As quatro cláusulas do ‘acordo de paz’ do governo com o Judiciário 

Há pouco menos de um mês, Jair Bolsonaro verbalizou em diferentes reuniões privadas um conjunto de tormentas que o têm consumido, desestabilizado a campanha pela reeleição e catalisado seus ataques verbais contra o Poder Judiciário – a maior delas a convicção de que ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estão trabalhando para que ele seja derrotado nas eleições de outubro.

Embora o presidente reclame de ativismo judicial desde o primeiro ano de governo, o tom das conversas às vésperas do primeiro turno levou o Executivo a discutir a possibilidade de um “pacto pela paz”, composto de quatro cláusulas. As informações são da Veja.

Mesmo sem traquejo de negociador e sem interlocução direta com a maior parte do STF, a quem primeiro seriam submetidas as propostas do Executivo, o ministro da Economia Paulo Guedes se apresentou como articulador de uma trégua que incluía acenos públicos a um país polarizado e cenários sobre o futuro ideal para o mandatário caso vença as eleições de outubro – e mais importante – também caso saia derrotado.

A primeira das cláusulas do acordo prevê que, a partir de um gesto de boa vontade do TSE, o ex-capitão abrandaria os ataques verbais contra o Supremo, alguns ministros e as urnas eletrônicas. Uma segunda cláusula, de cunho simbólico e pensada para reverberar no noticiário do exterior, estabelecia que, ao fim de um provável segundo turno, independentemente do resultado, Bolsonaro e o ex-presidente Lula, hoje líder de intenção de votos, apertariam as mãos de público e posariam juntos para fotos em um recado de que não haveria perseguição ao derrotado nem turbulências na formação do próximo governo.

As duas outras disposições do pacto – mais controversas – foram tratadas de forma mais reservada na tentativa de aproximação com o Supremo.  Em sigilo, Guedes expôs a ideia de que o criticado inquérito das fake news, relatado no Supremo pelo ministro Alexandre de Moraes e que tem como foco apoiadores do presidente, deveria preferencialmente sumir do mapa, sendo arquivado logo no início oficial da campanha presidencial. Alternativamente, o caso sairia das mãos de Alexandre de Moraes, considerado pelos bolsonaristas como algoz do presidente.

Até o fim do segundo turno, previa o pacto, com o inquérito das fake news em outras mãos, nenhuma medida mais ostensiva contra alvos bolsonaristas, como ordens de busca, surgiria durante o processo eleitoral. Se o presidente fosse reeleito, o passo seguinte seria se arquivar monocraticamente o processo que investiga a propagação e o financiamento de notícias fraudulentas, aberto de ofício pelo Supremo no início de 2019 quando os ataques de Bolsonaro e de seus seguidores começavam a ganhar corpo.

Na hipótese de o presidente não conseguir a reeleição, um último gatilho do acordo seria acionado: aprovação de uma emenda constitucional para instituir a figura do senador vitalício para ex-presidentes, o que garantiria a eles foro privilegiado no STF e barraria a possibilidade, por exemplo, de um deles ser preso preventivamente. Tanto Bolsonaro quanto Lula rechaçaram recentemente em entrevistas a ideia de criação de um mandato vitalício.

Embora algumas dessa propostas tenham perdido força, o armistício ainda pode funcionar.  A presença de Alexandre de Moraes na quarta-feira (10) no Planalto para entregar ao presidente o convite de sua posse, seria, de acordo com aliados do governo, a prova disso.

Quatro dos cinco principais candidatos ao Governo de Pernambuco participaram, hoje, em Serra Talhada, a 430 km do Recife, de um congresso promovido pela União dos Vereadores de Pernambuco (UVP).

Raquel Lyra (PSDB), Danilo Cabral (PSB), Miguel Coelho (União Brasil) e Marília Arraes (Solidariedade) aproveitaram para defender suas bandeiras de campanha.

Danilo assumiu compromisso de criar um espaço institucional exclusivamente para atender aos vereadores, no próprio Palácio do Campo das Princesas, na estrutura da Secretaria da Casa Civil.

