Bolsonaro diz que Fachin deveria se declarar suspeito no TSE

O presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou, novamente, hoje, em Imperatriz, no Maranhão, decisão do Tribunal Superior Eleitoral de não acatar sugestões das Forças Armadas para as eleições de outubro. As informações são do portal CNN.

“As Forças Armadas levantaram centenas de vulnerabilidades e apresentaram sugestões e o ministro Fachin não quer aceitar as sugestões. A essência da democracia é o voto contado e não um voto dentro de uma urna eletrônica que vem causando dúvidas há muito tempo. Até no próprio PT, antes de 2002, o José Dirceu criticava o voto eletrônico. Nós aprovamos por quatro vezes proposta para auditar os votos e o Supremo barrou todas as vezes”, disse o presidente.

Jair Bolsonaro falou que irá se reunir com embaixadores na próxima segunda-feira (18) para explicar o sistema eleitoral brasileiro. O presidente disse que irá mostrar documentos do próprio TSE.

“Na segunda estarei com dezenas de embaixadores, explicando o nosso sistema eleitoral para eles e explicando o inquérito de 2018 que não foi fechado ainda, onde está bem claro, que o TSE informou à Polícia Federal que os hackers ficaram oito meses dentro dos computadores com a senha do ministro e a senha de um servidor da casa. E, quando a PF pediu os logs, sete meses depois o TSE havia dito que foram apagados. Não podemos ter uma eleição com o manto da desconfiança”, afirmou.

Em tom de ironia, o presidente emendou: “Se o Lula está bem, por que não garantir a eleição dele? Garantir que não vai haver fraude? Porque tudo pode acontecer e ele ganhar a eleição”. “Temos documentos do próprio TSE conosco. A gente trabalha com muita responsabilidade. As eleições não são dos poderes. São da população”, falou Bolsonaro.

“É lamentável o que está acontecendo, alguns falam choro de derrotado, olha, se o Lula ganha no primeiro turno, vamos garantir, que ele ganha no primeiro turno”, disse ainda, em tom irônico, o presidente.

Bolsonaro disse ainda que o presidente do TSE, ministro Edson Fachin, e o ministro Alexandre de Moraes deveriam se declarar suspeitos e deixar os cargos. “Fachin disse que auditoria não serve para mudar resultado de eleição. E então para que auditoria então? Vamos supor que se faça autoria e plote algo de errado. Vai ficar errado? E veja outra incoerência do ministro Fachin. Falou que a maioria das propostas das Forças Armadas vão ficar para 2026. Se vão ficar para 2026 são bem-vindas. Por que não pode agora? O que ele está escondendo? E quem tirou o Lula da cadeia foi o Fachin. Tirou para a cadeia para quê? Para concorrer às eleições. Ele deveria se declarar suspeito. E sair fora da presidência do TSE. O Alexandre de Moraes foi secretário de Segurança do Alckmin em São Paulo. E está o Alckmin junto com o Lula. Eu, o chefe do Executivo, estou lutando pela transparência. É muito suspeito o que está acontecendo ao não aceitar as sugestões das Forças Armadas”, concluiu.

O ex-prefeito de Santa Cruz do Capibaribe e pré-candidato a deputado estadual, Edson Vieira (União Brasil), segue ampliando seus apoios para a disputa nas eleições desde ano. Edson, que já tem o nome consolidado no Agreste pernambucano, agora, passa a contar com um apoio de peso na região metropolitana, Marcos Menezes que é bacharel em direito, delegado de polícia, e esteve como vereador do Recife por cinco mandatos, além de ter sido secretário de planejamento de Camaragibe.

“Muito bom poder caminhar com uma pessoa de tanta história como Marcos Menezes, ele esteve como vereador do Recife em cinco oportunidades e agora traz toda sua experiência nessa nossa jornada. Vamos juntos. Tenho certeza que teremos uma parceria sólida”, disse Edson em suas redes sociais.

