Próxima ao PT, nova direção do PROS revoga candidatura de Pablo Marçal à Presidência

Após decisões judiciais, a nova direção do PROS definiu pela retirada da candidatura presidencial do coach e influenciador digital Pablo Marçal. A formalização ocorreu em Brasília, na última sexta-feira, último dia para os partidos realizarem as convenções partidárias que definem os nomes para a disputa de 2022.

A retirada da candidatura própria ocorreu de forma unânime em votação feita com os 29 presentes na reunião, segundo ata registrada pelo PROS no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Sem Marçal na disputa, a nova executiva do PROS pretende declarar apoio a Lula (PT) já no primeiro turno da eleição à Presidência da República – que será realizado no dia 2 de outubro. As informações são do G1/PE.

Na última semana, a direção do PROS mudou de mãos por três vezes. No domingo (31), a Justiça determinou que a ala liderada por Eurípedes Júnior retomasse ao comando – ele estava afastado acusado de desvio de recursos. Eurípedes foi novamente afastado em decisão na quarta-feira e devolveu o cargo de presidente do PROS para Marcus Holanda, responsável pela primeira convenção do partido e pela indicação de Marçal como presidenciável.

Houve nova troca e, na quinta-feira, o ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Ricardo Lewandowski recolocou Eurípedes à frente da sigla. Pablo Marçal disse que pretende recorrer da retirada de sua candidatura, movimento que define como um golpe. “Minha candidatura é um ato jurídico perfeito, dentro do prazo hábil. Tem que ter um prazo para divulgação o que está rolando agora é um golpe, estão fazendo uma reunião de maneira escusa”, afirmou.

Veja outras postagens

Por sugestão de leitores e manifestações dos mais amplos segmentos da sociedade pernambucana, a série que escrevi sobre os 22 governadores de Pernambuco vai se transformar em livro. E já tem até título: “Os Leões do Norte”. 

Destina-se especialmente às novas gerações, que provavelmente nunca ouviram falar que no século passado, quando Pernambuco se revelou num Estado pujante, economicamente e politicamente, passou a ser conhecido como O Leão do Norte.

A contribuição para estudo e conhecimento da nova geração, assim como de outras gerações ainda na ativa, com destaque para a banca acadêmica, chega por meio de um grande esforço de minha parte em apresentar uma micro biografia de 22 personalidades que contribuíram para o desenvolvimento do Estado. 

Pela ordem, Carlos de Lima Cavalcanti, Agamenon Magalhães, Etelvino Lins, Barbosa Lima Sobrinho, Cordeiro de Farias, Cid Sampaio, Miguel Arraes, Paulo Guerra, Nilo Coelho, Eraldo Gueiros, Moura Cavalcanti, Marco Maciel, José Ramos, Roberto Magalhães, Gustavo Krause, Carlos Wilson, Joaquim Francisco, Jarbas Vasconcelos, Mendonça Filho, Eduardo Campos, João Lyra Neto e Paulo Câmara. 

Vou acelerar a edição, através do selo da Editora Bagaço, que editou oito livros meus, entre eles Reféns da Seca e Histórias de Repórter, para lançar já na festa de aniversário dos 18 anos do blog, marcada para o final de abril.

Jaboatão dos Guararapes - Ambulatório Escola

Por Cláudio Soares 

Desde os dias de Geraldo Júlio [ex-prefeito do Recife], promessas vazias foram feitas, placas foram erguidas com datas fictícias de início de obras, mas nada se concretizou. Agora, sob a administração de João Campos, a situação persiste, deixando uma comunidade inteira à mercê dos problemas causados por esse canal abandonado.

Localizado estrategicamente na saída do Túnel da Abolição, o canal é uma ferida aberta na paisagem urbana, conectando áreas vitais da cidade. A falta de atenção a esse ponto fundamental resulta em uma localidade deteriorada, tomada pelo lixo e sujeira, além de ser um ímã para alagamentos e consequentes transtornos para os moradores locais.

É imperativo que o prefeito João Campos tome conhecimento e aja com urgência para resolver essa situação. A população da zona norte clama por socorro, esperando que a liderança municipal finalmente assuma a responsabilidade de transformar essa promessa negligenciada em ação concreta, trazendo alívio e renovação para uma comunidade que há muito tempo sofre com a falta de cuidado e atenção.

Entrou João Campos (PSB), e o canal segue abandonado. Um desprezo e um panorama que cabe questionar. Esse canal fica situado logo na saída do Túnel da Abolição, que passa por baixo da Avenida Caxangá, um dos principais corredores viários da cidade, e liga a Rua Real da Torre à Rua João Ivo da Silva. O local conecta as zonas Norte e Oeste da capital pernambucana. 

A população da Zona Norte e Leste aguarda uma atitude do melhor prefeito do Brasil, João Campos. 

