Janja quer Jean Wyllys no governo Lula e articula possível cargo para ex-deputado

A primeira-dama Janja da Silva quer que o ex-deputado federal Jean Wyllys faça parte da atual administração de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A esposa do presidente vem articulando nos bastidores para que o aliado político ganhe uma vaga e um cargo oficial dentro do governo federal e já teria conversado com o marido sobre a possibilidade.

Uma fonte relatou que Janja foi uma das maiores entusiastas da volta de Jean ao Brasil e que desde a vitória de Lula, em outubro de 2022, vem pedindo para o companheiro partidário considerar a possibilidade. As informações são do jornal O Dia.

“Ela gosta muito do deputado e quer que ele faça parte do governo”, contou uma pessoa próxima do Alvorada e que pediu para sua identidade ser mantida em segredo.

Mesmo com a vitória de Lula, Jean optou por permanecer no exterior por alguns meses. Ele abandonou o mandato de deputado federal em 2019 e denunciou que era alvo de ameaças de morte e que o governo de Jair Bolsonaro (PL) não o garantia o aparato necessário e legal para sua segurança. Diante deste cenário, ele deixou o Brasil e passou a se tratar como um exilado político.

Quatro anos depois, o parlamentar já trocou o PSOL pelo PT e fez forte campanha para Lula, além de denunciar ao mundo as possíveis irregularidade no mandato de Bolsonaro. Com a vitória do petista, ele passou a considerar a possibilidade de retornar ao Brasil e chegou a confirmar o retorno, mas só foi agendado agora. Oficialmente, o ex-deputado deve chegar ao país entre junho e julho.

Não se sabe ainda qual o cargo será oferecido a Jean quando ele retornar. Mas a tendência, segundo políticos do PT, é de que ele aceite fazer parte do governo de Lula, principalmente se o convite partir do próprio presidente. A aliados, Wyllys tem dito que quer contribuir com a administração, não necessariamente fazer parte dele. Mas Janja já avisou que fará de tudo para contar com o amigo.

A deputada federal, Carla Zambelli (PL-SP), ficará internada na UTI do Hospital DF Star até amanhã ou terça-feira. Após a alta, ela seguirá para São Paulo onde vai continuar em tratamento.

Zambelli foi diagnosticada com Covid-19 na semana passada, mas afirma que a internação ocorreu depois de um mal súbito. De acordo com a assessoria da parlamentar, ela enfrenta a síndrome de Ehlers-Danlos, que afeta as articulações do corpo, e já foi internada várias vezes. As informações são do O GLOBO.

A deputada diz ainda que na capital paulista existem mais tecnologias para tratá-la.

“Devo ficar na UTI até segunda ou terça-feira, mas devo ter um atestado um pouco maior para fazer um tratamento em São Paulo. Estou pedindo para o Lira que mesmo em tratamento eu possa votar de longe, a votação é feita em aplicativo”, disse a deputada em vídeo nas redes sociais.

As dores de Lula nos quadris têm ficado mais intensas. Assim como as reclamações do presidente, que sofre de artrose. E já há uma decisão médica para uma cirurgia.

Mas, exceto em caso de agravamento do quadro, a operação será realizada num período em que não atrapalhe sua pesada agenda. O mais provável, portanto, é que a intervenção ocorra entre a última semana do ano e a primeira quinzena de janeiro de 2024. As informações são do colunista Lauro Jardim.

Domingo de fiscalização e apreensão de carroças em Boa Viagem, em uma grande operação da Secretaria Executiva dos Direitos dos Animais do Recife em cumprimento da lei que proíbe a circulação dos veículos de tração animal, a condução de animais com cargas e o trânsito montado. Participaram da ação o Centro de Vigilância Ambiental (CVA), juntamente com a Guarda Municipal, a Secretaria de Política Urbana e Licenciamento (Sepul) e a Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU), além da Polícia Militar de Pernambuco. Este ano, a Prefeitura do Recife já recolheu mais de 40 animais.