Na noite da última terça-feira, Edson Vieira cumpriu agenda de pré-campanha com conversas com lideranças de Recife e Camaragibe. Hoje, Vieira se reúne com vereadores do Agreste, além de apoiadores e lideranças de Santa Cruz do Capibaribe.

Acabei de gravar o Sextou de amanhã com a cantora Vanessa da Mata, uma figura simpaticíssima. Ao longo da entrevista, afirmou que tem os dois pés e o coração no Nordeste ao informar ser sua avó baiana. “Não tenho apenas um pezinho, tenho os dois e o coração. Adoro o Nordeste. Estou radiante de felicidade ao voltar a fazer show em Garanhuns”, disse. Vanessa sobe ao palco do Festival de Inverno na próxima segunda, em Garanhuns para cantar seus grandes sucessos.

Compositora consagrada, com dezenas de músicas em trilhas sonoras de novelas da Globo, Vanessa abriu o coração durante a entrevista. Falou de seus grandes sucessos, como “Não me deixe só”, “Ainda Bem”, “Ai, Ai, Ai”, “Boa Sorte/Good Luck”, “Baú”, “Amado”, “O Tal Casal”, “As Palavras” e mais recentemente “Segue o Som”.

O Sextou é produzido, gerado e transmitido pela Rede Nordeste de Rádio, formada por 42 emissoras em Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Bahia, no horário das 18 às 19 horas. Se você deseja ouvir pela Internet, clique no link do Frente a Frente em destaque ou baixe o aplicativo da Rede Nordeste de Rádio na play store.

Por Antonio Magalhães*

De quatro em quatro anos, nos meses que precedem a eleição, os candidatos têm a “liberdade” para mentir. Apresentam soluções simplórias para questões complexas. Desfazem supostamente os nós mais intricados da política e da administração pública. Claro, da boca para fora. E seguem imunes à punição que merecem os mentirosos, como o desmascaramento das inverdades e o escárnio dos ouvintes.

A verdade anda sempre mais devagar do que a mentira. Diferença de um Fusca para uma Ferrari. O hábito de mentir pode ser sofisticado ou tosco. Na primeira forma, a mentira adquiriu uma capa de contemporaneidade: passou de boato para fake news, um anglicismo babaca que dá nome até a inquérito em tribunal superior e está na boca de todos que praticam a difusão incontrolável de mentiras ou pós-verdades, outro nome dado por mentirosos elegantes.

Neste momento de tantas inverdades é uma boa hora para saber o que dizia sobre o tema o Santo Agostinho (354-430). Ele foi muito influente durante séculos e ajudou a formular o Cristianismo e a própria sociedade ocidental da Idade Média. Aurélio Agostinho, nasceu em Tagaste, mas morou, estudou, lecionou e tornou-se Bispo em Hipona, onde hoje fica a Argélia.

Segundo o doutor em Filosofia Marcos Roberto Nunes Costa, professor da UFPE, “ao analisar as várias facetas que assume a mentira, chegando a um total de oito tipos de mentiras por ele examinados, deixa entrever que a mentira vai além dos atos de fala e sinais, o que podemos dizer que, em Agostinho, a mentira não se esgota no domínio do engano, ela abrange também a simulação, a dissimulação, a omissão e o silêncio”.

Portanto, para Agostinho, de acordo com o trabalho de Costa sobre o santo católico, o mentiroso tem consciência ou sabe que está mentindo, mais do que isto usa de sua razão para   mentir, para articular de forma inteligente o seu argumento falacioso.

Embora defenda o princípio geral de que “nunca se deve mentir” ou que “toda mentira é condenável”, Agostinho admite pelo grau de consequências, gravidade ou danos que elas causam, que haja uma hierarquização entre os tipos de mentiras.

Assim, em ordem decrescente de gravidade, partindo do pior de todos os tipos – a “mentira religiosa”, que é uma mentira mesmo que seja em nome de uma causa nobre, ou seja, mesmo que para converter e/ou trazer de volta o herege para o seio da Igreja, merece abrir a classificação:

1-mentiras em matéria de doutrina religiosa;

2-mentiras que prejudicam alguém e não favorecem a ninguém;

3-mentiras que favorecem alguém, mas que prejudicam outrem;

4-mentiras que se dizem pelo simples prazer de mentir;

5-mentiras que se dizem para agradar os outros com palavras bonitas;

6-mentiras que se dizem para proteger os bens materiais;

7-mentiras que se dizem para salvaguardar a vida;

8-mentiras que se dizem para conservar a pureza corporal de alguém.                 