“Quero contar com o apoio dos vereadores São valores que estarão presentes no nosso governo. Vamos garantir mais oportunidades de emprego, mais saúde, educação, infraestrutura. Nós faremos um governo ouvindo os vereadores. Dentro do Palácio do Campo das Princesas, nós teremos um espaço institucional. Vereador, quando chegar no Recife, vai ser tratado com respeito. O jogo está só começando. E nós vamos fazer uma bonita vitória”, pontuou Danilo.

Já Raquel, falou do seu Plano de Governo e respondeu a perguntas dos participantes sobre os temas educação, desigualdade social, segurança pública, mobilidade urbana, saúde e infraestrutura.

Na área da educação, Raquel ratificou que irá criar 60 mil novas vagas de creches, garantindo educação de qualidade e cinco refeições aos alunos. O Juntos por Pernambuco, programa similar ao Juntos pela Segurança, realizado com êxito em Caruaru, também foi apresentado.  

“Além de ações de combate à violência, vamos valorizar a profissão do policial, reestruturar as polícias, que estão sucateadas, com delegacias caindo aos pedaços, e equipar os profissionais com instrumentos que possam dar condição de trabalho a eles”, disse. Quanto à desigualdade social, a candidata chamou a atenção da fome e falou sobre o Mães de Pernambuco e o Bom Prato Pernambucano, ações que têm como objetivo garantir comida na mesa”, reforçou a tucana.

O candidato pelo União Brasil, Miguel Coelho, por sua vez, aproveitou o espaço para pedir aos representantes políticos unidade e atitude para superar os problemas acumulados ao longos dos últimos oitos anos em Pernambuco. O candidato a governador lembrou que o estado foi afundado por uma política que isolou Pernambuco e dividiu a sociedade. Segundo Miguel, os pernambucanos precisam de um líder capaz de unir a sociedade e de dialogar com qualquer governante.

“Quem conhece Petrolina, sabe a transformação que pudemos fazer na vida das pessoas. Em cinco anos, não fiquei de ‘mimimi’ e birra ideológica. Fui em Brasília, com muita humildade, bati na porta de todos os presidentes porque fui eleito prefeito para governar para todos e não só para os que votaram em mim. Quero ser o governador que vai liderar para unir o povo de Pernambuco em torno do futuro”, afirmou.

Miguel tratou ainda sobre temas como educação, saúde, infraestrutura, mobilidade e políticas sociais. O candidato reafirmou seu compromisso de criar um programa social permanente para conceder um auxílio de R$ 300,00 mensais. Na saúde, anunciou que vai reformar os principais hospitais do estado e construir novas unidades no interior. Miguel ainda disse que irá duplicar rodovias como as BR 232 e 423, além de criar mais de 44 mil vagas em creches.

Marília enfatizou a importância dos vereadores para o fortalecimento da política. “Me sinto em casa na UVP. Disputei e ganhei as eleições, como vereadora, por três vezes. E essa vivência foi essencial para a experiência que tenho hoje. O futuro que debatemos, que desejamos, para Pernambuco e o futuro do país passam pelo trabalho dos vereadores e vereadoras. A participação de vocês é fundamental”, destaca Marília.

O candidato do PL ao Governo de Pernambuco, Anderson Ferreira, estava sendo esperado para participar do evento ontem, mas precisou participar de uma reunião com o presidente Bolsonaro, em Brasília, por isso, não compareceu.

Recursos bancados pelo BNDES permitiram que um empresário se preparasse para entrar no comércio varejista de armas e munições no Rio Grande do Sul. O financiamento para compra e venda de armamentos é expressamente proibido pelo banco de fomento. Mas uma manobra patrocinada pelo major da reserva da Polícia Militar gaúcha Ivan Keller fez com que ele obtivesse o empréstimo sem se submeter às vedações previstas pelo banco estatal.

