Turbulências na disputa proporcional
A batalha nos bastidores por uma vaga na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa de Pernambuco provoca efeitos nas campanhas das chapas majoritárias pelo Governo do Estado e Senado. Considerada uma das disputas mais acirradas dos últimos tempos, os candidatos proporcionais têm dado mais prioridade às suas respectivas campanhas e isso vem incomodando os majoritários.
Estes, por sua vez, ao não empolgarem o eleitorado, estão causando o chamado “efeito caranguejo”, puxando a votação dos proporcionais para baixo das metas de cada partido e federação. O PSB, do candidato a governador Danilo Cabral, iniciou a campanha entusiasmado com a possibilidade de eleger de cinco a seis deputados federais.
Leia maisMas a soma, na conta de alguns socialistas, já caiu para três a quatro cadeiras, no máximo, tendo em vista que a chapa majoritária está patinando nas pesquisas de opinião pública e isso implica em perda de votos para os proporcionais no curso da campanha. O cálculo serve também para quem disputa uma vaga de deputado estadual.
A entrada de última hora de Luciano Bivar como candidato a deputado federal pelo União Brasil mexeu no tabuleiro eleitoral do candidato a governador Miguel Coelho, até então preocupado com os seus índices de crescimento junto ao eleitorado, mas navegando em águas tranquilas na gestão de sua chapa proporcional.
O movimento inesperado de Bivar na disputa criou mal-estar inesperado, porque pode atingir as pretensões de dois nomes de peso na aliança: Fernando Filho e Mendonça Filho, mesmo estando com seus praticamente assegurados. A tucana Raquel Lyra, igualmente, está sendo obrigada a administrar burburinhos indesejáveis envolvendo o candidato a deputado federal à reeleição Daniel Coelho.
Os concorrentes de sua chapa proporcional têm reclamado da candidata “preferência exagerada” para reeleger Coelho e “abandono” aos demais. Em troca, estão fazendo “corpo mole” para propagar o nome de Raquel nas ruas. Os ruídos nas campanhas de Anderson Ferreira e de Marília Arraes ainda não foram detectados até o momento.
Provavelmente, porque as duas candidaturas iniciaram a campanha sem muitas expectativas em relação à disputa proporcional. Mas na medida em que a campanha avançar, sobretudo com o início do guia eleitoral, no próximo dia 26, essa aparente calmaria tende a sofrer turbulências.
Incomodado – O ex-presidente Lula (PT) observou o presidente Jair Bolsonaro (PL) “muito incomodado” durante a posse do ministro Alexandre de Moraes, na presidência do Tribunal Superior Eleitoral, terça-feira passada, por causa do discurso em defesa do processo eleitoral e da democracia. “Bolsonaro estava muito incomodado porque ele ouviu tantas vezes a palavra democracia, tantas críticas ao autoritarismo, tantas críticas às fake news, que ele estava muito incomodado”, disse.
Travessia penosa – O prefeito de Araripina, Raimundo Pimentel (União Brasil), não se deu bem na travessia do palanque de Miguel Coelho para Marília Arraes. A mais prejudicada foi a sua esposa Socorro, que tenta voltar à Assembleia Legislativa. Perdeu o apoio da prefeita de Trindade, Helbinha Rodrigues; dos ex-prefeitos Brivaldo Alves e Túlio Alves, de Bodocó; do ex-prefeito de Serrita, Carlos Cecílio, além do Doutor Diego, que disputou a Prefeitura de Tupanatinga, no Agreste. Calculam, por baixo, algo em torno de 15 mil votos jogados pela janela.
Deus em vão – O candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) se manifestou sobre as divergências de narrativas entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre religião. Ele usou um post de Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, para afirmar que os adversários “estão se tornando iguais” ao usarem o nome de Deus “em vão”. Na publicação da deputada, lê-se a frase “Bolsonaro usa Deus, Deus usa Lula!”. O tom religioso tem sido frequente na campanha de reeleição do atual mandatário, principalmente por meio da figura da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
Fim da máscara – A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou por unanimidade, ontem, a suspensão da obrigatoriedade do uso de máscara facial em aeroportos e aeronaves do Brasil. A proteção compulsória foi implementada em dezembro de 2020, auge da pandemia do coronavírus no País. O entendimento é de que a máscara facial ainda é recomendável em espaços públicos como aeroportos e aeronaves, mas não mais obrigatória. Assim, ela passa de uma medida de saúde coletiva para um “compromisso de responsabilidade individual”, segundo os técnicos.
Afogados dividida – O ex-prefeito de Afogados da Ingazeira, José Patriota, não conseguiu unir a sua tropa em apoio ao candidato do PSB ao Governo do Estado, Danilo Cabral. Também ex-prefeito, Totonho Valadares, cujo filho Daniel é vice-prefeito de Sandrinho, sucessor de Patriota, preferiu apoiar Marília Arraes. Para o Senado, apoia André de Paula, enquanto Patriota e o prefeito vão de Teresa Leitão (PT).
CURTAS
NO DEBATE – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve participar do 1º debate presidencial organizado em conjunto pela Band, Folha de S.Paulo, TV Cultura e UOL, que será realizado em 28 de agosto. A informação foi confirmada pela assessoria do petista ao Poder360. Entretanto, bastidores da campanha dizem que ainda é necessário acertar detalhes para a participação do candidato.
SEGURANÇA – O candidato do Partido Liberal (PL) ao Governo de Pernambuco, Anderson Ferreira, participou, ontem, de um encontro com representantes de entidades que representam policiais científicos. Na agenda do seu segundo dia de campanha, Anderson afirmou que a segurança pública precisa de investimento em tecnologia.
Perguntar não ofende: A renovação na bancada federal de Pernambuco passa dos 50%?
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