Déficit de vagas no sistema carcerário do Brasil passa de 174 mil

O Brasil tem déficit de 174.436 vagas no sistema carcerário. A informação foi divulgada esta semana no Relatório de Informações Penais (Relipen), do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), segundo o qual a população carcerária no país é de 663.906 presos, enquanto a capacidade das celas físicas é de 488.951 vagas.

Os dados, relativos ao período de janeiro a junho de 2024, mostram ainda que quase a totalidade dos presos é de homens, com 634.617 encarcerados. Já a população feminina soma 28.770 presas, das quais 212 estão gestantes e 117 lactantes. o relatório também mostra que 119 filhos de presas estão nas unidades prisionais.

Além disso, apenas as famílias de 19.445 presos recebem auxílio-reclusão. O benefício, atualmente no valor de um salário mínimo (R$ 1.412,00), é voltado para os dependentes de pessoas de baixa renda presas em regime fechado e que tenham contribuído com a previdência.

São Paulo é o estado com o maior número de presos, com 200.178 encarcerados. Em seguida vem Minas Gerais, com 65.545; Rio de Janeiro, com 47.331; Paraná, com 41.612 e Rio Grande do Sul, com 35.721. Os estados com o menor número de presos são: Amapá, com 2.867; Roraima, com 3.126; Tocantins, com 3.738; Amazonas, com 5.069; e Alagoas, com 5.194.

São Paulo, Minas Gerais e o Rio de Janeiro também são os estados com os maiores déficits de vagas, com 45.979; 19.834; e 15.797, respectivamente. Na sequência vem Pernambuco, cujo déficit é de 12.646; e o Paraná com déficit de 11.325 vagas.

Enquanto isso, o Rio Grande do Norte tem um superávit de 1.601 vagas; o Maranhão é superavitário em 514 vagas; o Mato Grosso em 132; e o Tocantins em 19 vagas. 

O relatório mostra ainda que o Brasil tem 183.806 presos provisórios. Destes, 174.521 são homens e 9.285 mulheres. Os presos em regime fechado somam 360.430, dos quais 346.225 são homens e 14.205 mulheres. Os presos em regime semiaberto totalizam 112.980. As mulheres somam 4.761 presas e os homens 108.219. Já os presos no sistema aberto chegam a 4.774, dos quais 4.372 são homens e 402 mulheres.

O relatório mostra ainda que 105.104 presos são monitorados com tornozeleira eletrônica e que a população em prisão domiciliar, que não usa equipamento de tornozeleira eletrônica, aumentou em 14,40%, saindo de 100.433 em dezembro do ano passado para 115.117 em junho de 2024.

Trabalho e estudo

O relatório mostra também que 158.380 presos exercem algum tipo de atividade laboral, dos quais 28.748 exercem o trabalho em ambiente externo e 129.632 executam o trabalho na unidade prisional. São 146.476 homens e 11.904 mulheres que exercem algum tipo de trabalho relacionado a atividades rural, agrícola, industrial, de artesanato, serviços e construção civil.

Em relação ao estudo, o documento mostra que 118.886 presos estão no ensino formal, seja em processo de alfabetização, no ensino fundamental, médio, superior ou em curso técnico com carga horária acima de 800 horas. Desse quantitativo, 108.978 são homens e 9.908 mulheres.

A maioria (57.442) está frequentando o ensino fundamental, seja presencialmente ou na modalidade de educação à distância (EaD). Em seguida estão aqueles cursando o ensino médio que somam 37.485. Depois vêm os presos em processo de alfabetização, com 19.908 pessoas. Os presos cursando ensino superior somam 3.467 e os que frequentam cursos técnicos são 1.563.

O relatório mostra também que o sistema carcerário do país disponibiliza 1.763.464 livros nas unidades prisionais e que 30.212 presos realizam atividades de trabalho e estudo simultaneamente, sendo 27.874 homens e 2.338 mulheres.

Deficiência, nacionalidade e documentação

O total de presos com deficiência, até 30 de junho, era de 9.424, dos quais 9.058 são homens e 366 mulheres, dos quais 461 homens e seis mulheres são cadeirantes.

Da totalidade de pessoas no sistema carcerário, 45.628 não têm nenhum tipo de documento; 2.610 são estrangeiros, dos quais 1.473 estão sem informação sobre a nacionalidade.