Filiado ao PL e apoiador do ex-ministro Onyx Lorenzoni (PL), o oficial reformado da PM obteve do BNDES em 2021 um aporte de R$ 130 mil com juros de 5,45% para financiar o “ensino de esportes” no seu Clube de Tiro Keller. Um ano depois, ainda durante a vigência do contrato e antes de o financiamento ser quitado, ele se prepara para abrir uma loja de armas na cidade de Santa Cruz do Sul. As informações são do Estadão.

Para legalizar a nova atividade, em 1º de julho, a empresa incluiu “comércio varejista de armas e munições” em sua lista de atividades econômicas. Caso esse ramo constasse no momento em que o empréstimo foi solicitado, o financiamento não poderia ser liberado. Procurado pelo Estadão, o BNDES abriu investigação sobre o empréstimo.

A manobra do clube de tiro gaúcho preocupa especialistas em segurança pública. Com o aumento exponencial deste tipo de associação no País, o receio é que os cofres públicos financiem direta ou indiretamente a venda de armas.

Na esteira dos incentivos do governo Jair Bolsonaro (PL) para facilitar o acesso da população a armas, há hoje mais de 2 mil clubes de tiro em todo o País. A advogada Isabel Figueiredo, do conselho do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, lembra que o perfil desses estabelecimentos mudou após a facilitação do acesso às armas por Bolsonaro. Não são mais locais essencialmente dedicados à atividade esportiva.

“A gente não está falando de esporte olímpico, começando, inclusive, pelos próprios calibres que foram liberados para os atiradores esportivos, que são calibres que não são sequer usados nas competições internacionais”, explica.

Gerente de advocacy do Instituto Igarapé, Michele dos Ramos avalia que o financiamento do BNDES ao comércio varejista de armas é um retrato do aumento dos clubes de tiro e de fiscalização precária sobre esses estabelecimentos. “O financiamento do BNDES ao comércio varejista de armas e munições não é permitido e as capacidades de fiscalização dessa proibição precisam ser priorizadas”, destacou.

“Além dos riscos associados ao desvio deste apoio para uma atividade expressamente proibida que este caso revela, vivemos um contexto de bastante gravidade com relação à baixa capacidade de fiscalização do estado das atividades envolvendo armas e munições e desses arsenais.”

Como mostrou o Estadão no mês passado, os CACs (colecionadores de armas, atiradores e caçadores) se articulam para a partir de 2023 formar uma bancada no Congresso. Nesse contexto, clubes de tiros e lojas de armas são vistos pelos articuladores como importantes propagadores das candidaturas. O presidente Jair Bolsonaro tem incentivado líderes dos CACs na disputa eleitoral.

A escola e a loja

A operação de crédito para a Escola de Tiro Keller usou dinheiro do BNDES e foi conduzida por uma intermediadora, a Badesul Desenvolvimento S.A – uma agência de fomento ligada ao governo do Rio Grande do Sul. Um contrato de empréstimo depende de cumprimento de cláusulas não financeiras, que devem ser verificadas pelas instituições. Ao ser consultada pela reportagem, a escola chegou a informar que a loja de armas estará em funcionamento até novembro.

Apesar das vedações ao financiamento e das cláusulas que precisam ser cumpridas, os dois bancos só tomaram conhecimento da manobra após serem procurados pela reportagem.

Ao Estadão, major Keller contou que recorreu ao financiamento para pagar salários de 14 funcionários por causa da queda de receitas na pandemia. Disse que foi procurado por técnicos do Badesul e não precisou apelar a lideranças políticas locais. Segundo ele, a obra da loja está sendo tocada com “economias do dia a dia”.

O empresário nega que o financiamento do BNDES deu fôlego ao caixa da empresa que, mais tarde, possibilitaria a ampliação de seus negócios para um ramo não contemplado pelo banco. Segundo o major, a obra deve custar até R$ 60 mil, além do investimento futuro para criar um estoque de armas e munições.

“(O valor) vai depender dos fornecedores. Vou ter que comprar parcelados com ele. Compro lá 10 mochilas de tiro, vou vender. Compro dez botinas e vou vender”, contou.

