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2ª Maratona Internacional da FMO é credenciada pela World Athletics com nível ouro

A 2ª Maratona Internacional FMO foi credenciada pela World Athletics (anteriormente conhecida com IAAF) com o maior nível – PERMIT OURO. Com isso, a maratona se torna a única corrida do Estado de Pernambuco com o credenciamento e reconhecimento internacional. 

O “Permit Ouro” é uma designação de prestígio concedida a determinados eventos de atletismo pela World Athletics. Essa classificação é atribuída com base em uma série de critérios, incluindo a qualidade do evento, o nível de competição, a organização, a infraestrutura, entre outros fatores, tais como: participação de atletas de elite do mundo todo, visibilidade internacional e desenvolvimento econômico regional.

Os atletas que participarem da 2ª Maratona Internacional FMO terão seus tempos homologados e reconhecidos pela maior entidade do Atletismo mundial – World Athletics.

Os interessados em participar do evento podem realizar a inscrição de forma online, por meio dos sites www.zeniteesportes.com ou www.corre10.com.br 

Dúvidas entre em contato pelo: e-mail: [email protected] ou através do whatsapp: (81) 998384487

Toca Jabô

Indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ministro Kassio Nunes Marques votou a favor do entendimento de que a Constituição não permite uma intervenção militar sobre os três Poderes. Com isso, o placar agora está em 10 a 0 contra a tese do chamado “poder moderador” das Forças Armadas. Dias Toffoli foi o único que ainda não apresentou seu voto. Ele tem até esta segunda-feira (8) para se manifestar no processo.

Nunes Marques decidiu acompanhar, nesse sábado (6), o relator da ação, ministro Luiz Fux. É o mesmo entendimento de Edson Fachin, André Mendonça, Carmén Lúcia e Luís Roberto Barroso. Os ministros Flávio Dino, Gilmar Mendes, Cristiano Zanin e Alexandre de Moraes também votaram junto com o relator, mas apresentaram seus votos. As informações são do Estadão.

A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) foi ajuizada pelo Partido Democrata Trabalhista (PDT) em 2020. A legenda questionou o Supremo sobre interpretações do artigo 142 da Constituição Federal, que trata das Forças Armadas. Bolsonaristas frequentemente utilizam o trecho para defender uma intervenção militar “dentro da legalidade”.

“Qualquer instituição que pretenda tomar o poder, seja qual for a intenção declarada, fora da democracia representativa ou mediante seu gradual desfazimento interno, age contra o texto e o espírito da Constituição”, disse Fux, o relator, em seu voto. Ele acrescentou que é urgente “constranger interpretações perigosas que permitam a deturpação do texto constitucional e de seus pilares e ameacem o Estado Democrático de Direito”.

O artigo 142 da Constituição foi mencionado uma série de vezes por Bolsonaro ao longo do seu governo, com a tese de que as Forças Armadas teriam poder de moderar conflitos entre os Três Poderes. Extremistas passaram a citar o dispositivo com mais frequência depois da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas urnas, em outubro de 2022.

Para Moraes, o entendimento é uma “pífia, absurda e antidemocrática interpretação golpista”. O ministro também afirmou, em seu voto, que o presidente da República que convocar as Forças Armadas para intervir nos outros Poderes estará cometendo crime de responsabilidade. “A gravidade maior do estado de sítio exige, em regra, prévio controle político a ser realizado pelo Congresso Nacional, ou seja, prévio controle do poder Legislativo civil”, disse.

Bolsonaro, generais das Forças Armadas e ex-ministros de Estado são investigados pela Polícia Federal por uma tentativa de golpe. O grupo teria produzido documentos e planejado ações para anular o resultado das últimas eleições, evitar a posse de Lula e prender ministros da Suprema Corte.

O ministro Flávio Dino declarou em seu voto que não existem interpretações que permitem uma intervenção das Forças Armadas. O ministro também registrou que a Constituição não estabelece a existência de um “poder moderador” e sim a dos três poderes civis: Legislativo, Executivo e Judiciário.

“Lembro que não existe, no nosso regime constitucional, um “poder militar”. O poder é apenas civil, constituído por três ramos ungidos pela soberania popular, direta ou indiretamente. A tais poderes constitucionais, a função militar é subalterna, como aliás consta do artigo 142 da Carta Magna”, afirmou Dino.

O decano do STF, ministro Gilmar Mendes, também rejeitou a interpretação de um “poder moderador” e afirmou que a tese passou a ser veiculada após um “processo de reivindicação de protagonismo político” dos militares. Segundo ele, o fenômeno se aprofundou com a eleição de Bolsonaro em 2018.

No voto, Gilmar também relacionou a violência dos atos golpistas de 8 de Janeiro com as reivindicações dos quartéis. Segundo o magistrado, os ataques aos Três Poderes não pode ser devidamente compreendida “se dissociada desse processo de retomada do protagonismo político das altas cúpulas militares”.