*Advogado e jornalista

Toca Jabô

Da Agência Brasil

Pelo segundo ano seguido, o Banco Central (BC) fechou o balanço no negativo. Depois de registrar prejuízo de R$ 298,5 bilhões em 2022, o BC teve prejuízo de R$ 114,2 bilhões em 2023. O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou nesta quinta-feira (28), em Brasília, o balanço do banco no ano passado.

Em 2023, houve prejuízo de R$ 123 bilhões que se referem a operações cambiais, como swap (venda de dólares no mercado futuro) e variação das reservas internacionais. Isso ocorre porque o dólar caiu 7,86% no ano passado, o que provoca perdas na hora de converter as operações cambiais em reais.

O prejuízo de 2023 só não foi maior porque o Banco Central teve lucro operacional (ganhos com o exercício da atividade) de R$ 8 bilhões em 2023. Ao somar os resultados cambiais e operacionais, chega-se ao prejuízo final de R$ 114,2 bilhões.

Cobertura

Por causa da legislação de 2019 que regulamenta a relação entre o Banco Central e o Tesouro, a destinação dos lucros da autoridade monetária mudou. Do prejuízo total, o Tesouro terá de cobrir R$ 111,2 bilhões com títulos públicos. Do restante, R$ 3 bilhões serão cobertos por meio de redução de patrimônio do BC.

O último resultado positivo apurado pelo BC foi em 2021, quando ele teve lucro recorde de R$ 85,9 bilhões.

Na ocasião, o Banco Central criou uma reserva de lucros para cobrir perdas nos anos seguintes. Essa reserva foi esgotada no ano passado. Em 2022, a Lei Complementar 179 alterou a apuração de resultado do BC de semestral para anual.

Petrolina - Melhor cidade para viver 2024

O PSDB irá às urnas em 2024 com um número menor de candidaturas próprias nas capitais em relação ao pleito anterior, depois da crise que levou à saída de lideranças. Em alguns casos, os tucanos migraram para partidos que fazem parte da base do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O presidente do PSDB e ex-governador de Goiás, Marconi Perillo, afirmou que o partido deve ser cabeça de chapa em “oito a dez” das 26 capitais. Perillo já visitou 19 estados para filiar políticos e estimular o lançamento de candidaturas em cidades consideradas estratégicas. “Nós estamos cuidando de reestruturar o partido e de buscar candidaturas que possam garantir um número razoável de prefeituras nessas eleições”, afirmou. O objetivo do presidente tucano é pavimentar o caminho para que o partido construa uma candidatura à Presidência em 2026. As informações são do UOL.

Nas eleições de 2020, a legenda lançou candidatos em doze capitais e ganhou em quatro: São Paulo, Natal, Palmas e Porto Velho. Em 2016 foram 13 candidaturas e sete vitórias, contra 17 lançamentos e quatro triunfos em 2012.

Hoje, no entanto, só duas destas prefeituras seguem sob o controle do partido. Em Palmas e Porto Velho, Cinthia Ribeiro e Hildon Chaves, respectivamente, foram reeleitos em 2020 e deixam o cargo neste ano. Em Natal, Álvaro Dias migrou para o Republicanos em 2022. Já em São Paulo, o partido perdeu o comando depois da morte de Bruno Covas em 2021, em decorrência de um câncer.

Porto Alegre, Curitiba, Florianópolis, Vitória, Belo Horizonte, São Paulo, Goiânia, Campo Grande e Palmas devem ter candidatos. Em Campo Grande, o deputado Beto Pereira terá a seu favor a máquina do governador Eduardo Riedel (PSDB) na disputa contra a prefeita Adriana Lopes (PP). Em Pernambuco, rachado após o rompimento entre a governadora Raquel Lyra (PSDB) e o presidente da Assembleia Legislativa, Álvaro Porto (PSDB), o secretário de Turismo Daniel Coelho deve enfrentar o popular João Campos (PSB).

Na capital paulista, a executiva municipal decidiu na semana passada que o partido não vai embarcar no projeto de reeleição de Ricardo Nunes (MDB), que foi vice de Covas. Caso os tucanos não consigam um nome eleitoralmente viável para a cabeça de chapa, existe a possibilidade de composição com outro candidato. O apoio à deputada Tabata Amaral (PSB) é tido como mais provável neste cenário.

Reservadamente, tucanos reconhecem que o partido deve enfrentar uma das eleições mais difíceis de sua história. O ex-presidente da sigla e governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, disse em novembro do ano passado que é “natural que o PSDB não venha eleger o mesmo número de prefeitos que elegeu em 2020”.

O partido tem conversas em andamento para federar com outras legendas, como PDT, Solidariedade e Podemos. O objetivo dessas conversas, segundo Perillo, é ter “robustez” na Câmara, onde atualmente há apenas 13 deputados, e no Senado, com apenas um representante e ganhar “corpo” para 2026. Hoje, o PSDB faz parte da federação com o Cidadania.