“Embora toda rejeição à mentira seja, no fundo, uma defesa da verdade, o problema, ou o que está em questão não é a verdade em si, mas a intenção de quem fala (ou cala), que pode ser má até quando fala a verdade”, conclui o professor Marcos Roberto Nunes da Costa. É isso.

*Jornalista

Enquanto dezenas de políticos foram, ontem, em Brasília, ao evento convocado pelo PT para o beija-mão de Lula, saindo de lá com imagens para explorar na campanha, o ex-presidente só beijou uma mão, a de Marília Arraes, pré-candidata do Solidariedade ao Governo de Pernambuco.

Diferente do que adversários dela espalharam pelas redes sociais, insinuando que havia ido ao encontro de penetra, enquanto Danilo Cabral tinha sido convidado, na verdade Marília também foi convocada, assim como todos os deputados federais que apoiam à candidatura de Lula à Presidência da República.

A justiça eleitoral está atuando firme no combate às notícias falsas – Fake News. Em Serra Talhada, um membro da equipe de comunicação da Prefeitura, comandada pela petista Márcia Conrado, foi condenado a pagar uma indenização de R$ 5 mil por ter divulgado mentira sobre a deputada federal Marília Arraes. Trata-se do videomaker João Paulo Orlando de Silva Souza.

A punição vai doer no bolso do divulgador de fake news sertanejo, que, no último dia 22 de junho, publicou no seu perfil no Instagram que a pré-candidata a governadora de Pernambuco e líder absoluta em todas as pesquisas de intenção de voto havia sido condenada a devolver aos cofres públicos “dinheiro roubado do povo”. Segundo a publicação mentirosa e recheada de covardia, Marília Arraes teria praticado “rachadinha”.

A mentira não se sustentou diante da justiça, tendo em vista que a defesa de Marília Arraes provou que não existe condenação criminal ou cível relacionada a esse assunto. Já a defesa do funcionário da Prefeitura de Serra Talhada, aliada do pré-candidato a governador Danilo Cabral, tentou argumentar em vão que se tratava de liberdade de expressão, mas não funcionou. O videomaker pode recorrer ao TRE.

Capítulo 30

O Brasil, especialmente Pernambuco, nunca conheceu um político de memória tão privilegiada quanto Marco Maciel. Desde governador, entre 79 a 82, até senador, seu último mandato encerrado em 2010, nas andanças pelo Interior, no trato com prefeitos e principais lideranças, os cumprimentavam pelo nome. Quando algum aliado aniversariava, mesmo nos grotões de difícil comunicação, recebia de imediato um cartãozinho dele de parabéns. Mas o que ele gostava de verdade era transmitir sua felicidade num telefonema.

“Foi assim a vida inteira, desde o seu primeiro mandato de deputado estadual, em 1967”, recorda Anna Maria Maciel, viúva dele, acrescentando: “Marco Antônio sabia até os nomes dos vereadores e histórias engraçadas que esses políticos contavam para ele. Eu ficava de queixo caído e me perguntando: como ele consegue lembrar o nome de todo mundo?”

Mas o tempo se encarregou de escrever outra página na vida de Marco Maciel: a da era do esquecimento, que se instalou e mudou seus hábitos com a doença de Alzheimer, um tipo de distúrbio cerebral que causa problemas de memória, pensamento e comportamento. É uma enfermidade neurodegenerativa crônica e a forma mais comum de demência. Manifesta-se lentamente e vai-se agravando ao longo do tempo.