O BNDES informou que mandou investigar possíveis irregularidades no empréstimo. O Badesul também mandou apurar o caso. “A alteração da lista de atividades desempenhadas pelo cliente ocorreu recentemente, em 1º de julho de 2022, fazendo com que a irregularidade ainda não tivesse sido identificada”, disse. “A partir da ciência dessa situação, o Badesul já comunicou ao BNDES a deliberação de sua diretoria e está em processo de liquidação antecipada dessa operação.” A decisão do Badesul fará com que a escola tenha que pagar antecipadamente todo o valor do financiamento. Não terá direito ao prazo total parcelado que foi contratado inicialmente, de 30 meses.

Atuação política

Além de empresário, major Keller é instrutor de tiro e presidente da Federação Gaúcho de Tiro Prático. Em 2020, lançou-se pré-candidato à prefeitura de Santa Cruz do Sul pelo PSL, mas acabou não concorrendo. Sentiu-se “traído” pelo diretório estadual do partido.

Em 1º de abril, filiou-se ao PL. No dia 7 de julho, participou do lançamento da candidatura do ex-ministro Onyx ao governo gaúcho. “Nós fizemos parte disso”, escreveu em uma foto publicada em sua rede social, ao lado dos candidatos.

Ao Estadão, o discurso do major foi diferente. Ele disse que “política não é para gente séria” e “não quero saber de política”. “De política, eu não quero saber disso daí. Eu só fiz isso aí (filiar-se a um partido) para poder ter desempenho da parte democrática, de participação cidadã”, disse. “Todo o meu grupo aqui foi para o PL por causa do presidente da República. A gente é Bolsonaro até o fim.”

Após reunião em Brasília com o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), na última sexta-feira (12), o candidato do Partido Liberal (PL) ao Governo de Pernambuco, Anderson Ferreira, destacou que na visão da Executiva Nacional da sigla e o próprio presidente ambos serão “os perseguidos” nessas eleições.

A avaliação do PL é de que, com o alinhamento entre as candidaturas de Bolsonaro, Anderson e Gilson Machado Neto (PL), o mesmo cenário visto a nível nacional será replicado na disputa estadual. Para Anderson, o PT e o PSB estão se desesperando cedo demais.

*Por Aldemario Araujo Castro

Magna Carta é a forma reduzida do título, em latim, da Magna Charta Libertatum. Trata-se de um documento inglês de 1215 que impedia o exercício do poder absoluto pelos monarcas. Segundo a Magna Carta, o governante deveria respeitar procedimentos previstos em lei. A vontade do rei, na condução do governo, estaria sujeita à lei.

Admite-se amplamente que a Magna Carta foi o primeiro capítulo de um longo processo histórico conformador do constitucionalismo contemporâneo. Por isso, as Constituições são chamadas de Cartas Magnas.

A nossa Carta Magna em vigor, adotada no dia 5 de outubro de 1988, depois de intensos trabalhos de uma Assembleia Nacional Constituinte, é categórica ao fixar as seguintes premissas do regime democrático no Brasil (sem destaques no original):

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I – a soberania;
II – a cidadania;
III – a dignidade da pessoa humana;
IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V – o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II – garantir o desenvolvimento nacional;
III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Art. 5º. Inciso XLIV – constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.

A Lei n. 14.197, de 2021, que revogou a Lei de Segurança Nacional, acrescentou, entre outros, o seguinte crime no Código Penal:

“Art. 359-L. Tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais: Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, além da pena correspondente à violência”.

A Lei n. 14.197/2021 também registrou: “Não constitui crime previsto neste Título a manifestação crítica aos poderes constitucionais nem a atividade jornalística ou a reivindicação de direitos e garantias constitucionais por meio de passeatas, de reuniões, de greves, de aglomerações ou de qualquer outra forma de manifestação política com propósitos sociais” (novo art. 359-T do Código Penal).

Portanto, é completamente indevido ou fora de propósito qualificar de “cartinhas” os vários manifestos de amplos setores da sociedade civil em defesa do Estado Democrático de Direito e das instituições que lhe dão vida.