De acordo com a secretária dos Direitos dos Animais, Andreza Romero, a ação busca “promover o bem-estar animal, a segurança no trânsito e agilizar o cumprimento da legislação municipal”. A secretária afirmou que a Prefeitura vem seguindo um planejamento para intensificar o recolhimento desses animais. “Nós monitoramos as áreas de maior demanda, mas também recebemos denúncias e fazemos um rastreamento diário. Integrada a outros órgãos municipais, a SEDA fará o resgate desses animais, que serão tratados adequadamente e, assim que recuperados, encaminhados para adoção responsável, seguindo critérios rigorosos com o intuito de evitar que o animal volte a sofrer maus-tratos”, disse.

Da Agência Brasil

A semana no Congresso começa com a possibilidade de votação do Projeto de Lei Complementar das novas regras fiscais na Câmara, na quarta-feira (24). Oficialmente, a sessão ainda não foi convocada, mas, na semana passada, o relator da proposta, deputado Cláudio Cajado (PP-BA), já tinha informado que, por acordo, o mérito do projeto seria votado no dia 24.

Para aprovar a proposta, são necessários pelo menos 257 votos, estando presentes os 513 deputados. A expectativa do governo é de que o texto passe com ampla maioria, como ocorreu com a urgência, na semana passada, quando o requerimento foi aprovado com 367 votos a favor e 102 contra.

Em seguida, o texto segue para o Senado. O pedido dos senadores é para que, ao contrário da Câmara, onde o texto foi direto para o plenário por causa da urgência, na Casa o arcabouço fiscal passe por pelo menos uma comissão, provavelmente a de Assuntos Econômicos.

Outra expectativa é com relação à instalação da CPI Mista do 8 de janeiro. A composição já foi definida pelos partidos, falta apenas a indicação de dois senadores titulares por parte do bloco Democracia, formado por União, MDB, Podemos, PDT e PSDB, e um deputado titular pelo blocão, formado por União, PP, Federação PSDB, Cidadania, PDT, PSB, Avante, Solidariedade e Patriota.

A reunião de instalação, que, na prática, significa a escolha de presidente e relator, foi marcada para as 9h de quinta-feira (25). No dia anterior, a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara vai ouvir o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Marcos Amaro dos Santos. Ele foi convidado a falar sobre o vídeo em que o ex-ministro do GSI, general Gonçalves Dias, aparece dentro do Palácio do Planalto durante os ataques golpistas.

A semana no Senado também será dedicada à votação de medidas provisórias. A preocupação é com as MPs que estão perto de perder a validade. Quinze delas perdem a validade até 5 de junho. São propostas ainda do governo Bolsonaro, com o a do Perse, que perde a validade no dia 30 e trata da isenção fiscal para o setor de eventos durante a pandemia, e MPs do governo Lula, como a que reestruturou a Esplanada dos Ministérios e perde a validade no dia 1º. Os senadores devem se dedicar também à votação de indicação de autoridades. Há a previsão de oito sabatinas na Comissão de Relações Exteriores de embaixadores para chefiar missões do Brasil no exterior.

Com a cassação do mandato de Deltan Dallagnol (Podemos-PR) na Câmara pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e as recentes operações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados, a oposição ao governo Lula no Congresso tem trabalhado para criar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Abuso de Autoridade.

A ideia ressuscita um requerimento apresentado pelo deputado federal Marcel Van Hattem (Novo-RS) em novembro do ano passado. O Novo criou uma página na internet específica sobre a CPI. O partido afirma que a comissão vai investigar os abusos do Judiciário – e cita, especificamente, o TSE e o Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com o site, às 16h05 deste domingo, 21, cerca de 396,7 mil pessoas haviam aderido a um abaixo-assinado. As informações são do Estadão.

Ainda segundo cálculos do partido, 144 deputados já assinaram o pedido. Para ser instalada, uma CPI precisa ser requerida por, no mínimo, um terço da Câmara, ou seja, 171 parlamentares.