O documento mostra ainda que 30.156 presos têm doenças transmissíveis, como Aids/HIV, sífilis, hepatite, tuberculose e hanseníase. No período de janeiro a junho de 2024, foram registrados 1.064 óbitos de presidiários. A maioria, 747, foi por motivos de saúde; 100 foram criminais; 32 acidentais, 101 de causas desconhecidas e  84 suicídios.

Da Agência Brasil

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Um avião da Força Aérea Brasileira caiu no fim da manhã desta sexta-feira (1), na cidade de Pirassununga, interior de São Paulo. O acidente aconteceu após a colisão entre dois aviões da FAB.

O piloto de uma das aeronaves conseguiu ejetar. A outra aeronave pousou em segurança. Segundo a Academia da Força Aérea, que fica no município, todos que estavam no avião estão bem e passam por atendimento médico.

O avião caiu em uma área de mata. Imagens publicadas nas redes sociais indicam que houve uma explosão da aeronave. O Corpo de Bombeiros de São Paulo confirmou a informação e disse que o piloto foi socorrido pela própria FAB.

Nota – FAB

A Força Aérea Brasileira (FAB) informa que, nesta sexta-feira (1º), duas aeronaves T-27 Tucano, utilizadas em treinamento de cadetes da Academia da Força Aérea (AFA), colidiram durante voo de instrução, em Pirassununga (SP). Uma aeronave pousou em segurança, enquanto a outra foi direcionada para região desabitada. O piloto realizou os procedimentos de ejeção da aeronave com sucesso, sendo, em seguida, resgatado por equipe de salvamento da FAB.

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) investigará o acidente a fim de identificar os possíveis fatores contribuintes para evitar que novas ocorrências semelhantes ocorram.

Da CNN

Petrolina - Testemunhal

Uma operação de combate a furtos realizada no bairro de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, identificou quatro fábricas de reciclagem de plástico e pré-moldados com ligações clandestinas de água. Segundo a Coordenação de Segurança Patrimonial da Compesa, o volume furtado pelos estabelecimentos foi estimado em 4,8 milhões de litros em cinco anos, levando-se em consideração que esse foi o período em que uma das fábricas teve a sua ligação de água cortada, mas manteve as atividades. A água desviada nesse intervalo teria sido suficiente para abastecer 480 imóveis em um mês. 

A iniciativa foi realizada em conjunto com a Neoenergia Pernambuco, com apoio do Instituto de Criminalística (IC), e resultou na autuação dos cinco responsáveis pelas fábricas por furto de água e energia, que foram encaminhados à delegacia. Além das redes de abastecimento irregulares, foram encontrados cabos de alumínio e cobre nos locais. As fábricas tiveram o fornecimento de água cortado, com a remoção da encanação, e os materiais pertencentes à distribuidora de energia recolhidos. 

A Coordenação de Segurança Patrimonial criada recentemente pela Compesa está à frente do planejamento das novas operações contra furto de água que estão sendo realizadas em todo estado. O objetivo é combater o aumento do índice de furtos, ações que penalizam a população, que fica sem água ou com o abastecimento precário. A Compesa lembra que é possível denunciar, de forma anônima, furtos de água pelos canais de atendimento da empresa, como o 0800 081 0195, site ou aplicativo.

Conheça Petrolina

Se o leitor não conseguiu acompanhar a entrevista da cantora Joanna ao quadro “Sextou”, do programa Frente a Frente, ancorado por este blogueiro e exibido pela Rede Nordeste de Rádio, não se preocupe. Clique aqui e confira. Está incrível!

A prefeita de Serra Talhada, Márcia Conrado, participou, nesta sexta-feira (1º), da inauguração do Banco Vermelho, símbolo da luta contra o feminicídio, ao lado da secretária da Mulher de Pernambuco, Juliana Gouveia. A ação faz parte de um esforço conjunto para conscientizar a população sobre a violência contra a mulher e fortalecer a rede de apoio disponível no município e no estado.

“Aqui em Serra Talhada, nossas mulheres têm à disposição uma ampla rede de apoio que envolve a prefeitura, a guarda municipal, o governo do estado e as Polícias Militar e Civil. É fundamental que elas saibam que não estão sozinhas e que podem contar com esse suporte em qualquer situação de vulnerabilidade,” afirmou Márcia Conrado, destacando os avanços obtidos pela Secretaria Municipal da Mulher e os investimentos significativos realizados pela governadora Raquel Lyra na área, com um aporte 300 vezes maior.