As cartas lidas nas faculdades de Direito no último dia 11 de agosto de 2022 são, em verdade, fortes manifestações plurais dos brasileiros no sentido de afirmar e reafirmar o espírito da Carta Magna brasileira de 1988.

Nesse sentido, não custa lembrar um dos textos mais significativos do constitucionalismo contemporâneo, da lavra de Konrad Hesse. Disse o ex-presidente da Corte Constitucional Alemã: “… a Constituição converter-se-á em força ativa se fizerem-se presentes, na consciência geral – particularmente, na consciência dos principais responsáveis pela ordem constitucional -, não só a vontade de poder, mas também a vontade de Constituição”.

A democracia, regime político consagrado na Carta Magna de 1988, é uma das mais importantes conquistas civilizatórias. Todo e qualquer avanço socioeconômico deve ser realizado em ambiente democrático.

Não se perca de vista que os avanços socioeconômicos são aqueles fundados na conscientização, organização e mobilização para realizar os mais profundos interesses populares de superação da pobreza, das desigualdades, das opressões, das discriminações e das degradações, notadamente ambientais.

*Advogado

Exibido há mais de meio século no Brasil, o horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão estreia em 26 de agosto, pela manhã e à noite, aproximando os eleitores dos candidatos e de suas propostas. A propaganda dura até 29 de setembro e, em caso de segundo turno, voltará ao ar de 7 a 28 de outubro. O primeiro turno das eleições está previsto para ocorrer em 2 de outubro, e o segundo, em 30 de outubro.

Nesses períodos, as campanhas políticas irão brigar pela atenção dos espectadores com concorrentes que vão do programa de decoração da TV a cabo ao filme ou série recém-lançada no streaming, passando pelo podcast e o game online. As informações são da CNN Brasil.

Com tanta oferta de entretenimento, as perguntas a serem feitas são: quem ainda assiste ao horário político? O tempo de TV de cada candidato vai ter algum impacto no resultado das urnas em 2022?

“Acho que só vai pegar se alguma coisa que o candidato fizer virar meme”, brinca o publicitário baiano Fernando Barros, fundador da agência Propeg e mentor de mais de 30 campanhas eleitorais, como a de Antônio Carlos Magalhães para governador da Bahia, em 1991, e a de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República, em 1994.

O horário eleitoral gratuito existe desde 1965. Em 1989, nas primeiras eleições depois de 28 anos de ditadura militar, chegou a ter 2 horas e 30 minutos de duração, dividido em dois horários.

Já naquela edição, quando a TV aberta reinava sozinha nos lares brasileiros e só concorria com o videocassete e os filmes alugados em locadoras, o tempo de TV de cada candidato não necessariamente impactava no resultado das eleições.

Com 22 minutos diários, Ulysses Guimarães, o candidato do então PMDB, teve naquele pleito o dobro do tempo de seus principais adversários: Fernando Collor (PRN), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Leonel Brizola (PDT) e Mário Covas (PSDB). Apesar disso, ficou em sétimo lugar, com 4,73% dos votos. Lula e Collor, que tinham 10 minutos cada um, foram ao segundo turno. A eleição foi vencida por Collor.

Com o passar dos anos, e com a audiência caindo a cada eleição, a duração do horário eleitoral foi diminuindo. O tempo de TV de cada candidato continua sendo definido de acordo com a representatividade de cada chapa no Congresso nas eleições gerais anteriores.

Na última disputa para a Presidência da República, em 2018, o horário eleitoral gratuito teve dois períodos diários de 12 minutos e meio de duração (formato que será mantido em 2022), e também não foi o fator que definiu as eleições.

Jair Bolsonaro (então no PSL) foi eleito mesmo tendo apenas 8 segundos de campanha na TV no primeiro turno. Geraldo Alckmin (então no PSDB), que tinha a maior fatia do horário, com 5 minutos e 32 segundo, ficou em quarto lugar, com 4,76% dos votos no primeiro turno.

