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As peripécias do barão vermelho

Dedico este artigo ao meu colega o cientista Oppenheimer, pai da bomba atômica

Por José Adalbertovsky Ribeiro*

MONTANHAS DA JAQUEIRA – A República do cordão encarnado reclama de queda de popularidade. O barão vermelho produziu declarações de amor à ditadura comunista da Venezuela, fez confissões antissemitas contra o Estado de Israel e macetou os crimes de guerra do czar Vladimir Putin na guerra contra a Ucrânia. Como dever de casa, jogou a mão pesada na Petrobras e a empresa perdeu bilhões de reais em valor de mercado. Depois de tantas barbaridades, esperar o quê?

O Oráculo das folhas anunciou a profecia de que a disputa em São Paulo está em empate técnico, entre o prefeito de barbicha e o comedor de bolos, e será decidida no segundo turno, nos pênaltis.

Rebobinemos o tempo. O mesmo oráculo realizou uma profecia, em 2018, de que o poste radar, em luta de boxe contra o capitão, venceria por nocaute primeiro round e conquistaria o cinturão de ouro para galgar as montanhas do Palácio do Planalto. Venceu a margem de erro. As margens de erro não mentem jamais. Ainda hoje o poste sonha que foi eleito presidente e desfila sonâmbulo na Esplanada dos Ministérios fazendo discurso para seus irmãos os postes e os noctívago”.

O bem-aventurado Manuel Bandeira cantou: “Noite morta. Junto ao poste de iluminação os sapos engolem mosquitos. Ninguém passa na estrada, nem um bêbado”. Os postes e os sapos barbados são aliados.

A meta da dinastia do cordão encarnado é reeleger o barão vermelho em 2026. Depois, é dobrar a meta e perpetuar-se no poder. No caso das ditaduras comunistas, quando as esquerdas assumem o poder não querem largar o osso, mesmo depois de falirem as nações. Caso desponte um opositor com potencial político-eleitoral capaz de derrotá-los, eles lançam uma bomba atômica de Oppenheimer na caixa dos peitos do desafiante para exterminá-lo sem misericórdia. Vide bula o caso de Maria Corina na Venezuela.

O americano Mac Donald Trump prometeu, se eleito, capar o miserável Nicolas Maduro, sem anestesia, ao modo dos cangaceiros de Lampião. Trump é um cangaceiro imperialista.

Prováveis presidenciáveis em 2026, os governadores Tarcísio de Freitas (SP) e Ronaldo Caiado (GO) viajaram a Israel, num claro recado ao barão vermelho antissemita, de que estão ligados em gente graúda na geopolítica internacional e convém respeitá-los.

O que leva um ditador genocida – um Hitler, um Stalin, um Fidel Castro, um Daniel Ortega, um Pol Pot – a escravizar e assassinar milhões de semelhantes? São reencarnações de satanás. Esta é minha teoria metafísica espiritualista.

Além de ser um dos países mais pobres do mundo, o Haiti, no Caribe, é infelicitado pelo domínio das gangues e ausência de governo. Não hay governo, quem manda é a delinquência. São 11 milhões de habitantes numa extensão territorial do tamanho de Alagoas. O mundo clama pela paz de 6 milhões de palestinos. Os milhões de haitianos indigentes parecem seres invisíveis em meio a tantas tragédias humanitárias neste planeta.

Apesar da revelação religiosa de que Cristo veio ao mundo para salvar a humanidade, é plausível a teoria de que nosso planeta é um dos purgatórios do universo. O Pai, o Filho e o Espírito Santo não têm nada a ver com as bandalheiras do Homo Sapiens.

*Periodista, escritor e quase poeta 

Jaboatão dos Guararapes - Ambulatório Escola

Série governadores: Mendonça Filho

Capítulo 18

Governador de mandato-tampão apenas por nove meses, de abril a dezembro de 2006, sucedendo a Jarbas Vasconcelos (MDB), que renunciou ao mandato para concorrer ao Senado, José Mendonça Bezerra Filho, o Mendonça Filho, pode ser considerado um gestor fora da linha. Foi tão prestigiado por Jarbas que se transformou, nos dois mandatos do emedebista, no seu principal executivo.

A ele, Jarbas delegou até o processo de privatização da Celpe, a Companhia de Eletricidade de Pernambuco, fundamental para contar com o dinheiro para cumprir a sua principal promessa de campanha: a duplicação da BR-232 do Recife a Caruaru, numa primeira etapa, e de Caruaru a São Caetano, numa segunda frente de trabalho, o que criou um eixo por excelência de desenvolvimento econômico no Estado.

Mendonça assumiu como vice-governador em janeiro de 1999, ao lado do governador Jarbas Vasconcelos. Além de concretizar a venda da Celpe, coordenou um grupo que atraiu investimentos da mais alta relevância para Pernambuco, como a Refinaria Abreu e Lima, o Estaleiro Atlântico Sul, a ampliação e consolidação do Porto de Suape e o programa Águas de Pernambuco. Também esteve à frente do projeto Estradas para o Desenvolvimento, que melhorou a malha rodoviária do Estado.

Atuou na implantação dos Centros de Ensino Experimental (Escolas em Tempo Integral) e do Porto Digital. Também foi secretário-executivo do Pacto 21, conselho formado por empresários, intelectuais e universidades para discutir projetos estruturadores para impulsionar o desenvolvimento econômico e social de Pernambuco. Já no período curto como governador, entre os projetos criados e executados por ele estão o Universidade Democrática, que garantiu gratuitamente o acesso de jovens da rede pública estadual à Universidade de Pernambuco, o Jovem Campeão, voltado para construção de quadras poliesportivas nas escolas da rede estadual.

Também fez o Ação Integrada pela Segurança, um programa envolvendo nove secretarias, que apresentou, em pouco tempo, uma razoável redução de homicídios nas áreas mais violentas do Recife, Olinda e Jaboatão. Ao mesmo tempo, abriu a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Já foi na sua gestão, com Jarbas em campanha para o Senado, que inaugurou o segundo trecho duplicado da BR-232, ligando Caruaru a São Caetano.

Assinou também a doação do prédio do antigo Bandepe para a sede do Porto Digital e fez a inauguração do Procape, o Pronto-Socorro Cardiológico Universitário de Pernambuco, além de autorizar a doação do terreno para implantação da Hemobrás, no município de Goiana.

Aos 20 anos, eleito o deputado estadual mais jovem do Estado – Filho do ex-deputado federal José Mendonça Bezerra, falecido em 2011, e Estefânia Maria Nazaré de Moura Bezerra, Mendonça Filho nasceu no Recife, mas passou a infância e a adolescência entre a capital e Belo Jardim, terra natal de seus pais. Estudou na Escola Parque, considerada uma instituição de formação de esquerda. Formou-se em Administração de Empresas pela Universidade de Pernambuco e fez o curso de Gestão Pública pela Kennedy School, Escola de Governo da Universidade de Harvard (EUA). Começou a vida pública aos 20 anos filiando-se ao PFL, sendo eleito o deputado estadual mais novo nas eleições de 1986. Foi Deputado Constituinte e contribuiu para a elaboração da Constituição de Pernambuco, em 1989. Na Câmara dos Deputados, participou de várias comissões, destacando-se como presidente da Comissão Especial de Reforma Política e Eleitoral. Como deputado federal foi reconhecido pela Revista Veja e pelo DIAP como um dos parlamentares mais atuantes do País. Também foi autor do projeto que prorrogou o prazo dos benefícios da Lei de Informática até 2029 e coordenador do Comitê Pró-impeachment, que levou ao impeachment da então presidenta Dilma Rousseff.