O sintoma inicial mais comum é a perda de memória a curto prazo, com dificuldades em recordar eventos recentes. Os primeiros sintomas são geralmente confundidos com o processo normal de envelhecimento ou manifestações de estresse. À medida que a doença evolui, o quadro de sintomas inclui dificuldades na linguagem e uma completa desorientação, alterações de humor, perda de motivação, desinteresse por cuidar de si próprio, desinteresse por tarefas cotidianas e até comportamento agressivo.

Em grande parte dos casos, a pessoa com Alzheimer afasta-se progressivamente da família e da sociedade. Gradualmente, o corpo vai perdendo o controle das funções corporais, o que acaba por levar à morte. Embora a velocidade de progressão possa variar, geralmente a esperança de vida após o diagnóstico é de três a nove anos.

A doença de Alzheimer é a causa de 60–70% dos casos de demência. Pensa-se que 70% do risco seja de origem genética com vários genes implicados. Entre outros fatores de risco estão antecedentes de lesões na cabeça, depressão e hipertensão arterial.

Com Marco Maciel, morto pelas consequências da doença em 2021, depois de dez anos de sofrimento, a causa genética pesou muito: dois irmãos foram acometidos pelo mesmo mal. Aliados do ex-senador e familiares desconfiaram de mudanças no seu comportamento faltando dois anos para o final do seu último mandato, o de senador, encerrado em dezembro de 2010, quando disputou a reeleição, mas foi derrotado. Aliás, a primeira e única derrota política em mais de 50 anos de vida pública.

“Durante a campanha, eu percebia que ele ficava nervoso com tudo, mas para perceber que alguma coisa estava afetando ele era difícil. Meu marido era um túmulo. Não sei dizer se era tranquilo ou controlado. Diferente de mim, que sou explosiva. No dia que eu me zango, viro bicho. E ele estava acostumado com isso. Tinha hora que ele tinha medo de mim. Ele dizia que eu era feito uma jararaca, só mordia na jugular”, diz Anna, entre choro e riso.

“Mas a gente via que a coisa não estava da mesma forma de outras campanhas. Ele se mostrava indiferente. E quando a gente chamava atenção, ele ficava irritado. Mas como em toda a vida ele acertou nas campanhas, a gente ficava sem querer se envolver. Mas de fato ele não estava bem. Mas não foi só isso que nos despertou. Na derrota, ele voltou para o Congresso, e, aparentemente, estava bem. Mas quando terminou o mundo político para ele, que entrou na rotina caseira, piorou”, recorda Anna.

Segundo ela, no carnaval do ano seguinte, em 2011, veio a desconfiança de que algo grave estava acontecendo na vida de Marco Maciel. “Lembro que o dia estava lindo, cheguei no quarto e ele estava deitado. Eu disse para ele levantar, para a gente sair, e saímos. Mas aquilo não bateu bem na minha cabeça. Aí fiz uma ligação para os filhos e disse que não estava gostando do comportamento dele. Eu pensei que era uma depressão, não passou pela minha cabeça que fosse Alzheimer”, disse.

E contou mais detalhes, num longo depoimento a este escriba, em Brasília: “E aí fomos para São Paulo. O médico recebeu Marco Antônio e depois me chamou. Ele disse que Marco estava com depressão e que talvez tivesse algo mais. Ele fez um tratamento de quatro meses. Voltei depois dos quatro meses, e ele me mandou para outro médico, especialista no assunto de Alzheimer. O médico fez um teste tão tolo, que eu morro de medo, que era desenhar um relógio. E no teste, Marco Antônio não conseguiu colocar a hora pedida, de 15h50. Fizemos outro teste e deu Alzheimer”.

“Até 2014, a doença evoluiu negativamente, porque, como era político, as pessoas perguntavam sobre fatos históricos e Marco Antônio não conseguia lembrar. Ele percebia o esquecimento e ficava constrangido. No fim de 2014, ele não quis mais sair, só para consultas e coisas corriqueiras”, acrescentou.

Anna Maria, entretanto, nunca revelou ao marido o diagnóstico. “Os médicos dizem para não falar. E a gente não sabe se ele morreu sabendo que estava com Alzheimer. O triste é ver que a pessoa morre aos poucos. É muito triste. Foram dez anos desde o diagnóstico”, desabafou. Foi a própria Anna que enfrentou o calvário do marido por longos dez anos, com muito amor e dedicação.