PSDB perdeu prefeitos para partidos base do bolsonarismo

O PSDB perdeu musculatura e tem 345 prefeitos em todo o país. A legenda elegeu 520 prefeitos na última eleição, mas 175 deixaram o ninho tucano desde então. Nas eleições de 2012 foram 686 prefeitos eleitos e 803 em 2016. “A onda azul está tomando conta do país”, afirmou Aécio Neves, então presidente nacional do PSDB, na ocasião. Naquela época, o partido era protagonista na oposição ao PT. No seu auge, em 2000, eram 991 prefeituras comandadas por tucanos.

Tucanos citam resultado da perda de eleitorado em 2018 e crises internas como fatores. Eles avaliam que o eleitorado mais ligado à direita foi arrastado para o PSL de Jair Bolsonaro (hoje PL) naquele ano, quando Geraldo Alckmin (hoje PSB) amargou o quarto lugar na corrida presidencial. O processo de prévias, em novembro de 2021, opôs o então governador de São Paulo João Doria (hoje sem partido) e Leite. Doria venceu, mas desistiu da candidatura diante da falta de apoio do próprio partido e abandonou a política.

Com a ascensão do bolsonarismo, prefeitos migraram para partidos que compõem a base do ex-presidente. Em São Paulo, por exemplo, depois de ficar fora do poder pela primeira vez em 28 anos, o PSDB perdeu cerca de 1/4 dos prefeitos no estado. Os principais destinos foram o PSD, de Gilberto Kassab, secretário do governo paulista, e o PL, de Bolsonaro, em busca de uma relação mais próxima com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) para liberação de convênios e emendas. Perillo classificou como “natural” esse movimento, uma vez que os prefeitos buscam proximidade com partidos que estão no poder.

Na mais recente dessas articulações, o ex-governador e deputado Beto Richa quis trocar o PSDB pelo PL. O PSDB, no entanto, se recusou a liberar o parlamentar, que poderia perder o mandato se insistisse na troca de partido. Ele é pré-candidato à prefeitura de Curitiba. Arthur Virgílio, ex-prefeito de Manaus, deixou o partido, apoiou Bolsonaro na campanha à reeleição e foi um dos presentes na manifestação convocada pelo ex-presidente na avenida Paulista em fevereiro. O mesmo movimento foi feito recentemente pelo ex-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia.

Ipojuca - Minha rua top

Na próxima quarta-feira (3), Armandinho irá lançar a sua pré-candidatura a prefeito de Caruaru. A ação, que contará com a presença da vice-presidente do Solidariedade, Marília Arraes, da deputada federal Maria Arraes, além de outras lideranças políticas, será realizada no teatro do Shopping Difusora.

“Participe do lançamento da pré-candidatura de Armandinho à Prefeitura de Caruaru. Vem com a gente fazer história”, convida o pré-candidato.

Serviço

Lançamento da pré-candidatura de Armandinho em Caruaru

Dia 3 de abril (quarta-feira)

Horário: a partir das 19h

Local: Teatro Difusora (Shopping Difusora)

Camaragibe Agora é Led

O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou o arquivamento de dois inquéritos nos quais Gilberto Kassab, ex-prefeito e hoje secretário de Governo e Relações Institucionais do Estado de São Paulo, era investigado pela suposta prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A decisão foi tomada na sessão virtual encerrada no dia 22 deste mês.

O Inquérito (INQ) 4401 apurava fatos relativos à suposta solicitação direta de vantagens indevidas por Kassab para garantir a realização da obra do Túnel Roberto Marinho pela Odebrecht, em 2008. No INQ 4463, a investigação trata de repasses indevidos na realização de um conjunto de obras viárias em São Paulo.

As investigações partiram das colaborações premiadas de executivos da empreiteira no âmbito da Operação Lava Jato. De acordo com os colaboradores, os supostos pagamentos somaram mais de R$ 20 milhões e teriam finalidade eleitoral: em 2008, para a campanha de Kassab à reeleição para a Prefeitura de São Paulo e, em 2013, para criação do Partido Social Democrático (PSD).

Ausência de provas

A maioria do colegiado acompanhou o voto do ministro Dias Toffoli, relator, para acolher recurso apresentado pela defesa de Kassab contra decisão do relator anterior dos inquéritos, ministro Luiz Fux, que remetia os autos à Justiça Federal do Estado de São Paulo. Na avaliação de Toffoli, os relatos dos colaboradores não foram corroborados por elementos independentes de prova.

A seu ver, apesar das palavras dos colaboradores, não há indicação das circunstâncias em que foram feitos os supostos pagamentos a Kassab. Além disso, as planilhas apresentadas não podem ser consideradas como provas por serem documentos elaborados pelos próprios executivos da empresa.

