existe até hoje, para os jornais, a fim de conseguir divulgação. No Diario de Pernambuco, conheci o jornalista Antônio Camelo, que era o diretor de redação. Ele leu o boletim, gostou do texto e pediu que eu escrevesse um texto, numa máquina Remigton da redação, sobre a Pracinha em frente ao jornal. Leu, gostou e me convidou para trabalhar no jornal. Foi meu maior professor de jornalismo e começou minha carreira no Diário.

Iniciei como estagiário, fazendo reportagens, colaborando com a coluna social, que era chamada “O Diário na Sociedade”, assinada por Fernando Barreto, de quem me tornei grande amigo. A coluna tinha tido, antes, como titular, Paulo do Couto Malta, Edmundo Morais e Edson Cacho Borges. Passei a dividir com ele a cobertura de eventos, especialmente festas em clubes, que aconteciam todos os fins de semana. E o substituía nas suas viagens ou quando estava doente. Não podia ainda assinar a coluna, mas recebi muito incentivo de Edmundo Morais, que era o chefe de redação e um famoso jornalista.

Em 1966, fui chamado pelo dr. Antônio Camelo (estou desobedecendo a ele que me ensinou que jamais se usa o termo dr. num texto), que me ofereceu uma vaga que tinha aparecido na redação: de redator da primeira página. Tive então minha carteira profissional assinada em 1º de outubro de 1966. Passei a trabalhar com o editor Waldimir Maia Leite. Não era uma tarefa fácil e de muita responsabilidade. Tinha de escrever textos que chegavam pelo telex e muitas vezes o trabalho entrava pela madrugada. Continuei colaborando com a coluna social. Passei, então, a assinar minha primeira coluna no jornal. “Chamava-se “Nova Geração”, saia aos domingos, no Suplemento Social do jornal. Foi, graças a Deus, um enorme êxito, tanto que em pouco tempo tornou-se diária. Suas festas para apresentar as “Mais Elegantes do Ano”, na sede do Iate Clube do Recife, eram sempre enorme sucesso. Recordo que a marca da “Nova Geração” foi criada pelo saudoso Italo Bianchi.

Fui então deslocado para outras funções: repórter cobrindo setores como Receita Federal, Secretaria da Fazenda, Empetur,  Polícia Federal, Aeroporto dos Guararapes (entrevistando personalidades que chegavam ou partiam). Foi lá que tive minha única prisão, quando repórter, em busca de uma melhor imagem, com o fotógrafo Francisco Silva, ultrapassei a barreira de policiais para chegar mais perto de um avião da Swissair, que fez um pouso de emergência. Levei uma pancada de cassetete nas costas e fui levado para a Base Aérea. Fiquei preso apenas algumas horas na sala do comandante, até ser libertado com um telefonema de Edmundo Morais. Já o fotógrafo conseguiu escapar e a foto foi para a primeira página do jornal. Dava plantão aos sábados, quando cobri vários fatos importantes. A edição do domingo só saia de madrugada.

Passei a ser repórter especial e fui editor de vários suplementos como o “Domingo”, que saía aos domingos, o Caderno de Turismo, o Viver, que existe até hoje. Escrevi editoriais, várias vezes cobri espaços como editor geral, fui integrante do Conselho Editorial. Em resumo, no Diário não trabalhei apenas no Caderno de Classificados. Estive em todas as outras funções, mas sem jamais deixar meu lado mais importante, o repórter.

Em 1968, outra boa notícia: fui chamado à sala do presidente do jornal, Nereu Bastos, e junto com Antônio Camelo fui comunicado que iria assumir a coluna social, com a ida de Fernando Barreto para o setor de marketing. Foi, claro, uma ótima notícia, junto com muita responsabilidade. No dia 3 de julho de 1968, uma terça-feira, saiu a primeira coluna. Tive a ideia de trocar o antigo nome “O Diario na Sociedade” pelo meu nome. Não foi fácil emplacar a novidade, mas acabou aprovada. Surgiu então a Coluna de João Alberto, a primeira da imprensa brasileira a ter a novidade, que eu tinha visto num jornal de Itália.