“As pessoas têm muito preconceito com o Alzheimer. Acham que a pessoa começa a falar um monte de bobagem e fica desligado do mundo. Com meu marido não foi assim. Ele continuou sendo o mesmo homem educado com todos, sempre cheiroso e limpo como sempre gostou de estar”, acrescenta.

Chefe de gabinete de Marco Maciel na Vice-Presidência da República e nos ministérios de Educação e Casa Civil, o professor carioca Roberto Parreira esteve na rotina do chefe por longos 15 anos. Até hoje, Parreira lembra do dia que teve uma baita desconfiança que a saúde de Maciel não andava bem.

“Certo dia fui ao Senado e ele pediu para escrever alguma coisa, como sempre fazia, mas passou muito tempo escrevendo e reescrevendo e quando peguei o papel para ver o texto ele havia colocado coisas que não tinham nada a ver com o tema”, disse. Parreira esteve com Marco Maciel pela última vez antes da sua primeira internação em decorrência da doença. “Foi antes de ele começar a ir para o hospital. Mas não sei se ele me reconheceu, porque não falava nada, nem sinalizou qualquer coisa. Foi uma das coisas que me fez sair, era muito difícil”, disse.

Amigo e aliado político do ex-senador, o então deputado federal Vilmar Rocha, do PFL de Goiás, passou um tempo da sua vida convivendo quase que diariamente com Marco Maciel. Ao lado dos senadores Jorge Bornhausen (SC) e Guilherme Palmeiras (AL), Vilmar era um dos que gozavam da intimidade do político pernambucano. Chegou a coordenar, inclusive, a campanha de Maciel para presidente, no Colégio Eleitoral, em 85.

“Convivi com Marco também no estágio inicial da doença. Nos últimos anos dele em atividade, Anna Maria acompanhava ele para tudo, por recomendação médica, até nos jantares, só com homens, ela me pedia para cuidar dele. Eu comecei a desconfiar quando ele não soube preencher a ficha de entrada num hotel, em São Paulo. Quando percebi ele meio aéreo, ajudei e ele só fez assinar a ficha”, recorda.

Segundo Vilmar, no elevador, até o número do andar, Maciel não soube apertar. “Eu convivi com ele nessa época sem estar ainda confirmada a doença. Ana Maria não largava ele para nada. A gente ia jantar, e ele ficava muito calado ou vinha com assuntos fora do contexto da conversa. Depois, começou a ficar deslocado de tudo”, acrescentou.

Marco Maciel não foi o primeiro nem será o único vítima de um processo tão doloroso. Dados do Instituto Alzheimer Brasil (IAB) estimam que existam mais de 45 milhões de pessoas vivendo com demência no mundo e que esse número deve dobrar a cada 20 anos. Apenas no Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acredita-se que quase dois milhões de idosos têm demências, sendo que de 40 a 60% são do tipo Alzheimer.

Veja amanhã

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Pode não dar em nada

Seria cômico se não fosse trágico observar a disputa de Danilo Cabral (PSB) e Marília Arraes (Solidariedade) pelo apadrinhamento de Lula na campanha para o Governo do Estado. Eles voaram, ontem, para Brasília, para posar ao lado do petista num encontro que reuniu lideranças e pré-candidatos a governador dos mais variados Estados.

Imediatamente, corria pelas redes sociais as versões para os dois encontros. Havia montagens para todos os gostos e provocações. Danilo com Lula, o pessoal de Marília enviava fotos com o ex-presidente de cara amarrada. Já Marília e Lula, a pré-candidata do Solidariedade foi tratada como penetra, indo ao baile sem ser convidada.

A montagem mais hilária, entretanto, é a que ilustra este comentário. Lula com Danilo, os adeptos de Marília espalharam uma foto do ex-presidente nada sorridente ao seu lado informando ser o socialista “candidato do acordo”, enquanto a pré-candidata do Solidariedade, ao lado de um Lula sorridente, “a candidata do coração”.