Toffoli observou, ainda, que a defesa trouxe elementos aos autos que atestam que as contrapartidas aos pagamentos supostamente recebidos não se concretizaram. Assim, para o ministro, antes de se determinar a remessa dos autos a outro juízo, cabe ao STF evitar o constrangimento ilegal de se manter uma investigação sem perspectiva de desfecho. Em tais situações, a Corte tem admitido o arquivamento.

Lavagem de dinheiro

Também é inviável, para o relator, a possibilidade de manutenção de investigações em relação à lavagem de dinheiro, pois não há demonstração nem de como teriam se dado os repasses, tampouco de que forma teriam sido ocultados.

Acompanharam o relator os ministros Gilmar Mendes, André Mendonça, Edson Fachin, Nunes Marques e Luiz Fux.

Finalidade eleitoral

Os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso e as ministras Rosa Weber (aposentada) e Cármen Lúcia ficaram vencidos. No entendimento deles, os autos deveriam ser remetidos à Justiça Eleitoral de São Paulo para avaliação do caso, pois os supostos pagamentos feitos a Kassab teriam finalidade eleitoral.

Citi Hoteis

Por unanimidade, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou trechos das Constituições de Mato Grosso e de Pernambuco que previam licença por prazo superior a 120 dias, sem remuneração, para que deputados estaduais tratassem de assuntos de interesse particular.

A Constituição mato-grossense autorizava o afastamento do parlamentar por até 180 dias. No caso de Pernambuco, não houve a fixação de prazo. Mas, segundo a Constituição Federal, afastamento superior a 120 dias por motivos de interesse privado leva à perda do mandato de senadores e deputados federais. O cargo é declarado vago e o suplente é convocado. Com a decisão, o STF entendeu que a mesma regra deve ser aplicada aos parlamentares estaduais.

Reprodução obrigatória

No voto que conduziu o julgamento, o ministro Flávio Dino (relator) destacou que a Constituição Federal impõe aos estados a observância das mesmas regras aplicáveis aos membros do Poder Legislativo federal quanto às licenças e às hipóteses de perda do mandato. Assim, os estados não podem ter regras diferentes.

Segundo ele, a restrição do tempo de duração da licença para assuntos particulares tem o objetivo de impedir a alternância constante de cadeiras entre os titulares do mandato e seus respectivos suplentes. Para o ministro, esse cenário pode enfraquecer a representatividade democrática entre os eleitores e os parlamentares.

O STF fixou o entendimento de que o afastamento do deputado estadual por razões de interesse particular, superior a 120 dias, causa a perda do mandato eletivo.

Modulação

Para garantir a segurança jurídica, já que as normas questionadas estão vigentes há vários anos, a decisão terá efeitos somente a partir da data da publicação da ata da sessão do julgamento. A decisão do colegiado se deu na sessão virtual finalizada em 22/3, no julgamento das Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) 7249 (MT) e 7254 (PE), ajuizadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Cabo de Santo Agostinho - Refis 2023

Série governadores: Paulo Câmara

Capítulo 22 (Final)

Escritor, filósofo e dramaturgo franco-argelino, Albert Camus disse, certa vez, que a política e os destinos da humanidade são forjados por homens sem ideais nem grandeza, porque os que têm grandeza interior não se encaminham para a política. Paulo Câmara, tecnocrata egresso do mundo das finanças, sempre teve ideais e grandeza na vida, mas caiu de paraquedas na política por obra e arte do ex-governador Eduardo Campos, que lhe deu régua e compasso.

E o destino, também, por meio de uma fatalidade, a morte de Eduardo na queda de um avião em agosto de 2014, fez de Paulo Câmara governador nas eleições de outubro do mesmo ano, marcadas pelo tom da comoção. Se Eduardo foi o azarão no pleito de 2006, derrotando Mendonça Filho, apoiado por Jarbas Vasconcelos, o então governador mais popular do País, em 2014 Câmara teve um vendaval de votos, resultado da dor dos pernambucanos pela morte precoce de Eduardo.

Naquela eleição, tudo levava a crer que o senador Armando Monteiro Neto, disputando pelo bloco da oposição, liderado pelo PTB, seria o governador. Afinal, até o episódio que tirou a vida de Eduardo, a queda do seu avião em Santos (SP), Armando fazia uma campanha em céu de brigadeiro, aparentemente sem adversários, liderando todas as pesquisas de intenção de voto. A vitória de Paulo Câmara sobre o então favorito foi mais uma prova de que o eleitor vota com o coração e não com a razão.

Além de estreante, Paulo Câmara era neófito no jogo cruel da política. Filiado ao PSB desde outubro de 2013, foi ungido por Eduardo para concorrer à sucessão estadual, com o deputado federal Raul Henry, do PMDB, na vice, e o ex-ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, do PSB, na disputa pelo Senado. O choro, a dor e o sofrimento do povo pela morte inesperada de Eduardo fez de Câmara o candidato a governador mais votado do País. Ele obteve 68% dos votos, frustrando o sonho de Armando Monteiro, que ficou com um pouco mais de 31% dos votos válidos.