Ministro da Educação, fez a reforma no ensino médio, da qual foi relator no atual mandato – Num dos momentos mais importantes da sua carreira política, Mendonça Filho assumiu o Ministério da Educação na gestão do ex-presidente Michel Temer. No cargo, promoveu um conjunto de mudanças estruturais visando dar um salto de qualidade na educação nos próximos anos, como a reforma do ensino médio e a homologação da primeira Base Nacional Comum Curricular da educação básica no País. Hoje, de volta ao Congresso, acabou escolhido relator da proposta de melhoria do ensino médio. Como ministro, fez o diagnóstico dos especialistas e os indicadores de ensino nacionais como IDEB e ANA, e internacionais como o PISA, que mostravam uma dura e cruel realidade do ensino. Os principais gargalos na educação que se deparou foram a alfabetização inadequada, a aprendizagem ruim dos jovens e as dificuldades na formação do professor. Mendonça lançou várias ações para enfrentar essa realidade, como a política nacional de alfabetização, a política nacional de escolas em tempo integral, a reforma do ensino médio e a política de formação de professores, que teve como carro chefe o programa residência pedagógica. Mas sua gestão foi marcada também por polêmicas, como a audiência concedida ao ex-ator pornô Alexandre Frota e a tentativa de censura à disciplina do professor Luis Felipe Miguel intitulada “O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil”. Juntamente com o CFM, suspendeu a criação de curso de Medicina no Brasil por cinco anos, por mais que o Brasil tenha um dos menores índices mundiais de médicos para sua população – a taxa das 27 capitais é de 5,07 médicos por mil habitantes. No Interior do País, esse índice é 1,28, ou seja, 3,9 vezes menor, gerando preços exorbitantes em custo deste curso nas faculdades.

Derrota acachapante para Eduardo Campos em 2006 – Na condição de vice-governador de Jarbas por duas vezes, Mendonça Filho foi ungido como candidato da União por Pernambuco com apenas uma dissidência – a do então senador Sérgio Guerra, que sonhava em ser o escolhido. Numa campanha alicerçada na força e no prestígio de Jarbas, Mendonça atravessou todo o seu período do primeiro turno como favorito de ponta a ponta, com Humberto Costa (PT) e Eduardo Campos (PSB) empatados em segundo lugar. Na última semana de campanha, as pesquisas apontavam os três principais candidatos embolados na disputa: Mendonça Filho com 35%, Humberto Costa, 22% e Eduardo Campos, 27%. O principal fato da campanha foi o indiciamento de Humberto Costa pela Polícia Federal por suspeita de envolvimento no escândalo dos vampiros quando ministro da Saúde. O indiciamento, no entanto, não se refletiu em grandes perdas eleitorais. O principal reflexo da citação do petista no escândalo foi o aumento do seu índice de rejeição. No final de agosto, antes de ser alvo das denúncias, o ex-ministro tinha 10% de rejeição – subiu para 18% em setembro, de acordo com o instituto Vox Populi. No início da campanha, Campos e Costa disputavam o apoio político do presidente Lula – ambos foram ministros no governo petista (Costa da Saúde, e Campos da Ciência e Tecnologia) e alternaram-se no segundo lugar nas pesquisas. Na disputa em segundo turno, entretanto, Mendonça acabou derrotado. Eduardo Campos teve uma votação avassaladora – 1.233.024 votos de diferença sobre Mendonça. Ao final da apuração, Eduardo ficou com 65,36% dos votos válidos, contra 34,64% do pefelista, que havia atingido 39,32% no primeiro turno. Com isso, obteve uma vitória com uma votação superior à de Jarbas Vasconcelos, em 1998, que derrotou o avô de Eduardo, Miguel Arraes, com uma diferença de 1.065.512 votos. Também concorreram ao governo do Estado Clóvis Corrêa Filho (Prona), Edilson Silva (PSOL), Kátia Telles (PSTU), Luiz Vidal (PSDC), Oswaldo Helder de Oliveira Alves (PCO) e Rivaldo Soares (PSL). Na disputa para senador, o ex-governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) ficou com a vaga, derrotando Luciano Siqueira (PC do B) e Jorge Gomes (PSB).

Três tentativas para governar Recife que não se concretizaram – Depois do insucesso nas urnas para o Governo de Pernambuco, Mendonça Filho tentou a Prefeitura do Recife na eleição municipal de 2008, obtendo o segundo lugar, perdendo para o petista João da Costa, apoiado pelo ex-prefeito João Paulo (PT). Voltou a ser candidato na eleição municipal de 2012, mas com um desempenho eleitoral mais frustrante do que a eleição anterior, ficando em quarto lugar, sendo eleito o socialista Geraldo Julio, apoiado por Eduardo Campos. Já nas eleições de 2018, após ter sido cotado como possível candidato a vice na chapa de Geraldo Alckmin para a Presidência da República, Mendonça foi um dos candidatos ao Senado pela coligação oposicionista. Após uma campanha acirrada, na qual  chegou a aparecer como um dos favoritos em pesquisas, ficou em terceiro lugar na disputa final, com 19,58%, sendo derrotado por Humberto Costa e Jarbas Vasconcelos, candidatos na chapa de Paulo Câmara. Nas eleições municipais de 2020, Mendonça Filho foi candidato a prefeito da capital, mais uma vez, pela coligação “Recife acima de tudo” (PSDB/PTB/PL/DEM), com Priscila Krause na vice. Ao final, recebeu 25,11% dos votos válidos no primeiro turno e, em razão de uma diferença inferior a 23 mil votos, não conseguiu ficar entre os dois mais votados, João Campos e Marília Arraes, que disputaram o segundo turno, sendo eleito o socialista.

Pai da reeleição e papel importante no impeachment de Dilma – Como autor da emenda à reeleição para presidente, governador e prefeito, aprovada em 1997, permitindo a Fernando Henrique Cardoso disputar de novo a Presidência da República, Mendonça Filho ganhou notabilidade, virou um político nacional, rompendo a fronteira do regionalismo. Mais na frente, em 2016, já na condição de líder da oposição no Congresso, coordenador do movimento pró-impeachment e um dos três integrantes do DEM na Comissão Especial responsável pelo relatório a favor da cassação de Dilma, Mendonça teve papel destacado na degola da ex-presidente. Tornou-se uma das principais pontes dos parlamentares com setores favoráveis ao impeachment, indo a São Paulo para encontros com empresários e gente de proa do mercado financeiro. Num momento em que os manifestantes chamaram os tucanos de “bundões”, como se viu com Aécio Neves e Geraldo Alckmin num protesto, Mendonça Filho, com seu estilo low profile, foi tratado como celebridade. Virou herói quando entrou com a ação que culminou na suspensão da posse do procurador Wellington Lima e Silva como ministro da Justiça. “Mendonça Filho, que tem agido como se espera de uma oposição em Brasília, convoca o povo para ir às ruas no dia 13 de março. É uma chance gigantesca de tirarmos essa quadrilha do poder”, postou o Movimento Brasil Livre nas redes sociais, às vésperas do protesto. Enquanto os tucanos saíram fugidos, Mendonça foi recebido com aplausos. “Não há espaço para político ficar em cima do muro. Vamos pressionar o Congresso Nacional e tirar o PT do poder”, gritou o deputado, que, deixando de lado o estilo comedido, ficou vermelho e soltou um “Fora, PT”. Foi imediatamente seguido pelo público. O processo de autorização do impeachment de Dilma passou na Câmara com o voto de 367 deputados a favor e 137 contra, e em sessão do Senado no dia 31 de agosto de 2016, com 61 votos favoráveis e 20 contrários. A principal acusação foi a edição de decretos suplementares sem autorização do Congresso, batizado de Pedaladas fiscais.

CURTAS

SECRETÁRIO DE AGRICULTURA, O PRIMEIRO CARGO – No Governo Joaquim Francisco, com apenas 24 anos, Mendonça Filho, já deputado estadual, foi convocado para assumir a Secretaria de Agricultura. Em sua gestão, criou o Programa Água Para Todos para construção de adutoras no Estado e o “Terra e Comida”, um programa de reforma agrária feito pelo Governo do Estado com a distribuição de 13.000 títulos de terra para agricultores da zona canavieira em troca de dívida de usineiros.

PAI E FILHO ELEITOS PARA A CÂMARA DOS DEPUTADOS – Ao final da sua passagem pela Secretaria de Agricultura, Mendonça Filho consegue uma façanha: ser eleito deputado federal em 1994, no mesmo pleito no qual o seu pai José Mendonça foi reeleito deputado federal, uma aposta que poucos acreditavam. A vitória de pai e filho consolidou, definitivamente, o Grupo Mendonça, exercendo forte influência na escolha de Mendonça Filho para vice de Jarbas Vasconcelos, em 1998. Na prole dos Mendonça, Mendonça Filho foi o segundo filho de uma família de seis irmãos. É casado com Taciana Vilaça Mendonça, filha do ex-ministro Marcos Vilaça, com quem tem três filhos, José, Ilanna e Vinícius.

