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Pernambuco soma 324 assassinatos em março; Recife tem mês mais violento dos últimos 7 anos

Pernambuco voltou a registrar alta na violência no terceiro mês de 2024. De acordo com as estatísticas divulgadas pela Secretaria de Defesa Social (SDS), 324 mortes violentas intencionais foram somadas pela polícia em março. O aumento foi de 6,57% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando 304 pessoas foram mortas.

A situação mais preocupante está no Recife, que registrou 80 assassinatos em março. O crescimento foi de 73,9% em relação ao mesmo período de 2023, quando 46 pessoas foram assassinadas. Esse foi o pior resultado dos últimos sete anos, perdendo apenas para março de 2017, quando 96 mortes foram somadas pela polícia. As informações são do Jornal do Commercio.

Parte expressiva dos assassinatos na capital pernambucana e no Estado, em março, tem relação com o tráfico de drogas e com a disputa de territórios entre facções rivais, o que indica que a polícia precisa traçar novas estratégias para tentar interromper o aumento desses crimes.

“Há pequenos grupos se matando entre si”, reconheceu o secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, durante reunião convocada para discutir os desafios da segurança pública, na sede do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE), na última quarta-feira (3).

Segundo ele, diferentemente de outros estados do Nordeste, facções como Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV) não estão instaladas em Pernambuco. “Nós temos faccionados que vieram praticar crimes aqui (no Estado) e acabaram presos, e alguns que estão soltos e que têm vinculação com esses dois grandes grupos criminosos. Eles (PCC e CV) são os principais fornecedores de drogas para as mais diversas pequenas facções, tropas, bondes, que existem em Pernambuco”, disse. 

No acumulado do ano, entre janeiro e março, Pernambuco somou 989 mortes violentas intencionais. Aumento de 9,16% em relação ao primeiro trimestre de 2023. Naquele período, 906 pessoas perderam a vida para a violência.

Nas estatísticas de mortes violentas intencionais, como atualmente são classificadas pela SDS, estão incluídos os homicídios, feminicídios, latrocínios (roubo seguido de morte), lesões corporais seguidas de morte e óbitos decorrentes de intervenção policial.

Outras regiões de Pernambuco

Com exceção da Zona da Mata, as outras regiões de Pernambuco também apresentaram aumento da violência em março de 2024. 

Na Região Metropolitana do Recife (incluindo a capital), 168 pessoas foram assassinadas. Crescimento de 30,23% em relação ao mesmo período de 2023, quando houve 129 registros.

No Agreste, 69 mortes foram somadas pela polícia. Sete a mais que em 2023. Aumento de 11,2%.

No Sertão, 40 pessoas foram mortas em março. Houve um registro a mais do que no mesmo período do ano passado. O crescimento foi de 2,56%.

Já na Zona da Mata, o resultado surpreendeu. A polícia registrou 47 assassinatos no último mês. Uma queda de 36,5% em relação ao mesmo período de 2023, quando 74 pessoas foram mortas.

Meta distante de ser alcançada

A meta do Juntos pela Segurança, anunciada pela governadora Raquel Lyra em novembro de 2023, segue distante de ser alcançada em Pernambuco. Diferentemente do Pacto pela Vida, que estabelecia uma redução anual de 12% nos assassinatos, o atual programa de segurança prevê uma queda de 30% nas mortes até o final de 2026 (tendo como base o resultado de 2022). 

Sob críticas e após a troca dos titulares das polícias Civil e Militar, a governadora passou a participar semanalmente das reuniões do Juntos pela Segurança. Em fevereiro, representantes do Poder Judiciário foram convocados a colaborarem com ações para agilização dos processos criminais e, consequentemente, diminuição da impunidade. 

Queda de braço com as forças de segurança

Em meio ao resultado insatisfatório, o governo estadual enfrenta uma forte queda de braço com as forças de segurança. 

Na última quinta-feira (4), em assembleia, os delegados decidiram não aceitar a proposta apresentada pela gestão estadual em relação ao pedido de reajuste salarial e valorização da carreira. Por causa disso, a Associação de Delegados de Polícia de Pernambuco (Adeppe) afirmou que iria ampliar a operação padrão das atividades.

Além de não aderir ao Programa de Jornada Extra de Segurança (PJES) desde o início do ano, agora a categoria não vai mais participar das operações de repressão qualificada, que, em sua maioria, não deflagradas para prender facções especializadas em tráfico de drogas e homicídios.

Parte da Polícia Militar de Pernambuco também está em embate com o governo estadual por causa do projeto de lei que acaba com as faixas salariais dos praças. Enquanto a gestão apresentou uma proposta de extinção das faixas por etapas, até junho de 2026, a categoria quer que isso ocorra ainda em 2024. 

Numa votação apertada e tensa, na última semana, a Comissão de Constituição, Legislação e Justiça (CCLJ) da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) aprovou o projeto de lei, que seguiu para análise de outras comissões antes de chegar ao plenário. 

Toca Jabô

O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputado Álvaro Porto, recebeu, neste sábado (6), em Canhotinho, a visita do governador de Alagoas, Paulo Dantas. O encontro se deu cinco meses depois de o governo de Alagoas, atendendo o apelo do deputado, decretar a isenção do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para pecuaristas daquele estado que decidirem abater gado bovino em Pernambuco. 

A isenção do imposto, que vem ampliando os negócios entre os dois estados, foi articulada por Porto durante audiência com o governador Dantas, em maio do ano passado, em Maceió. A medida contribuiu diretamente para elevar a produção da unidade industrial da Masterboi de Canhotinho, que foi visitada pelo governador neste sábado.

Na Masterboi, Paulo Dantas foi recebido pelo presidente da empresa, Nelson Bezerra, e pelo diretor administrativo, Miguel Zaidan. Além de Álvaro Porto, acompanharam a visita a prefeita de Canhotinho, Sandra Paes; a presidente e fundadora da Natville, Janea Maria Mota Santos Dantas, que tem projeto de instalação de fábrica em Brejão (Agreste); o diretor-executivo da ASA Indústria e Comércio, Eduardo Henrique de Oliveira e Silva; o ex-conselheiro do TCE Carlos Porto; e Gabriel Porto, filho do deputado. 

Para Álvaro Porto, o fortalecimento da relação entre a Masterboi e o governo alagoano só traz ganhos para o Agreste e para Pernambuco. “O decreto provocou um forte aquecimento nos negócios e a consequente geração de emprego e renda para alagoanos e pernambucanos”, disse. “A iniciativa não só viabilizou a elevação da produção da Masterboi, como provocou o melhoramento e aumento dos rebanhos, o que significa mais ganhos para os produtores”, completou.

O deputado, que após a visita à Masterboi, recebeu o governador e os empresários para almoço na sua residência, afirmou que o trabalho para o fortalecimento da pecuária em Pernambuco e em Alagoas prossegue. “Vamos continuar dialogando para explorar todas as possibilidades de ampliação dos negócios entre os dois estados. Nosso mandato permanece mobilizado para aproveitar todo o potencial do mercado gerado pelo frigorífico, tanto em Pernambuco quanto em Alagoas”, disse.