Eleito no primeiro turno, Paulo Câmara teve mais de três milhões de votos. Além da notória comoção, expressa nas ruas e no semblante do povo nos programas eleitorais da TV, Paulo carregava o peso de dar continuidade ao governo de seu padrinho político, já em campanha para Presidência da República, mas encerrada com o acidente aéreo. Aliado à comoção que tomou o Estado na tragédia que matou Campos, o forte palanque, composto de 21 partidos, resultou na vitória de Marina Silva em Pernambuco.

Terceira colocada na disputa ao Planalto, ela obteve 48% dos votos no Estado. No segundo turno, diante do insucesso eleitoral de Marina, que era vice de Eduardo e o substituiu como candidata, o PSB anunciou apoio ao candidato Aécio Neves (PSDB). O tucano obteve uma votação um pouco maior que a de José Serra nas eleições de 2010, perdendo para Dilma, que teve 70,20% dos votos válidos no Estado, contra 29,80% do mineiro – uma diferença de quase dois milhões de votos.

Câmara e seu partido decidiram adotar uma postura independente em relação ao Governo Federal, com vetos a qualquer possibilidade de integrantes da legenda ocuparem cargos durante o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. Empossado no cargo de governador em 1º de janeiro de 2015, o socialista começou a percorrer todas as regiões do Estado, reproduzindo o programa Todos por Pernambuco, embrião da gestão de Eduardo, voltado para ouvir o clamor da população em relação aos seus problemas e anunciar medidas em perfeita sintonia.

Mas já no segundo ano da sua gestão, marcada por muitas críticas ao seu desempenho, Paulo causou controvérsia ao nomear João Campos, hoje prefeito do Recife, chefe de seu gabinete, com apenas 22 anos. Era um gesto. João passaria a exercer a mesma função que o pai ocupou no segundo governo de Miguel Arraes (1987-1990). A classe artística do Estado, entretanto, organizou protestos contra a indicação, afirmando que Paulo Câmara estava reproduzindo os “padrões antigos da política Nordestina”. Mais do que isso, materializava a chamada “Dinastia dos Campos”.

Paulo Câmara sempre foi servidor público, tendo começado a carreira como escriturário concursado do Banco do Brasil, em Ribeirão, na Zona da Mata. Em 1995, foi para o Tribunal de Contas do Estado, onde exerceu o cargo de auditor das contas públicas. Depois, foi secretário de Administração do Tribunal de Justiça de Pernambuco, supervisor parlamentar da Câmara de Vereadores do Recife e a partir de 2007 fez parte da gestão do governador Eduardo Campos.

Paulo Câmara é formado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de Pernambuco, pós-graduado em Contabilidade e Controladoria Governamental e mestre em Gestão Pública, todos pela mesma instituição. Antes de virar governador, foi secretário de Administração (2007–2010), secretário de Turismo (2010) e secretário da Fazenda de Pernambuco (2011–2014) durante a administração do então governador Eduardo Campos. 

Aliança com o PT, sacrificando a pré-candidatura de Marília Arraes, salvou reeleição de Câmara – Embora não tenha feito um bom Governo, falhando principalmente na política de segurança pública, deixando esmorecer o Pacto pela Vida, carro-chefe da gestão anterior do seu padrinho Eduardo Campos, Paulo Câmara foi reeleito em 2018, mas num cenário já bem diferente, onde não prevaleceu mais a comoção pela morte de Eduardo, mas sim o discurso sustentado numa aliança com o PT. O senador Humberto Costa, reeleito na chapa com Jarbas Vasconcelos, queimou a candidatura própria do PT, reivindicada insistentemente pela deputada Marília Arraes. Marília aparecia na liderança das pesquisas e se traduzia no fato surpresa da eleição, mas não teve direito a legenda, graças a uma manobra de Humberto que convenceu a direção nacional petista a negar legenda para Marília. Isso pesou fortemente para a reeleição de Câmara, que, mais uma vez, teve como adversário o senador Armando Monteiro Neto. Marília ainda chegou a ter sua candidatura aprovada pelo diretório estadual, que mais na frente virou letra morta, barrada pelos caciques nacionais que já haviam se comprometido no apoio à reeleição de Paulo Câmara. Na campanha, Paulo teve que rever seu discurso e o do PSB. Seu partido foi favorável ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Nos discursos, dizia ter sido um erro o apoio do PSB ao processo que derrubou a petista. Diferente da primeira eleição, em 2014, onde impôs uma derrota acachapante a Armando, na reeleição, em 2018, apesar de vitorioso no primeiro turno, só teve 50,61% dos votos. Para atrair o PT e as forças de esquerda, como o PCdoB, Paulo Câmara teve que mudar o candidato a vice, trocando Raul Henry por Luciana Santos (PCdoB). Armando, que apostava na estratégia de levar a eleição para o segundo turno e ganhar, lamentou assim a derrota em primeiro turno: “Acho que os números revelam que o Governo não teve uma maioria expressiva. Essa eleição foi definida por 0,24%, muito pouco. Espero que isso sirva para mostrar ao governo que eles precisam corrigir rumos, precisam mudar certas posturas arrogantes que vêm marcando o domínio desse grupo. Espero que eles possam extrair uma lição disso tudo, de que Pernambuco tem oposição, de que Pernambuco tem outras correntes de opinião e de que eles precisam aprender a conviver com essa realidade”.