O Banco Vermelho, que está localizado no Parque dos Ipês, no bairro do Ipsep, é uma iniciativa simbólica tocada em parceria com a associação italiana Stati Generali Delle Done, que visa lembrar a sociedade da importância do combate ao feminicídio. A cor vermelha e o design do banco chamam a atenção para a causa, convidando todos a refletirem sobre o problema. Segundo a campanha, o Brasil ocupa o quinto lugar no ranking mundial de feminicídios, e o banco busca dar visibilidade ao tema e incentivar denúncias.

Por Letícia Lins*

O Centro do Recife tem uma grande noite, nessa sexta-feira (1º), quando o icônico Cinema São Luiz volta a receber o público,  após passar nada menos que dois anos fechado. Esperamos que esse seja um passo para dinamizar aquela área tão esquecida e degradada da cidade, justamente o trecho da Rua da Aurora que fica entre as cabeceiras das pontes Duarte Coelho e da Boa Vista, onde a gente passa temendo que as marquises desabem em nossas cabeças. E também precisa ter cuidado por conta da péssima condição das calçadas.

Isso enquanto o outro lado da Aurora (entre a Avenida Conde da Boa Vista e a Avenida Norte) recebe sempre intervenções, equipamentos urbanos, arborização, eventos. Vamos ver se com o retorno do São Luiz a Prefeitura do Recife e o Recentro cuidam mais um pouco do lado abandonado daquela que é uma das ruas mais importantes do Recife. Problemas urbanos à parte, falemos do Cinema São Luiz, que recuperou o esplendor do passado e que está abrindo para sediar o 15º Festival Janela Internacional de Cinema do Recife.

Agora, o centro do Recife conta com dois dos únicos cinemas de rua que sobraram nos bairros centrais da capital, ambos tombados e ligados ao poder público. O São Luiz pertence ao Estado, enquanto o Parque – que passou mais de uma década em reforma – é gerido pela Prefeitura. Ganha o Centro e ganha o recifense. A festa de inauguração , às 20h,  será conduzida pela governadora em exercício, Priscila Krause (Raquel Lyra está em viagem ao exterior).

Após as cerimônias de abertura, haverá a exibição do filme “Manas”, de Marianna Brennand, longa escolhido para a primeira sessão do Janela, que contará com a presença da diretora e parte do elenco. O filme traz um tema bem atual: a violência e a falta de direitos em uma comunidade da Ilha de Marajó (no Pará). Tudo tendo como protagonista Marcielle, vivida pela paraense Jamilli Correa, atriz de treze anos.  O filme, exibido no Festival de Veneza, vem colhendo premiações. O tititi para ver o cinema recém restaurado é grande. Além disso, o público pernambucano gosta tanto de cinema que todo festival é garantia de casa cheia. No caso do Janela, os ingressos colocados no Sympla para a festa de inauguração vo-a-ram. Em poucos minutos, esgotaram por completo.

Mas um  fator contribuiu para que os ingressos se esgotassem de forma tão rápida: a plateia está pronta, mas o balcão ainda não. “Lembramos que a  área do balcão do São Luiz estará inativa durante todo o festival, reduzindo de forma significativa sua capacidade máxima de espectadores”, diz a nota publicada nas redes pela organização do Festival. Ou seja, a oferta de assentos ainda é bem menor do que o esperado. Antes da reforma, o cinema tinha capacidade para 992 espectadores sentados (sala com balcão).  Natural, portanto, que em menos de três horas, 6.300 ingressos para os filmes do festival já tivessem sido vendidos.

”O que reforça o poder do cinema, o interesse dos espectadores em consumir filmes e ocupar o Centro do Recife”, segundo a organização do Festival. Mas há um lembrete para os cinéfilos que pensam estar fora do evento, devido à demanda pelos ingressos. A produção reservou 10 por cento dos ingressos para venda exclusiva no dia de exibição dos filmes. Ou seja, quem “sobrou” hoje pode não “sobrar” amanhã. Mas tem que ter paciência e se pendurar no computador, porque 100 por cento dos ingressos são vendidos online. E, não adianta espernear na bilheteria. Qualquer bilhete, portanto, só pode ser adquirido no Sympla. A bilheteria virtual para o São Luiz acontece diariamente, a partir das 10h. Já para o Cinema do Museu (da Fundação Joaquim Nabuco, em Casa Forte), os ingressos serão vendidos só na bilheteria.