Ao falar sobre a vinda a Canhotinho, o governador Paulo Dantas destacou, inicialmente, que o agronegócio de Alagoas cresceu 16% em 2023, sendo o nono do país, proporcionalmente. Depois, arrematou: “E é por essas parcerias que a gente faz com o setor produtivo, nesse caso da Masterboi, que o Governo isentou o ICMS para o boi vivo, para que os produtores vendam o boi aqui para esse empreendimento que tem uma organização espetacular. Estou muito feliz de ter vindo aqui, em Canhotinho, fazer essa visita à empresa”, afirmou. 

Segundo Nelson Bezerra, a visita do governador foi um momento rico e cheio de debates acerca do desenvolvimento dos estados de Alagoas e Pernambuco. “A isenção do ICMS fez a produção crescer, com o escoamento dos bois garantido”, disse. Zaidan complementou avaliando que a desoneração da saída do gado de Alagoas estimulou os pecuaristas a produzirem mais.

Inaugurada em agosto de 2022, a unidade frigorífica da Masterboi de Canhotinho fica a 230 quilômetros do Recife e a 144 quilômetros de Maceió. Resultado de investimentos superiores a R$ 120 milhões, gerou cerca de 500 empregos diretos e mais de 3 mil indiretos. Quando estiver em pleno funcionamento, vai somar 800 empregos diretos.

O empreendimento abriu novas fronteiras para a pecuária de corte na região e já abate 500 bois por dia, 2.400 suínos por mês, além de produzir derivados de gados bubalino, caprino, suíno e ovino em uma área de 120 hectares. Atualmente, a unidade já recebe animais vindos do Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Piauí e Maranhão.

Paulista - No ZAP
Jaboatão - Toca Jabô

Em um ato conjunto, o Republicanos e o PDT lançaram a pré-candidatura de Adrianno do Posto a prefeito de Venturosa e de Tarcísio Victor a vice-prefeito. O evento aconteceu no sábado (6) à noite, último dia de filiação partidária para as eleições municipais de outubro.

Aliado do grupo liderado pelos pré-candidatos que representam a oposição no município, o deputado estadual Romero Sales Filho esteve presente no evento. Durante os discursos, Adrianno e Tarcísio frisaram a necessidade de mudança do atual grupo político que está no comando há 20 anos.

Adrianno classificou como “inadmissível”, depois de duas décadas no poder, o atual prefeito declarar que o jovem não tem oportunidade em Venturosa. “O nosso município tem uma das maiores bacias leiteiras do Estado e esse desgoverno não faz uma ação para os nossos produtores, que emprega e gera renda. Ele está fora da realidade. As demonstrações de apoio que temos tido mostram que o povo está vendo isso e quer mudança. Venturosa vai mudar”, declarou Adrianno, ressaltando que, no pleito de 2020, a diferença no resultado foi de menos de mil votos.

Durante o seu discurso, Tarcísio reforçou que, desde a última eleição em 2020, o grupo político vem ampliando e ganhando musculatura. “Nós não perdemos um pré-candidato, não perdemos um suplente, não perdemos um vereador. Muito pelo contrário, ganhamos apoio e só crescemos. Esse evento é condizente com a nossa força. Vocês vieram aqui se alimentar de futuro e esperança e isso nós temos”, discursou Tarcísio para a quadra lotada de pessoas, na Arena Juventude.

O deputado estadual Romero Sales Filho destacou a importância dos aliados estarem nas ruas conversando com a população, lembrando que “o diálogo é a maior ferramenta de qualquer político”. “O olho no olho é o jeito que a gente sabe trabalhar, diferentemente daqueles que querem o poder pelo poder. O povo que acha que manda em Venturosa não vai mais mandar, porque quem manda é a população e a população quer mudança”, disse o parlamentar. O evento contou com a presença do também deputado estadual Claudiano Filho, do ex-deputado federal Silvio Costa, do ex-prefeito Ranulfo Quirino, de vereadores, de suplentes e de pré-candidatos ao legislativo municipal.

Petrolina - Melhor cidade para viver 2024

Flávio Marques é o principal pré-candidato da oposição em Tabira. Na última eleição, foi derrotado por uma pequena margem para a atual prefeita do município. No entanto, nessa mesma eleição, foi condenado por abuso de poder político pelo TRE/PE e já está inelegível por causa da Lei da Ficha Limpa.

Para reverter essa situação no TSE, contratou uma banca de advogados muito conceituada, que conta com dois ex-ministros do TSE, Henrique Neves e Fernando Neves. Mas dessa contratação de peso, o recurso do político tabirense, que poderia reverter sua situação de inelegibilidade, simplesmente não andou mais. Está parado desde 31/05/2023. O que aconteceu?

Uma banca desse porte tinha todas as condições de fazer o processo andar e o recurso ser rapidamente julgado, definindo de vez a situação de Flávio Marques. Por que então nada aconteceu? 

A sugestão é que a chance de reversão é mesmo zero. Logo, a  aposta de juristas ouvidos pelo blog é que a intenção dos advogados é justamente manter o recurso sem julgamento, parado, para que Flávio Marques possa continuar atuando na articulação política da oposição, “mantendo aceso o fio de esperança nos eleitores e aliados”, até o momento que tenha que abrir mão para a provável candidata, Socorro Veras, irmã do deputado federal Carlos Veras.

Carlos, inclusive, reforça isso nas suas entrevistas recentes, dizendo que Flávio é o candidato da oposição, mas na verdade, o que parece, é querer preservar sua irmã da arena política, deixando o aliado como alvo, por um lado, e como habilidoso articulador do outro.

Ipojuca - Minha rua top

A professora, escritora e poetisa Nevinha Pires, que Deus já chamou, mãe do médico e amigo Pedro Pires, terá uma escultura em Tabira, sua terra natal. A produção foi dos escultores Jobson Figueiredo e Nara Cavalcanti. 

Toda em bronze, inclusive o banco, a escultura pesa 300 kg e será entregue à população de Tabira durante o VI Encontro Literário do Município, no próximo dia 26.  Seus custos foram assumidos em sua totalidade pelo filho Pedro Pires, que fará um grande ato, do tamanho e da importância da maravilhosa e eterna escritora, muito amiga do meu pai Gastão Cerquinha, que também foi escritor.

Caruaru - Geracao de emprego

EXCLUSIVO

Antes de embarcar para os Estados Unidos, sexta-feira passada, o prefeito do Recife, João Campos, abonou a ficha de filiação da secretária de Infraestrutura, Marília Dantas, ao PSB. Tudo se deu sem publicidade, da forma mais discreta possível, mas foi a sinalização mais clara de que ela será, de fato, a vice em sua chapa, conforme este blog antecipou.

Marília Dantas é uma jovem engenheira, que toca um orçamento anual de R$ 1 bilhão na Secretaria de Infraestrutura da Prefeitura do Recife. Não é recifense, mas vem de um berço histórico de lutas, da localidade de Tejucupapo, em Goiana, na Zona da Mata, onde ocorreu uma batalha histórica envolvendo quatro mulheres, que resistiram à invasão holandesa com paus, pedras e outros instrumentos rudimentares.

João Campos conheceu Dantas por uma indicação do engenheiro Roberto Gusmão, ex-secretário de Infraestrutura na gestão Geraldo Julio, que começou na vida pública pelas mãos do ex-governador Miguel Arraes. À frente da mesma pasta, a afilhada de Gusmão é a executora das principais obras da gestão municipal.