Outra comoção popular, desta feita a favor de Raquel, pôs fim a era do PSB em 2022 – A reeleição de Paulo Câmara levou o PSB ao quarto mandato à frente do Governo de Pernambuco. Juntas, as duas gestões do ex-governador Eduardo Campos, eleito em 2006 e reeleito em 2010, com as de Câmara, eleito em 2014 e reeleito em 2018, permitiram os socialistas governarem o Estado por longos 16 anos, era encerrada nas eleições de 2022, com a vitória de Raquel Lyra (PSDB). Por uma dessas ironias terríveis e lamentáveis da vida e da política, a tucana, como Paulo Câmara, em 2014, chegou ao poder pelo voto da comoção popular. O empresário Fernando Lucena, seu marido, morreu, vítima de infarto fulminante, logo cedo, na manhã do dia da eleição de primeiro turno, em 2 de outubro de 2022. Como se deu muito cedo, antes mesmo da abertura das urnas, o fato se propagou rapidamente pelos meios de comunicação, notadamente pelas redes sociais. Mais na frente, um levantamento do Google, apontou que mais de 400 mil pessoas haviam consultado o número de Raquel, naturalmente para votar nela. Na véspera do pleito, as pesquisas apontavam para outra direção, uma crescente do candidato do União Brasil, Miguel Coelho, para ir ao segundo turno com Marília Arraes, e uma reação do candidato do PSB, Danilo Cabral, que passou a campanha como lanterninha. Mostrou, igualmente, Anderson Ferreira, candidato do bolsonarismo, bem-posto no páreo, com chances de chegar ao segundo turno, reproduzindo em Pernambuco a polarização da disputa nacional entre Lula e Bolsonaro, decidida por menos de dois pontos percentuais.

Gestão de Câmara nas Finanças deu a Eduardo a senha para ajudar os municípios – Paulo Câmara foi escolhido candidato a governador pelo ex-governador Eduardo Campos, que fez mistério até o segundo minuto da prorrogação, quando secretário da Fazenda. Na época, a mídia dava como certa a escolha do então secretário da Casa Civil, Tadeu Alencar, mais polido e mais político. Também era especulada a alternativa Danilo Cabral. A justificativa de Eduardo era que o Estado precisava de alguém com tino administrativo, experiência em contas públicas e comprometido com a continuidade da sua gestão. Foi com Câmara na Fazenda, aliás, que Eduardo, com o dinheiro azul e branco, criou um programa de ajuda aos municípios para obras, batizado de FEM (Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento Municipal), pelo qual foi transferido a cada município o equivalente a um FPM (Fundo de Participação dos Municípios) mensal. Foi lançado em Gravatá e comemorado por todos os 184 prefeitos. Experiente em fazer a política de equilíbrio fiscal, nos seus oito anos de administração, Câmara disse que fez investimentos da ordem de R$ 110 bilhões no Estado, gerando mais de 100 mil novos postos de trabalho. Dos mais de 500 empreendimentos anunciados, destacou a expansão da linha de produtos da montadora Jeep, em Goiana, que envolveu R$ 7,5 bilhões e gerou 9 mil empregos diretos. Também entregou o primeiro parque do Brasil a conjugar energias solar e eólica e o primeiro hub aéreo de cargas com voos internacionais a partir do Nordeste, além de projetos estratégicos como o da rede do Novo Atacarejo, que investiu mais de R$ 500 milhões em 16 cidades; o centro de distribuição do e-commerce Amazon, no Cabo de Santo Agostinho; e a Masterboi, que emprega cerca de 800 trabalhadores em Canhotinho, no Agreste.

