Grande Recife é a região metropolitana com o maior percentual de pessoas em extrema pobreza de todo o Brasil. É o que mostram os dados divulgados hoje, no Boletim Desigualdade nas Metrópoles. O levantamento foi feito pelo Observatório das Metrópoles, a Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio Grande do Sul e a Rede de Observatórios da Dívida Social na América Latina (RedODSAL). A informações são do portal G1/PE.
O documento aponta que há mais de 19,8 milhões de pessoas em situação de extrema pobreza no Brasil. Isto diz respeito a pessoas que vivem em domicílios em que a renda per capita é menor que R$ 160 por mês. O estudo foi realizado a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) contínua trimestral do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Leia maisNo Grande Recife, 13% da população vive em extrema pobreza. Em seguida, as regiões metropolitanas com o maior percentual de pessoas nessa situação são Salvador (12,2%), Manaus (11,1%), João Pessoa (10,7%) e São Luís (10,1%).
Além disso, 39,7% das pessoas do Grande Recife vivem abaixo da linha da pobreza. Isso quer dizer que a renda per capita dessas famílias é menor que R$ 465. Os números têm como referência o ano de 2021.
Somando-se os dois percentuais, é possível dizer que mais da metade da população do Grande Recife é pobre ou extremamente pobre. São 52,7% nessas situações.
O pesquisador da PUCRS André Salata, um dos do Boletim Desigualdade nas Metrópoles, explicou que fatores como a crise econômica entre 2014 e 2017, a pandemia e a inflação fizeram com que a pobreza aumentasse em todas as metrópoles.
Segundo Salata, as metrópoles do Nordeste, em geral, têm um nível de desigualdade e de pobreza mais alto por algumas razões. “O nível de pobreza responde pela renda média e pela distribuição dos recursos. No Nordeste, em geral, o nível de rendimento médio tende a ser um pouco mais baixo do que no Sudeste e o Sul, por exemplo. E ao mesmo tempo você tende a ter uma distribuição de renda pior, ou seja, você tende a ter uma desigualdade maior”, disse.
O pesquisador também disse que o percentual de pessoas em extrema pobreza no Grande Recife também tem relação com o número de pessoas atuando no mercado informal. “Tem uma informalidade muito alta. Então, essas pessoas, em função dessa posição ocupacional, acabam sofrendo de maneira bastante brutal os efeitos desses choques econômicos. Seja por causa das crises de 2014 a 2016 ou da pandemia. São pessoas com ocupações que dificilmente se consegue passar para o modo remoto. Então por isso é esperado”, declarou. Clique aqui e confira a matéria completa.
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