O público da TV

“Só um público bem mais velho assiste ao horário eleitoral. Mas ele não deve ser desprezado, porque os jornalistas veem tudo. Então, qualquer coisa ali repercute nas outras mídias, na internet”, diz Átila Francucci, publicitário que também já dirigiu várias campanhas políticas.

“O problema é que, na hora do programa eleitoral, o telespectador vai procurar outra coisa para fazer, e hoje existem muitas opções”, diz o cientista político e professor Marco Antonio Carvalho Teixeira, do Centro de Estudos de Administração Pública e Governo da Fundação Getúlio Vargas (CEAPG-FGV). Para ele, a importância do horário eleitoral fixo vem diminuindo a cada eleição.

Mas Francucci ressalta que acontece o contrário com os “spots” nos intervalos da programação: eles vêm ganhando cada vez mais destaque. Essa propaganda “picada”, na prática, começou ainda em 26 de fevereiro, durante os intervalos da programação de TVs e rádios, quando estrearam as propagandas partidárias, para que as agremiações pudessem se apresentar aos eleitores.

Os partidos tiveram direito a 20 minutos de propaganda divididos em até 40 inserções, que foram exibidos até o meio do ano. Ao todo, foram 305 minutos distribuídos entre 23 partidos. Dessa propaganda eleitoral “inesperada” durante a programação, é difícil escapar, segundo especialistas. “É por isso que ela é relevante”, diz Francucci.

No entanto, é preciso tornar interessante esse intervalo rápido a que os candidatos terão direito, segundo Teixeira, da FGV. “Se for monótono, é um tempo perdido”, afirma. E esse é o grande desafio dos marqueteiros das campanhas.

“O intervalo menor vai ser visto por mais gente e, por isso, importa bastante. Já o horário eleitoral tradicional, se for muito longo, pode até atrapalhar. O candidato terá que se virar para produzir coisas e aproveitar aquele intervalo. Sai caro e não é tão eficaz”, diz Murilo Cesar Soares, professor de sociologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

O conteúdo direcionado nas redes

As redes sociais, ao contrário, serão, como em 2018, novamente a bola da vez. “O que vai acontecer é que as pessoas vão ver os destaques do que saiu no horário eleitoral por suas redes sociais”, diz Barros.

Na internet, diz ele, graças à análise de dados, as mensagens são personalizadas de acordo com as preferências do usuário. E isso muda o tipo de mensagem que o político propaga.

Tudo vai ser analisado para inundar quem já é simpático a um determinado candidato com material que o faça continuar dando apoio ao político ― e ainda espalhar aquilo tudo para outras pessoas, declara Francucci.

Diferentemente da TV, na qual tradicionalmente os candidatos constroem e mostram propostas e fazem promessas, a internet é um lugar de “desconstrução”, na avaliação de Francucci.

“Nas redes, o candidato fala para o seu grupo. Na TV, ele tenta pescar o eleitor do outro. Por isso, ele elabora mais o discurso.”

Nestas eleições, com um fundo eleitoral de R$ 5,7 bilhões, boa parte desse dinheiro deve ir para as redes, uma vez que é a mídia que mais cresce, em detrimento da TV.

Os times de campanha vão monitorar o crescimento das curtidas e dos compartilhamentos de cada publicação de um determinado candidato num intervalo de tempo específico.

Também terão que ser monitorados o volume de conversas que o candidato mobiliza nas redes sociais, a quantidade de usuários únicos falando sobre ele, a audiência que seu conteúdo alcança com base nos seguidores de quem compartilha o conteúdo.

“É muito trabalho. Logo, a divisão que cuidará dessa mídia nas campanhas vai gastar muita pestana para ficar 24 horas no radar monitorando os ciclos, os picos e o movimento dos cliques”, comenta Barros.

Debate

As emissoras CNN e SBT, o jornal O Estado de S. Paulo, a revista Veja, o portal Terra e a rádio NovaBrasilFM formaram um pool para realizar o debate entre os candidatos à Presidência da República, que acontecerá no dia 24 de setembro.