Decidi, então, ir fazer um estágio com Zózimo Barrozo do Amaral, que era um famoso colunista no Jornal do Brasil, que havia revolucionado o colunismo social do país, dominado por Ibrahim Sued. Passei uma semana com ele, que se tornou meu grande amigo e informante e que me ensinou um slogan que sempre adotei no trabalho: “a coluna deve ser um jornal dentro do outro”, abordando todos os assuntos e não apenas eventos da sociedade. Foi ele quem me deu a notícia da vinda da Rainha Elizabeth ao Recife. Nestes anos todos, tive a felicidade de dar muitos furos (notícia em primeira mão), mas este foi o maior de todos. Um dia, o mestre Gilberto Freyre me disse: “tomo café da manhã lendo sua coluna”. Aproveitei e criei o slogan que uso  até hoje: “O café da manhã da sociedade pernambucana.”

Graças ao Diario de Pernambuco comecei a cultivar um hábito que virou paixão: viajar. Estive em todos os estados do Brasil, em todos os países da América do Sul, da América do Norte, da América Central, da Europa, e em vários do Oriente e da África. Perdi a conta de tantos, incluindo os que estiveram em três voltas ao mundo que realizei. Paralelamente à coluna, fui editor do Caderno de turismo, onde tinha a coluna “Passaporte” e publiquei dois livros de viagens. Nunca deixei de ir, todos os anos, às minhas cidades favoritas no mundo: Nova York, Las Vegas, Londres e Lisboa.

Tive a felicidade de participar de eventos com duas rainhas: Elizabeth II, da Inglaterra, e Sílvia da Suécia. E muitos presidentes da República. E com orgulho fui amigo de todos os governadores de Pernambuco e prefeitos do Recife neste período. Tive amigos fraternais em todos os setores, na sociedade, na política, no judiciário, no empresariado. Tenho orgulho de ter sido amigo de Gilberto Freyre, Ariano Suassuna, Mauro Mota, Miguel Arraes, Dom Helder Câmara, Lula Cardoso Ayres, Marco Maciel, para citar apenas algumas personalidades pernambucanas. Durante 35 anos, em parceria com José Ubiracy Silva, publiquei o livro “Sociedade Pernambucana”, com tiragens recordes e inesquecíveis festas de lançamento.

Graças ao meu trabalho no Diario de Pernambuco, recebi o título de Cidadão de Pernambuco, de Cidadão do Recife, e a cidadania de cidades do interior, as principais medalhas do Governo de Pernambuco e Prefeitura do Recife, do Exército, Marinha e Aeronáutica, da Academia Pernambucana de Letras, da Polícia Militar e de outras instituições.

Trabalhei em quatro sedes do Diário de Pernambuco. No histórico prédio da Praça da Independência, na Rua do Veiga, na Marques de Olinda e agora na Avenida Cruz Cabugá. Todas me marcaram muito. Nestes anos todos, estive presente em todos os grandes eventos da cidade, as festas, os carnavais, os shows, as visitas importantes. E também cobri fatos tristes, como a enchente de 1975, o funeral de Frei Damião, a queda do avião da Noar em Piedade, a morte em acidentes aéreos de Marcos Freire e Eduardo Campos. Sempre com a marca do repórter que nunca deixei de ser. 

Também tive uma tarefa descontraída: coordenei por alguns anos o concurso “Miss Pernambuco”, quando era promovido pelo Diario de Pernambuco e que superlotava o Geraldão. Em duas ocasiões, estive no júri que elegeu a Miss Brasil. Há cinco anos assino artigo na página de opinião do jornal nas sextas-feiras, relembrando fatos da história do Recife, que devem virar, brevemente, um livro.