“Para que a ordem impere em um país, as pessoas precisam confiar que o Poder Judiciário é capaz de oferecer justiça. A cassação do deputado Deltan Dallagnol pelo TSE mostra que integrantes das cortes mais altas do país há muito tempo abandonaram esse objetivo”, diz texto publicado no site do partido Novo.

O mandato de Deltan foi cassado nessa terça-feira, 16, pelo TSE com base na Lei da Ficha Limpa. Os ministros do tribunal eleitoral entenderam, por unanimidade, que o ex-procurador da Lava Jato pediu exoneração do Ministério Público Federal (MPF) em 2021 – cerca de 11 meses antes das eleições de 2022 – para se livrar de processos internos que poderiam torná-lo inelegível. Dallagnol respondia à época a reclamações administrativas e sindicâncias.

Na tarde deste domingo, 21, em frente à sede do Ministério Público Federal, em Curitiba, Van Hattem participou do ato em defesa do mandato do ex-procurador da Lava Jato. A manifestação foi organizada por integrantes do MBL e reuniu algumas centenas de pessoas. Dallagnol, que a princípio avisou que não participaria do protesto, acabou comparecendo.

Ao Estadão, Deltan afirmou que vai recorrer ‘até o fim’ para manter seu mandato na Câmara. Ele também disse que a decisão do TSE foi fraudada: “Eu roubei, me corrompi, abusei, torturei? Não”.

“Como explicar para a sociedade brasileira que Lula, condenado em três instâncias por corrupção, está elegível e com mandato e que Deltan, que não foi investigado, acusado e processado criminalmente, muito menos acusado administrativamente, porque não existia PAD (Processo Administrativo Disciplinar), se tornou inelegível? Como explicar essa absurda contradição? O TSE alegou que eu fraudei a lei, mas está muito claro que quem fraudou a lei foi o TSE. Certamente foi (um julgamento) político”, declarou o deputado cassado.

Durante um seminário em São Paulo na segunda-feira (15), o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), autor do PL 2630/2020, também conhecido como PL das Fake News, retomou as acusações contra a empresa Google de manipulação sobre o debate do projeto no ambiente digital, de modo a “enviesar” os usuários e beneficiar teses contrárias ao texto. A empresa nega tal esforço, mas especialistas em análise de redes digitais alertam que aspectos do algoritmo desta e de outras plataformas acabam fortalecendo o lado contrário ao projeto.

Orlando Silva não é o primeiro a suspeitar das plataformas digitais: a forte difusão de publicações contrárias ao projeto em redes sociais já levou diversos outros usuários a acusar as big techs de manipular o algoritmo de distribuição em favor próprio. Especialistas consultados pelo Congresso em Foco, no entanto, consideram que esta força maior dos opositores se dá por conta de uma brecha não necessariamente intencional nesses códigos.

A política de “bad words”

O principal fator dentro dos algoritmos em favor da oposição é a política de bad words: listas de palavras adotadas pelas plataformas cujo entendimento é de que possam representar uma violação em potencial aos termos de uso. Expressões de teor sexual, relacionadas à violência ou ao crime entram nessa classificação, e seu uso resulta em colocações desfavoráveis nos resultados de pesquisa ou no alcance em redes sociais.

Essas listas são mantidas em sigilo pelas plataformas, visando evitar que usuários consigam encontrar meios para burlar o mecanismo. Monitores de redes sociais, porém, identificam o termo “fake news” como uma das palavras nocivas. Com isso, resultados e publicações que se refiram ao projeto como “PL das Fake News” acabam atingidos.

Os indícios até o momento são de que essa restrição já existia antes do debate sobre o projeto ganhar espaço nas redes sociais, havendo a maior possibilidade de se tratar de um peso não intencional sobre a discussão do PL 2630. Pedro Barciela, especialista em monitoramento de redes com foco em política, ressalta que, intencional ou não, esse efeito fortalece os bolsonaristas.