Cristiano Zanin classificou como “totalmente descabida” a interpretação de que as Forças Armadas podem intervir como um “poder moderador” durante crises institucionais. O ministro pontuou que não se pode cogitar uma prevalência das instituições militares diante dos demais poderes constitucionais.

A ministra Cármen Lúcia disse em seu voto que o “poder moderador” não está previsto na Constituição. Segundo a magistrada, qualquer interpretação da lei que deduza a atuação das Forças Armadas desta forma é um “delírio antijurídico ou desvario antidemocrático”.

“Qualquer referência à interpretação de norma legal que confronte os termos expressos dos artigos 1º e 2º da Constituição do Brasil é delírio antijurídico ou desvario antidemocrático, não é interpretação constitucional. Nem mesmo os poderes constitucionais – Legislativo, Executivo e Judiciário – estão acima nem podem atuar contra a Constituição”, disse.

Paulista - No ZAP

A pedido da Advocacia-Geral da União (AGU), o ministro Nunes Marques prorrogou por mais 90 dias o prazo dado à Câmara de Conciliação e Arbitragem da Administração Federal (CCAF) para buscar uma solução consensual na demanda proposta ao STF pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, envolvendo o poder de voto da União na Eletrobras (Centrais Elétricas Brasileiras S.A).

Na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7385, o presidente da República sustenta que, após o processo de desestatização da Eletrobras e a alteração de seu estatuto social, a União manteve cerca de 42% das ações ordinárias da empresa ao mesmo tempo em que teve reduzido o direito de exercício de voto a menos de 10% do capital votante.

Na ação, o presidente argumenta que a limitação é desnecessária, já que não condiciona o êxito da desestatização. Alega ainda que é desproporcional o ônus imposto à União quando contraposto ao patrimônio público investido e ao interesse social em jogo.

No pedido de prorrogação de prazo enviado ao relator, a AGU afirmou que, apesar da complexidade da matéria, os interessados continuam engajados na obtenção de acordo que contemple, de modo equilibrado, os interesses da União e os da empresa, com o objetivo de aprimorar a governança corporativa. A Eletrobras concordou com o pedido de prorrogação.

“A par das informações juntadas pelo advogado-geral da União relativamente ao avançado das negociações e à confiança sustentada no desfecho conciliatório, tenho que a prorrogação do prazo, por mais 90 dias, para que as partes promovam o diálogo institucional, desenhem alternativas e alcancem uma solução para a questão, constitui a direção mais prudente a seguir neste momento processual”, afirmou o ministro Nunes Marques.

Jaboatão - Toca Jabô

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou em evento neste sábado (6) que a proposta de voto impresso apoiada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e os questionamentos às urnas eletrônicas eram o “germe” do movimento golpista.

“Sempre tive o pressentimento que ali estava o germe do golpe. Imaginem o que essas pessoas, que tiveram a capacidade de invadir o Supremo, o Planalto e o Congresso, fariam nas sessões eleitorais se tivessem contagem pública manual e imaginassem que perderiam”, disse. As informações são da CNN.

Em discurso no Brazil Conference at Harvard & MIT, evento organizado por pesquisadores brasileiros em Boston, nos Estados Unidos, Barroso fez uma lista de ataques às instituições brasileiras protagonizadas pelos apoiadores de Bolsonaro e seu grupo político.

O ministro sugeriu em sua fala que um processo de esvaziamento democrático teve início nos primeiros dias do governo do ex-presidente.

“Isso começou com o esvaziamento da participação da sociedade civil em órgãos de formulação de políticas públicas, ligadas ao meio ambiente e crianças. Houve desmonte dos órgãos de proteção ambiental e de proteção de comunidades indígenas”.

Em seguida, ele descreveu o que definiu como “negacionismo pleno à ciência” durante a pandemia de Covid-19 e chamou atenção para o fato de que o Brasil possui apenas 2,7% da população mundial, mas teve 10,2% das mortes causadas pelos vírus.

“Esse foi o tamanho da má gestão da pandemia no Brasil”, disse, antes de seguir nas críticas ao governo Bolsonaro.

Desinformação e eleições

O ministro ainda afirmou que as ameaças de desinformação e discurso de ódio vão se repetir esse ano nas eleições brasileiras e de todo o mundo.

Barroso citou como perigo adicional o uso de tecnologias de “deepfake”, que conseguem falsificar voz e imagem para fabricar peças artificiais e espalhar conteúdos sem a autorização da pessoa envolvida.

“Um grande problema que o mundo enfrenta e vai enfrentar de novo onde houver eleições esse ano é o uso das plataformas digitais para desinformação, discurso de ódio e teorias conspiratórias. Isso agora vai acontecer sob o espectro do deepfake, que é capaz de colocar a mim ou outros dizendo coisas que nunca dissemos sem que seja possível identificar que aquilo é uma fraude”, afirmou.