Além do Janela, a reabertura do equipamento também contará com a exposição “Cinema São Luiz: Projetando Re-Existências”, que estreia hoje, na reabertura do equipamento para o público. Com recurso de acessibilidade comunicacional de audiodescrição (AD) nos painéis expositivos, a mostra ocupa as dependências do próprio cinema. Entre os temas abordados nos eixos, estão as reformas e algumas das transformações ocorridas nos 72 anos de existência do cinema. E, ao mesmo tempo em que celebra o seu passado, reforça a sua importância no momento de reabertura para o público, vislumbrando as possibilidades futuras.

O Festival Janela Internacional de Cinema do Recife é realizado pela Cinemascópio, e este ano tem o patrocínio da Lei Paulo Gustavo Recife (LPG – Recife), da Lei Paulo Gustavo Pernambuco (LPG-PE), da Copergás e do Complexo Industrial Portuário de Suape e o apoio cultural da Centro Cultural Brasil Alemanha (CCBA), Embaixada da França no Brasil, Cinemateca da Embaixada da França e Cinémathèque Afrique do Institut Français.

*Jornalista do Oxe Recife

Daqui a pouco a grande atração musical do Sextou será a grande cantora Joanna, uma das vozes mais marcantes da música popular brasileira. Com 45 anos de carreira, a cantora conquistou o público com hits como “Tô Fazendo Falta”, “Amanhã Talvez” e “Um Sonho a Dois”.

O Sextou vai ao ar das 18 às 19 horas, pela Rede Nordeste de Rádio, formada por 48 emissoras em Pernambuco, Alagoas e Bahia, tendo como cabeça de rede a Rádio Folha 96,7 FM, no Recife. Se você deseja ouvir pela Internet, clique no link do Frente a Frente acima ou baixe o aplicativo da Rede Nordeste de Rádio na play store.

O Conselho Regional de Odontologia de Pernambuco (CRO-PE) abriu, nesta sexta-feira (1º), o período de inscrições para o I Prêmio CRO-PE de Jornalismo e Odontologia, visando incentivar matérias e reportagens que abordem a relevância da odontologia para a saúde da população.

O prêmio será dividido em três categorias: texto (impresso e on-line), vídeo e áudio, com inscrições gratuitas pelo link premiodejornalismo.cro-pe.org.br até o dia  20 de novembro. Os vencedores receberão prêmios em dinheiro, com valores que podem chegar a R$ 5 mil.

“A iniciativa tem como objetivo promover a conscientização sobre saúde bucal, fortalecendo o diálogo entre a odontologia pernambucana e a sociedade por meio do jornalismo”, ressalta o presidente do CRO, Eduardo Vasconcelos. A premiação acontecerá no dia 13 de dezembro

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, encerrou nesta quinta-feira (31) visita institucional à Índia em que participou de uma série de encontros bilaterais e acadêmicos para discutir temas relevantes ao Poder Judiciário brasileiro.

O ministro se reuniu com o presidente da Suprema Corte Indiana, Dhananjaya Chandrachud, de quem partiu o convite para a viagem, e também manteve conversas com alunos e professores de universidades do país.

Em palestra para alunos da Faculdade Nacional de Direito da National Law School of India University, na cidade de Bengaluru, o presidente do STF fez uma ampla defesa do regime democrático, com participação popular e, ao mesmo tempo, limites impostos pela Constituição Federal.

No encontro com os estudantes, Barroso ressaltou a importância da proteção dos direitos fundamentais, com a necessidade dos limites constitucionais para garantir o equilíbrio democrático.

“Democracia não é a regra ilimitada da maioria; é a regra da maioria dentro dos limites constitucionais que protegem todos. (…) O papel dos tribunais é manter esses limites, dizendo: ‘sim, vocês são a maioria, mas a constituição impede que violem direitos fundamentais’. Isso é essencial para prevenir abusos e garantir que os direitos de todos sejam protegidos”, afirmou o ministro.

Os jornais indianos “The Indian Express”, “The Hindu”, “The Times of India” e “The Print” registraram a visita do presidente do STF e destacaram sua fala em defesa da democracia e dos limites constitucionais na palestra aos alunos da NSL, além dos encontros bilaterais.

Atividades

Na palestra, que teve como tema “Democracia Constitucional e Recessão Democrática, Missão e Papel dos Supremos Tribunais”, o ministro também afirmou que o Poder Judiciário não deve interferir nas escolhas políticas legítimas feitas pelos governos eleitos pelo povo, assim como tem como missão preservar o Estado de Direito e proteger a democracia contra abusos de poder por parte das maiorias.

Na visita à universidade, o presidente do STF também se reuniu com o reitor e falou a cerca de quarenta membros do corpo docente da instituição com professores da National Law School of India University (NLS).