Paralelamente ao trabalho no jornal, tive atuação em outros setores. Na televisão, iniciei na TV Tupi, que era dos Diários Associados, com o programa “Gente e Notícia”, na mesma semana em que esta coluna começou. Depois passei por outras emissoras como TV Rádio Clube, TV Guararapes, TV Manchete, TV Pernambuco, TV Universitária, TV Estação e TV Tribuna, onde estou numa segunda passagem. No rádio, tive programas nas rádios Caetés, Clube, Globo e CBN. Escrevi também em várias revistas, inclusive em “O Cruzeiro”.

Tive alguns pioneirismos: fui o primeiro jornalista do estado a usar um computador, a assinar uma coluna nas segundas-feiras e comandar um dos primeiros blogs sociais, que existe há mais de 10 anos, com o mérito de ser um formador de talentos, com estagiárias que brilham no nosso jornalismo.

Tive vários diretores no Diario de Pernambuco, que se tornaram amigos: João Calmon, Fernando Chateubriand, Paulo Cabral, Hilton Mota, Nereu Bastos, Antônio Camelo, Joezil Barros, Gladstone Vieira Belo, Eduardo Monteiro, Luiz Otávio Cavalcanti, Paulo Pugliesi, Lourenço Cunha, Guilherme Machado, Maurício e Alexandre Rands, Clóvis da Silveira Barros, Sérgio Jardelino, Gabriela Vital, e atualmente Carlos Frederico Vital, de quem, como os outros, sempre foi muito mais do que um chefe, um amigo, sempre me apoiando.

Um tesouro que ganhei do jornal foram os colegas amigos, um patrimônio que mantenho até hoje – foram tantos que seria impossível citar todos. Porém, destaco os diretores de redação: Antônio Camelo, Edmundo Morais, Ricardo Leitão, André Gustavo Stumpf, Ivan Maurício, Zenaide Barbosa, Vera Ogando, Brites Caminha, Kaué Diniz, e atualmente Paula Losada, uma presença especial na minha carreira.

Nestes 55 anos da coluna, tive muitos auxiliares no meu trabalho: Fátima Bahia, Luiz Felipe Moura, Dalci José, Márcio Neves Baptista, Orismar Rodrigues, Daniela Gusmão, Paula Imperiano, Tatiana Sotero, Cecília Ramos, Larissa Lins, Marina Simões, Fernanda Guerra, Tahyse Boldrini, além de dezenas de estagiárias do meu blog, chamadas carinhosamente de “Albertetes”. Além de fotógrafos, como Fernando Gusmão, Antônio Souza Leão, Nando Chiappetta e minha companheira de todas as horas, Sheila Wanderley, que assina as fotos da coluna há alguns anos. Dos diagramadores, importantes no visual da coluna, um de forma especial, Armandinho. Muitos destes colegas de jornada seguiram carreira solo de brilho e continuam amigos queridos. Todos foram fundamentais nos 55 anos da coluna.

Não foi fácil escrever este texto que encerra os 55 anos da coluna. Nos 198 anos do Diario de Pernambuco, em cada quatro edições, uma teve esta coluna. Nos 55 anos, não deixou de circular um só dia. Sempre com meu compromisso de fazer um trabalho melhor a cada dia. Tive duas segundas casas: O Diario de Pernambuco e o Banco do Brasil, onde fui por 28 anos ótimo funcionário (ao contrário do que muitos pensam), jamais faltando a um expediente no edifício do Recife Antigo. Encerro este círculo, com dor no coração, mas com o sentimento de dever cumprido e com o agradecimento a todos que tornaram isto possível – especialmente, o personagem mais importante na história: você, leitor, que transformou a coluna no seu café da manhã diário. E o grande responsável por tudo isto, Deus, que sempre teve um olhar carinhoso comigo.