“A humanidade corre risco de perda da liberdade de expressão, porque somos ensinados a acreditar no que vemos e ouvimos. O dia em que não pudermos acreditar no que vemos e ouvimos, a liberdade de expressão será perdida”, completou Barroso.

Petrolina - Melhor cidade para viver 2024

A CUT (Central Única dos Trabalhadores) foi a única central sindical convidada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para participar de reunião realizada neste sábado (6), na Residência Oficial da Granja do Torto, em Brasília.

Ao Poder360, o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, disse que a exclusão “pega mal”. Não há data para o próximo encontro do presidente com entidades representantes de movimentos sociais.

Juruna afirmou que a falta de convite dá a impressão de que é “uma conversa interna de quem é mais petista”. Segundo o líder sindical, não deveria “haver preferência”, porque todas as centrais sindicais apoiaram o governo Lula.

“Não tem que chamar [um ou outra] primeiro”, disse. “Não chegou lá [na Presidência da República] assim. Chegou porque aliou-se com os moderados. Está tendo muito problema dentro do Planalto e ele está excluindo os moderados”, completou.

Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores), disse que Lula não foi eleito só por conta da ajuda do PT (Partido dos Trabalhadores) e da CUT, mas pelo apoio de todas as centrais sindicais.

Segundo Patah, não faltou convite do presidente, mas dos “assessores” que cercam Lula e querem beneficiar o partido. Lembrou que, quando o chefe do Executivo foi à China e à ONU (Organização das Nações Unidas), houve o convite por parte do petista. “O presidente não faria isso [não convidar]“, disse.

O ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Márcio Macêdo, disse, depois do encontro, que outras entidades serão chamadas nas próximas reuniões.

“É a 1ª de uma série de reuniões que haverá com diversos movimentos que tenham representação nacional que tenham solicitado o pedido de estar com o presidente”, disse.

Segundo Macêdo, há uma demanda dos movimentos sociais de “ter um momento com o presidente” para conversar sobre as pautas prioritárias do país. Afirmou que este sábado (6) foi reservado porque as últimas 3 semanas foram agitadas. O ministro disse ainda que haverá reuniões com mais frequência.

Macêdo afirmou que Lula ouviu as sugestões “pacientemente”.

“Sabe do que tem que ser feito e do que está sendo feito no país”, disse. “A economia está no rumo certo. Ele está muito tranquilo do que está sendo feito no Brasil e do que temos que fazer mais ainda. Temos mais 3 anos para concluir os compromissos que o presidente tem com o povo brasileiro”, completou.

Leia abaixo as entidades que participaram da reunião:

  • CUT;
  • MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra);
  • Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura);
  • MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens);
  • Evangélicos pela democracia;
  • Católicos pela democracia;
  • Juristas pela democracia;
  • Pastorais da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil);
  • UNE (União Nacional dos Estudantes);
  • Levante Popular da Juventude;
  • Confederação da Educação Nacional;
  • Federação Nacional dos Bancários; e
  • Metalúrgicos.
Ipojuca - Minha rua top

O ministro da AGU (Advocacia-Geral da União), Jorge Messias, defendeu hoje a regulamentação “urgente” das redes sociais e criticou de forma indireta Elon Musk, dono do X (antigo Twitter), que atacou o ministro do STF Alexandre de Moraes.

Messias disse que “bilionários com domicílio no exterior” não podem ter controle de redes sociais e violar o Estado de Direito. Ao atacar Moraes, Musk disse que retiraria todas as restrições de contas no X determinadas pelo Judiciário brasileiro e ameaçou fechar o escritório da empresa no Brasil. As informações são do UOL.

Líder do governo diz que Musk não está acima da lei e também defendeu a regulamentação. O senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP) declarou que a medida é o “único caminho para garantir que nenhuma plataforma sirva de playground de bilionário descompromissado com a democracia”.

O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) afirma que pedirá que o projeto sobre regulamentação seja pautado. O parlamentar é relator do PL das Fake News e informou que irá conversar com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para sugerir pautar o projeto “e desenvolvermos o regime de responsabilidades dessas plataformas digitais”.

Presidente do PT diz que resposta de Musk a Moraes é patética. A deputada Gleisi Hoffmann (PR) afirmou que o empresário inflama a extrema-direita ao insinuar que há censura no Brasil.

Musk questionou Moraes do porquê de “tanta censura no Brasil”. Na madrugada deste sábado (horário de Brasília), Musk fez o comentário em uma postagem no perfil oficial de Moraes no X, em que o ministro parabenizava o ex-STF Ricardo Lewandowski pela nomeação como chefe da pasta da Justiça e Segurança Pública do governo Lula, em 11 de janeiro. Foi a última publicação do ministro em sua conta na rede social.