AMANHÃ TEM GUSTAVO KRAUSE – A série prossegue amanhã trazendo o perfil do governador Gustavo Krause, que governou o Estado por 11 meses, com a renúncia de Roberto Magalhães para concorrer ao Senado nas eleições de 1986.

Perguntar não ofende: Bolsonaro vai ganhar a ação contra Lula por fake news nos móveis do Palácio da Alvorada que haviam sumido e foram encontrados?

Toca Jabô

A Justiça determinou a suspensão e apreensão dos passaportes de três suspeitos de envolvimento no crime que não foram presos e obrigou que eles usem tornozeleiras eletrônicas.

A possibilidade de saída do Brasil foi um dos motivos da antecipação da operação —deflagrada num domingo. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, ressaltou que houve agilidade na burocracia judicial. Sem passaporte e com tornozeleira eletrônica, fica difícil os suspeitos escaparem. As informações são do UOL.

Esses três suspeitos estão vinculados ao delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Ele é apontado como a autoridade policial que prometeu impunidade aos assassinos e teria agido para atrapalhar as investigações.

Os alvos das medidas cautelares são:

  • Giniton Lages, delegado que assumiu o departamento policial de homicídios da capital fluminense e dificultou a apuração;
  • Marco Antônio de Barros Pinto, comissário de polícia que teria prejudicado a investigação;
  • Érika Andrade de Almeida Araújo, esposa de Rivaldo, suspeita de lavar o dinheiro recebido do jogo ilegal;

As ordens partiram do ministro do STF Alexandre de Moraes. Ele é o relator do caso e quem homologou a delação premiada de Ronnie Lessa, um dos assassinos de Marielle e Anderson.

Suspensão de porte de arma

O delegado Giniton e o comissário da Polícia Civil tiveram o porte de arma suspenso. Eventuais certificados de colecionador, tiro esportivo ou caça também perderam a validade.

Os três estão proibidos de deixar a cidade em que moram. Também existe a obrigação de se apresentarem perante a Justiça às segundas-feiras.

Por último, os suspeitos estão proibidos de conversarem entre si. A violação de qualquer uma das medidas cautelares resulta em decretação de prisão.

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A nomeação do delegado Rivaldo Barbosa para a chefia da Polícia Civil do Rio de Janeiro em 2018 teria sido contraindicada pela inteligência da corporação, mas mantida e bancada pessoalmente pelo general Walter Braga Netto, interventor na Segurança Pública do estado naquele ano. 

Rivaldo Barbosa foi preso na manhã deste domingo (24) pela Polícia Federal. A suspeita é de que ele tenha atuado para impedir a resolução do assassinato da vereadora Marielle Franco e do seu motorista, Anderson Gomes. As informações são da jornalista Ana Flor, da GloboNews.

Indícios colhidos por investigadores apontariam, segundo apuração do site g1, que Barbosa prometeu, ainda antes do crime, que Domingos Brazão e Chiquinho Brazão, supostos mandantes do assassinato, ficariam impunes.

Na GloboNews, a reportagem afirma que “a nomeação de Rivaldo Barbosa para a chefia da Polícia Civil, lá naquele momento [2018]…vamos lembrar: um dia antes da morte de Marielle Franco…essa nomeação foi contraindicada pela área de inteligência, mas ela foi bancada por Braga Netto“.

Não está claro, ainda, as motivações do setor de inteligência da corporação fazer a recomendação de barrar a indicação do delegado, que comandava o Departamento de Homicídios da Polícia Civil, antes de assumir o comando geral da corporação.

Também ainda falta elucidar o que levou Braga Netto a manter a nomeação mesmo diante das evidências levantadas. O general, importante frisar, ainda não comentou o caso.

Segundo informações antecipadas por Andrei Rodrigues, diretor-geral da PF, em entrevista ao blog de Ana Flor, as circunstâncias da nomeação de Barbosa serão alvo de uma investigação específica da Polícia Federal. Mais detalhes foram prometidos para a coletiva de imprensa do ministro Ricardo Lewandowski, programada para a tarde deste domingo.

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Partido de Marielle Franco, o Psol pedirá a cassação do deputado Chiquinho Brazão e entrará com ação no Tribunal de Contas do Estado do RJ para que Domingos Brazão seja excluído definitivamente dos quadros do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ). Os dois irmãos foram presos pela Polícia Federal neste domingo, acusados de mandar matar a vereadora carioca. O ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa também foi preso, sob a acusação de atrapalhar as investigações do assassinato de Marielle e de seu motorista, Anderson Gomes. As representações estão sendo finalizadas pela assessoria jurídica do partido.

Além das três prisões, foram expedidos 12 mandados de busca e apreensão na sede da Polícia Civil do Rio e no Tribunal de Contas do Estado. Documentos e aparelhos eletrônicos foram levados pelos agentes policiais. A Operação Murder Inc. conta com a participação da Procuradoria-Geral da República e do Ministério Público do Rio de Janeiro. A Câmara deve decidir pela manutenção da prisão de Chiquinho até terça-feira. As informações são do Congresso em Foco.

Uma das linhas de investigação, deflagrada pela delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, é de que o crime tenha sido motivado pela expansão territorial da milícia no Rio. A delação de Lessa foi homologada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. A operação foi deflagrada no domingo, excepcionalmente, para surpreender os suspeitos. O ex-PM está preso desde 2019, junto com Elcio Queiroz, foram os executores do crime.

Irmã de Marielle, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, disse que “hoje é mais um grande passo para conseguirmos as respostas que tanto nos perguntamos nos últimos anos”, escreveu no X. “Agradeço o empenho da PF, do gov federal, do MP federal e estadual e do Ministro @alexandre. Estamos mais perto da Justiça!”, completou.

Quando vazou a delação de Ronnie Lessa, publicada pelo site The Intercept, antes mesmo da homologação por Alexandre de Moraes, o nome de Domingos apareceu como sendo um dos mandantes. Na ocasião, ele negou envolvimento e disse que “tinha a mesma posição política que Marielle”. O processo subiu para o Supremo Tribunal Federal após as investigações alcançarem o deputado federal Chiquinho Brazão, que tem foro privilegiado.

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O prefeito de Sertânia, Ângelo Ferreira (PSB), afirmou que enviou para a Câmara de Vereadores um projeto de lei para aumentar o salário dos professores da rede municipal de ensino. O aumento proposto é de 19,11%, no nível inicial da carreira do magistério. “É um aumento significativo e importante para os professores”, diz o gestor.

Confira o anúncio feito pelo prefeito:

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Da Agência Brasil

A justiça para o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes requer responsabilização dos culpados, reparação aos familiares e medidas de prevenção a novos casos de violência política, defendeu em nota o Comitê Justiça Por Marielle e Anderson, que reúne os familiares das vítimas, Anistia Internacional, Instituto Marielle Franco, Justiça Global e Terra por Direitos.

“Continuaremos lutando por justiça para que a investigação sobre os mandantes avance, para que haja o devido julgamento de todos os acusados desse crime brutal que nos tirou Marielle Franco e Anderson Gomes e, sobretudo, para que a sociedade brasileira finalmente tenha as respostas às perguntas: quem mandou matar Marielle Franco e por quê?”, escreveu o grupo.

“Até hoje, a falta de respostas sobre quem mandou matar Marielle vem funcionando como um aval do Estado para que outros ataques à população negra, favelada e periférica ocorram”.

Na manhã deste domingo (24), a Operação Murder Inc. cumpriu três mandados de prisão preventiva e 12 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), todos na cidade do Rio de Janeiro. Foram presos Domingos Brazão, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Rio, Chiquinho Brazão, deputado federal do Rio, e Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio.

O comitê destaca que a delação de Ronnie Lessa, acusado de ter matado Marielle e Anderson, mostra que agentes ou ex-agentes do Estado, dentre eles um chefe da polícia responsável pelas investigações, estariam envolvidos em todos os níveis do crime.