O debate será transmitido ao vivo pela CNN na TV e por nossas plataformas digitais.

Militares que participam da fiscalização do sistema eletrônico de votação veem como insuficientes até agora as mudanças adotas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para ampliar a transparência e a confiança nas eleições.

O Ministério da Defesa não conseguiu emplacar uma forma de teste que os militares consideram fundamental para assegurar a segurança e o funcionamento correto das urnas. Esse é o principal ponto que as Forças Armadas querem tentar convencer o próximo presidente da Corte, Alexandre de Moraes, a adotar. As informações são do Estadão.

O foco dos militares é o teste de integridade. Ele consiste numa votação simulada, realizada desde 2002 pela Justiça Eleitoral, como forma de certificar que as urnas contam corretamente os votos digitados. Nunca houve divergências, mas os militares propuseram mudanças no processo.

No modelo atual, a testagem ocorre no dia da votação nos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) para onde urnas sorteadas na véspera do pleito são levadas. Lá, em ambiente de “laboratório”, servidores digitam os votos registrados antes em cédulas de papel. Ao fim, a contagem da urna é comparada com a das cédulas. Tudo é filmado e transmitido ao vivo na internet. Fiscais podem acompanhar o procedimento e não há envolvimento direto de eleitores.

Os militares acham que a votação paralela do teste deve ocorrer em condições reais. Por isso, propuseram que o teste de integridade seja realizado na própria seção eleitoral. Bastaria instalar uma segunda urna apenas para os testes. E, além disso, os eleitores deveriam ser convidados a participar, o que garantiria, na visão deles, o ritmo real de votação. Depois de votarem na cabine oficial, eles seriam chamados a destravar a urna-teste com a própria biometria e, em seguida, dispensados. A partir daí, servidores da Justiça procederiam à votação paralela como fazem hoje.

Técnicos do TSE, no entanto, contestam a proposta da Defesa. Para eles, os moldes do teste de integridade, como pensado pelos militares, pode gerar “confusão”. Programadores da Corte ponderam que o ambiente da seção eleitoral é mais tumultuado, sujeito a interferências, para receber um exame tão preciso.

Como mostrou o Estadão, ministros do Planalto entraram em cena para restabelecer pontes com Moraes e convencê-lo a ouvir os militares. Seria uma forma de baixar a temperatura antes de atos contra ministros convocados por Bolsonaro no 7 de Setembro.

Moraes levou pessoalmente ao presidente o convite de sua posse no TSE, marcada para 16 de agosto. No encontro, eles conversaram por cerca de uma hora. Interlocutores de Bolsonaro reforçaram a versão de que Moraes tende a aceitar um acordo.

Após o blog tornar público, no último domingo, o caso do lixão de Gravatá disfarçado de aterro sanitário, o prefeito de Gravatá, Padre Joselito, decidiu chamar os moradores e síndicos da região, hoje, para uma conversa franca sobre o problema. Sem explicar o motivo, disse que a previsão de desativar o Morro do Lixão, como o aterro sanitário foi batizado, deve acontecer só daqui a cinco anos.

Em live transmitida pelo YouTube, hoje, o ex-presidente e candidato à Presidência da República pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Luís Inácio Lula da Silva, juntamente com o deputado federal André Janones (Avante – MG), prometeu dar continuidade ao pagamento do Auxílio Brasil de R$ 600, caso seja eleito. “A única possibilidade de o Auxílio Brasil continuar é a gente ganhar as eleições e fazer aquilo que o povo espera que a gente”, ressaltou Lula.

Na transmissão, que durou cerca de 20 minutos, Lula destacou que o atual presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) usa o benefício de forma eleitoreira, mas que com o fim das eleições Bolsonaro não deve ter o interesse de manter os pagamentos à população de baixa renda. As informações são do Congresso em Foco.