O comentário recebeu apoio de diversos bolsonaristas. Entre eles, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que disse preparar o pedido para uma audiência na Câmara para discutir o “Twitter Files Brasil [arquivos do Twitter Brasil, em tradução livre] e censura”, inclusive com um representante do X.

Moraes é relator de inquéritos sensíveis no STF e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O ministro é autor de uma série de despachos que suspenderam perfis, nas redes sociais (entre elas o X), de investigados por suposta disseminação de desinformação e ataques às urnas eletrônicas.

Caruaru - Geracao de emprego

Um incêndio atingiu um apartamento de um prédio residencial, neste domingo (7), no bairro de Candeias, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife (veja vídeo acima). O Corpo de Bombeiros informou que foi acionado por volta das 12h e enviou uma equipe ao local. Ainda não há informações sobre vítimas.

Segundo testemunhas, o incêndio aconteceu no Edifício Rio Solimões, que fica na Rua Nossa Senhora de Fátima. As informações são do G1.

Imagens enviadas ao WhatsApp da TV Globo mostram as chamas se espalhando dentro do imóvel, que ficou coberto por uma fumaça preta. Também é possível ver o momento em que uma vidraça cai e se espatifa no chão.

Os bombeiros disseram que enviaram duas viaturas ao local. A corporação informou ainda que o incêndio já foi controlado, mas as equipes de salvamento estão atuando para controlar o rescaldo.

Este é o segundo caso registrado só neste fim de semana na Região Metropolitana. No sábado (6), um apartamento no bairro da Boa Vista, no Centro da capital, também foi atingido por um incêndio, sem deixar feridos.

Camaragibe Agora é Led

Pernambuco voltou a registrar alta na violência no terceiro mês de 2024. De acordo com as estatísticas divulgadas pela Secretaria de Defesa Social (SDS), 324 mortes violentas intencionais foram somadas pela polícia em março. O aumento foi de 6,57% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando 304 pessoas foram mortas.

A situação mais preocupante está no Recife, que registrou 80 assassinatos em março. O crescimento foi de 73,9% em relação ao mesmo período de 2023, quando 46 pessoas foram assassinadas. Esse foi o pior resultado dos últimos sete anos, perdendo apenas para março de 2017, quando 96 mortes foram somadas pela polícia. As informações são do Jornal do Commercio.

Parte expressiva dos assassinatos na capital pernambucana e no Estado, em março, tem relação com o tráfico de drogas e com a disputa de territórios entre facções rivais, o que indica que a polícia precisa traçar novas estratégias para tentar interromper o aumento desses crimes.

“Há pequenos grupos se matando entre si”, reconheceu o secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, durante reunião convocada para discutir os desafios da segurança pública, na sede do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE), na última quarta-feira (3).

Segundo ele, diferentemente de outros estados do Nordeste, facções como Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV) não estão instaladas em Pernambuco. “Nós temos faccionados que vieram praticar crimes aqui (no Estado) e acabaram presos, e alguns que estão soltos e que têm vinculação com esses dois grandes grupos criminosos. Eles (PCC e CV) são os principais fornecedores de drogas para as mais diversas pequenas facções, tropas, bondes, que existem em Pernambuco”, disse. 

No acumulado do ano, entre janeiro e março, Pernambuco somou 989 mortes violentas intencionais. Aumento de 9,16% em relação ao primeiro trimestre de 2023. Naquele período, 906 pessoas perderam a vida para a violência.

Nas estatísticas de mortes violentas intencionais, como atualmente são classificadas pela SDS, estão incluídos os homicídios, feminicídios, latrocínios (roubo seguido de morte), lesões corporais seguidas de morte e óbitos decorrentes de intervenção policial.

Outras regiões de Pernambuco

Com exceção da Zona da Mata, as outras regiões de Pernambuco também apresentaram aumento da violência em março de 2024. 

Na Região Metropolitana do Recife (incluindo a capital), 168 pessoas foram assassinadas. Crescimento de 30,23% em relação ao mesmo período de 2023, quando houve 129 registros.

No Agreste, 69 mortes foram somadas pela polícia. Sete a mais que em 2023. Aumento de 11,2%.

No Sertão, 40 pessoas foram mortas em março. Houve um registro a mais do que no mesmo período do ano passado. O crescimento foi de 2,56%.

Já na Zona da Mata, o resultado surpreendeu. A polícia registrou 47 assassinatos no último mês. Uma queda de 36,5% em relação ao mesmo período de 2023, quando 74 pessoas foram mortas.

Meta distante de ser alcançada

A meta do Juntos pela Segurança, anunciada pela governadora Raquel Lyra em novembro de 2023, segue distante de ser alcançada em Pernambuco. Diferentemente do Pacto pela Vida, que estabelecia uma redução anual de 12% nos assassinatos, o atual programa de segurança prevê uma queda de 30% nas mortes até o final de 2026 (tendo como base o resultado de 2022). 