Antes de passar pelo teste das urnas na reeleição em outubro, o prefeito deve entregar duas obras simbólicas que vêm sendo tocadas por ela – as pontes da Iputinga ao bairro de Monteiro, ao custo de R$ 48 milhões, e a ponte ligando a Avenida Recife ao bairro da Lagoa do Araçá, orçada em R$ 90 milhões.

A alternativa Marília Dantas na vice vai gerar uma tensão natural do prefeito com o PT, mas resolve, definitivamente, o que ele imagina para um cenário confortável, caso em 2026 venha a disputar o Governo do Estado: passar a Prefeitura, caso reeleito, para uma pessoa da sua extrema confiança, que possa dar continuidade ao seu projeto para o Recife.

Camaragibe Agora é Led

O trilionário Elon Musk, atual dono do Twitter, que ele rebatizou como X, declarou guerra ao que denominou “censura agressiva do judiciário brasileiro que parece violar leis brasileiras”. Musk mandou desbloquear todos os usuários que os juízes brasileiros, em muitos casos em claro desrespeito à Constituição, haviam mandado censurar. “Nós provavelmente vamos ser banidos do Brasil por isso, mas princípios importam mais que lucros” afirmou Musk, por meio de postagem na sua própria conta no X.

Como foi

Neste sábado (6), o STF mandou ordem para suspender os posts que denunciavam o escândalo de censura do próprio STF. Musk, como se diz, pegou ar. Ficou virado e afirmou que não irá obedecer e ainda vai liberar todos os perfis censurados no Brasil. Diante do argumento de multa milionária, ele não aliviou: se multarem, fecha o escritório no Brasil e vai embora. As informações são do jornal O Poder.

E ainda dá uma chave de galão moral em certos juízes brasileiros, para fazer corar os bustos que enfeitam os tribunais: “Princípios importam mais que lucros”.

Um Y já basta, quanto mais um X. Essa é uma guerra boa de ver. De potência para potência. Muito diferente da arrogância e da arbitrariedade exercida contra os mais fracos e indefesos.

Belo Jardim - Vivenciando Histórias

Nesta semana, a Prefeitura de Garanhuns divulgou as peças publicitárias do Festival de Inverno do município. O que chamou a atenção do público foi a presença dos logotipos dos deputados Carlos Veras (PT) e Felipe Carreras (PSB), que destinaram recursos para a realização do evento.

Veras destinou R$ 450 mil para o FIG por meio de emendas parlamentares e Carreras articulou, junto ao Ministério do Turismo, o envio de R$ 1 milhão. O deputado petista é creditado no banner divulgado pelo prefeito Sivaldo Albino como patrocinador, enquanto o socialista aparece como apoiador.

Ao Jornal do Commercio, o advogado Antônio Ribeiro Júnior, especialista em direito eleitoral, afirmou que a ação vai na contramão do que determina a Constituição Federal.  “O parágrafo 1º do Art. 37 da Constituição diz que a publicidade pública é impessoal, clara e objetiva. Em tese, nem mesmo o prefeito poderia figurar a imagem dele ou o nome dele, porque a publicidade deve ser em nome do município, do evento, e não da pessoa específica”, disse o especialista.

O que diz o trecho da Constituição: “§ 1ºA publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos”.

O advogado aponta que a conduta do gestor pode gerar ação de improbidade administrativa. “A ação pode gerar multa civil, ressarcimento de gastos públicos, no caso de uso da propaganda para benefício próprio ou de terceiros, perda do mandato, suspensão dos direitos políticos”.

O prefeito Sivaldo Albino afirmou ao site que a presença dos nomes dos deputados nas peças publicitárias visa “fazer justiça a quem tem ajudado o festival”.

“Não é ano eleitoral para deputado, é ano eleitoral para vereador e prefeito. Não poderia ter o meu nome, por exemplo”, afirmou o prefeito.

Vitória Reconstrução da Praça

Do Estadão

O presidente Lula da Silva parece achar que encontrou a luz que fará o governo retomar o caminho da popularidade perdida. Como o demiurgo e seus spin doctors estão convictos de que a desaprovação crescente ao seu mandato vem do afastamento da população evangélica, ele resolveu se transfigurar em crente. Foi o que se viu na constrangedora missa de quermesse que Lula oficiou num palanque de Arcoverde, em Pernambuco, quando usou inacreditáveis 27 vezes as palavras “Deus” e “milagre”, atingindo a surpreendente marca de uma referência religiosa por minuto em seu discurso. O presidente definiu como um “milagre de fé” a obra que levará águas do Rio São Francisco para o agreste pernambucano, exaltou a “crença” dos brasileiros tanto para obras oficiais quanto para a sua própria chegada à Presidência, criticou o uso do nome de Deus em vão pelos adversários e, ora vejam, afirmou ter sido escolhido pelo “homem lá de cima” para solucionar o problema da escassez de água no Nordeste.

Eis o mistério da fé lulopetista: desde que os institutos de pesquisa radiografaram a distância que hoje separa o governo dos evangélicos, conselheiros governistas invariavelmente apontam caminhos para que Lula tente se aproximar desse segmento. Nos últimos dias, soube-se que a nova campanha do governo adotará o slogan “Fé no Brasil”. A ideia, dizem porta-vozes, é difundir os feitos do governo e fazer um “aceno” ao eleitorado evangélico. Não se discute aqui a religiosidade presidencial nem a criatividade dos seus publicitários, mas o artificialismo de recém-convertido e a estratégia escolhida para a tal “aproximação com os evangélicos” demonstram que nada entenderam do problema – muito menos das soluções. Pelo que se viu em Pernambuco, Lula e seus apóstolos só reafirmam desconhecimento e preconceito.

Um erro habitual de muitos não evangélicos, especialmente da esquerda lulopetista, é enxergar o segmento como uma só coisa e, sobretudo, como uma outra gente. É como se se tratasse de outro País, apartado e monolítico, uma espécie de “Evangelistão”. Ocorre que não há outro Brasil, à parte do Brasil oficial, tampouco ninguém é apenas evangélico, assim como não é apenas católico nem apenas mãe, pai ou trabalhador. Pensar o inverso é tão enganoso quanto tomar a parte pelo todo: atribuem-se ao segmento evangélico os males do fundamentalismo bolsonarista e do radicalismo de pastores que se misturam à política. Convém lembrar a animada fala da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, ao tratar da atuação de pastores “mentirosos” que “vão para o inferno” porque se aproveitam da “boa-fé” e da falta de instrução dos fiéis. Foi quase uma peça antipetista pronta. Ela e a companheirada não percebem que nem todo evangélico segue a cartilha do extremismo.

O presidente dificilmente moverá montanhas entre evangélicos tentando credenciar-se como uma espécie de profeta. Sem dúvida há uma dissonância de valores entre a esquerda e uma boa parcela dos evangélicos, tradicionalmente mais conservadores em matéria de família, segurança e expectativas de futuro. Mas a dissonância maior tem muito mais a ver com a visão de mundo e de liberdade.

Há pesquisas com moradores de periferias e também entre evangélicos que apontam uma prevalência de valores liberais, com foco no empreendedorismo, nas conquistas individuais e na ascensão pelo trabalho. Há, por oposição, também forte rejeição a um Estado glutão e intrometido – exatamente o ideal de Estado para os petistas. Como constatou em 2017 uma pesquisa feita pelo próprio PT, por meio da Fundação Perseu Abramo, na periferia de São Paulo, em meio à brutal crise econômica gerada pela incúria lulopetista, “no imaginário da população não há luta de classes; o ‘inimigo’ é, em grande medida, o próprio Estado ineficaz e incompetente”.