Suprema Corte

No último domingo (27), Barroso se encontrou com o presidente da Suprema Corte indiana, Dhananjaya Chandrachud, e também com o ministro da Justiça indiano, Arjun Ram Meghwal. O uso de Inteligência Artificial no sistema judiciário foi o tema central da reunião.

Ao concluir a visita oficial que realizou à Índia, o ministro Barroso manteve encontros com especialistas em mudança do clima e combate à discriminação e exclusão social. Com ambos, para além de aprofundar-se em aspectos da atualidade indiana, o presidente do STF conversou sobre o papel do Judiciário no tratamento de cada um dos dois temas.

Na conversa com o ministro da Justiça, o presidente do STF e a secretária-geral da Corte, Aline Osorio, discutiram as estruturas jurídicas do Brasil e da Índia, assim como o fortalecimento da cooperação bilateral entre os países no campo da administração legal.

A visita oficial reforça os laços entre as supremas cortes dos dois países e aprofunda o diálogo sobre inovação e governança judicial.

Do Blog do Mário Flávio

A partir da próxima segunda-feira (4), a Cidade FM 99.7 trará uma novidade que promete enriquecer a programação: o programa “Frente a Frente com Magno Martins”. Focado nos bastidores da política nacional, regional e estadual, o programa se destaca por suas análises profundas e entrevistas com renomados jornalistas, sempre às 18h.

Produzido e veiculado pela Rede Nordeste de Rádio, “Frente a Frente” alcança 48 emissoras em Pernambuco, Alagoas e Bahia. Com uma proposta clara de levar informações relevantes e atualizadas, o programa aborda os temas mais quentes da política, tanto local quanto nacional. Quando transmitido de Brasília, o foco é ainda mais apurado, trazendo a você a essência das discussões que moldam o cenário político do país.

Um dos grandes atrativos do programa é a participação de jornalistas de peso, como José Maria Trindade, da Jovem Pan; Weiller Diniz, ex-Istoé e TV Manchete; Gabriel Garcia, ex-Folha de SP; e Carlos Nascimento, da antiga Radiobras. Com suas experiências e visões críticas, eles oferecem análises que ajudam o ouvinte a entender as complexidades da política contemporânea.

Com uma duração de 1 hora, “Frente a Frente” vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 18h às 19h, tendo como cabeça de rede a Rádio Folha 96,7 FM, no Recife.

O Supremo Tribunal Federal (STF) irá decidir se o salário-base de profissionais da educação pública de estados e municípios deve ser revisto com base nos parâmetros definidos pelo Ministério da Educação (MEC) para reajuste do piso nacional da educação pública. A decisão a ser tomada, em data ainda não definida, deverá ser aplicada a todos os demais processos que tratem do mesmo tema.

O recurso foi apresentado pelo município de Riolândia (SP) contra decisão da Justiça estadual que reconheceu o direito de revisão de salário-base de uma professora municipal com base no índice de atualização definido pelo MEC. Segundo esse entendimento, o Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN) – Lei 11.738/2008 – foi validado pelo STF no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4167.

Porém, o município alega que o reajuste por portaria é inconstitucional, uma vez que a alteração de remuneração de servidores públicos pressupõe lei específica. Além disso, cita a Súmula Vinculante 42 do STF, que veda a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária.

Existência de repercussão

Para o presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, relator do recurso, os direitos envolvidos ultrapassam os interesses das partes do processo. Ele observou que há interpretações diversas sobre violações à SV 42 e à Constituição Federal, o que demonstra a necessidade de o STF uniformizar a orientação sobre o tema. Somente no STF, o ministro identificou 112 recursos extraordinários sobre o mesmo tema.

Para Barroso, a questão é importante, pois os reajustes automáticos representam, de um lado, a perspectiva de concretização da proteção aos profissionais da educação e a necessidade de valorização do magistério público em todos os níveis federativos e, por outro, um desafio à autonomia de estados e municípios, entre outros pontos.

O governo de Pernambuco nomeou nesta quinta-feira (31) 1.956 novos professores. Ainda segundo o governo estadual haverá outras duas chamadas de mais professores. O Estado de Pernambuco tem mais de 16 mil professores contratados, dos quais 14 mil são cargos públicos vagos devido a aposentadorias, mortes de servidores e exonerações. Esse contexto  viola a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, que determina que apenas 10% dos professores de um Estado sejam de contratados temporários. 