Embora mal avaliado nas pesquisas, Câmara tem realizações, como o crescimento de Suape – Ao longo da campanha de 2022, quando o PSB lançou mão do nome de Danilo Cabral para se manter no poder e prorrogar os 16 anos de mando absoluto no Estado, um fator que pesou negativamente contra Cabral foi a baixa avaliação positiva do Governo Paulo Câmara. Chegou a mais de 70% de desaprovação e apenas 13% de aprovação. Isso, evidentemente, acabou dominando o debate eleitoral da eleição passada. Mas Paulo Câmara pode ter errado também na comunicação. Um dos seus feitos, por exemplo, está em Suape. O porto atingiu, em 2020, a maior movimentação da sua história, com 25,6 milhões de toneladas de carga. Em julho do mesmo ano, recebeu o maior navio porta-contêiner da sua história, com 334 metros de comprimento. O complexo reúne cerca de 150 empresas de capital nacional e internacional. São investimentos privados que chegam a quase R$ 75 bilhões, com mais de 23 mil empregos formais e informais. “Deixamos Pernambuco num momento de avanço, onde a gente tem muito o que se orgulhar da nossa educação, da forma competente como nossa saúde é tratada, da seriedade com que nós fazemos as políticas de segurança, mas principalmente no aproveitamento de oportunidades onde o setor público e o setor privado se unem em favor do Estado”, disse Câmara, numa entrevista à Folha de Pernambuco no apagar das luzes da sua gestão de oito anos.

Vetado para ministro de Lula, deixa o PSB e é nomeado presidente do Banco do Nordeste – Responsabilizado pelo desastre do PSB nas eleições em 2022, Paulo Câmara tomou uma decisão surpreendente: em 27 de janeiro de 2023, menos de um mês após encerrar sua passagem pelo Palácio das Princesas, pediu sua desfiliação do partido, o primeiro e único ao qual esteve filiado o tempo inteiro em que esteve no poder. Numa carta entregue ao presidente nacional da legenda, Carlos Siqueira, o ex-governador lembrou que se filiou ao PSB em 2014, a convite do antecessor dele, o ex-governador Eduardo Campos (PSB), morto num acidente aéreo naquele ano, durante a campanha à Presidência da República. Ressaltou que os oito anos em que passou no governo foram desafiadores, “com as sucessivas crises enfrentadas pelo país e pelo mundo, a mais grave de todas a pandemia da Covid-19”. Paulo Câmara enfatizou que teve dedicação integral a Pernambuco nos dois mandatos de governador. “Avançamos em todas as áreas da gestão, sobretudo na educação, ao atingir a marca de melhor ensino médio do país”, assinalou. A versão mais ouvida sobre a sua saída do PSB teria sido um suposto veto ao seu nome pela bancada socialista na Câmara para ocupar um Ministério no Governo Lula. O escolhido foi o ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB-SP). Prefeito do Recife, João Campos (PSB) foi um dos nomes em Pernambuco que articulou a bancada pela preferência de França, o que teria desagradado a Câmara. O acordo feito por João Campos com a bancada federal do partido para indicar alguém de São Paulo foi interpretado por Paulo Câmara como um movimento de exclusão ao nome dele e, estando se sentido excluído, não fazia mais sentido permanecer no PSB. Mais tarde, já militando longe da esfera do PSB, Paulo Câmara foi nomeado por Lula presidente do Banco do Nordeste.

CURTAS

PASTA DA ADMINISTRAÇÃO, O COMEÇO – Em 2007, Paulo Câmara assumiu a Secretaria de Administração do Estado. Em sua gestão, instituiu o Calendário Semestral de Pagamento dos Servidores, a recuperação das perdas salariais dos servidores, com reajustes expressivos para todas as categorias e com ganhos reais acima da inflação e a construção do Centro de Formação do Servidor. Em 2008, criou o Curso Superior Sequencial de Formação Específica em Administração Pública. Trata-se de uma graduação exclusiva para servidores estaduais, ministrada pela Faculdade de Ciências e Administração da UPE, através da Escola de Governo de Pernambuco, com o objetivo de formar gestores públicos.

O PAI DO FEM E FAMÍLIA – Em 2010, assumiu a pasta de Turismo, desenvolvendo projetos focados na especialização dos serviços oferecidos aos turistas, entre eles o programa “Taxista Amigo do Turista”, que promovia qualificação em inglês e espanhol para os profissionais. Na sua gestão, também foram realizadas obras de infraestrutura, como o acesso às praias dos Litorais Sul e Norte, e a ampliação do sistema de abastecimento de água e tratamento de esgoto sanitário da Praia dos Carneiros e da cidade de Rio Formoso, no Litoral Sul do Estado. Secretário da Fazenda em 2011, entre as ações desenvolvidas, criou o Fundo Estadual dos Municípios, o FEM, que viabilizou R$ 228 milhões a prefeituras de Pernambuco em 2013. Paulo é casado com Ana Luiza Câmara e tem duas filhas.

COLUNA NORMAL VOLTA AMANHÃ – Com o encerramento desta série, a coluna política volta amanhã, assinada pela repórter Juliana Albuquerque, que escreve aos sábados. Volto na segunda-feira.

Perguntar não ofende: Esta série deveria ser transformada num livro, conforme sugestão de alguns leitores?

Caruaru - Geracao de emprego

A postagem sobre o Governo Paulo Câmara, logo mais à meia-noite, põe fim a série sobre os governadores de Pernambuco, iniciada com Eraldo Gueiros. Não seguiu uma ordem cronológica, com exceção dos últimos – Eduardo Campos e Paulo Câmara, ambos do PSB.