PL das Fake News x PL da Censura

Enquanto apoiadores do PL 2630 comumente se referem ao texto como “PL das Fake News”, nome original do projeto quando proposto no Senado, a parcela radical de seus opositores já o denominou “PL da Censura”. “Desde o começo, a gente vê uma facilidade do campo bolsonarista em defender o debate do que chamam ‘PL da Censura’ em comparação ao que os apoiadores e parte da imprensa chamam ‘PL das Fake News’”, relatou.

A política de bad words acaba fortalecendo o lado que se refere ao projeto adotando um termo que não recebe classificação negativa nos algoritmos. Esse fator se soma a outros aspectos da discussão que também dão vantagem ao campo opositor. O principal deles é o grau de profundidade com que o tema é tratado nas redes.

Por um lado, Barciela aponta que existe uma dificuldade entre os apoiadores de explicar corretamente no que consiste o PL 2630. “É algo muito mais profundo do que um debate apenas sobre fake news. É um projeto que envolve debates sobre as plataformas, sobre os papéis dos algoritmos nas redes sociais. É algo muito mais complexo do que a forma com que o debate vem se desenvolvendo até aqui”.

Por outro, destaca que a narrativa criada pelo campo bolsonarista é simples de compreender, e consequentemente fácil de vender ao usuário. “Um debate feito de forma rasa favorece quem tenta abraçar a ideia de que se trata de um ‘PL da censura’, algo muito mais simples de se tratar enquanto narrativa para a população como um todo. Essa ideia de ‘vamos defender a liberdade contra a censura’ é muito fácil de ser ventilada ao público”.

O especialista ainda acrescenta que o próprio fato da oposição ao projeto ser coordenada por grupos de extrema-direita também fortalece esse ponto de vista ao se discutir o tema nas redes sociais. “É um debate extremamente polarizado, e nesse cenário polarizado, a oposição é muito mais eficiente ao se tratar nesse tema até pela organização e pela coesão características do bolsonarismo. Eles conseguem mobilizar sua militância com uma eficiência muito grande, alcançando um engajamento muito maior do que o campo antibolsonarista”, relembrou.

As assessorias de imprensa brasileiras da Google e da Meta, empresas que fazem as gestões das plataformas Youtube, Facebook, Instagram e Whatsapp, foram questionadas sobre a inclusão do termo “fake news” em suas listas de bad words, e a matéria será atualizada caso haja resposta. A companhia Twitter não conta com assessoria no Brasil desde janeiro de 2023 e não responde por demandas da imprensa desde o mês de março.

Dilema das plataformas

O jornalista Manoel Fernandes, diretor da Bites, empresa especializada em análise e monitoramento de redes, explica que, apesar do impacto político no Brasil, as plataformas digitais se encontram em um dilema com relação a manter ou não o termo “fake news” em suas listas de bad words. Qualquer mudança nessa lista pode resultar em efeitos incontroláveis.

“O argumento que se costuma utilizar na defesa dessas listas é que, propagando menos notícias supostamente associadas às fake news, se reduz seu impacto na questão da desinformação. Isso cria uma questão a ser resolvida no curto prazo: se liberam a propagação para melhor abordar esse assunto, também correm o risco de permitir a propagação de fake news que até então estavam retidas”, explicou.

Esse paradigma se torna ainda mais difícil de administrar ao se lidar com as consequências políticas de uma eventual mudança no algoritmo em função de um projeto de lei específico. “Se eles bloqueiam a palavra, são acusados de defender a posição deles. Mas se eles liberam, correm o risco de propagar fake news ou de serem acusados de assumir o outro lado”.