Não há dúvida de que este será o tom da campanha, do embate em Pernambuco entre Danilo e Marília para quem poderá ter maior identidade com o candidato do PT, maior sintonia, transmitir, enfim, mais confiança e a certeza de que lado o coração de Lula estará pulsando ao longo da campanha.

Trata-se, no entanto, de uma disputa com chances de dar certo, mas também de entrar na contramão da história, não rendendo votos nem para Danilo nem para Marília. Basta olhar no retrovisor da última eleição no Recife, na qual Lula foi explorado positivamente por Marília, derrotada, mas satanizado por João Campos, o candidato do PSB, vencedor da batalha.

O resto da história, nem preciso contar.

Agenda pernambucana – Enfim, saiu a agenda do ex-presidente Lula em Pernambuco entre segunda e terça-feira da semana que vem. Começa por Serra Talhada, sendo recepcionado pela prefeita petista Márcia Conrado. Ali, haverá um ato no qual a atual vice-governadora Luciana Santos (PCdoB) será confirmada como candidata a vice de Danilo. De lá, Lula confere o Festival de Inverno em Garanhuns, com chances dele visitar a réplica da casa da mãe, Dona Lindu, em Caetés. A peregrinação será encerrada com um ato popular, no centro do Recife.

Miguel Coelho

Babão de ninguém – Em campanha no Recife, ao comentar a disputa patética de Danilo com Marília pelo apoio de Lula, o pré-candidato do União Brasil ao Governo do Estado, Miguel Coelho, foi na jugular: “Metade dos pré-candidatos só fala de Lula a outra só fala de Bolsonaro. Respeito a história de cada presidente, respeito ainda mais o desejo de cada eleitor por sua escolha. Mas não quero ser governador para ser babão de ninguém, quero ser governador para cuidar de Pernambuco”.

Vitória governista – A Câmara aprovou ontem, finalmente, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) “Kamikaze”, que turbina uma série de benefícios sociais a menos de três meses das eleições. Em votação em segundo turno, a proposta teve 469 votos a favor, 17 contra e 2 abstenções. Eram necessários 308 votos para a aprovação da medida, que agora vai à promulgação do Congresso. Em uma vitória para o Governo, a Câmara rejeitou as sugestões de mudança no texto (destaques) feitas pela oposição.

Chapa candanga – O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), anunciou, ontem, a deputada federal Celina Leão (PP) como candidata a vice-governadora da chapa da sua reeleição. A ex-ministra Damares Alves (Republicanos) foi escolhida para concorrer ao Senado. “É um momento em que aqueles que querem realmente caminhar para a melhoria da cidade estão juntos”, afirmou.

Lula adora luxar – Nos dois dias em que passou na capital federal, em contatos políticos e eventos públicos, o pré-candidato do PT ao Palácio do Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva, se hospedou na melhor suíte presidencial do Meliá, hotel de luxo na área central da cidade. Com 183 metros quadrados, o espaço é reservado na internet por R$ 6 mil a diária. A suíte ocupada pelo petista, segundo anúncio do hotel, é destinada para hóspedes que irão se “sentir especiais” em Brasília.

CURTAS

O PT PAGA – O espaço tem dois quartos, duas salas, uma cozinha completa, dois banheiros, um lavabo e dois halls. Há ainda uma sala de jantar para oito pessoas. A conta da hospedagem deve sair do fundo partidário. A mulher de Lula, a socióloga Rosângela Silva, a Janja, se hospedou com o ex-presidente.

HIDROMASSAGEM – Lula escolheu a suíte do hotel que é oferecida a preço cheio por R$ 9,2 mil, sem o desconto da internet. A decoração é composta por móveis franceses e abajures de cristal. O hotel tem outras duas opções de suítes presidenciais, um apartamento de 86 m² e outro de 102m². Ambas custam cerca de R$ 4 mil. Em uma delas, há banheira de hidromassagem e roupa da marca italiana Trussardi.

Perguntar não ofende: Na visita a Pernambuco, Lula fará algum gesto com Marília?