Sob críticas e após a troca dos titulares das polícias Civil e Militar, a governadora passou a participar semanalmente das reuniões do Juntos pela Segurança. Em fevereiro, representantes do Poder Judiciário foram convocados a colaborarem com ações para agilização dos processos criminais e, consequentemente, diminuição da impunidade. 

Queda de braço com as forças de segurança

Em meio ao resultado insatisfatório, o governo estadual enfrenta uma forte queda de braço com as forças de segurança. 

Na última quinta-feira (4), em assembleia, os delegados decidiram não aceitar a proposta apresentada pela gestão estadual em relação ao pedido de reajuste salarial e valorização da carreira. Por causa disso, a Associação de Delegados de Polícia de Pernambuco (Adeppe) afirmou que iria ampliar a operação padrão das atividades.

Além de não aderir ao Programa de Jornada Extra de Segurança (PJES) desde o início do ano, agora a categoria não vai mais participar das operações de repressão qualificada, que, em sua maioria, não deflagradas para prender facções especializadas em tráfico de drogas e homicídios.

Parte da Polícia Militar de Pernambuco também está em embate com o governo estadual por causa do projeto de lei que acaba com as faixas salariais dos praças. Enquanto a gestão apresentou uma proposta de extinção das faixas por etapas, até junho de 2026, a categoria quer que isso ocorra ainda em 2024. 

Numa votação apertada e tensa, na última semana, a Comissão de Constituição, Legislação e Justiça (CCLJ) da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) aprovou o projeto de lei, que seguiu para análise de outras comissões antes de chegar ao plenário. 

Belo Jardim - Vivenciando Histórias

O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputado Álvaro Porto, recebeu, neste sábado (6), em Canhotinho, a visita do governador de Alagoas, Paulo Dantas. O encontro se deu cinco meses depois de o governo de Alagoas, atendendo o apelo do deputado, decretar a isenção do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para pecuaristas daquele estado que decidirem abater gado bovino em Pernambuco. 

A isenção do imposto, que vem ampliando os negócios entre os dois estados, foi articulada por Porto durante audiência com o governador Dantas, em maio do ano passado, em Maceió. A medida contribuiu diretamente para elevar a produção da unidade industrial da Masterboi de Canhotinho, que foi visitada pelo governador neste sábado.

Na Masterboi, Paulo Dantas foi recebido pelo presidente da empresa, Nelson Bezerra, e pelo diretor administrativo, Miguel Zaidan. Além de Álvaro Porto, acompanharam a visita a prefeita de Canhotinho, Sandra Paes; a presidente e fundadora da Natville, Janea Maria Mota Santos Dantas, que tem projeto de instalação de fábrica em Brejão (Agreste); o diretor-executivo da ASA Indústria e Comércio, Eduardo Henrique de Oliveira e Silva; o ex-conselheiro do TCE Carlos Porto; e Gabriel Porto, filho do deputado. 

Para Álvaro Porto, o fortalecimento da relação entre a Masterboi e o governo alagoano só traz ganhos para o Agreste e para Pernambuco. “O decreto provocou um forte aquecimento nos negócios e a consequente geração de emprego e renda para alagoanos e pernambucanos”, disse. “A iniciativa não só viabilizou a elevação da produção da Masterboi, como provocou o melhoramento e aumento dos rebanhos, o que significa mais ganhos para os produtores”, completou.

O deputado, que após a visita à Masterboi, recebeu o governador e os empresários para almoço na sua residência, afirmou que o trabalho para o fortalecimento da pecuária em Pernambuco e em Alagoas prossegue. “Vamos continuar dialogando para explorar todas as possibilidades de ampliação dos negócios entre os dois estados. Nosso mandato permanece mobilizado para aproveitar todo o potencial do mercado gerado pelo frigorífico, tanto em Pernambuco quanto em Alagoas”, disse.

Ao falar sobre a vinda a Canhotinho, o governador Paulo Dantas destacou, inicialmente, que o agronegócio de Alagoas cresceu 16% em 2023, sendo o nono do país, proporcionalmente. Depois, arrematou: “E é por essas parcerias que a gente faz com o setor produtivo, nesse caso da Masterboi, que o Governo isentou o ICMS para o boi vivo, para que os produtores vendam o boi aqui para esse empreendimento que tem uma organização espetacular. Estou muito feliz de ter vindo aqui, em Canhotinho, fazer essa visita à empresa”, afirmou. 

Segundo Nelson Bezerra, a visita do governador foi um momento rico e cheio de debates acerca do desenvolvimento dos estados de Alagoas e Pernambuco. “A isenção do ICMS fez a produção crescer, com o escoamento dos bois garantido”, disse. Zaidan complementou avaliando que a desoneração da saída do gado de Alagoas estimulou os pecuaristas a produzirem mais.