“Esse caso reflete a impunidade estrutural em casos de crimes cometidos por agentes ou ex-agentes do Estado contra a vida de defensores de direitos humanos e civis como Marielle e Anderson Gomes, segmentos da sociedade que sofrem lesões a direitos de forma massificada na sociedade e têm dificuldade estrutural de acesso à justiça”.

O grupo considera que a impunidade dessas violações contra a população afro-brasileira permite a repetição de atos semelhantes e a perpetuação do racismo estrutural.

“Ressaltamos que, no Brasil, não há uma política de reparação aos familiares e vítimas de violência do Estado que garanta investigação independente, participação efetiva nas investigações, indenização e apoio psicológico contínuo. Por isso, entendemos que o sistema de justiça, aqui inserido as forças policiais em todos seus níveis, historicamente, não oferece respostas efetivas diante de vítimas de violência do Estado”.

Cabo de Santo Agostinho - Refis 2023

Do Poder360

O ato “pró-democracia” convocado pelo Partido dos Trabalhadores e pela esquerda no sábado (23) em São Paulo teve um público de 1.000 a 1.350 pessoas. O Poder360 fez fotos de alta resolução, com drone, e contou um a um os presentes no horário de maior concentração (de 15h57 a 15h59) e chegou a um público de 1.347 – que é uma cifra aproximada, mas muito perto do número de presentes à manifestação.

A mobilização foi realizada no largo de São Francisco, em frente à Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo). Estiveram presentes os ex-presidentes do PT José Dirceu e José Genoino. O local da manifestação foi escolhido, entre outras razões, porque foi ali que as esquerdas e parte da sociedade civil fizeram a leitura de cartas pró-democracia em 11 de agosto de 2022, durante a campanha eleitoral daquele ano.

Houve vários atos semelhantes em cidades do Brasil e no exterior. A adesão dos militantes em São Paulo foi modesta –apesar de no 2º turno das eleições de 2022 o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ter recebido a maioria dos votos na cidade de São Paulo. À época, o petista venceu Jair Bolsonaro (PL) com 53,54% dos votos válidos na capital paulista.

As manifestações esquerdistas começaram a ser planejadas para todo o país dias depois do ato de 25 de fevereiro organizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na avenida Paulista. Foram divulgadas em massa nos canais de comunicação do Partido dos Trabalhadores, como o Telegram e o site oficial da sigla. A presidente nacional da sigla, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), também fez convocações em suas redes sociais e participou do ato em Salvador, capital da Bahia.

No ato do ex-presidente Jair Bolsonaro na avenida Paulista em 25 de fevereiro, cerca de 300 mil a 350 mil estiveram presentes, estimou o Poder360. Apesar de a esquerda ter desejado dar uma resposta aos bolsonaristas, colocando seus apoiadores na rua, as manifestações do sábado em São Paulo e em outras cidades tiveram bem menos público.

Procurada pelo jornal digital antes da realização dos atos, a organização das manifestações de esquerda não deu nenhuma estimativa de público. Em Salvador, a expectativa, segundo o Poder360 havia ouvido de caciques petistas, era que cerca de 10.000 pessoas comparecessem, pois o PT está no comando do governo da Bahia há 17 anos. Não foi o que se passou e pouco mais de 1.000 pessoas foram ao encontro.

Para fazer a estimativa de público na cidade de São Paulo, o Poder360 fez várias fotos aéreas com drone de 15h50 às 16h. Como eram poucas pessoas, foi possível contar uma a uma, uma vez que as imagens foram registradas com alta resolução e analisadas numa tela de 27 polegadas de um computador iMac na Redação do Poder360.

Como o tempo estava instável e chovia em alguns momentos, muitas pessoas estavam com guarda-chuvas. O Poder360 fez 2 cálculos nesses casos. Primeiro, considerou que havia uma pessoa embaixo de cada guarda-chuva. Assim, foi possível contar 998 presentes. Depois, numa segunda estimativa, consideram-se duas pessoas em média por guarda-chuva, e assim, chegou-se a 1.347 presentes.

O público em eventos é flutuante, especialmente porque as pessoas se movimentam no local e a ocupação pode mudar ao longo do dia. Algumas áreas ficaram mais ou menos cheias ao longo da tarde.

É necessário registrar que não é possível identificar com clareza nas imagens o público que fica embaixo de árvores ou de marquises de prédios.

Caruaru - Geracao de emprego

Os suspeitos de mandar matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes em 2018, os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, e o delegado Rivaldo Barbosa, suspeito de atrapalhar as investigações, chegaram a Brasília na tarde deste domingo (24). Os três foram alvos de mandados de prisão preventiva expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O avião decolou do Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), no Rio de Janeiro, por volta das 14h30, e pousou no hangar da Polícia Federal no Aeroporto de Brasília às 15h53. Os suspeitos foram levados ao Instituto de Medicina Legal (IML) da Polícia Civil do DF, onde passaram por exames. As informações são do g1.

De acordo com a PCDF, “exame de corpo de delito é praxe sempre que há translado de preso”. Em seguida, devem ser levados à Penitenciária Federal de Brasília, considerada de segurança máxima, onde vão cumprir a prisão preventiva.

Domingos foi citado no processo desde o primeiro ano das investigações, em 2018, e chegou a depor no caso três meses após o atentado. Os Brazão sempre negaram envolvimento no crime. Ubiratan Guedes, advogado de Domingos, declarou “ter certeza absoluta” de que seu cliente é inocente. 

Segundo investigadores ouvidos pela GloboNews, as prisões em pleno domingo foram motivadas pelos avanços em série nos últimos dias – e por vazamentos de informações que poderiam retirar o “fator surpresa” da investigação.

Os três foram alvos de mandados de prisão preventiva expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na Operação Murder, deflagrada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e pela Polícia Federal (PF).

Os presos passaram por audiência de custódia – de maneira remota – na sede da PF no Rio, fizeram exames de corpo de delito no Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão) e foram encaminhados para a Penitenciária Federal de Brasília.

Belo Jardim - Patrulha noturna

Do g1

Em delação premiada, Ronnie Lessa entregou nome de quem mandou matar Marielle Franco

Uma operação conjunta da Procuradoria Geral da República, do Ministério Público do Rio de Janeiro e da Polícia Federal prendeu neste domingo (24) três suspeitos de serem os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco, em março de 2018.

Foram presos Domingos Brazão, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Chiquinho Brazão, deputado federal do Rio de Janeiro, e Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil do Rio.

Na semana passada, Ronnie Lessa, autor dos disparos que mataram Marielle Franco e Anderson Gomes, entregou os mandantes e as circunstâncias do atentado contra a vereadora. Na ocasião, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, anunciou a homologação da delação no caso.

Segundo a apuração de César Tralli, o ex-PM deu detalhes de reuniões que manteve com quem o contratou, antes e depois dos homicídios. Os mandantes, segundo Lessa, integram um grupo político poderoso no Rio de Janeiro com vários interesses em diversos setores do Estado.

Até a última atualização desta reportagem, o nome dos mandantes não foi revelado.

O assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) e de seu motorista Anderson Gomes completou 6 anos nesta quinta-feira (14). O último foi detido no final de fevereiro: Edilson Barbosa dos Santos, o Orelha, apontado como o responsável por desmanchar o Cobalt prata usado no 14 de março de 2018.

Até agora, sete suspeitos estão presos:

Domingos Brazão, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado;

Chiquinho Brazão, deputado federal do Rio de Janeiro;

Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil do Rio;

Edilson Barbosa dos Santos, o Orelha, apontado como o responsável por desmanchar o Cobalt usado na execução;

Ronnie Lessa, apontado como o autor dos disparos que mataram e vereadora e o motorista;

Élcio de Queiroz, confessou que dirigia o carro usado na execução;

e Suel, acusado de ceder um carro para Ronnie Lessa esconder as armas usadas no crime.

Ronnie Lessa

Foi preso em março de 2019. Na delação de Élcio de Queiroz, é apontado como autor dos disparos. Lessa foi expulso da PM e condenado, em 2021, a 4 anos e meio de prisão pela ocultação das armas que teriam sido usadas no crime — pena aumentada depois para 5 anos.