Recebam todos meu carinhoso muito obrigado

Na próxima terça-feira (23), a Associação de Polícia Científica de Pernambuco (APOC-PE), a Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco (Adeppe), o Sindicato dos Peritos Oficiais e o Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol) vão se reunir em assembleia conjunta para definir se irão paralisar as atividades em Pernambuco. 

A assembleia foi definida nesta sexta-feira (19), após um encontro entre os representantes das entidades na Adeppe. A mobilização visa fortalecer a união entre as categorias e discutir estratégias para a defesa dos direitos e interesses dos policiais, que buscam por melhorias e valorização profissional no Estado.

A assembleia conjunta será realizada às 17h, na frente do Sinpol, localizado na rua Frei Casimiro, 179, no bairro de Santo Amaro, área central do Recife.

Por Cláudio Soares*

Em um cenário político local, a ausência de ordem e controle por parte do prefeito em seu grupo político se tornou um obstáculo significativo para uma administração eficaz. A coesão interna é vital para a implementação de políticas consistentes e para o alcance de metas comuns. Quando há desordem, as decisões podem tornar-se desconexas e descoordenadas, prejudicando o funcionamento eficiente do governo municipal.

Para superar esse desafio, é crucial que o prefeito adote uma abordagem proativa. Estabelecer canais eficazes de comunicação, promover o diálogo entre os membros do grupo político e definir claramente as metas e valores compartilhados são passos fundamentais. Além disso, a imposição de normas e práticas que fortaleçam a disciplina interna pode contribuir para a criação de uma equipe coesa.

A liderança eficaz exige não apenas habilidades políticas, mas também a capacidade de unir diferentes vozes em busca do bem comum. Ao cultivar uma atmosfera de colaboração e estabelecer limites claros, o prefeito pode melhorar a coesão em seu grupo político, promovendo uma administração mais eficiente e alinhada com as necessidades da comunidade local.

A influência desproporcional do genro do prefeito de São José do Egito no governo e no grupo político está criando problemas adicionais. Isso leva a uma percepção de nepotismo e diminui a confiança pública na administração municipal. Para mitigar esses problemas, o prefeito deveria garantir uma distribuição justa de responsabilidades, promovendo a meritocracia e evitando qualquer aparência de favorecimento familiar. A transparência e a prestação de contas são essenciais para manter a integridade e a confiança na governança local.

O prefeito perdeu efetivamente sua influência e controle, isso indica uma situação séria de falta de liderança. É crucial que o prefeito reavalie a dinâmica interna, recupere sua autoridade e restabeleça a governabilidade. Estratégias como comunicação aberta com a população, redefinição de prioridades e o fortalecimento do papel de liderança seriam necessárias para restaurar o equilíbrio no governo e no grupo político.

A perda de controle total do prefeito, simbolizada pela expressão “sem o apito”, sugere uma situação de fragilidade na liderança. Nesse contexto, é crucial que o prefeito reavalie sua abordagem, busque apoio dentro do grupo político e tome medidas decisivas para recuperar a autoridade. A restauração da confiança e a reafirmação do papel de liderança podem ser alcançadas por meio de diálogo, transparência e ações concretas para resolver as questões internas.

Com o tempo limitado devido ao último ano de mandato, é crucial agir com eficácia para restabelecer a autoridade. O prefeito pode concentrar esforços em medidas urgentes, como reuniões estratégicas, negociações políticas e a implementação rápida de iniciativas-chave. A busca por apoio dentro do grupo político e o envolvimento da comunidade podem ser estratégias para recuperar a confiança e promover a estabilidade antes do término do mandato. 

*Advogado e jornalista

Por Marcelo Tognozzi*

O presidente mexicano Andrés Manuel Lopez Obrador, mais conhecido como AMLO, lembra o presidente Lula dos 2 primeiros mandatos. Depois de 6 anos de governo, tem 81% de aprovação e se prepara para eleger uma mulher sua sucessora. Eleito em 2018 pelo Morena (Movimento de Regeneração Nacional), Obrador derrotou e encurralou a oposição conservadora do México. Direta e indiretamente Lula está presente na eleição mexicana, seja como inspirador ou mobilizador das esquerdas.