Inaugurada em agosto de 2022, a unidade frigorífica da Masterboi de Canhotinho fica a 230 quilômetros do Recife e a 144 quilômetros de Maceió. Resultado de investimentos superiores a R$ 120 milhões, gerou cerca de 500 empregos diretos e mais de 3 mil indiretos. Quando estiver em pleno funcionamento, vai somar 800 empregos diretos.

O empreendimento abriu novas fronteiras para a pecuária de corte na região e já abate 500 bois por dia, 2.400 suínos por mês, além de produzir derivados de gados bubalino, caprino, suíno e ovino em uma área de 120 hectares. Atualmente, a unidade já recebe animais vindos do Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Piauí e Maranhão.

Vitória Reconstrução da Praça

Em um ato conjunto, o Republicanos e o PDT lançaram a pré-candidatura de Adrianno do Posto a prefeito de Venturosa e de Tarcísio Victor a vice-prefeito. O evento aconteceu no sábado (6) à noite, último dia de filiação partidária para as eleições municipais de outubro.

Aliado do grupo liderado pelos pré-candidatos que representam a oposição no município, o deputado estadual Romero Sales Filho esteve presente no evento. Durante os discursos, Adrianno e Tarcísio frisaram a necessidade de mudança do atual grupo político que está no comando há 20 anos.

Adrianno classificou como “inadmissível”, depois de duas décadas no poder, o atual prefeito declarar que o jovem não tem oportunidade em Venturosa. “O nosso município tem uma das maiores bacias leiteiras do Estado e esse desgoverno não faz uma ação para os nossos produtores, que emprega e gera renda. Ele está fora da realidade. As demonstrações de apoio que temos tido mostram que o povo está vendo isso e quer mudança. Venturosa vai mudar”, declarou Adrianno, ressaltando que, no pleito de 2020, a diferença no resultado foi de menos de mil votos.

Durante o seu discurso, Tarcísio reforçou que, desde a última eleição em 2020, o grupo político vem ampliando e ganhando musculatura. “Nós não perdemos um pré-candidato, não perdemos um suplente, não perdemos um vereador. Muito pelo contrário, ganhamos apoio e só crescemos. Esse evento é condizente com a nossa força. Vocês vieram aqui se alimentar de futuro e esperança e isso nós temos”, discursou Tarcísio para a quadra lotada de pessoas, na Arena Juventude.

O deputado estadual Romero Sales Filho destacou a importância dos aliados estarem nas ruas conversando com a população, lembrando que “o diálogo é a maior ferramenta de qualquer político”. “O olho no olho é o jeito que a gente sabe trabalhar, diferentemente daqueles que querem o poder pelo poder. O povo que acha que manda em Venturosa não vai mais mandar, porque quem manda é a população e a população quer mudança”, disse o parlamentar. O evento contou com a presença do também deputado estadual Claudiano Filho, do ex-deputado federal Silvio Costa, do ex-prefeito Ranulfo Quirino, de vereadores, de suplentes e de pré-candidatos ao legislativo municipal.

Flávio Marques é o principal pré-candidato da oposição em Tabira. Na última eleição, foi derrotado por uma pequena margem para a atual prefeita do município. No entanto, nessa mesma eleição, foi condenado por abuso de poder político pelo TRE/PE e já está inelegível por causa da Lei da Ficha Limpa.

Para reverter essa situação no TSE, contratou uma banca de advogados muito conceituada, que conta com dois ex-ministros do TSE, Henrique Neves e Fernando Neves. Mas dessa contratação de peso, o recurso do político tabirense, que poderia reverter sua situação de inelegibilidade, simplesmente não andou mais. Está parado desde 31/05/2023. O que aconteceu?

Uma banca desse porte tinha todas as condições de fazer o processo andar e o recurso ser rapidamente julgado, definindo de vez a situação de Flávio Marques. Por que então nada aconteceu? 

A sugestão é que a chance de reversão é mesmo zero. Logo, a  aposta de juristas ouvidos pelo blog é que a intenção dos advogados é justamente manter o recurso sem julgamento, parado, para que Flávio Marques possa continuar atuando na articulação política da oposição, “mantendo aceso o fio de esperança nos eleitores e aliados”, até o momento que tenha que abrir mão para a provável candidata, Socorro Veras, irmã do deputado federal Carlos Veras.

Carlos, inclusive, reforça isso nas suas entrevistas recentes, dizendo que Flávio é o candidato da oposição, mas na verdade, o que parece, é querer preservar sua irmã da arena política, deixando o aliado como alvo, por um lado, e como habilidoso articulador do outro.