Até ser preso, em 12 de março de 2019, ele tinha a ficha limpa. Egresso do Exército, foi incorporado à Polícia Militar em 1992. Depois, virou adido da Polícia Civil. Trabalhou na extinta Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos (Drae), na Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) e na extinta Divisão de Capturas da Polinter Sul.

Foi nessa experiência como adido que, segundo as investigações, Lessa impulsionou sua carreira criminosa. Como muitos agentes na mesma situação, conhecia mais as ruas que os policiais civis. Destacou-se pela agilidade e pela coragem na resolução dos casos. Nos bastidores da polícia, o comentário é que essa fama chamou a atenção do contraventor Rogério Andrade, que travava uma disputa com o também contraventor Fernando Iggnácio de Miranda.

Élcio de Queiroz

Ex-sargento da Polícia Militar, expulso da corporação em 2015. Após 4 anos preso, ele fez uma delação premiada e admitiu que dirigia o carro que perseguiu o veículo onde estavam a vereadora e seu motorista. Élcio foi preso no mesmo dia que Lessa.

No depoimento, apontou a participação de mais uma pessoa, Maxwell Simões Corrêa, o Suel, nas mortes de Marielle e Anderson.

Suel

Ex-sargento do Corpo de Bombeiros, é acusado de ter cedido um carro para a quadrilha esconder as armas após o crime e auxiliar no descarte delas.

Segundo a deleção de Queiroz, o ex-bombeiro também participou de uma tentativa frustrada de matar a vereadora em 2017. Naquela ocasião, Maxwell, que estava dirigindo, não teria conseguido emparelhar com o táxi onde estava Marielle na hora que Lessa mandou.

Lessa, Queiroz e Suel já são considerados réus pelo crime pelos homicídios de Marielle e Anderson.

Amigos, Ronnie e Elcio estão presos em penitenciárias federais de segurança máxima e serão julgados pelo Tribunal do Júri. O julgamento ainda não tem data marcada.

Orelha

Edilson Barbosa dos Santos, o Orelha, é apontado como dono do ferro-velho que desmanchou o Cobalt prata, usado no assassinato. Segundo a denúncia do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o Cobalt foi levado até Edilson no dia 16 de março de 2018. De acordo com os promotores, o dono do ferro-velho “embaraçou a investigação”, uma vez que deu sumiço ao veículo usado no homicídio.

Presos e soltos

Além dos sete suspeitos, outras quatro pessoas também foram presas em desdobramentos do caso, mas acabaram soltas.

Em 2019, alvos da Operação Submersus, Elaine de Figueiredo Lessa (mulher de Ronnie) e Bruno Figueiredo (cunhado de Ronnie, irmão de Elaine) foram presos preventivamente.

Elaine foi apontada como suspeita de comandar as ações para sumir com as armas do marido e apagar vestígios da quadrilha, enquanto seu irmão teria ajudado na empreitada.

José Márcio Mantovano, o Márcio Gordo, foi preso após ser flagrado retirando uma caixa — supostamente com armas — de um apartamento de Ronnie Lessa no bairro do Pechincha, na Zona Oeste.

Já Josinaldo Lucas Freitas, o Djaca, teria sido o destinatário das supostas armas recolhidas por Márcio Gordo. Djaca teria ainda alugado um barco para se livrar do armamento em alto-mar na Barra da Tijuca, também na Zona Oeste. A arma do crime nunca foi encontrada.

Vaivém das investigações

Na Polícia Civil, as investigações da morte de Marielle Franco e Anderson Gomes ficaram a cargo, desde o dia do crime, da Delegacia de Homicídios da Capital, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste.

A especializada não apura mais o caso: em fevereiro de 2023, o então ministro da Justiça, Flávio Dino, autorizou a Polícia Federal a abrir um inquérito para investigar os dois assassinatos e a tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves.

Delegados que já estiveram à frente das investigações:

Giniton Lages (2018-2019)

Daniel Rosa (2019-2020)

Moisés Santana (2020-2021)

Edson Henrique Damasceno (2021-2022)

Alexandre Herdy (2022)

Responsáveis no Ministério Público:

O promotor Homero Freitas ficou responsável pela investigação nos primeiros meses.

Ainda em 2018, Simone Sibilio e Letícia Emile, com auxílio do Grupo de Atuação Especializada e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), passaram a comandar as investigações até 2021, quando deixaram a força-tarefa.

Em 2023, uma nova equipe de trabalho foi montada. A família de Marielle Franco foi recebida pelo Procurador-Geral de Justiça, Luciano Mattos, e pelos integrantes, que atualmente contam com os seguintes promotores:

Eduardo Morais Martins;

Paulo Rahba de Mattos;

Patrícia Costa dos Santos;

Gláucia Rodrigues Torres de Oliveira Mello;

Pedro Eularino Teixeira Simão;

Mário Jessen Lavareda;

Tatiana Kaziris de Lima Augusto Pereira.

Vitória Reconstrução da Praça

Do g1

A Polícia Federal prendeu neste domingo (24) três suspeitos de mandar matar Marielle Franco, em um atentado em março de 2018, no qual também morreu o motorista Anderson Gomes. 

Foram presos: Domingos Brazão, que é atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado; Chiquinho Brazão, deputado federal do Rio de Janeiro e irmão de Domingos Brazão; e Rivaldo Barbosa, que é ex-chefe de Polícia Civil do Rio.

A prisão faz parte da Operação Murder, deflagrada neste domingo pela Polícia Federal em conjunto com a Procuradoria-Geral da República e Ministério Público do Rio de Janeiro.

Os irmãos Brazão são políticos com longa trajetória no estado do Rio de Janeiro. Historicamente, essa família tem um reduto eleitoral e político em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, região dominada por grupos paramilitares.

Rivaldo é investigado por obstruir a investigação — ele assumiu a chefia da Polícia Civil um dia antes do atentado. E era uma pessoa da confiança da família de Marielle.

A seguir, veja a trajetória dos três suspeitos.

Domingos Brazão é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), o que lhe dá direito a foro especial. Por causa disso, ele só pode ser julgado diretamente pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Foi por esse motivo que a investigação do caso Marielle, que começou na polícia civil do RJ, foi federalizada em fevereiro de 2023.

Ele sempre negou envolvimento com o crime e teve a prisão preventiva expedida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Trajetória na política e acusações – Durante a década de 1990, Domingos trabalhou na Câmara dos Vereadores do Rio como assessor parlamentar. Ele foi eleito a um cargo público pela primeira vez em 1996 para ocupar uma cadeira na Câmara de Vereadores do Rio.

Dois anos depois, Domingos foi eleito deputado estadual, cargo que exerceu por cinco mandatos consecutivos na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

Em 2015, ele foi indicado e eleito por ampla maioria para uma cadeira no Tribunal de Contas do Estado (TCE) e, por conta disso, se desfiliou do MDB. Naquele ano, a escolha chegou a ser questionada por ele não ter apresentado as certidões cíveis, criminais e eleitorais.

À época, Brazão era réu em um processo de abuso de poder econômico e compra de votos através de centros sociais da sua família na Zona Oeste do Rio. Além disso, se livrou de uma queixa-crime feita pela então deputada estadual Cidinha Campos, ao Tribunal de Justiça do Rio, em um processo de 2014 em que ambos trocaram insultos e palavrões no plenário da Alerj.

Durante seu mandato na Alerj, Brazão chegou a ser afastado por causa de denúncias de compra de votos, mas foi reconduzido ao cargo após uma liminar favorável do então ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Entre os principais redutos eleitorais de Brazão estava Rio das Pedras, o berço da milícia carioca. A sua influência na região fez com que ele fosse citado no relatório final da CPI das Milícias, em 2008. O ex-deputado negou ter envolvimento com grupos paramilitares e os crimes investigados.

Domingos Brazão também foi acusado e depois absolvido de um assassinato, que ele mesmo já admitiu ter cometido. Ele falou sobre isso em plenário da Alerj, em meio a uma briga com a então deputada estadual Cidinha Campos, que o acusava de ter feito ameaças.

“Matei, sim, uma pessoa. Mas isso tem mais de 30 anos, quando eu tinha 22 anos”, disse na ocasião. “Foi um marginal que tinha ido à minha casa, no dia do meu aniversário. A Justiça me deu razão.”