A eleição deste ano será realizada daqui a 5 meses, em 2 de junho, domingo. Será uma disputa entre 2 mulheres: a ex-prefeita da Cidade do, México Claudia Sheinbaum, e Xóchitl Galvez, ambas de 61 anos. Sheinbaum lidera as pesquisas com 66%, contra 14% da sua principal adversária. Se vencer, será a 1ª mulher e a 1ª judia a governar o México desde a independência em 1821. Num mundo que ressuscitou o antissemitismo, essa mulher judia está conseguindo unir o país.

Xóchitl Galvez é senadora, empresária de sucesso, vem de família indígena e concorre pela Frente Ampla de Oposição formada pelo seu partido, o PAN (Partido da Ação Nacional), PRI (Partido Revolucionário Institucional) e o PRD (Partido da Revolução Democrática).

O que mais chama atenção nesta eleição é o nível intelectual das 2 principais candidatas. Ambas são reconhecidas como profissionais extremamente competentes. Sheinbaum é doutora em engenharia de energia, especialista em sustentabilidade e integrou a equipe do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas premiado com o Nobel da Paz de 2007. Galvez é engenheira de computação e dirigiu o Inge (Instituto Nacional de Geografia e Estatística), uma espécie de IBGE mexicano.

A menos de 6 meses da eleição, a temperatura começou a subir. Claudia Sheinbaum contratou a Neurona, do marqueteiro mexicano César Hernández Paredes, a qual tem como um dos sócios o espanhol Juan Carlos Monedero, fundador do Podemos, partido de extrema esquerda. A Neurona é investigada pela Justiça Espanhola por operações consideradas suspeitas, dentre elas receber € 1,5 milhão do governo do ex-presidente boliviano Evo Morales.

Nos últimos anos, a Neurona se tornou a queridinha de parte da esquerda latino-americana, tendo feito campanhas de Gustavo Petro, na Colômbia, do grupo do ex-presidente Rafael Correa, no Equador, e do grupo de Evo Morales na Bolívia. O Podemos é investigado na Espanha por suspeita de receber dinheiro ilegalmente do governo de Nicolás Maduro.

Galvez tem sido alvo de uma campanha de desconstrução de imagem promovida pelo presidente Obrador. Ele acusa a senadora de receber indevidamente bilhões de pesos em contratos com entidades públicas como a Secretaria de Defesa Nacional, o Banco Nacional de Obras e Serviços Públicos ou a Secretaria de Saúde. Obrador publicou planilhas com os valores recebidos pelas empresas de Xóchitl Galvez, que negou qualquer irregularidade e propôs uma auditoria pública nos contratos citados pelo presidente.

A eleição do México tem mobilizado tanto atores internos quanto externos. A principal força externa é o Foro de São Paulo, cujo principal líder é o presidente Lula. O Morena, partido de Lopez Obrador, é integrante do Foro e Claudia Sheinbaum participa do Grupo de Puebla, do qual fazem parte brasileiros como o embaixador Celso Amorim, Dilma Rousseff, ministros do atual governo e congressistas de partidos de esquerda.

Tanto o Foro de São Paulo quanto o Grupo de Puebla apoiaram Sergio Massa, candidato derrotado por Javier Milei na Argentina. Para a esquerda latino-americana, vencer no México é crucial para manter a hegemonia no Caribe e seguir influindo em outras regiões, como o Cone Sul.

O México é um país com larga tradição machista, onde as mulheres só adquiriram direito ao voto em 1955, mais de 20 anos depois das brasileiras. É inédito o fato de 2 mulheres de bom nível acadêmico disputarem a Presidência.