É difícil acreditar que será a Bíblia a salvar o governo da desaprovação popular. Não há milagre: os evangélicos, a exemplo de tantos outros setores da sociedade, querem facilidade para empreender, escolas eficientes para seus filhos, bom uso dos impostos e segurança para a família. Deus não tem nada com isso.

A edição 2024 da lista global da Forbes que reúne super-ricos com fortunas superiores a US$ 1 bilhão traz três nomes nordestinos. Dois deles são cearenses e um maranhense.

O melhor colocado entre os empresários do Nordeste é Ilson Mateus, fundador da rede de supermercados Mateus, companhia com capital aberto na Bolsa que vem imprimindo ritmo acelerado de expansão. As informações são do Diário do Nordeste.

O maranhense, segundo a Forbes, possui um patrimônio de US$ 2,3 bilhões – o que equivale, com a cotação cambial na data da publicação desta matéria, a quase R$ 12 bilhões. No ranking nacional, ele aparece na posição 22 entre os mais ricos; e no global, está em 1.428º.

Em seguida, aparece Cândido Pinheiro Koren de Lima, fundador da Hapvida, que após a fusão com a NotreDame Intermédica tornou-se um colosso dos planos de saúde.

A fortuna do empresário cearense é de US$ 2,3 bilhões, aponta a Forbes, o que o coloca na 23ª, praticamente empatado com Ilson.

A terceira integrante do seletíssimo rol é Maria Consuelo Dias Branco, da M. Dias Branco, poderosa empresa do setor de alimentos. O patrimônio da executiva cearense é avaliado pela Forbes em US$ 1,2 bilhão (em torno de R$ 6 bilhões).

Curiosamente, o empresário Mário Araripe, fundador da Casa do Ventos, que na lista nacional de 2023 detinha a melhor colocação entre os nordestinos, não consta nesta seleção mundial da Forbes.

O Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) permitiu nesta quarta-feira (3), por unanimidade, a desfiliação de 14 deputados estaduais do PDT, que pertencem ao grupo político do senador Cid Gomes (PSB). O acionamento judicial por parte dos parlamentares ocorreu em dezembro passado, após os cidistas terem travado uma disputa interna contra a ala do ex-governador Ciro Gomes. Como resultado, Cid e outros 40 prefeitos migraram para o PSB em fevereiro deste ano.

No PDT, contudo, ainda estão os cidistas que foram eleitos em 2022 e, por isso, poderiam perder seus mandatos caso deixassem a sigla sem autorização judicial. Por este motivo, o grupo de deputados estaduais alegou justa causa, o que foi reconhecido em sessão do TRE-CE pelos sete magistrados que compõem a Corte. As informações são do O GLOBO.

Entre os beneficiados por esta decisão está Lia Gomes, que é irmã dos políticos, mas tomou o lado do senador em relação ao rumo partidário. As divergências entre Cid e Ciro circundam o apoio ao PT no estado: enquanto o senador busca a base, o ex-governador prefere ser oposição.

Além de Lia, Sergio Aguiar, Romeu Aldigueri, Osmar Baquit, Oriel Filho, Marcos Sobreira, Jeová Mota, Salmito Filho, Helaine Coelho, Guilheme Landim, Guilherme Bismarck, Bruno Pedrosa, Antonio Granja e Tin Gomes foram liberados pela Justiça Eleitoral.

Os juízes entenderam que houve grave discriminação politica e pessoal contra o grupo de Cid Gomes, por meio de seguidos acionamentos judiciais para conter a gestão do senador no diretório estadual, além de mudança no programa partidário com a aproximação com partidos de centro e direita como União Brasil e PL. O presidente nacional do PDT, o deputado federal André Figueiredo, contudo, afirmou que o partido irá recorrer à decisão.

Antes da decisão do TRE-CE, o Ministério Público Eleitoral havia se manifestado contra as desfiliações. Na representação, a instituição alegou que as “desavenças políticas” não configuraram grave discriminação contra os autores da ação.

“Para a caracterização de grave discriminação pessoal devem ser descritos fatos certos e determinados contra o filiado, no sentido de afastá-lo, desprestigiá-lo ou persegui-lo, de modo claro, do convívio partidário, o que não se observa nitidamente no presente caso”, diz trecho do documento.

Por José Matheus Santos*

O prefeito do Recife, João Campos (PSB), tornou pública a posição de tratar somente nas convenções partidárias, em julho, da definição do nome que ocupará a sua vice na disputa pela reeleição.

Ele está pressionado pelo PT, que quer preencher a vaga na expectativa de assumir a prefeitura em caso de renúncia do prefeito para ser candidato a governador em 2026 ou de ter apoio dele para um eventual candidato petista no enfrentamento contra a governadora Raquel Lyra (PSDB).

O prefeito do Recife relatou a aliados que pretende usar estratégia semelhante à do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, de ter o controle do processo de escolha do vice e evitar cair em pressões petistas.

Paes também está pressionado pelo PT a ceder a vice no Rio de Janeiro. Possível candidato a governador em 2026, o prefeito da capital fluminense quer um aliado de primeira hora na linha de sucessão. O favorito para ocupar a vaga é o deputado federal Pedro Paulo (PSD).

O PT acredita que será mais fácil obter a vice no Recife do que no Rio e, para isso, quer contar com a articulação direta do presidente Lula. O chefe do Executivo federal teve encontros recentes com Campos, mas sem chegar a conclusões definitivas sobre o cenário no Recife.

Por outro lado, o PSB de Pernambuco aposta no insucesso do pleito do PT no Rio para justificar a não obrigatoriedade de ceder a vice ao PT. O entorno de Campos diz que não haverá como o PT justificar ter sido rifado no Rio e manter o apoio a Paes e não fazer o mesmo na capital pernambucana com um prefeito aliado.

Campos já confessou a pessoas próximas que defende o direito de Paes de definir o seu vice ouvindo os partidos aliados, o que foi interpretado como um sinal de restrição ao PT no Recife, que tem cenário semelhante.

No Recife, o PT abriu inscrições para a candidatura a vice-prefeito, mesmo sem ter a certeza de que ocupará a vaga. O episódio foi entendido como uma pressão sobre o prefeito, que não deu sinais de que acatará o calendário petista, que queria definir a situação até abril.

Em reação, Campos disse que apenas tratará do assunto em julho.

“É um prazo da própria legislação eleitoral. Quando se apresenta vice oficialmente é nas convenções. Nossa construção política é ouvindo todo mundo, construindo com os partidos aliados e a frente [política] que está em construção”, afirmou o prefeito.

O PT assimilou as mensagens como recados para frear o processo de escolha de vice, cujo posto não está assegurado. O diretório municipal aboliu a ideia de submeter os nomes a uma votação interna até abril. Agora, o partido entende, em Pernambuco, que as tratativas ficarão a cargo do presidente Lula e da cúpula do PT, cabendo à instância municipal, posteriormente, escolher um eventual nome.