Em 2017, Brazão foi preso temporariamente com outros quatro conselheiros do TCE na Operação Quinto do Ouro, um desdobramento da Lava Jato no Rio. Ele responde até hoje pela suspeita de integrar um suposto esquema criminoso composto por membros do Tribunal de Contas para receber propina em cima dos contratos do estado.

Sua prisão o levou ao afastamento do cargo. Ele só voltou a ser conselheiro em maio do ano passado, após uma decisão favorável da Justiça do Rio.

Mesmo com o retorno de Brazão ao TCE, o STF manteve a ação penal que investiga o suposto esquema de propina.

Próximos passos da investigação

O nome de Brazão foi citado no processo de Marielle desde o primeiro ano das investigações, em 2018.

O primeiro depoimento dele aconteceu em 18 de junho, quando o caso ainda estava nas mãos da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Ele foi intimado a depor na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), que investigava o caso na época. Ele já era suspeito de tentar atrapalhar o inquérito através de uma testemunha falsa.

No depoimento, Brazão disse que teve conhecimento de quem era Marielle em dois momentos: “por ter sido a quinta vereadora mais votada e após sua morte”, salientou aos investigadores.

Em 2019, ele foi denunciado pela Procuradoria Geral da República (PGR) por obstrução de justiça no caso.

Nesse mesmo relatório da PGR — baseado em um inquérito assinado pelo delegado Leandro Almada da Costa, hoje superintendente da PF do Rio —, Brazão foi apontado como suspeito de ser o autor intelectual do crime. Essa acusação se baseou em conversas interceptadas dos suspeitos envolvidos no caso da falsa testemunha.

O relatório disse que Brazão é “efetivamente, por outros dados e informações que dispomos, o principal suspeito de ser o autor intelectual dos crimes contra Marielle e Anderson, o que deve ser objeto de criteriosa investigação por quem de direito”.

A PGR, porém, não pediu o indiciamento do conselheiro, já que não investigava diretamente o caso. Na época, o órgão fazia o que ficou conhecido como “investigação da investigação”, isto é, revisava o processo judicial que era tocado pela Polícia Civil para avaliar se havia ocorrido algum desvio.

A denúncia, porém, não avançou no inquérito da Delegacia de Homicídios.

Já a suspeita de atrapalhar as investigações foi apresentada ao STJ em 2019, mas foi rejeitada. A justificativa apresentada pelo relator do caso, Raul Araújo, era de que não entrava no mérito da acusação, mas alegava que o caso deveria tramitar na Justiça comum do Rio, pois Brazão estava afastado do TCE e não tinha mais o foro especial.

No ano passado, o Tribunal de Justiça do Rio também rejeitou a denúncia, acolhendo um pedido do Ministério Público do Estado. Na época, a promotoria considerou que o conselheiro não atuou para atrapalhar as investigações.

O deputado federal João Francisco Inácio Brazão (União Brasil) também tem foro especial. Conhecido como Chiquinho Brazão, ele tem 62 anos, e é o irmão do meio de outros dois políticos no RJ: o deputado estadual Manoel Inácio Brazão, mais conhecido como Pedro Brazão, e Domingos Brazão.

Trajetória na política – Empresário de postos de gasolina, Chiquinho Brazão foi vereador na Câmara Municipal do RJ pelo MDB por 12 anos, inclusive durante os dois primeiros anos de mandato de Marielle, entre 2016 e março de 2018, quando foi assassinada.

Em 2018, Chiquinho foi eleito para a Câmara dos Deputados pelo Avante e, em 2022, foi reeleito, mas, desta vez, pelo União Brasil. Naquele ano, ele teve 25.817 votos.

Em outubro de 2023, o político se afastou da Câmara dos Deputados e assumiu o comando da Secretaria Municipal de Ação Comunitária, no governo de Eduardo Paes (PSD). A indicação foi feita pelo Republicanos, partido do ex-prefeito Marcelo Crivella. Em fevereiro deste ano, ele foi exonerado do cargo pelo prefeito. À época, segundo a prefeitura, a exoneração ocorreu a pedido do próprio Chiquinho.

Em maio do ano passado, Chiquinho chegou a receber dos deputados Pedro Brazão, seu irmão, e de Marcelo Ferreira Ribeiro, conhecido como Marcelo Dino, a maior honraria da Alerj, a medalha Tiradentes.

Ao contrário do irmão, Chiquinho nunca havia sido citado no caso Marielle e, quando perguntado, alega que teve um bom convívio e relação com Marielle Franco nos dois anos em que dividiram o plenário da Câmara do Rio.

O delegado Rivaldo Barbosa foi empossado como chefe da Polícia Civil do RJ em 13 de março de 2018, um dia antes do atentado. Graduado em direito, Rivaldo era coordenador da Divisão de Homicídios e foi convidado para o posto pelo então interventor federal, o general Walter Braga Netto.

Durante seu discurso, Rivaldo chegou a enfatizar a necessidade de combater a corrupção e “levar tranquilidade à sociedade carioca”.

rivaldo assumiu a chefia da Polícia Civil um dia antes do atentado.

Um dia após o assassinato de Marielle, Rivaldo disse em entrevista que o caso era um atentado contra a democracia e extremamente grave. “Vamos adotar todas as formas possíveis e impossíveis para dar resposta a este caso gravíssimo”, afirmou na época.

A família de Marielle confiava em Rivaldo. Em entrevista nesta manhã, a mãe de Marielle, a Marinete, disse que a prisão dele foi a sua maior surpresa. “A minha filha confiava nele e no trabalho dele. E ele falou que era questão de honra dele elucidar [a morte da vereadora]. Por questões óbvias, porque a Marielle, além dele confiar, a Marielle garantiu a entrada do doutor Rivaldo no Complexo da Maré depois de uma chacina para ele entrar e sair com a integridade física garantida”.

Monica Benicio, viúva de Marielle, também lamentou “saber que o homem que nos abraçou, prestou solidariedade e sorriu hoje tem envolvimento”.

A viúva de Anderson Gomes, motorista de Marielle que também foi morto a tiros no atentado contra a vereadora, afirmou que a suspeita contra Barbosa é um “tapa na cara”.

Foi Rivaldo quem levou Giniton Lages para ser o encarregado da investigação do Caso Marielle.

Na primeira fase do caso Marielle, Rivaldo ligou para Lages e mandou que ele interrogasse o então policial militar Rodrigo Ferreira, o Ferreirinha, apresentado como testemunha de uma conversa entre Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando da Curicica, e o vereador Marcello Siciliano, em que teriam planejado matar a psolista.

No entanto, ficou comprovada que a versão era falsa, como foi confirmado, dez meses depois, numa apuração paralela da Polícia federal, que ficou conhecida como “investigação da investigação”.

Dias depois da morte de Marielle, Rivaldo se reuniu com parlamentares da bancada do Psol para garantir que o crime seria esclarecido o mais rápido possível.

Em uma entrevista coletiva, o delegado chegou a dizer: “Nós estamos no caminho certo. A complexidade está na forma de atuação dos assassinos. Mas, a gente está fazendo de tudo para esclarecer essa atividade criminosa”.

Barbosa sempre realçou em seu currículo a expertise no setor de inteligência. Em 2007, chefiou a Coordenadoria de Informação e Inteligência Policiais (Cinpol) e, pouco mais de um ano depois do curso na ESG, liderou a captura de João Rafael da Silva, o Joca, que dividia o comando da venda de drogas na Rocinha com Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem.

A equipe de Barbosa o monitorou até encontrá-lo em Fortaleza (CE) e cumpriu a ordem de prisão sem um único disparo — o que motivou elogios ao trabalho.

No mesmo ano, Barbosa também foi o responsável pelo plano de inteligência e segurança dos Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio. Em agosto do ano seguinte, tornou-se subsecretário de Inteligência da Secretaria de Segurança, onde ficou por quase três anos, na gestão do ex-governador Sérgio Cabral.

A partir de 2009, esteve no comando da Divisão de Capturas e Polícia Interestadual até assumir a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), em 2012.

