STF monitora eventuais ataques em ato de Bolsonaro no Rio de Janeiro

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) vão monitorar o ato que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) irá promover neste domingo (21), em Copacabana, no Rio de Janeiro. Mas, diferentemente da expectativa que havia sido criada para o primeiro desses eventos, realizado na Avenida Paulista em fevereiro, os ministros não acreditam que ele se deterá em atacar a Corte ou em reprisar com muita insistência os episódios do 8 de janeiro do ano passado.

Como da outra vez, porém, deve assinalar a ameaça de que o País “está próximo de se tornar uma ditadura” e que os brasileiros de bem necessitam tomar as ruas em defesa da democracia. Também como fez no comício da Avenida Paulista, Bolsonaro está pedindo aos seus seguidores que não levem faixas e cartazes com ataques aos ministros do Supremo. As informações são do Estadão.

O pastor Silas Malafaia, um dos organizadores da manifestação, postou no X (antigo twitter) um vídeo de Bolsonaro em que o ex-presidente reafirma que será um ato pacífico em defesa da democracia, sem cartazes e sem faixas. “Vamos lá, fazer essa manifestação que, novamente, servirá para uma fotografia para o mundo e para nós discutirmos aí, realmente, o nosso Estado Democrático de Direito”, afirmou na gravação.

Desde o governo do ex-capitão, a orla de Copacabana se tornou território bolsonarista. Ali, Bolsonaro fez praticamente todos os seus atos públicos e chegou a tentar transferir a parada militar de 7 de Setembro da Avenida Getúlio Vargas – onde acontece tradicionalmente todos os anos – para a praia. No fim não deu certo e o Rio ficou sem o desfile.

Embora não vá deixar de lado a defesa em causa própria sobre a suposta tentativa de golpe frustrada e nem os pedidos de anistia para os vândalos que invadiram as sedes dos Três Poderes, Bolsonaro vai destacar as críticas do empresário Elon Musk ao ministro do STF Alexandre de Moraes. Musk acusa Moraes de censurar publicações e defendeu o impeachment do ministro, prometendo que publicaria em breve ordens de Moraes que, segundo ele, violam as leis brasileiras. Em outra bravata disse que descumpriria as ordens judiciais brasileiras.

Por fim, Musk conseguiu um relatório produzido por uma comissão parlamentar nos Estados Unidos, intitulado “O ataque contra a liberdade de expressão no exterior e o silêncio da administração Biden: o caso do Brasil”. A comissão é presidida pelo republicano Jim Jordan, muito ligado ao ex-presidente Donald Trump.

Em nota divulgada nesta quinta, a assessoria de imprensa do STF afirmou que os documentos reproduzidos no relatório da comissão parlamentar norte-americana não se tratam “das decisões fundamentadas que determinaram a retirada de conteúdos ou perfis, mas sim dos ofícios enviados às plataformas para cumprimento da decisão”.

Portanto, se imagina que Bolsonaro usará o tema e o confronto entre Musk e Moraes para animar seus apoiadores e repetir o questionamento de por que o ministro defende a censura, tentando tirar do ar publicações que considera inapropriadas.

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), confirmou nesta sexta-feira (19) sua presença no ato marcado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na praia de Copacabana. Ele indicou que usará o evento para criticar a ação da Procuradoria Regional Eleitoral que pede a cassação de seu mandato.

Os dois processos contra Castro e mais 12 aliados estão na fase final de tramitação no Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ). A Procuradoria o acusa de abuso de poder político e econômico em sua campanha de reeleição ao governo do estado, em 2022.

Toca Jabô

Já no Rio de Janeiro, onde será realizado um grande ato bolsonarista em Copacabana, o ex-presidente Jair Bolsonaro, vestido com a camisa do Santa Cruz, gravou um vídeo na manhã de hoje para convidar a população para participar do movimento que será realizado amanhã, a partir das 10h.

Rodeado de jovens da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC), que realizavam um luau na Barra da Tijuca, o ex-presidente demonstrou bom humor e aproveitou a ocasião para o convite, registrado em vídeo. “Amanhã, todo mundo em Copacabana”, disse Bolsonaro.