Fernandes sugere que as plataformas de busca e de redes sociais estabeleçam também uma lista de fontes conhecidas pela credibilidade que possam ser tratadas com maior flexibilidade quanto a bad words ligadas ao interesse público. Essa reforma, porém, não seria possível de implementar durante o debate do PL 2630. “Esses algoritmos são operados por muitas pessoas. Qualquer mudança precisa ser muito bem calculada, e algo tão complexo é impossível de construir em curto prazo”.

Da Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não irá se encontrar com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, durante a cúpula do G7 que ocorre neste fim de semana em Hiroshima, no Japão. A organização da reunião bilateral não foi possível por dificuldade na conciliação das agendas dos dois líderes mundiais. O governo brasileiro sugeriu mais de um horário, mas não houve acerto.

Em entrevista, o presidente ucraniano confirmou a dificuldade. “Encontrei todos os líderes. Quase todos. Todos têm suas agendas próprias. Acho que é por isso que não pudemos encontrar o presidente do Brasil”. Questionado se ficou decepcionado por não ter conseguido realizar essa reunião, Zelensky respondeu: “Acho que ele que ficou decepcionado”.

O G7 reúne lideranças da União Europeia e dos sete países mais industrializados do mundo: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido. Até 2014, a Rússia integrava o grupo, que era conhecido como G8. Ela, no entanto, foi expulsa devido à anexação da Crimeia, até então vinculada à Ucrânia.

As cúpulas do G7 costumam contar com a presença de países convidados. Nesta edição, o Brasil é o único representante sul-americano. Também foram convidados Austrália, Coreia do Sul, Vietnã, Índia, Indonésia, Comoros e Ilhas Cook. O governo brasileiro chegou a ser informado pelos japoneses há algumas semanas que a ida de Zelensky a Hiroshima era uma possibilidade.

O presidente ucraniano aproveitou a oportunidade para buscar mais apoio na guerra contra a Rússia. A organização de uma reunião bilateral entre Brasil e Ucrânia foi inicialmente um pedido do país europeu.

O Brasil é um dos países, como a Índia e a China, que vem proclamando publicamente uma postura de neutralidade na guerra entre a Ucrânia e a Rússia. Por isso, países europeus e os Estados Unidos, que apoiam os ucranianos no conflito, faziam pressão para que Lula e Zelensky se reunissem. Embora não tenha conversado pessoalmente com o presidente brasileiro, Zelensky chegou a ter um encontro com o premiê da Índia, Narendra Modi.

A guerra que desencadeou uma invasão da Ucrânia por forças militares russas em fevereiro do ano passado tem raízes profundas. O presidente russo, Vladmir Putin, sustenta agir em defesa da população russa de Lugansk e Donetsk, no Leste ucraniano. Também já justificou movimentações militares como uma reação à aproximação entre a Ucrânia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar articulada pelos Estados Unidos e outros países ocidentais em meio à Guerra Fria. Já o governo ucraniano afirma que houve violação de sua soberania e acusa a Rússia de ter projetos imperialistas na região, desde a anexação da Crimeia em 2014.

Durante o painel do G7, que contou com a presença de Zelensky, Lula lembrou que a Organização das Nações Unidas (ONU) foi fundada em 1945 para para evitar nova guerra mundial. “Em linha com a Carta das Nações Unidas, repudiamos veementemente o uso da força como meio de resolver disputas. Condenamos a violação da integridade territorial da Ucrânia. Ao mesmo tempo, a cada dia em que os combates prosseguem, aumentam o sofrimento humano, a perda de vidas e a destruição de lares. Tenho repetido quase à exaustão que é preciso falar da paz”, disse Lula.

Ele também defendeu a reforma do Conselho de Segurança da ONU e disse que membros permanentes continuam a longa tradição de travar guerras não autorizadas pelo órgão, o que indica que os mecanismos multilaterais de prevenção e resolução de conflitos não funcionam no formato atual. Lula citou outros povos no mundo que sofrem com conflitos armados, como palestinos e sírios. Os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU são China, Estados Unidos, Reino Unido, França e Rússia.