Foi o delegado que investigou o caso do desaparecimento e morte do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, crime ocorrido em julho de 2013, na Favela da Rocinha, Zona Sul do Rio. Vários policiais militares foram presos.

Em seguida, ele tornou-se diretor da Divisão de Homicídios, responsável pelas três delegacias que cuidam de desvendar assassinatos no estado.

Atualmente, ele se encontra à frente da Coordenadoria de Comunicações e Operações Policiais, que cuida da operação com rádios da corporação.

O policial também é professor e coordenador adjunto do curso de direto em uma universidade privada.

Nas redes sociais, Rivaldo Barbosa costuma compartilhar formaturas e trabalhos de seus alunos na instituição. Ele é professor da faculdade desde 2003 e assumiu como coordenador adjunto em julho de 2022, de acordo com informações postadas em sua página no Linkedin.

Da Agência Brasil

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou neste domingo (24) que as investigações da Polícia Federal (PF) levaram ao esclarecimento dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorrido há pouco mais de seis anos, em março de 2018, no centro do Rio de Janeiro.

Mais cedo, a Operação Murder Inc, deflagrada pela PF, prendeu, na capital fluminense, Domingos Brazão, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), o deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ), e Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro. 

“Este momento é extremamente significativo, é uma vitória do Estado brasileiro, das forças de segurança com relação ao combate ao crime organizado. E aqui é preciso ressaltar o grande e relevante papel da Polícia Federal”, destacou o ministro.

A entrada da PF no caso Marielle ocorreu em fevereiro do ano passado, por decisão do então ministro da Justiça, Flávio Dino. Segundo Lewandowski, até que surjam novos elementos, o assassinato de Marielle e de Anderson, fuzilados dentro do carro enquanto voltavam de uma atividade de trabalho, foi finalmente desvendado e encerrado.

“Temos bem claro os executores deste crime odioso, hediondo, por ser de natureza claramente política. A polícia, em suas investigações, identificou os mandantes e os demais envolvidos nessa questão. É claro que poderão surgir novos elementos, que levarão a um relatório complementar da Polícia Federal, mas, neste momento, os trabalhos foram dados como encerrados”, afirmou.

Os três suspeitos presos, de forma preventiva (sem prazo), estão nesse momento em deslocamento do Rio de Janeiro para Brasília, em avião da Polícia Federal, e devem chegar à capital federal por volta das 16h30. Em seguida, serão levados para a Penitenciária Federal de Brasília, onde ficarão à disposição da Justiça. Agora, caberá ao Ministério Público Federal (MPF) oferecer denúncia para que eles se tornem réus.

Delação e medidas cautelares

A prisão dos suspeitos ocorre menos de uma semana depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) homologar o acordo de delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, executor dos assassinatos. Por envolver político com foro privilegiado, como é o caso do deputado federal Chiquinho Brazão, o caso passou a ser conduzido na Corte pelo ministro Alexandre de Moraes. Foi de Moraes a decisão de expedir os mandados de prisão, bem como de medidas cautelares contra outros envolvidos.

Além dos três presos, a PF executou mandados de busca e apreensão de documentos, passaportes e aparelhos eletrônicos de Érica Andrade, esposa do delegado Rivaldo Barbosa; de Ginilton Lajes, delegado de Polícia Civil e ex-chefe Departamento de Homicídios do Rio de Janeiro; Marco Antonio Barros, comissário da Polícia Civil; e Roberto Calixto Fonseca, assessor do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro. Também houve sequestro de bens e valores, e bloqueio de contas dos envolvidos, proibição de contato com outros investigados e uso de tornozeleira eletrônica.

“De fato, a nossa conclusão é essa. Esses são os mandantes do crime. Nesse momento, a PF encerra essa fase da investigação, apontando não só os mandantes, mas também apontando os executores e os intermediários que, de alguma maneira, tenham relação com o crime.  Isso não invalida que eventuais outras outras ações sejam adotadas, a partir, inclusive, dessa etapa das apreensões e análise de materiais que vai ser feita e encaminhada ao Poder Judiciário”, afirmou o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, durante a coletiva.

O Republicanos de Pernambuco reforçou seu time para as eleições deste ano. Foi oficializada neste sábado (23) a filiação ao partido do atual Secretário de Saúde de Itaíba, Pedro Pilota, pré-candidato à prefeitura do município. O ato contou com a presença do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, do presidente do Republicanos em Pernambuco, Samuel Andrade, e de lideranças da região. 

“Muito bom poder formalizar minha filiação ao Republicanos ao lado de grandes lideranças do partido. Sigo motivado e inspirado a dar continuidade às transformações na cidade implementadas pela prefeita Regina nos últimos anos”, afirmou Pedro Pilota. 

O prefeito de Araripina, Raimundo Pimentel, esteve neste domingo (24) no distrito de Nascente para assinar a ordem de serviço de uma obra de grande impacto para a comunidade: a pavimentação de 10 ruas no bairro João da Mata. Serão quase 8.000 metros quadrados de área pavimentada, com um investimento de mais de R$ 1 milhão de recursos do município.

O evento contou com a presença do vice-prefeito Evilásio Mateus, dos vereadores Aurismar Pinho, Evandro Delmondes e Kalígia Mateus, do suplente Leonardo Pereira, além do representante responsável pela obra, secretários municipais e a população do distrito.

Em seu discurso, o prefeito Raimundo Pimentel destacou a importância da obra para o desenvolvimento de Nascente. “Essa obra, que sempre foi um sonho dos moradores da João da Mata, vai melhorar a qualidade de vida de todos. As ruas pavimentadas vão facilitar o acesso às casas, trazer mais segurança e conforto para as famílias, além de valorizar os imóveis”, afirmou.

Pimentel também ressaltou o compromisso da gestão municipal com o desenvolvimento dos distritos de Araripina. “Estamos trabalhando para levar investimentos a todos os cantos do município. Hoje, temos obras em todos os seis distritos de Araripina. Nascente é praticamente uma cidade dentro de Araripina; é um distrito importante e merece atenção especial. Esta obra é apenas o começo de muitas outras que virão”, disse o prefeito.

O escritor, jornalista, cineasta e crítico de artes Ipojuca Pontes produz nesta oportunidade uma leitura histórica da Revista NORDESTE, desde seus primeiros passos quando conversou com o fundador da publicação em Copacabana, no Rio de Janeiro, como incentivo ao Projeto Editorial brasileiro neste ano de 2024, comemorando 18 anos de circulação ininterrupta.

Ipojuca Pontes faz um mergulho na história citando a tradição da Paraíba desde o século passado de produzir revistas de conteúdo qualificado.

Ele lembra ainda que em 2004 presenteou o visionário Walter Santos com o livro “ A História do The New York Times” como leitura e estímulo ao novo desafio. Para ele, a Maioridade da NORDESTE lhe faz com padrão e nível com o que há de mais qualificado no mercado editorial brasileiro. 

Leiamos seu texto na íntegra:

Ipojuca Pontes     

A Paraíba tem seu histórico no que tange a publicação de revistas.  De fato, já no início do século passado, entre 1921 e 1926, pontificou entre nós a revista Era Nova, o magazine que conquistou as exigências da emergente classe média cabocla – e isso antes mesmo de despontar no Rio de Janeiro, em 1928, O Cruzeiro, revista criada pelo paraibano Assis Chateaubriand e, de imediato, considerada “a “maior e melhor da América Latina”. 

A nossa Era Nova, fruto do esforço de empreendedores nativos, tinha o jornalista Severino de Lucena como diretor e, no cargo de editor-chefe, a figura de Sinésio Guimarães .  

Inicialmente publicada em Bananeiras, a revista tornou-se quinzenal ao se transferir para a futura João Pessoa, atraindo assinantes e leitores pelo rigor da informação e a marcante qualidade gráfica.

Em pouco tempo, a Era Nova passou a circular em várias cidades do Estado, como João Pessoa, abrindo pontos de venda em Campina Grande e no Recife. Sua editoria ativa se voltou para publicação de reportagens regionais ao tempo em que explorou espaços dedicados a notícias em geral, colunas sobre moda e comentários literários, contos e poesia.   