Os petistas pernambucanos acreditam que, se Lula estiver irredutível com o pedido de vice, Campos não negará, mas há dúvidas entre os próprios integrantes do PT se o presidente estaria disposto a se mostrar intransigente no pleito junto ao prefeito.

No PT, dois nomes se inscreveram como pré-candidatos a vice-prefeito: o deputado federal Carlos Veras e Mozart Sales, um dos auxiliares do ministro Alexandre Padilha no Ministério das Relações Institucionais.

Padilha, inclusive, é um dos principais defensores de Mozart no PT. Por ser ministro, seu patrocínio é visto como forte nos bastidores do partido e da política local. Ambos são médicos e foram colegas no movimento estudantil universitário.

Mozart Sales também conta com apoio da senadora Teresa Leitão e da maioria do diretório do partido no Recife. Já o outro senador do PT de Pernambuco, Humberto Costa, defende o nome de Carlos Veras.

Para o PT, a fala de Campos sobre ouvir partidos aliados é tida como outra adversidade. Os petistas acreditam que siglas como MDB, Avante e Republicanos não sairiam em defesa de petistas.

Em paralelo, o prefeito continua em articulações para atrair outros partidos para a sua aliança. Há duas semanas, fechou o apoio do MDB, o que garantirá mais tempo de propaganda no rádio e na televisão durante a campanha.

O partido era especulado para aderir totalmente ao governo de Raquel Lyra e deixar a base de Campos, mas o prefeito conseguiu reverter o cenário ao garantir a filiação de vereadores para disputar a eleição pelo MDB, ajudando a ter chapa para montar bancada expressiva na Câmara Municipal.

Campos também está confiante em ter apoio da União Brasil, mesmo com o deputado federal Mendonça Filho, desafeto do PT, na presidência da legenda no Recife. Conta também com o ex-prefeito de Petrolina Miguel Coelho como voz na União Brasil a seu favor e acredita que haverá um acordo no Recife, mesmo se Mendonça Filho tiver posição pessoal diferente.

O União Brasil poderá ser determinante na tentativa do prefeito de obter o maior tempo de propaganda no rádio e na televisão. Cálculos internos dos partidos indicam que Campos já superou a coligação de Gilson Machado Neto (PL) e do candidato lançado por Raquel Lyra, o ex-deputado Daniel Coelho, que terá apoio de PSD, Podemos, PP, PDT e da federação PSD/Cidadania.

O entendimento do PSB é que, mesmo com alcance forte e 2,4 milhões de seguidores somente no Instagram, o rádio e a televisão são importantes para responder eventuais críticas da oposição ou tentativas de desconstruir a imagem do prefeito.

CENÁRIO ELEITORAL NO RECIFE

Partidos acertados com João Campos: PSB, MDB, Republicanos, Avante e Solidariedade

Partidos que devem apoiar João Campos: federação PT/PV/PC do B

Partidos que vão apoiar Daniel Coelho: PSDB/Cidadania, PSD, Podemos, PP, PDT

Partido da base de Raquel que vai lançar candidatura sem apoio da governadora: PL

Candidatura própria: federação PSOL/Rede

Indefinido: União Brasil

*Jornalista da Folha de São Paulo

Pré-venda da nova Chevrolet S10 já começou 

A General Motors acaba de anunciar o começo da pré-venda da Chevrolet S10 revitalizada. Basta procurar uma das 600 lojas da rede de concessionárias da marca. O produto, no entanto, começa a ser exibido publicamente em grandes feiras agropecuárias, como a ExpoLondrina, a Tecnoshow e a Agrishow, que acontecem ao longo deste mês nos estados do Paraná, Goiás e São Paulo, respectivamente. Na última quarta-feira (2), a empresa também divulgou três imagens. Elas mostram importantes novidades em design e conectividade, por exemplo – e tanto interna como externamente.  Como a norte-americana Colorado, ela terá farois finos e com uma linha em LED para iluminação diurna na parte superior. Mas uma das grandes surpresas está na nova geração do motor turbodiesel. 

“Os consumidores podem esperar por uma tecnologia inovadora que combina performance, eficiência energética, emissões e dirigibilidade em um patamar nunca visto no país”, diz Rafael Santos, vice-presidente de Vendas, Pós-Vendas e Marketing da GM América do Sul. O portal Motor1 apurou que a quantidade de versões disponíveis (seis configurações atualmente) cairá para quatro: WT (linha de trabalho), Z71, LTZ e High Country. Assim, saem de linha as LT e Midnight). Além da nova S10 e do novo Spin, crossover lançado em março, a Chevrolet prepara mais quatro novidades até o fim deste ano. Configurador da Chevrolet S10 2025

Vem aí a renovada L200 – A Mitsubishi Motors, representada no Brasil pela HPE Automotores, vai investir R$ 4 bilhões até 2032 na fábrica de Catalão (GO), sendo que a maior parte dos recursos são usados para a produção de novos, como a nova geração da picape L200. A empresa ainda afirmou que o aporte também será destinado ao desenvolvimento de novas tecnologias híbridas e flex – e um dos candidatos é Eclipse Cross. A marca também já testa a nova geração do Outlander híbrido PHEV no Brasil.

E vem aí mais grana da Stellantis – E por falar em investimentos, não vale esquecer a Stellantis,  dona de marcas como Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën e Ram, que vai garantir R$ 30 bilhões para o lançamento de 40 novos produtos entre 2025 e 2030 no Brasil. Trata-se do maior aporte da indústria automotiva na região. Os novos recursos não incluem os R$ 16,2 bilhões já anunciados anteriormente pela companhia, que serão desembolsados até 2025.

E vem aí também novo lote do Mustang GT – A Ford vendeu todas as 150 unidades disponíveis do GT Mustang Performance em apenas uma hora, diretamente nas concessionárias da marca, com previsão de entrega das primeiras unidades até o final de junho. Em breve a Ford vai anunciar a disponibilidade do próximo lote e o prazo de entrega para os clientes. Feito para venda em mais de 100 mercados globais, o novo Mustang chegou ao Brasil poucos meses depois de estrear nos Estados Unidos. Ele é oferecido aqui na versão única GT Performance, equipada com motor Coyote V8 5.0 de quarta geração, de 488 cv, e preço de R$ 529.000. Além de chassi com rigidez torsional 30% maior, ele vem com suspensão adaptativa ajustável, freios Brembo na dianteira e na traseira e barras estabilizadoras do Mach 1, que contribuem para a sua excepcional dirigibilidade. Freio eletrônico Drift Brake, sistema de detecção automática de buracos e o Remote Rev, que permite acelerar o motor remotamente pela chave, são outros recursos exclusivos oferecidos no novo Mustang. Ele também tem cockpit inspirado em caças a jato, com duas telas integradas e um nível inédito de tecnologia e conectividade. O seu design valoriza elementos clássicos do modelo original dos anos 60, com capô longo, traseira curta e teto baixo, que ganharam linhas esculpidas mais musculosas e atléticas. Cupê esportivo mais vendido do mundo desde 2016, o Mustang também comemora este ano seu 60º aniversário de lançamento, o que contribui para valorizar essa edição histórica.