Mas quem ganhar não terá vida mansa. Herdará enormes problemas de segurança pública com o narcotráfico que literalmente controla diversas áreas, sendo hoje o maior problema criminal do país, incrustado dentro da máquina estatal. Com a queda da Colômbia, os cartéis mexicanos são o principal fornecedor de cocaína para os Estados Unidos. Uma situação que nem o governo Lopez Obrador e nem o governo norte-americano conseguem controlar.

Assim como o presidente Lula, Lopez Obrador mantém relações muito estreitas com os governos de Cuba, Nicarágua e Venezuela. Também seguiu o roteiro de apostar na eleição de uma sucessora que tem tudo para ser a 1ª mulher presidente do México. A influência dos Estados Unidos na política mexicana, que já foi muito forte, parece ter se dissolvido na era Joe Biden, hoje muito mais preocupado em deter Donald Trump do que cuidar do quintal latino.

A eleição de Claudia Sheinbaum pode consagrar o presidente Lopez Obrador como líder que consolidou uma mudança profunda na política mexicana. Mas o grande vitorioso será o presidente Lula e seus aliados do Foro de São Paulo e do Grupo de Puebla. Sem eles, Obrador não teria chegado lá.

*Jornalista

Por Magno Martins – exclusivo para a Folha de Pernambuco

O PSB deu o aval e a deputada federal Tabata Amaral lança, na próxima quinta-feira (25), sua pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo. O dia foi escolhido estrategicamente: é a data em que a capital paulista comemorará 470 anos. A congressista fará um evento na laje da casa de sua família, na Vila Missionária, na zona sul.

Segundo o site Poder360, de Brasília, a reunião começará às 10h.  O encontro terá a presença de líderes partidários, autoridades, representantes da sociedade civil e apoiadores da pré-candidatura, além do prefeito do Recife, João Campos, namorado dela, e do presidente nacional da legenda, Carlos Siqueira.

Tabata deve concorrer com o deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP), candidato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na capital paulista, e com o atual prefeito da cidade, Ricardo Nunes (MDB), candidato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP) e a economista Maria Helena Santos (Novo) também já lançaram suas pré-candidaturas.

A deputada federal tem 30 anos e integra o mesmo partido do vice-presidente Geraldo Alckmin. Está em seu segundo mandato como deputada federal por São Paulo. É formada em Ciência Política e Astrofísica pela Universidade Harvard, nos Estados Unidos. Nascida na periferia, afirma que vê os problemas da cidade de maneira prática, e não teórica, como diz que seus oponentes fazem.

“São Paulo está profundamente dividida. A gente foca na polarização ideológica da esquerda com a direita. Mas tem uma polarização entre a São Paulo do centro, com shows, oportunidades, cursos, universidades, e uma São Paulo onde eu nasci, tomada pela desesperança, que não chega ao centro, sofre com o desemprego, o despejo, as chuvas”, disse em entrevista ao Poder360. 

Sem chances para o PT

O PT vai forçar para ter o direito de indicar, usando a influência de Lula, a cobiçada vaga de vice na chapa do prefeito do Recife, João Campos (PSB), candidato à reeleição. As principais lideranças do partido no Estado aproveitaram a passagem do presidente da República pela capital, ontem, para convencê-lo a entrar no processo.

Mas tudo tem o seu tempo e Lula não é de entrar em bola dividida. Ele sabe das intenções de João em disputar o Governo de Pernambuco em 2026, caso seja reeleito. E que, para isso, terá que ter autonomia na escolha do companheiro de chapa. O vice tem que passar pelo principal e primordial critério: a confiança cega do prefeito.

E não há quadros no PT próximos a João, nem tampouco que conquistem, em tão pouco tempo, o seu coração. O prefeito tem amplas chances de ser reeleito, mesmo sem o PT na vice. Sabe que o cenário de 2026 só será de sol radiante para ele, sem risco de eclipse, primeiro se a governadora estiver muito mal, segundo tendo o controle da Prefeitura.