Por sua vez, a revista mantinha articulistas de prestígio, tais como José Américo de Almeida,  Mathias Freire, Augusto dos Anjos, Carlos Dias Fernandes, Celso Mariz, Américo Falcão e, no mundo feminino, entre outras colaboradoras, Eudésia Vieira e Palmyra Wanderley.

Duas décadas depois do desaparecimento de Era Nova, o jornalista Adalberto Viana criou a Nacionalidade, revista que tinha Waldemar Duarte, colaborador de A União, como Secretário de Redação.   

Nacionalidade, publicada em datas incertas, pretendia cobrir todo território do Norte/Nordeste, procurando se firmar na venda de espaços para empresas públicas e governamentais. A revista de Viana durou apenas dois anos.

O maior revisteiro da Paraíba foi, sem dúvida, o desenhista Josélio Gondim que, saindo da Paraíba, se fez attendant lord de Assis Chateaubriand, dono da cadeia dos Diários Associados. Audacioso, logo na primeira empreitada Josélio procurou editar em São Paulo a revista “Tudo”, cópia da poderosa “Time” norte-americana, razão pela qual foi processado e obrigado a repassar a empresa adiante.

Em seguida, Josélio tentou abrir em Brasília e no Recife as revistas “O Espelho” e “O Sol” – mas, fato previsível, ambas desapareceram na luz escura do vazio.

Numa quarta empreitada, depois da tentativa de fundar em João Pessoa o jornal “O Estado da Paraíba”, Josélio Publicou, afinal, “A Carta”, revista criada para circular no Nordeste e na qual aglutinava, pagando bem, jornalistas de prestígio, entre eles, Martinho Moreira Franco e Djacir Andrade.

“A Carta”, bem estruturada, era distribuída em João Pessoa, Campina Grande, Recife e Natal, áreas em que procurava captar anúncios. 

De início, “A Carta” saiu-se bem, mas depois de certo tempo, os governadores de Pernambuco e da Paraíba, por acharem os anúncios cada vez mais caros, cortaram-no pela raiz. Josélio ainda tentou negociar com  Roberto Magalhães, governador de Pernambuco, mas a emenda saiu pior que o soneto. 

Em 2004, jantando no Rio de Janeiro com Walter Santos, jornalista então editando com êxito o Portal WSCOM, narrei para ele o histórico da Paraíba no ramo da publicação de revistas. Na ocasião, afirmei ao amigo que sua empresa tinha tudo para empreender a edição de uma revista em âmbito regional, área em que a Paraíba sempre manteve certa tradição.     

Resultado: em 2006, o WSCOM lançou a revista NORDESTE que, agora, atinge sua maioridade e completa 18 anos de existência. E tal como no caso da Era Nova, a revista NORDESTE se impôs aos padrões de exigência e gosto dos leitores regionais, sem deixar de citar Portugal e cidades do Sul e Sudeste do Brasil. Acreditem, não é pouca coisa!    

 A revista NORDESTE que tenho em mãos, de número 203, na dimensão da “Veja”, ressalta em sua matéria de capa “O saldo de um ano de superações“ em que aponta com propriedade as iniciativas governamentais da região para reduzir o impacto negativo da secas. 

Mas a revista NORDESTE não fica só no trato da ação governamental. 

Ela também informa sobre a atuação da livre empresa nos vários campos como da Saúde e sobre a perspectiva de se criar na região um ambiente propício ao desenvolvimento a partir da óbvia exploração dos pequenos negócios. 

Parabéns, Walter Santos. Aquela conversa de 2004 rendeu bons frutos!

NOTA ESPECIAL

Ah, ia esquecendo o papel fundamental, conforme lembra WS, da leitura de “A História do New York Time”, livro básico sobre a sedimentação do jornalismo norte-americano que eu próprio tive o prazer de presentear ao fundador da WSCOM – e que sobre ele exerceu forte influência na sua carreira de jornalista e empresário. 

Aleluia!

Da Agência Brasil

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, decretou, neste sábado (23), situação de emergência em alguns municípios por conta das fortes chuvas que atingiram a região sul do estado desde a noite de sexta-feira (22). Até a noite de ontem (23), havia a confirmação de quatro mortes em consequência da chuva.

Segundo o Decreto nº 501-S, publicado em edição extra do Diário Oficial do Estado, fica decretada a situação de emergência nos municípios de Alegre, Alfredo Chaves, Apiacá, Atílio Vivacqua, Bom Jesus do Norte, Guaçuí, Jerônimo Monteiro, Mimoso do Sul, Muniz Freire, Muqui, Rio Novo do Sul, São José do Calçado e Vargem Alta.

Casagrande fez um sobrevoo na região e visitou o município de Mimoso do Sul, uma das cidades mais atingidas pelas águas, conforme informou o governo, acrescentando que “desde o início das chuvas, o governo do estado atua na coordenação dos trabalhos de resposta ao desastre no resgate de vítimas e no atendimento das pessoas atingidas”.

Em Mimoso do Sul, o governador foi recebido pelo prefeito Peter Costa, e uma comitiva percorreu vias e falou com moradores da cidade. Casagrande retornou a Vitória, capital do estado, onde concedeu uma entrevista coletiva no quartel do Corpo de Bombeiros.

“Vimos em Mimoso do Sul uma situação caótica, porque a cidade está sem comunicação devido à falta de energia que precisou ser cortada. Infelizmente, já temos quatro óbitos confirmados e ainda pessoas desaparecidas. Nosso esforço é para que a gente possa retomar os serviços essenciais, além de resgatar as pessoas nas áreas alagadas e dar alimentação aos atingidos em todas as cidades. Toda a equipe de governo está envolvida neste trabalho de assistência”, afirmou o governador, segundo nota publicada pelo governo estadual na noite de ontem.

O ato “pró-democracia” convocado pelo PT e pelas esquerdas para este sábado (23) em Salvador (BA) teve um público de pouco mais de 1.000 pessoas – e em muitos momentos a presença de apenas cerca de 800 manifestantes. O Poder360 fez fotos de alta resolução, com drone, e contou um a um os presentes no horário de maior concentração (às 16h55) e chegou a um público de 1.042.

A mobilização foi realizada no largo do Pelourinho, no centro histórico da capital baiana. A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), estava presente. Apesar de terem confirmado presença, não foram ao ato o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), e o líder do Governo no Senado, Jaques Wagner. As informações são do Poder360.

Houve atos semelhantes em várias cidades pelo Brasil e no exterior, mas o de Salvador era para ser o que concentraria maior público. A expectativa do comando petista era de algo próximo a 10.000 pessoas. Só que a adesão dos militantes foi modesta –apesar de o PT governar a Bahia há 17 anos. No 2º turno das eleições de 2022, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve 70,73% dos votos válidos em Salvador (contra 29,27% de Jair Bolsonaro, do PL).

As manifestações deste sábado começaram a ser planejadas dias depois do ato de 25 de fevereiro organizado por Bolsonaro na av. Paulista, em São Paulo. O chamamento foi divulgado em massa nos canais de comunicação do PT, como o Telegram e o site oficial da sigla. Gleisi também fez convocações em suas redes sociais.

No ato de Jair Bolsonaro na Avenida Paulista, estiveram presentes cerca de 300 mil a 350 mil pessoas, estimou o Poder360 com base em fotos aéreas. Apesar de a esquerda ter desejado dar uma resposta aos bolsonaristas e também colocando seus apoiadores na rua, as manifestações do sábado em São Paulo e em outras cidades tiveram bem menos público.

A área do largo do Pelourinho ocupada pelos manifestantes é de aproximadamente 1.400 m², de acordo com as medidas do Google Earth. Considera-se que até 6 pessoas caibam em 1 m². Dessa forma, até 8.400 poderiam estar lá em caso de lotação.

Para fazer a estimativa de 818 a 1.042 presentes, o Poder360 fez várias fotos aéreas com drone de 16h13 às 16h55. Como eram poucas pessoas, foi possível contar uma a uma, pois as imagens foram registradas com alta resolução e analisadas numa tela de 27 polegadas de um computador iMac na Redação do Poder360.

O número contabilizado foi de 818 pessoas às 16h13 e subiu para 1.042 às 16h55. Pode haver alguma variação porque é sempre possível alguém ficar embaixo de marquises de uma das edificações locais ou sob guarda-sóis.