A falta de professores concursados em Pernambuco é gigantesca. Para se ter uma ideia, a título de exemplo, a GRE de Afogados da Ingazeira, responsável por gerenciar 42 escolas estaduais, só possui em seus quadros um único professor de Sociologia concursado e formado na área, de acordo com os dados enviados pela Ouvidoria de Pernambuco e informações disponibilizadas pela Secretaria de Educação no site SIEPE. Vale ressaltar que o último concurso para professor de sociologia foi no ano de 2008. Se ampliarmos a problemática em questão para as disciplinas de Filosofia, Espanhol e Artes, a situação também é assustadora. 

Há casos de professores de Química, Matemática, História, Biologia, Pedagogos e até advogados ministrando aulas de Sociologia, o que é um completo descalabro com a educação pública. 

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) está atento a esses desvios de funções, mas ainda faltam medidas mais punitivas à administração pública para que se evitem injustiças com quem estudou, viajou e passou no concurso mais difícil já realizado pela Educação em Pernambuco.  Importante destacar que, a partir de 2025, a sociologia será obrigatória em todos os anos do Ensino Médio aumentando a carga horária e exigindo mais professores sociólogos nas escolas. 

Na chamada de ontem (30) nenhum professor de Sociologia foi convocado para a GRE de Afogados da Ingazeira, gerando preocupações para os professores aprovados. Se esse caos continuar, a Secretaria de  Educação estadual deixará as escolas do Pajeú sem professores suficientes da disciplina de Sociologia no ano que vem, prejudicando milhares de alunos.

As entidades de classe, assim como as Universidades Federais (UFPE, UFRPE e UNIVASF) estão acompanhando de perto a situação das disciplinas que estão sendo ministradas por pessoas sem formação acadêmica correta para lecioná-las. 

Resta saber se os desvios de funções irão continuar prejudicando os milhares de alunos do Pajeú, e os professores concursados terão que esperar por mais dois anos para entrar em sala de aula. Esse descaso fomenta o sucateamento da educação pública e a boa formação que os jovens merecem e precisam para uma vida digna. 

Nós, professores de sociologia do cadastro de reserva, aprovados para a GRE de Afogados da Ingazeira, clamamos por justiça e pedimos à governadora Raquel Lyra que enxergue a caótica realidade da Pajeú frente a esse problema tão sério, e busque sanar com urgência a falta de professores na referida GRE.

Por Eduardo Marini
Da Revista Istoé

O cientista político, jornalista e pesquisador Antonio Lavareda é o nome a ser procurado quando a tarefa é entender variações no ambiente político brasileiro, reações da sociedade a esses movimentos e o que as pesquisas dizem sobre tudo isso. Doutor em Ciência Política, é presidente do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (IPESPE).

Nesta entrevista à ISTOÉ, ele radiografa o comportamento do eleitor nas últimas eleições, identifica tendências e dá dicas sobre os caminhos a serem seguidos pelos principais figurões políticos do País em 2026. “A divisão da base certamente não foi positiva para Bolsonaro, mas, ao contrário do que muitos pensam, é um bom problema para a direita, que cresce se fragmentando e se fragmenta crescendo. Hoje, ela é bem maior do que o ex-presidente”, resume.

As eleições municipais do domingo, 27, marcaram o fim da ‘era dos extremos?

Elas tiveram uma marca interessante, não prevista por muitos. Em vez de um processo centrífugo, de se afastar rumo aos extremos, houve o contrário: uma força centrípeta, de aproximação com o centro. Muitos analistas afirmaram, até em livros, que a polarização calcificada no segundo turno de 2022 sobreviveria em 2024.

Ao contrário, a moderação e o discurso mais equilibrado, sobretudo entre a centro-direita e a centro-esquerda, foram vitoriosas em larga escala. O primeiro turno da última eleição presidencial foi o mais polarizado da história. O ex-presidente Jair Bolsonaro e o atual, Luiz Inácio Lula da Silva, receberam juntos mais de 90% dos votos.

As lideranças presentes na campanha de Guilherme Boulos (PSOL) à prefeitura paulistana têm serviços inequívocos prestados ao País,mas são todas veteranas: Marina Silva, Marta Suplicy, Luiza Erundina… Por outro lado, renovações foram vistas do centro à extrema-direita, e também na centro-esquerda, sobretudo no PSB de João Campos e Tabata Amaral.

Por que isso não ocorre no PT?