RAV4 híbrida plug-in chega ao Brasil – Modelo da Toyota tem conjunto mais potente e desembarca por R$ 400 mil. O conjunto combina motor 2.5 a gasolina de 185cv e 22,7 kgfm de torque e dois motores elétricos, sendo que o dianteiro rende 182 cv e 27,5 kgfm, enquanto o traseiro entrega 54cv e 12,3kgfm. No geral, a potência combinada é de 306 cv, com aceleração de 0 a 100 km/h em apenas 6,0 segundos. A autonomia do modo totalmente elétrico é de 55km. A média de consumo estimada é de 35 km/l em percurso urbano e 30 km/l em estradas. São quatro modos de condução: Normal, Eco, Elétrico e Sport. As baterias são recarregadas através de carregador portátil convencional 2,3 kWh e ou wallbox de 7,4 kWh, que permite carga total em 2,5 horas.

Jeep Day: o dia da referência – O dia 4 de abril, ou melhor 4/4, é mundialmente conhecido como Jeep Day, em referência à tração 4×4 que é símbolo da marca icônica. Em mais de 80 anos de história, a Jeep foi responsável por trazer grandes evoluções ao mercado automotivo, especialmente ao segmento de SUVs.  Nascida em 1941, a Jeep tem muito o que comemorar, já que atravessou décadas evoluindo junto com o tempo e a tecnologia além de se aproximar cada vez mais do consumidor, reforçando sua trajetória e tradição. E não é para menos, já que o mercado de SUVs no Brasil evoluiu muito com a chegada dos modelos da Jeep produzidos no país. Desde 2015 até hoje, dos cerca de 5 milhões de SUVs vendidos no Brasil, 20% foram da Jeep. Esse número mostra toda a relevância e protagonismo da marca no segmento mais importante do país.   

A história por trás do Jeep Day: a escolha do dia 4 de abril não é por acaso. O número 4, que se repete três vezes, representa a tração nas quatro rodas, característica fundamental que define a Jeep e a diferencia de todas as outras marcas. A data é uma homenagem à invenção da tração 4×4, que revolucionou a indústria automobilística e deu origem ao segmento de SUVs. 

Algumas datas marcantes da Jeep no Brasil – Em 1941, na Segunda Guerra Mundial, o exército dos Estados Unidos da América precisava de um veículo leve com tração nas 4 rodas. Assim, nasceu o Willys MB. 

1957- Criada nos EUA para romper desafios, a Jeep chega ao Brasil para ajudar no Plano Industrial do País com a produção nacionalizada do Jeep CJ-5. 

1987 – Sucessor do Jeep CJ, o Jeep Wrangler chega ao mercado para somar o requinte do Jeep Cherokee à robustez dos modelos clássicos. 

1994- O Grand Cherokee, um SUV de luxo com tração integral, desembarca no Brasil.  

2015- Jeep retorna ao Brasil com produção local, no Polo Automotivo da Stellantis, em Goiana, Zona da Mata Norte de Pernambuco. O primeiro modelo fabricado por lá foi o Jeep Renegade, um sucesso desde o início até hoje.  

2019- Novo Jeep Wrangler chega ao mercado brasileiro  

2021- Mais um capítulo marcante para a história da marca: o lançamento do primeiro Jeep desenvolvido no Brasil: o Commander, um SUV de sete lugares com design imponente e tecnologia avançada. 

2022- Marca inicia o começo de uma nova fase eletrificada com o Compass 4xe híbrido plug-in com tecnologia e performance inéditos no segmento. Neste mesmo ano, a marca também estreou na categoria de picapes com o Jeep Gladiator.  

Venda de elétricos – O comércio de carros elétricos no Brasil atingiu 6.123 unidades em março, superando o recorde anterior de dezembro de 2023, quando foram vendidos 6.018 modelos zero emissão no país. Os números mostram um aumento de 68% nas vendas se comparado ao resultado do mês anterior. No acumulado do ano, isso representa participação de 39% dos carros elétricos dentro do segmento de eletrificados (híbridos variados, por exemplo), quando, de janeiro a março, foram emplacados mais de 14.100 veículos elétricos. O destaque é o BYD Dolphin Mini (2.469), lançado no final de fevereiro. 

BV acelera financiamento de motos elétricas – O banco BV, líder no mercado de financiamento de veículos usados, também cresceu no mercado de motos nos últimos 2 anos. Entre 2021 e 2023, a concessão de crédito para financiamento de motos no BV cresceu 113% (vs.77% do mercado), levando o BV a ganhar participação de mercado. O BV também tem financiado no mercado de motos elétricas, cujas vendas vêm aumentando com grande velocidade no país. Apenas nos dois primeiros meses de 2024, o BV financiou mais motos elétricas do que em todo o ano de 2022 e quase quatro vezes mais do que em 2023. O banco acredita que o mercado de motos elétricas continuará pujante ao longo de 2024 e nos próximos anos. Entre os clientes do BV que buscam o financiamento das motos elétricas estão entregadores e pessoas que querem um modal menos poluente para realizar trajetos curtos dentro da cidade. A facilidade de carregamento, com possibilidade de troca de bateria – por serem portáteis, é uma das razões que têm levado à maior procura. A perspectiva de redução de custos com manutenção e combustíveis e a preocupação ambiental também estão entre os motivos da expansão.

Emplacamentos – E por falar em motos, vale destacar o segmento que é destaque nos dados divulgados pela Fenabrave, com altas de 21%. Foram emplacadas 432,3 mil motos no primeiro trimestre, perante os 357 mil licenciamentos do mesmo período de 2023. As vendas atingiram 152,7 mil unidades em março, alta de 12% sobre fevereiro (136,3 mil) e de 4,6% em relação a idêntico mês do ano passado (145,9 mil).

Seminovos: preços em queda – O mercado brasileiro de automóveis e comerciais leves zero quilômetro registrou em fevereiro alta de 29,7% em comparação com o mesmo mês de 2023. De acordo com a consultoria JATO Dynamics, 154.388 veículos leves foram emplacados no segundo mês do ano, volume 2,18% superior ao registrado em janeiro (151.087 unidades). Os carros 0km iniciaram 2024 com discreta alta nos preços, mas apontaram uma ligeira queda de -0,08% nos valores médios em fevereiro, segundo a última edição do Monitor de Variação de Preços – MVP da KBB Brasil, a maior empresa de precificação de veículos do mundo. Os preços dos veículos seminovos seguiram em tendência em fevereiro, com destaque para os veículos ano/modelo 2024, que apresentaram queda de -0,71%, em média, nos preços do último mês.

Nordeste registra a maior alta da gasolina – Dados do Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL), levantamento que consolida o comportamento de preços das transações nos postos de combustível, apontaram que na Região Nordeste o preço médio do litro da gasolina fechou março a R$ 6,01, com aumento de 0,33% em relação à primeira quinzena do mês. O litro do etanol foi encontrado a uma média de R$ 4,34, depois de obter alta de 0,93%. Já o preço do diesel ficou mais barato na região e o comum foi comercializado a R$ 6,03 e o S-10 a R$ 6,05, ambos com redução de 0,33%. Sergipe registrou o maior aumento do país para o diesel comum e a maior redução para o S-10. Os postos alagoanos registraram a redução mais significativa de todo o território nacional para o diesel S-10, de -6,55%, e os do Rio Grande do Norte para a gasolina. Já em Pernambuco foi registrado o maior recuo para o etanol. Entre os estados nordestinos, a gasolina, quando comparada ao etanol, foi considerada mais vantajosa para abastecimento apenas no Maranhão.