Confira

Paulista - No ZAP

Da coluna de Guilherme Amado – Metrópoles

O empresário Sebastião Figueiroa, dono da Unipauta, gráfica que recebeu R$ 5 milhões da campanha de Jair Bolsonaro em 2022, foi acusado pela Polícia Federal (PF) de destruir provas antes de uma operação policial e de dar benefícios indevidos a um ex-secretário do governo de Pernambuco. O relatório final da investigação foi enviado à Justiça em setembro do ano passado e vem sendo analisado pelo Ministério Público Federal.

A PF investigou supostas relações ilegais de Figueiroa com o ex-secretário de Projetos Estratégicos de Pernambuco Renato Thiebaut, na gestão Paulo Câmara, do PSB, encerrada em 2022. A apuração envolveu três operações policiais desde 2020: Casa de Papel, Articulata e Payback. Os advogados de Figueiroa negaram irregularidades.

De acordo com o relatório, os policiais federais se surpreenderam ao cumprir um mandado de busca contra Figueiroa em dezembro de 2020, para apurar supostas irregularidades em licitações durante a pandemia. Não conseguiram apreender qualquer celular ou computador do empresário em sua casa, o que, conforme a PF, demonstrou o vazamento da operação autorizada pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região.

“Não sendo crível que, no mundo moderno, em que a comunicação — seja ela digital ou telefônica — mais do que uma necessidade é um verdadeiro imperativo, notadamente diante do poder social e aquisitivo ostentado por Sebastião Figueiroa, ele não possua sequer um único aparelho telefônico ou tampouco se valha de outros meios eletrônicos como forma de comunicação”, afirmou a PF, completando: “Pouquíssimo provável que se trate de uma infeliz coincidência”.

Além da apreensão frustrada no apartamento de Figueiroa, a PF estranhou que o advogado do empresário havia chegado ao local em poucos minutos. A mulher do empresário alegou que havia visto da varanda os policiais entrando no prédio, às 6h da manhã. A polícia tampouco conseguiu apreender itens relevantes na casa de Renato Thiebaut, então secretário do governo pernambucano, segundo o relatório.

Na visão da PF, Figueiroa e Thiebaut tinham uma relação indevida: Figueiroa pagou uma reforma em uma casa de campo do então secretário, além de ter alugado um imóvel para Thiebaut, em 2019.

Durante a campanha eleitoral de 2022, a gráfica de Figueiroa foi a que mais recebeu dinheiro da campanha de Bolsonaro. Foram R$ 5 milhões por propagandas em bandeiras, adesivos e cartazes. A Unipauta também auferiu R$ 1,8 milhão com a campanha Gilson Machado, ex-ministro de Bolsonaro, que não se elegeu ao Senado. Essas duas campanhas deram à Unipauta metade de todo o faturamento naquela disputa eleitoral.

Por causa de outro processo, desta vez na Justiça estadual, Figueiroa ficou preso entre novembro do ano passado e fevereiro de 2024, por suspeita de fraudar licitações do governo. Desde então, usa tornozeleira eletrônica.

Procurado, o advogado de Sebastião Figueiroa, Eduardo Trindade, afirmou: “A defesa afirma a inocência de Figueiroa, que não teve nenhum relacionamento que não fosse institucional e republicano com qualquer autoridade. Nunca houve destruição de provas. A PF pediu a prisão preventiva de Figueiroa com base nessa suposição, o que a Justiça negou em duas instâncias. A prisão de novembro do ano passado foi baseada em uma auditoria preliminar do Tribunal de Contas estadual que foi rechaçada pelo plenário”.

A defesa de Figueiroa disse também que não houve qualquer irregularidade na prestação de serviço para a campanha de Bolsonaro em 2022. “As gráficas do grupo familiar prestam serviços a campanhas eleitorais há décadas. Não há nenhuma irregularidade em nenhum contrato, seja com Jair Bolsonaro ou um vereador do interior”.

Procurado, Renato Thiebaut não respondeu à reportagem.

Jaboatão - Toca Jabô

Por Ana Gabriela Oliveira Lima*

“Tocar em um líder religioso não é uma coisa fácil. A religião que eu sou representa 35% do povo brasileiro. Isso é um negócio muito gigante.”

A mensagem dada pelo pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, em entrevista à youtuber Antonia Fontenelle no fim de fevereiro, revela uma das estratégias do aliado de Jair Bolsonaro (PL) para intimidar o STF (Supremo Tribunal Federal) nas investigações que envolvem o ex-presidente: fazer pressão blindado por seu status de líder religioso.