O aggiornamento (atualização, renovação, em italiano) está no mínimo dois anos atrasado. Isso para ser generoso. Fácil perceber isso analisando aspectos da eleição de 2022. No segundo turno, Lula só conseguiu vencer na base da pirâmide, de zero a dois salários. Já se revelava, ali, a falta de conexão com novos empreendedores, prestadores de serviços e profissionais ligados à internet, o segmento de dois a cinco mínimos das relações de trabalho.

Um problema equivocadamente destacado como de origem recente. Lula perdeu eleitores também na nova faixa que teve acesso à formação superior, por ironia uma das políticas sociais mais incentivadas pelo presidente. Ganhou entre as mulheres, mas perdeu com larga margem entre os homens. Venceu apenas na Região Nordeste e entre os que tinham, no máximo, o fundamental completo. Então todos os problemas enumerados nesta eleição desgastam o PT desde, ao menos, 2022. A reflexão está no mínimo dois anos atrasada.

Os métodos de ação do partido estão defasados?

Em certa medida sim. Há problemas estruturais e conjunturais. O PT surgiu em 1980, num tecido social muito diferente do atual. Nasceu no chão das fábricas, sindicatos do ABC paulista, movimentos sociais e pastorais da Igreja.

Tudo isso gerou extrema capilaridade e atraiu intelectuais de esquerda e ex-integrantes de organizações clandestinas e da resistência ao regime militar. Pois bem: esse cenário, se não desapareceu totalmente, erodiu em grande medida na nova realidade da desindustrialização, reformas trabalhistas e novos processos de comunicação. O partido não tem presença efetiva e competente nas redes sociais.

O senhor destaca ainda a dificuldade do partido em dialogar com a sociedade sobre o envolvimento em casos de corrupção…

Outro ponto importante. A derrubada da Operação Lava Jato pela Justiça não significou o apagamento ou esquecimento dos problemas do PT relativos à operação na mente das pessoas .

No inconsciente coletivo das classes baixa e média, a questão da corrupção ainda não desapareceu. Se você observar o histórico de São Paulo, por exemplo, verá que todas as mudanças políticas nas últimas seis ou sete décadas estiveram ligadas às reações da sociedade à corrupção.

O PT se recusa a tratar de seu histórico nessa questão. Se comporta como se a situação tivesse sido totalmente resolvida para o partido com a decisão da Justiça em relação à operação. Os brasileiros percebem isso. Não veem esses esclarecimentos como preocupação do governo petista. Mais um dever de casa que o PT se recusa a fazer.

Gilberto Kassab, líder do Partido Social Democrático, Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, e o deputado federal Baleia Rossi, presidente do MDB, saíram dessas eleições como grandes vencedores. Lula e Bolsonaro tiveram reveses. Quem perdeu mais?

Bolsonaro. Ele perdeu uma coisa importante para o líder político: o controle absoluto sobre a base. Até a eleição desse ano, sua voz de comando sobre a base era indiscutível. Vieram os conflitos e rebeliões no campo da direita em Curitiba, Goiânia e São Paulo, com Pablo Marçal, num movimento da extrema-direita em desafio à sua liderança.

Bolsonaro desgastou-se tentando conter novos líderes em seu campo. Foi desafiado por Marçal e, mesmo contribuindo decisivamente para a passagem apertada de Ricardo Nunes ao segundo turno, com uma live de apoio de última hora, terminou por fortalecer Tarcísio como único patrono da reeleição do emedebista. Foi pessoalmente para Goiânia e perdeu para Ronaldo Caiado. Apostou forte em Curitiba e foi derrotado.

A fragmentação é ruim para a direita?

Não, ao contrário do que muitos pensam. Ao olhar ligeiro, fragmentação é vista como fragilidade, mas, no caso da direita, é, ao contrário, um bom problema. A direita cresce se fragmentando e se fragmenta crescendo. Hoje, mostra-se bem maior do que Bolsonaro, algo que não se pensava até bem pouco tempo.

Uma trajetória parecida com a do movimento evangélico, que conquistou espaço e ampliou poder justamente após se fragmentar e crescer em número com a multiplicação das denominações. Para forças da centro à extrema-direita, sempre haverá um segundo turno para per dialogar com a sociedade sobre envolvimento em casos de corrupção para permitir a união das partes separadas no primeiro. A fragmentação não é bom problema para Bolsonaro, mas certamente é positiva para a direita.

Lula não esconde que gostaria de ter Gilberto Kassab e seu Partido Social Democrático (PSD) para chamar de parceiros numa aliança forte de centro-esquerda em 2026. Qual será a atitude de Kassab?