Senado quer isentar IPVA de veículos com mais de 20 anos – Os senadores estão debatendo a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 72/2023, que livra da incidência do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) os veículos terrestres com mais de 20 anos de fabricação. Apresentada pelo senador Cleitinho (Republicanos-MG) e outros senadores, o texto conta com o parecer favorável da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a partir de relatório apresentado pelo senador Marcos Rogério (PL-RO). Mas ainda há um longo caminho, segundo a Agência Senado: as PECs passam por cinco discussões em plenário antes da votação em primeiro turno. A aprovação ocorre quando, no mínimo, dois terços dos senadores (54) acatam o texto, após dois turnos de deliberação. 

Para que a mudança constitucional se efetive, deve-se aprovar a proposta nas duas Casas do Congresso. Esta PEC específica estende a imunidade prevista no inciso III do parágrafo 6º do artigo 155 da Constituição, que elenca veículos isentos da tributação. Os parlamentares apontam que, de 2020 a 2021, veículos com mais de 20 anos passaram de 2,5 para 3,6 milhões, sobretudo em razão da Covid-19, que ocasionou um aumento considerável no preço dos veículos, inclusive em relação aos usados, e à queda do poder aquisitivo da população. Diante de tal cenário, os autores da PEC entendem que os princípios da justiça fiscal e o da capacidade econômica requerem do Congresso a tomada de medidas para assegurar a esses brasileiros a manutenção da propriedade de seus veículos. Ela poderá gerar alguma perda de arrecadação somente nos estados de Minas Gerais, Pernambuco e Santa Catarina. Em todos os outros estados há previsão de isenção de IPVA para veículos com mais de 20 anos. Em alguns casos há até concessão de isenção para veículos com mais de 10 anos.

Mercado de caminhões retoma crescimento – O fim do primeiro trimestre de 2024 demonstra que o segmento de pesos pesados, especialmente o de caminhões, tem crescido: dados levantados pela Fenabrave mostram que, em março, as vendas somaram 9,7 mil unidades, volume que representou altas de 18,3% sobre fevereiro, quando anotou 8,2 mil licenciamentos, e de 3,3% em relação ao mesmo mês do ano passado (9,3 mil unidades). Assim, as vendas de janeiro a março acumularam 25,9 mil caminhões negociados. As demandas seguem o perfil tradicional da característica do transporte de carga brasileiro. No encerramento do primeiro trimestre, os emplacamentos de caminhões pesados participaram com 53,9% das vendas totais, seguidas pelas de semipesados (26,7%), médios (10,7%), leves (4,9%) e semileves (3,6%).

As diferenças entre ciclomotor, bicicleta e outros – O Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS) fez uma espécie de cartilha, válida nacionalmente, para – interpretando a Resolução 996, do Contran, publicada no ano passado – estabelecer a classificação de ciclomotores, bicicletas elétricas e equipamentos de mobilidade individual autopropelidos. Confira: 

Veículos com acelerador manual não são bicicletas – Bicicletas são veículos de propulsão humana, ou seja, para seu deslocamento é necessária a força humana – a pedalada. No caso das bicicletas elétricas, vale o mesmo princípio: o motor fornece uma assistência à medida que o ciclista pedala, diminuindo o esforço, o chamado pedal assistido. A presença de acelerador manual, que permitiria ao veículo acelerar sem que o condutor pedale, excluiria a obrigatoriedade da propulsão humana. Por isso, veículos com acelerador, mesmo que também tenham pedal assistido, não se enquadram como bicicleta elétrica. Conforme a Resolução 996, as bicicletas elétricas têm motor de até mil watts de potência e o auxílio do motor até a velocidade de 32km/h. “Ao atingir 32 km/h o motor para de ajudar, mas se o ciclista pedalar mais, a velocidade pode aumentar”, explica a gestora de atividades de trânsito do Detran-MS, Elijane Coelho. Para conduzir as bicicletas elétricas, como as não elétricas, é recomendado o uso de capacete de ciclismo, luvas e óculos de proteção. A circulação é a mesma da bicicleta convencional, por ciclovia ou ciclofaixa, e, quando não houver, nos bordos da pista, no mesmo sentido de circulação dos demais veículos. Não há necessidade de habilitação do condutor, idade mínima ou obrigatoriedade de registro do veículo.

E os veículos com acelerador manual? – A Resolução 996 apresenta dois tipos de veículos com acelerador manual. É necessária atenção a outras características que fazem a diferenciação.

Autopropelidos – são veículos de mobilidade individual, como patinetes, monociclos, overboards, scooters e similares. Também possuem velocidade baixa, com o máximo chegando a 32km/h. “Existem no mercado modelos de autopropelidos que visualmente são parecidos com bicicletas elétricas e ciclomotores. O que os diferencia é a distância entre eixos (entre o centro de uma roda e da outra) de até 130 cm, largura do guidão de até 70cm e possuir até 1000 Watts de potência.

Assim como as bicicletas, para conduzir esses veículos, não é necessária a Carteira de Habilitação, mas é recomendado o uso de capacete de ciclismo, luvas e óculos de proteção. É permitida a circulação em ciclovias e ciclofaixas, dentro do limite de velocidade determinado para a via. Fora desses espaços, recomenda-se a circulação pelo bordo da pista, no mesmo sentido de direção.

Ciclomotores – são os veículos que mais levantam dúvidas entre os condutores. Suas características são possuir até 4000 Watts de potência e alcançar velocidade maior, que pode chegar até 50Km/h. Para esses veículos, é necessário que o condutor tenha CNH ou ACC (Autorização para Conduzir Ciclomotor), usar capacete de motocicleta e circular na via pública. 

A gestora de atividades de trânsito do Detran-MS, Elijane Coelho, explica que é preciso distinguir os tipos de veículos elétricos de duas rodas. Se o veículo de duas rodas tem acelerador manual, não é bicicleta elétrica. “Os veículos podem ter pedal, ter uma baixa potência, mas se possui acelerador manual, são ciclomotores”, explica Elijane. Veículos ciclomotores necessitam que o condutor possua CNH ou ACC e equipamentos de segurança iguais aos de motocicletas.

Registro do veículo – Conforme a resolução, os proprietários dos ciclomotores que não possuem o CAT (Certificado de Adequação à Legislação de Trânsito) e o código específico marca/modelo/versão devem providenciar o registro desses veículos até o prazo limite de dezembro de 2025. Após este período determinado pela legislação, os mesmos ficarão impedidos de circular em via pública sem a devida regulamentação.

Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, tem especialidade em jornalismo automobilístico

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) convocou apoiadores para um ato no Rio de Janeiro, no próximo dia 21 de abril. A manifestação ocorrerá na praia de Copacabana, a partir das 10h.

Este será o segundo evento de mobilização em defesa de Bolsonaro após o avanço das investigações da Polícia Federal (PF) sobre a suposta articulação de um golpe de Estado depois da derrota para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022. As informações são do Metrópoles.

“Estaremos dando continuidade ao que aconteceu em São Paulo, no dia 25 de fevereiro. Estamos discutindo, levando informações para vocês, juntamente com autoridades e o pastor Silas Malafaia, sobre o nosso Estado Democrático de Direito”, afirmou Bolsonaro.