A professora, escritora e poetisa Nevinha Pires, que Deus já chamou, mãe do médico e amigo Pedro Pires, terá uma escultura em Tabira, sua terra natal. A produção foi dos escultores Jobson Figueiredo e Nara Cavalcanti. 

Toda em bronze, inclusive o banco, a escultura pesa 300 kg e será entregue à população de Tabira durante o VI Encontro Literário do Município, no próximo dia 26.  Seus custos foram assumidos em sua totalidade pelo filho Pedro Pires, que fará um grande ato, do tamanho e da importância da maravilhosa e eterna escritora, muito amiga do meu pai Gastão Cerquinha, que também foi escritor.

EXCLUSIVO

Antes de embarcar para os Estados Unidos, sexta-feira passada, o prefeito do Recife, João Campos, abonou a ficha de filiação da secretária de Infraestrutura, Marília Dantas, ao PSB. Tudo se deu sem publicidade, da forma mais discreta possível, mas foi a sinalização mais clara de que ela será, de fato, a vice em sua chapa, conforme este blog antecipou.

Marília Dantas é uma jovem engenheira, que toca um orçamento anual de R$ 1 bilhão na Secretaria de Infraestrutura da Prefeitura do Recife. Não é recifense, mas vem de um berço histórico de lutas, da localidade de Tejucupapo, em Goiana, na Zona da Mata, onde ocorreu uma batalha histórica envolvendo quatro mulheres, que resistiram à invasão holandesa com paus, pedras e outros instrumentos rudimentares.

João Campos conheceu Dantas por uma indicação do engenheiro Roberto Gusmão, ex-secretário de Infraestrutura na gestão Geraldo Julio, que começou na vida pública pelas mãos do ex-governador Miguel Arraes. À frente da mesma pasta, a afilhada de Gusmão é a executora das principais obras da gestão municipal.

Antes de passar pelo teste das urnas na reeleição em outubro, o prefeito deve entregar duas obras simbólicas que vêm sendo tocadas por ela – as pontes da Iputinga ao bairro de Monteiro, ao custo de R$ 48 milhões, e a ponte ligando a Avenida Recife ao bairro da Lagoa do Araçá, orçada em R$ 90 milhões.

A alternativa Marília Dantas na vice vai gerar uma tensão natural do prefeito com o PT, mas resolve, definitivamente, o que ele imagina para um cenário confortável, caso em 2026 venha a disputar o Governo do Estado: passar a Prefeitura, caso reeleito, para uma pessoa da sua extrema confiança, que possa dar continuidade ao seu projeto para o Recife.

O trilionário Elon Musk, atual dono do Twitter, que ele rebatizou como X, declarou guerra ao que denominou “censura agressiva do judiciário brasileiro que parece violar leis brasileiras”. Musk mandou desbloquear todos os usuários que os juízes brasileiros, em muitos casos em claro desrespeito à Constituição, haviam mandado censurar. “Nós provavelmente vamos ser banidos do Brasil por isso, mas princípios importam mais que lucros” afirmou Musk, por meio de postagem na sua própria conta no X.

Como foi

Neste sábado (6), o STF mandou ordem para suspender os posts que denunciavam o escândalo de censura do próprio STF. Musk, como se diz, pegou ar. Ficou virado e afirmou que não irá obedecer e ainda vai liberar todos os perfis censurados no Brasil. Diante do argumento de multa milionária, ele não aliviou: se multarem, fecha o escritório no Brasil e vai embora. As informações são do jornal O Poder.

E ainda dá uma chave de galão moral em certos juízes brasileiros, para fazer corar os bustos que enfeitam os tribunais: “Princípios importam mais que lucros”.

Um Y já basta, quanto mais um X. Essa é uma guerra boa de ver. De potência para potência. Muito diferente da arrogância e da arbitrariedade exercida contra os mais fracos e indefesos.

Nesta semana, a Prefeitura de Garanhuns divulgou as peças publicitárias do Festival de Inverno do município. O que chamou a atenção do público foi a presença dos logotipos dos deputados Carlos Veras (PT) e Felipe Carreras (PSB), que destinaram recursos para a realização do evento.

Veras destinou R$ 450 mil para o FIG por meio de emendas parlamentares e Carreras articulou, junto ao Ministério do Turismo, o envio de R$ 1 milhão. O deputado petista é creditado no banner divulgado pelo prefeito Sivaldo Albino como patrocinador, enquanto o socialista aparece como apoiador.

Ao Jornal do Commercio, o advogado Antônio Ribeiro Júnior, especialista em direito eleitoral, afirmou que a ação vai na contramão do que determina a Constituição Federal.  “O parágrafo 1º do Art. 37 da Constituição diz que a publicidade pública é impessoal, clara e objetiva. Em tese, nem mesmo o prefeito poderia figurar a imagem dele ou o nome dele, porque a publicidade deve ser em nome do município, do evento, e não da pessoa específica”, disse o especialista.