“Além do Bolsonaro ter criado uma PEC para criar um estado emergencial para poder garantir o Auxílio, ele só garantiu até dezembro, porque depois de dezembro acabaram os interesses eleitorais”, afirmou Lula. “Bolsonaro poderia ter criado isso seis meses atrás, um ano atrás. Ele deixou para criar perto das eleições que é para poder garantir uma ajuda na campanha”.

No plano de governo registrado no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro, que é candidato à reeleição, afirma que “um dos compromissos prioritários do governo reeleito será a manutenção do valor de R$ 600 para o Auxílio Brasil a partir de janeiro de 2023”.

Na última quarta-feira (10), o presidente sancionou as diretrizes do orçamento para 2023, nas quais não consta o valor para o Auxílio Brasil no próximo ano. O texto define R$ 1.294 para o salário-mínimo.

Defensor do Auxílio, Janones retirou seu nome da corrida presidencial para apoiar a campanha do petista, com a condição de que Lula incorporasse suas propostas, entre elas a continuidade do Auxílio Brasil de R$ 600 e o pagamento de um valor superior para mães solo (em famílias com arranjos monoparentais).

Amanhã é Dia dos Pais, mas este não é o motivo do meu regresso à Afogados da Ingazeira ao lado da minha linda Nayla. Para ele, meu centenário pai Gastão Cerquinha, todos os dias do ano são dele, do meu mestre querido, amado conselheiro, amigo de todas as horas.

Mesmo morando no Recife, a 386 km da casinha dele e nossa, dos seus nove filhos, sempre encontro espaço na tumultuada agenda para revê-lo. Porque entendo que pai é algo tão especial que deveria se eternizar. Que bom seria se a vida te fizesse eterno, papai!

Seu coração, não tenho dúvida, é uma obra-prima da natureza, um ser alado como os poetas, que conseguem transformar o chão seco do nosso Sertão num rio perene de versos tortos, como torta, mas bela era a rima de Belchior.

Papai me conhece. Sabe que não preciso esperar chegar o Dia dos Pais para abrir a alma e o coração e expressar o meu grande e verdadeiro amor por ele. De tudo que tenho em vida, foi sangue do seu sangue. Se sou mais flexível hoje, agradeço pelas broncas que ele me deu. Elas me ensinaram a ser mais humano, mais amigo e dar valor a vida, ao meu próximo e a respeitar o mundo a minha volta.

O amor dele com os filhos não foi apenas dedicado. Foi perfeito, mostrou que vale a pena ser gentil com as pessoas e valorizar cada gesto de carinho. Se hoje sou uma pessoa de caráter é porque ele me ensinou isso.

Na verdade, copiei o seu jeito de ser, um homem de bem. Eu me orgulho do pai que tenho, um sertanejo de raiz, cheiro de marmeleiro, uma fulô de mandacaru, que dá sinal de chuva no Sertão. Orgulho-me do seu convívio como o verão se orgulha de mostrar todos os dias a luz do sol.

Papai é um homem lindo, forte, vistoso, firme, seguro, correto, amante do bem, das boas escolhas, das decisões acertadas, da preservação da prole, do lutador em todos os sentidos, do grande exemplo, sagaz, exuberante, conhecedor das ciências, meu melhor amigo.

Gosto do olhar dele, do seu modo de se expressar, da sua vontade de querer melhorar a vida de todos nós. Que bom ele permanecer presente entre nós todos os dias de nossas vidas, para abraçá-lo, dizer que o amamos, pedir perdão. Sinto-me seguro nos braços dele, com seus afetos, carinho. Seus olhos revelam amor e lealdade.

O mundo fica mais azul quando estou perto dele, ele dentro do meu coração. Não importa para aonde eu for, não importa para aonde ele for, o amor nunca morrerá, será sempre eterno.

Aprendi o dom da vida com meu pai. Ele me ensinou que não existem diferenças, nem amor demais ou de menos. Afinal, todos nós nascemos para amar e Deus não usou dosagem para distribuir amor entre as pessoas.

Com ele, aprendi, mais do que isso, que podemos construir um mundo bem melhor. Só depende de nós!