Em vídeo divulgado por Bolsonaro neste sábado (6), o ex-presidente chama a minuta do golpe de “maior fake da história do Brasil”. A chamada minuta do golpe é um documento apreendido pela PF que decretava Estado de Sítio e Operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) contra o resultado das eleições de 2022.

Em depoimento à PF, o ex-comandante do Exército general Marco Antônio Freire Gomes disse que o documento foi apresentado a ele durante reunião no Palácio da Alvorada, em 7 de dezembro de 2022.

Por Laísa Dall’agnol*

Figura conhecida dos mais altos círculos da política brasileira há pelo menos três décadas, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) calcou sua trajetória em um posicionamento característico do grupo ao qual pertence e ao qual ajudou a dar a visibilidade que tem hoje — o poderoso Centrão. Navegando entre os meandros dos jogos de poder, sempre optou pela política de boa vizinhança com o presidente da ocasião e o conglomerado a ele anexado, mesmo que isso significasse uma oscilação de um lado a outro no espectro ideológico, o que lhe garantiu um perfil de habilidoso articulador no Congresso. 

Agora, no entanto, o cenário é outro. Mesmo tendo em conta um Jair Bolsonaro totalmente encrencado na Justiça, Ciro não abandonou o ex-presidente, de cujo governo foi uma espécie de primeiro-ministro. Com isso, o senador faz uma espécie de estreia oficial na oposição.

No estilo franco-atirador, cada vez mais tem voltado as baterias contra o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, de quem já foi aliado no passado. O objetivo mais imediato da artilharia é regional: evitar uma derrota para o PT nas eleições municipais do Piauí. 

A principal arena do embate é a capital, Teresina. Ciro declarou apoio ao atual candidato mais bem colocado nas pesquisas, o ex-prefeito Sílvio Mendes (União Brasil), dentro de uma aliança com o Progressistas e o Republicanos. Apesar do favoritismo, a campanha não será fácil, pois o rival tem um arco de apoios igualmente poderoso. 

Mendes aparece à frente do deputado estadual Fábio Novo (PT), candidato do governador do estado, Rafael Fonteles (PT), “herdeiro” de Wellington Dias, atual ministro do Desenvolvimento.

Para fazer frente aos rivais, um dos ativos do senador é justamente a aliança com Bolsonaro. A aproximação decisiva entre eles se deu em meados de 2021, quando Ciro assumiu a Casa Civil do então governo. Como um dos caciques do Centrão, ele foi um dos principais interlocutores a garantir a sustentação política de uma administração até então mambembe. Independentemente do destino dos inquéritos que tiram o sono hoje do ex-presidente, é certo que ele seguirá sendo um cabo eleitoral importante. Ciente disso, Ciro se coloca atualmente como um porta-voz do bolsonarismo.

Além de críticas contumazes a Lula — ao qual tem se referido como “governo da decepção” —, com disparos que vão desde a meta fiscal até o inchaço da máquina pública, o senador se dispõe até a defender Bolsonaro nos enroscos do ex-capitão com a Justiça. Em março, criticou as declarações de militares à Polícia Federal na investigação que apura a suposta tentativa de golpe de Estado e apontou prevaricação dos envolvidos. Em depoimento, o ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes disse que o plano fora apresentado por Bolsonaro.

Tamanho esforço oposicionista vai muito além do plano dele de garantir uma vitória em Teresina. A movimentação de Ciro é também uma contraposição ao próprio PT, dentro de uma estratégia para fortalecer as alianças políticas no Piauí e, assim, garantir uma eventual renovação de seu mandato em 2026. Aliados apontam que o senador terá como entrave justamente a virada de chave à direita em seu posicionamento político. Como o estado é majoritariamente petista — o presidente teve mais de 74% dos votos na última eleição —, a pecha bolsonarista jogaria contra. Por essa razão, uma vitória em Teresina — cidade que historicamente não elege petistas — seria um passo importante para a briga por uma nova cadeira no Senado.

Em paralelo à rinha regional, Ciro tenta atuar como importante articulador de uma aliança de centro-direita para a disputa à Presidência em 2026. Tem partido dele, como líder do PP, a articulação com o União Brasil e o Republicanos de Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, para a criação de um novo conglomerado de partidos. O senador encomendou recentemente uma sondagem de possíveis nomes ao Palácio do Planalto para o Instituto Paraná Pesquisas e apresentou o resultado em Brasília a um grupo de governadores de oposição. Os nomes testados contra Lula tiveram um bom desempenho, a exemplo da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e de Tarcísio de Freitas. Ciro também decidiu se testar e aparece com 29% dos votos contra Lula (mais de quinze pontos abaixo), com um “detalhe” que pode ter anabolizado o resultado: foi perguntado aos entrevistados se votariam nele caso o senador tivesse o apoio do ex-presidente. A despeito da habilidade camaleônica de um político que esteve ao lado de todos os governos desde a era Fernando Henrique Cardoso, ninguém leva muito a sério a possibilidade de vê-lo como cabeça de chapa, nem mesmo o próprio. “Serei candidato a vice de Bolsonaro, ou de quem ele indicar”, afirmou Ciro a VEJA. Independentemente do assento, o franco-atirador quer mesmo é garantir desde já um espaço vip no combo de direita para 2026.

*Jornalista da revista Veja

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou neste sábado (6) que o Brasil estava “mais próximo de um colapso” do que poderiam achar. “Estamos constatando isso agora. Pior do que antecipávamos. Assustador”, disse durante painel na 10ª Brazil Conference 2024, realizada na Universidade de Harvard (EUA).

“Felizmente as instituições venceram, mas, como os fatos têm demonstrado, nós ficamos por um triz, chegamos muito perto do impensável”, disse Barroso.

Sem citar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o presidente do STF disse que o Brasil passou uma série de “sustos” ao processo democrático.

“Nós tivemos a tentativa do voto impresso. Só quem é brasileiro sabe o risco que isso representava. Tivemos repetidas acusações de fraude eleitoral não comprovadas, politização das Forças Armadas. Tivemos o não reconhecimento do resultado eleitoral, tivemos um incentivo aos acampamentos nas portas dos quartéis, tivemos desfile de tanques na Praça dos Três Poderes no dia de uma votação importante, tivemos ataques ao Supremo, ataques à imprensa e depois tivemos o 8 de Janeiro. Foi isso o que o Brasil viveu”, disse Barroso.

O ministro também afirmou ser necessário responsabilizar todos os envolvidos no 8 de Janeiro. Perguntado sobre a atuação do Supremo, o ministro afirmou que o papel da Corte tem de voltar a ser menos “proeminente”, mas disse que não se pode ignorar os episódios como os atos extremistas.

“Acho que precisamos voltar a um tribunal que seja menos proeminente, mas não podemos fingir que essas coisas não aconteceram. Se não processarmos a tentativa de golpe e as pessoas que invadiram esses prédios do Congresso, da próxima vez todo mundo vai achar que pode fazer a mesma coisa”, afirmou Barroso.

Brazil Conference

O evento é promovido anualmente desde 2015 por estudantes brasileiros da região de Boston, nos EUA, local conhecido por receber há décadas imigrantes ilegais latinos, sobretudo do Brasil.

Apesar de ser numa cidade norte-americana, a maioria dos painéis é com brasileiros falando em português no palco e plateia composta majoritariamente também por pessoas do Brasil, como se fosse numa conferência realizada em São Paulo ou no Rio de Janeiro.