O que diz o trecho da Constituição: “§ 1ºA publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos”.

O advogado aponta que a conduta do gestor pode gerar ação de improbidade administrativa. “A ação pode gerar multa civil, ressarcimento de gastos públicos, no caso de uso da propaganda para benefício próprio ou de terceiros, perda do mandato, suspensão dos direitos políticos”.

O prefeito Sivaldo Albino afirmou ao site que a presença dos nomes dos deputados nas peças publicitárias visa “fazer justiça a quem tem ajudado o festival”.

“Não é ano eleitoral para deputado, é ano eleitoral para vereador e prefeito. Não poderia ter o meu nome, por exemplo”, afirmou o prefeito.

Do Estadão

O presidente Lula da Silva parece achar que encontrou a luz que fará o governo retomar o caminho da popularidade perdida. Como o demiurgo e seus spin doctors estão convictos de que a desaprovação crescente ao seu mandato vem do afastamento da população evangélica, ele resolveu se transfigurar em crente. Foi o que se viu na constrangedora missa de quermesse que Lula oficiou num palanque de Arcoverde, em Pernambuco, quando usou inacreditáveis 27 vezes as palavras “Deus” e “milagre”, atingindo a surpreendente marca de uma referência religiosa por minuto em seu discurso. O presidente definiu como um “milagre de fé” a obra que levará águas do Rio São Francisco para o agreste pernambucano, exaltou a “crença” dos brasileiros tanto para obras oficiais quanto para a sua própria chegada à Presidência, criticou o uso do nome de Deus em vão pelos adversários e, ora vejam, afirmou ter sido escolhido pelo “homem lá de cima” para solucionar o problema da escassez de água no Nordeste.

Eis o mistério da fé lulopetista: desde que os institutos de pesquisa radiografaram a distância que hoje separa o governo dos evangélicos, conselheiros governistas invariavelmente apontam caminhos para que Lula tente se aproximar desse segmento. Nos últimos dias, soube-se que a nova campanha do governo adotará o slogan “Fé no Brasil”. A ideia, dizem porta-vozes, é difundir os feitos do governo e fazer um “aceno” ao eleitorado evangélico. Não se discute aqui a religiosidade presidencial nem a criatividade dos seus publicitários, mas o artificialismo de recém-convertido e a estratégia escolhida para a tal “aproximação com os evangélicos” demonstram que nada entenderam do problema – muito menos das soluções. Pelo que se viu em Pernambuco, Lula e seus apóstolos só reafirmam desconhecimento e preconceito.

Um erro habitual de muitos não evangélicos, especialmente da esquerda lulopetista, é enxergar o segmento como uma só coisa e, sobretudo, como uma outra gente. É como se se tratasse de outro País, apartado e monolítico, uma espécie de “Evangelistão”. Ocorre que não há outro Brasil, à parte do Brasil oficial, tampouco ninguém é apenas evangélico, assim como não é apenas católico nem apenas mãe, pai ou trabalhador. Pensar o inverso é tão enganoso quanto tomar a parte pelo todo: atribuem-se ao segmento evangélico os males do fundamentalismo bolsonarista e do radicalismo de pastores que se misturam à política. Convém lembrar a animada fala da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, ao tratar da atuação de pastores “mentirosos” que “vão para o inferno” porque se aproveitam da “boa-fé” e da falta de instrução dos fiéis. Foi quase uma peça antipetista pronta. Ela e a companheirada não percebem que nem todo evangélico segue a cartilha do extremismo.

O presidente dificilmente moverá montanhas entre evangélicos tentando credenciar-se como uma espécie de profeta. Sem dúvida há uma dissonância de valores entre a esquerda e uma boa parcela dos evangélicos, tradicionalmente mais conservadores em matéria de família, segurança e expectativas de futuro. Mas a dissonância maior tem muito mais a ver com a visão de mundo e de liberdade.

Há pesquisas com moradores de periferias e também entre evangélicos que apontam uma prevalência de valores liberais, com foco no empreendedorismo, nas conquistas individuais e na ascensão pelo trabalho. Há, por oposição, também forte rejeição a um Estado glutão e intrometido – exatamente o ideal de Estado para os petistas. Como constatou em 2017 uma pesquisa feita pelo próprio PT, por meio da Fundação Perseu Abramo, na periferia de São Paulo, em meio à brutal crise econômica gerada pela incúria lulopetista, “no imaginário da população não há luta de classes; o ‘inimigo’ é, em grande medida, o próprio Estado ineficaz e incompetente”.

É difícil acreditar que será a Bíblia a salvar o governo da desaprovação popular. Não há milagre: os evangélicos, a exemplo de tantos outros setores da sociedade, querem facilidade para empreender, escolas eficientes para seus filhos, bom uso dos impostos e segurança para a família. Deus não tem nada com isso.