Ainda é cedo para dizer com precisão. Antes, Kassab vai sentir a temperatura de seus aliados na Câmara, Senado e candidatos a governos estaduais. As decisões, para ele e todos, começarão a ser tomadas a partir do Carnaval de 2026 — e, como dizia Marco Maciel, quem tem tempo não tem pressa. Em situação confortável, terá três alternativas.

A primeira é lançar uma candidatura que considere competitiva. Ratinho Júnior? Talvez. A segunda é lançar um candidato não competitivo e ir cacifado para a foto da coligação do segundo turno, em condição de negociar. O caso da ministra do Planejamento Simone Tebet, candidata à presidência pelo MDB em 2022, é clássico. A terceira é aderir a Lula ou a outro candidato logo no primeiro turno. Isso geraria uma oportuna economia de fundo eleitoral para ser investida nos candidatos do partido.

Há boatos de que Tarcísio de Freitas estaria decidido a trocar o Republicanos pelo PL. Tentará a reeleição ou disputará a presidência em 2026?

A exemplo de Kassab, ele terá tempo — e vale a mesma máxima de Maciel. Vai ponderar se valerá a pena trocar uma reeleição aparentemente assegurada no estado mais rico do País, por um voo presidencial com todos os riscos envolvidos em um desafio a Lula, com perspectiva de desgaste com Bolsonaro.

É fundamental destacar que as candidaturas presidenciais não são determinadas apenas pela vontade do pretendente, mas, sobretudo, impulsionadas pelas circunstâncias. Imagine que, no início de 2026, as forças políticas dos principais partidos de centro e direita, segmentos importantes do empresariado e parcela expressiva da opinião pública, revelada em pesquisas, mostrem desejo de que Tarcísio tente a presidência.

Seria muito difícil para ele resistir a todas essas pressões poderosas e apelos de seus liderados, ainda que a preferência pessoal seja tentar a reeleição ao governo de São Paulo. Diria que, se 2026, numa situação hipotética, fosse agora, com o exato cenário atual de força de Tarcísio e apelos dos mesmos grupos, ele seria candidato à presidência.

Pablo Marçal será candidato à presidência em 2026?

Há possibilidade considerável de o Superior Tribunal Eleitoral retirar seus direitos políticos. Se isso não ocorrer, certamente que sim. Ele não esconde o desejo de realizar esse projeto. Dias atrás, apareceu ao lado de Tarcísio numa pesquisa, o que deve ter reforçado sua intenção. Disse que ficará na política pelos próximos 12 anos. Precisa combinar antes com o TSE, mas, se for candidato, a direita partirá fragmentada na largada.

No campo da centro-esquerda, o PSB entregou o dever de casa que o PT ainda não fez?

Houve renovação efetiva no partido, iniciada na eleição passada de João Campos para prefeito do Recife e reafirmada agora, na reeleição em primeiro turno com 78,11% dos votos válidos.

Ele e Tabata Amaral simbolizam o novo até pela idade: ambos estão com 30 anos. Campos simboliza o novo ponto de vista da sua idade. Soube adentrar o terreno das redes sociais; é exímio praticante da esgrima da comunicação nessas ferramentas.

Além disso, o PSB elegeu um bom número de vereadores no País, até mais do que o PT, entre eles muita gente jovem. Como o PDT declinou bastante, a tendência é que PSB e PT conduzam pelas mãos o destino da esquerda nos próximos ciclos eleitorais.

O PSB está na frente nas respostas aos apelos da modernidade, e o PT, como disse, precisa fazer urgentemente sua atualização. Aliás, passou da hora. Bolsonaro está inelegível até 2030 e, a depender da evolução de alguns processos, poderá ser preso.

Até que ponto uma vitória do republicano Donald Trump nas eleições presidenciais americanas, na terça-feira, 5, poderá dar fôlego a aliados na luta por uma anistia que o permitiria concorrer em 2026?

O esforço será muito ampliado em caso de vitória de Trump. É preciso saber qual seria a interpretação do Supremo Tribunal Federal caso uma anistia seja aprovada no Congresso, mas as forças de direita e sobretudo extrema-direita estarão automaticamente fortalecidas no Brasil e no mundo, que tornará plausível diversas iniciativas políticas em vários países, incluindo essa no Brasil. A revisão da inelegibilidade de Bolsonaro é hipótese implausível sem a eleição de Trump. Com ela, ganharia força já no dia seguinte.