Conhecido pela retórica inflamada contra adversários, o ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT) coleciona condenações por danos morais e tem sido alvo de ações de execução em série, o que já resultou em penhora e leilão de imóveis, constante bloqueio de valores em suas contas bancárias, incluindo R$ 101 mil na conta de sua mulher, chegando até o recente impedimento para licenciar um carro.

Ciro declarou no ano passado — quando disputou a Presidência e ficou em quarto lugar— patrimônio de R$ 3 milhões, mas a Justiça tem encontrado dificuldade para fazer valer as cobranças. As informações são da Folha de São Paulo.

Prefeito, governador, ministro e quatro vezes candidato à Presidência, Ciro é alvo ou figura como autor em cerca de uma centena de ações criminais e cíveis relativas a danos morais, em especial no Ceará e em São Paulo.

A defesa do ex-presidenciável afirma que Ciro sofre restrição incomum ao seu direito de expressão, que as punições têm valores muito acima do normal e que ele não tem recursos e bens penhoráveis para cobri-las.

Diz ainda que as suas “nítidas dificuldades financeiras” decorrem de ele ser um político honesto, que não responde a processo de dano ao erário e que vive do seu salário. Como vice-presidente nacional do PDT, Ciro recebe remuneração mensal de R$ 23,5 mil.

Na lista dos que ingressaram na Justiça alegando terem sido ofendidos pelo pedetista estão os ex-presidentes da República Fernando Collor de Mello, Fernando Henrique Cardoso, Michel Temer e Jair Bolsonaro, além de políticos como José Serra (PSDB-SP), Eunício Oliveira (MDB-CE), Damares Alves (Republicanos-DF), Ricardo Salles (PL-SP), Eduardo Cunha (MDB-SP), João Doria (SP) e Valdemar Costa Neto (PL).

Contra alguns desses, como Ricardo Salles (chamado de “ex-ministro do desmatamento e contrabando”), Eduardo Cunha (“trambiqueiro”) e Doria (“farsante”), Ciro obteve vitórias, mas a lista de reveses tem empilhado condenações já na fase de execução que, somadas e corrigidas, ultrapassam a casa do milhão.

Só na Justiça de São Paulo, há 13 processos listados, sendo 9 protocolados de 2018 até agora.

Um deles diz respeito a ele ter chamado em 2018 o vereador paulistano Fernando Holiday (Republicanos) de “capitãozinho do mato”. Holiday entrou no Juizado Especial Cível, e Ciro acabou condenado a indenizá-lo em R$ 38 mil.

A ação de cumprimento da sentença tramitou por quatro anos sem que houvesse o pagamento, apesar de sucessivas tentativas de penhora de imóveis e busca de saldos em contas bancárias. A situação só mudou com a penhora em 2 de fevereiro deste ano da casa de Sobral que Ciro havia herdado da mãe, dona Mazé.

Uma empresa, porém, informou à Justiça que havia comprado a casa dois dias antes, em 31 de janeiro, e apresentou comprovante de repasse de R$ 561 mil para a conta de Giselle Bezerra, mulher de Ciro.

A Justiça então autorizou em abril deste ano o bloqueio de R$ 101 mil (valor atualizado devido a Holiday) da conta de Giselle. Felipe Boarin L’Astorina , advogado de Fernando Holiday, afirmou que entrará agora com ação de execução para pagamento dos honorários de sucumbência (valores devidos pelo perdedor da ação aos advogados da parte vencedora).

“O mais importante foi a condenação dele pela ofensa, o que acabou servindo de exemplo para que tenhamos um debate mais civilizado sobre o racismo no Brasil, independente de ideologias”, disse Holiday.

De acordo com esse processo, restaram dois imóveis a Ciro que são impenhoráveis — um por ser sua residência e o outro por estar financiado pela Caixa.

Ciro também entrou com ação contra Holiday, por ter sido chamado de “coronelista”, mas perdeu em todas as instâncias.