Esse controle é deixar em seu lugar alguém sem risco de cometer uma traição mais na frente, sem espaço para apunhalá-lo pelas costas. Alguém no PT atende esses requisitos? Evidentemente que não. Por isso, João não vai se curvar às pressões do PT, mesmo vindo do Planalto Central, para abocanhar a vaga de vice na sua chapa.

O recado foi dado – Ao rejeitar o convite da governadora Raquel Lyra (PSDB) para uma boca livre no Palácio das Princesas, sob a ridícula alegação de que estaria cansado e em seguida ser flagrado jantando com João e família no hotel em que se hospedou no Recife, o presidente Lula deu uma clara demonstração de que vai investir fortemente na reeleição do prefeito com a intenção de dois anos depois, transformá-lo no candidato mais competitivo para barrar a reeleição da tucana.

Lula tem a ruindade – Na agenda por Pernambuco, Lula irritou Raquel duplamente. Primeiro, quando recebeu João para um jantar reservado no hotel. Segundo, no dia seguinte, ao chegar no Comando Militar do Nordeste na companhia do prefeito do Recife, enquanto a governadora esperava a delegação do chefe da Nação no CMN como uma simples mortal.

Alternativa do coração – Se depender de João Campos, o vice será o ex-prefeito do Recife, Geraldo Júlio, hoje seu conselheiro-mor, exercendo na gestão municipal muita influência, trânsito fácil, respeito e confiança na família Campos. Se não for esse o caminho, são especulados também o presidente da Câmara, Romerinho Jatobá, e o secretário de Governo, Aldemar Santos, o Dema. Se optar por uma mulher, será Marília Dantas, secretária de Infraestrutura do Recife.

Tabata entra no jogo – A deputada federal Tabata Amaral deve lançar a sua pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo na próxima quinta-feira, data em que a capital paulista comemora 470 anos. A congressista fará um evento na laje da casa de sua família, na Vila Missionária, na zona sul, com a presença do namorado, o prefeito do Recife, João Campos. A reunião começará às 10h, segundo o site Poder360. O encontro terá a presença também de líderes partidários, autoridades, representantes da sociedade civil e apoiadores da pré-candidatura.

Engoliu a seco – Embora seja um investimento da ordem de R$ 2 bilhões, a Escola de Sargentos, assinada por Lula, ontem, no Recife, nunca foi assimilada pela governadora Raquel Lyra, que se fez presente ao ato com cara de constrangimento. O pai do projeto, justiça seja feita, é o ministro pernambucano José Múcio, da Defesa. Ao lado do presidente, ninguém mais festejou o desfecho do empreendimento do que ele. Não fosse sua disposição e liderança, o Exército já teria se abraçado com um Estado do Sul.

CURTAS

SEM CANDIDATO – Já reeleito, o prefeito de São José do Egito, Evandro Valadares (PSB), está tendo dor de cabeça para escolher o candidato do seu grupo a prefeito. Nomes naturais, o vice Ecleriston Ramos e o prefeito de Ouro Velho, Augusto Valadares, abriram, ontem, mão das suas candidaturas.

PRESIDENTE EM SERRA – O presidente estadual do PSDB, Fred Loyo, confirmou o empresário e radialista Marquinhos Oliveira, de Serra Talhada, no comando da legenda no município. Marquinhos tem três emissoras de rádio no Sertão do Pajeú, mas o que ele tem tesão mesmo é por política partidária.

ANDRÉ VEREADOR – Vereador do Recife por três mandatos, vereador em Jaboatão e deputado estadual em três legislaturas, André Campos, ex-presidente da Copergás, pode voltar a disputar uma vaga no Legislativo recifense, provavelmente pelo PT, mesmo estando filiado hoje ao PSB.

Perguntar não ofende: Raquel ficou roendo as unhas com o jantar de Lula com João?