Em três semanas, mergulhei fundo na vida de 22 chefes de Estado. Espero ter dado uma contribuição para reavivar a mente dos leitores sobre a história de quem nos governou, da ditadura ao processo de redemocratização e aos tempos atuais.

Belo Jardim - Patrulha noturna

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorização para ele viajar a Israel entre os dias 12 e 18 de maio e a devolução, ainda que temporária, do passaporte dele. Bolsonaro está com o documento retido pela Polícia Federal (PF) desde que foi alvo de uma operação realizada no dia 8 de fevereiro que investiga tentativa de golpe de Estado no Brasil.

Os advogados afirmam na petição que o ex-chefe do Executivo federal e a família dele foram convidados pelo primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu a visitar o país – o período engloba o Dia da Independência de Israel, conhecido como Yom HaAtzmaut. A independência foi declarada no dia 14 de maio de 1948, mas comemorações podem variar alguns dias por causa do calendário hebraico.

A defesa do ex-presidente diz que a viagem não apresenta riscos ao inquérito que está em andamento, “especialmente considerando os compromissos previamente agendados no Brasil e que demandam a presença do peticionário (Bolsonaro) após seu retorno de Israel”. A defesa não detalhou quais seriam os compromissos. As informações são do portal Estadão.

“Como é de domínio público, faz parte da atividade política o relacionamento internacional bem como ampliar o diálogo com lideranças globais”, escreveu Fábio Wajngarten, advogado e assessor do ex-presidente, no X (antigo Twitter).

O pedido de Bolsonaro ao STF foi formalizado na segunda-feira, mesma data em que o jornal The New Tork Times revelou que o ex-presidente passou duas noites na Embaixada da Hungria em Brasília logo após a operação da PF, o que levantou suspeitas de que ele poderia buscar asilo político para evitar uma eventual prisão. O ex-chefe do Executivo brasileiro tem boa relação com o premiê húngaro de extrema direita, Viktor Orbán, assim como mantém proximidade com Netanyahu.

Se Justiça expedisse um mandado de prisão preventiva contra Bolsonaro, com ele hospedado em uma embaixada internacional, a decisão judicial não poderia ser cumprida, porque as áreas são consideradas territórios invioláveis.

A defesa do ex-presidente negou que esse tenha sido o objetivo da permanência de Bolsonaro na embaixada e disse o período serviu para ele conversar com autoridades húngaras e trocar informações sobre os cenários políticos dos dois países. Alexandre de Moraes deu cinco dias para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste sobre o caso.

Vitória Reconstrução da Praça

Folha de Pernambuco

Um incêndio de grandes proporções atinge, na noite de hoje, um edifício em construção localizado no bairro da Torre, Zona Norte do Recife. Nas imagens veiculadas nas redes sociais por moradores da região, é possível observar que as chamas se espalharam entre os andares do edifício, localizado na esquina da rua Real da Torre com a rua Padre Anchieta.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, o órgão foi acionado para realizar a contenção das chamas. Até a última atualização desta matéria, a ocorrência seguia em andamento e ainda não há informações sobre vítimas.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, hoje, ser “grave” que Corina Yoris não tenha conseguido registrar sua candidatura à presidência da Venezuela. Yoris representa o principal grupo de oposição ao atual presidente venezuelano, Nicolás Maduro, aliado histórico de Lula. Ela não conseguiu inscrever a candidatura no prazo previsto e, por isso, ficou impedida de concorrer.

As declarações foram dadas durante cerimônia de recepção ao presidente francês, Emmanuel Macron, em visita ao Brasil. As eleições venezuelanas, agendadas para o dia 28 de julho, estão marcadas por questionamentos e denúncias de perseguição contra opositores do atual regime.

Lula disse que conversou com Nicolás Maduro e disse que seria essencial garantir o processo democrático no país, porque é “importante para a Venezuela voltar ao mundo com normalidade”. No entanto, o petista afirmou acreditar que a candidata tenha sido prejudicada.

“Eu fiquei surpreso com a decisão. Primeiro a decisão boa, da candidata que foi proibida de ser candidata pela Justiça [María Corina Machado], indicar uma sucessora [Corina Yoris]. Achei um passo importante. Agora, é grave que a candidata não possa ter sido registrada”, disse.

“Ela não foi proibida pela Justiça. Me parece que ela se dirigiu até o lugar e tentou usar o computador, o local, e não conseguiu entrar. Então foi uma coisa que causou prejuízo a uma candidata”, continuou. “O dado concreto é que não tem explicação. Não tem explicação jurídica, política, você proibir um adversário de ser candidato”, afirmou.

Ao lado de Lula, o presidente francês, Emmanuel Macron, disse concordar com o posicionamento do brasileiro, e que vai tentar convencer Maduro a permitir a participação de candidatos barrados.