Em outra ação de cobrança de honorários de sucumbência, a advogada Regina Marilia Prado Manssur pediu R$ 47 mil em 2020. Ela integrou a defesa de Collor (chamado “playboy safado” e “cheirador de cocaína”), cuja vitória resultou no leilão judicial de um apartamento de Ciro em 2021, no valor de R$ 520 mil.

Manssur também não recebeu ainda os valores, passados três anos.

Na última quinta (18), ela se opôs a pedido dos advogados de Ciro para que o veículo Toyota Hilux SW4 ano 2010 passe de “bloqueio do licenciamento” para “bloqueio da transferência” —o argumento é o de que Ciro não está conseguindo pagar as taxas do Detran.

O pedetista também perdeu ação movida contra a Editora Abril pela publicação de uma reportagem em 2018 e foi condenado a arcar com os honorários dos advogados.

“Em que pese o início da execução ter sua origem em fevereiro de 2018, há mais de 5 anos, até o momento não houve satisfação do crédito perseguido”, disse em nota o escritório Fidalgo Advogados.

Ciro chegou a fazer acordo de pagamento amigável em 2021, mas acabou não cumprindo. O débito atualizado, com correção e multa, está em R$ 19 mil.

Serra, chamado de o candidato dos “grandes negócios e negociatas”, ganhou ações que atualmente somam cerca de R$ 800 mil em indenização, de acordo com os processos. Cerca de 10% já foi pago por meio de bloqueio em contas bancárias de Ciro.

De acordo com relatório da Justiça do Ceará de setembro de 2022, havia 71 processos em trâmite em que Ciro era polo passivo. Desse total, 41 tinham como parte ativa Eunício Oliveira, que virou desafeto em 2014, ocasião em que foi chamado de “mistura de Pinóquio com irmão metralha”.

Eunício, que também já foi processado por Ciro, a quem chamou de “coronelzinho decadente, mentiroso e dissimulado”, tem patrimônio declarado de R$ 158 milhões e disse ter arrematado o apartamento leiloado em 2021 no processo movido por Collor.

Ciro também já sofreu três condenações por danos morais em processos contra o ex-candidato a governador do Ceará Capitão Wagner (União Brasil). As ações, ainda em fase de recurso, somam R$ 60 mil, sem correção.

Durante o motim de PMs no Ceará, em 2020, Ciro chamou o então deputado federal de “miliciano”.

Advogado diz que Ciro vive só de seu salário

Indicado pela assessoria de Ciro para se manifestar sobre o assunto, o advogado Walber Agra afirma que as “nítidas dificuldades financeiras” de seu cliente decorrem “de ele ser um político honesto, que não responde a nenhum processo de dano ao erário, e ser um cidadão de classe média”.

Agra, que é professor da Faculdade de Direito do Recife e que também advoga para o PDT, divide com o escritório de André Xerez, do Ceará, a defesa de Ciro nos processos.

“O não pagamento se deve exclusivamente a falta de recursos e de bens penhoráveis, haja vista que ele recebe apenas salário para o seu sustento e de sua família”, acrescentou Walber.

O advogado também criticou as condenações e o valor das multas aplicadas.

“O que mais chama a atenção é que a restrição ao direito de liberdade de expressão de Ciro Gomes é muito mais alargada que os demais casos. Outra coisa que chama a atenção é o valor das multas, muito acima da maioria das estabelecidas na jurisprudência”.

Integrantes das torcidas organizadas do Santa Cruz e do Campinense entraram em confronto neste domingo (21). A briga aconteceu no entorno da Ilha do Retiro, área central do Recife. A Polícia Militar precisou controlar a situação.

Segundo informações obtidas pelo LeiaJá, torcedores do Santa Cruz emboscaram uma organizada do Campinense. A PM não confirmou se houve prisões ou apreensões durante a confusão e vai acompanhar os torcedores paraibanos até o estádio do Arruda, onde acontecerá a disputa, dentro das quatro linhas, entre os times.