Depois de financiar manifestação na Paulista que admitiu ter sido planejada com essa finalidade, o pastor volta a protagonizar a organização de mais um ato a favor de Bolsonaro, desta vez em Copacabana, no Rio, neste domingo (21), e com a ameaça de subir o tom.

Para especialistas, a utilização da religião para pressionar a Justiça é sinal preocupante que testa a democracia. A estratégia anda lado a lado com a deslegitimação do STF sob o argumento de que “Supremo é o povo”, pensamento expresso recorrentemente por Malafaia.

“Se você botar o povo na rua, eles vão pensar umas três vezes [antes de prendê-lo]. E, se isso acontecer, o negócio vai ser feio”, disse Malafaia a Bolsonaro para convencer o político a promover a manifestação na Paulista, segundo relato feito pelo pastor em fevereiro.

A ideia, admitiu, era pressionar o STF em meio ao contexto em que Bolsonaro havia sido intimado a falar sobre uma possível trama golpista para impedir a posse do presidente Lula (PT).

Na mesma entrevista, Malafaia creditou o fato de ser líder religioso a chance de poder ter uma postura mais combativa junto ao Supremo.

Ataques ao ministro Alexandre de Moraes, que chama de ditador de toga, e a ideia de que o Judiciário deve observar a vontade do povo também estão presentes em seu discurso.

“O povo é o Supremo poder de uma nação. Nada é superior a nível de poder em uma nação do que o povo. Quando um povo se manifesta, se submete ao poder Judiciário, o Legislativo e o Executivo”, afirmou.

Em outra entrevista no fim de março, desta vez para o canal Rádio+Brasil, Malafaia disse não ter medo de ser preso e ameaçou divulgar vídeos dele e de Bolsonaro em caso de prisão. “Tem um vídeo meu gravado na mão de algumas pessoas. Se me prenderem, amigo, a coisa vai ficar bonita ao contrário”, afirmou. “Até Bolsonaro tem vídeos gravados. Se for preso, vai ser solto. Aí os caras vão ver o problema que eles vão arrumar.”

Depois da repercussão, o pastor justificou que os vídeos aos quais fazia referência tinham a ver com sua autodefesa e não eram incentivo à “quebra-quebra, perseguição política ou golpe”.

De acordo com Sérgio Feldman, professor de história da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo), a ideia de que o Judiciário deve observar a vontade do povo é antiga e foi marcadamente usada pelo fascismo e nazismo na Europa do século 20.

“Esse discurso já existia, mas foi retomado entre as tendências totalitárias do século 20 que surgiram no pós-Primeira Guerra”, afirma. “Tendências autoritárias trabalhavam com propagandas para justificar os regimes. Nessas propagandas, elas assumiam estar no lugar do povo, representar o povo contra inimigos externos.”

Para Luis Gustavo Teixeira, doutor em ciência política com foco em laicidade estatal e professor da Unipampa (Universidade Federal do Pampa), as falas de Malafaia sobre o Supremo e a pressão que pode exercer como líder religioso exemplificam um pensamento que representa “clara violação da democracia”.

“Grupos extremistas desconsideram o papel do Judiciário enquanto entidade cuja atribuição é impedir a violação dos direitos”, diz.

“O que Malafaia pondera é: somos [evangélicos] muito em termos de densidade populacional e também temos um capital político enorme.”

Entretanto, afirma Teixeira, é papel do Judiciário apreciar assuntos polêmicos que podem ir de encontro a valores consensuais no debate público.

De acordo com Henderson Fürst, professor de direito constitucional da PUC-Campinas, o uso da concepção de povo como poder supremo é recorrente em democracias em crise.

“É uma afirmação falaciosa, mas de fácil assimilação por quem não está familiarizado com a estrutura jurídica complexa de uma democracia. Todo poder emana do povo, isso é verdade, mas esse poder se concretiza na forma de uma Constituição”, diz.

Ele afirma que a função do Supremo é ser contramajoritária. “Ainda que todo o povo queira algo, o Supremo precisará ir contra essa vontade porque sua função não é ouvir a voz da rua, é ouvir as vozes da Constituição.”

Segundo Pedro Serrano, professor de direito constitucional da PUC-SP, se o STF leva em consideração a pressão religiosa na hora de tomar suas decisões, o impacto é negativo para a democracia.

“A ideia de que o Supremo deve observar o povo parte do pressuposto de que o poder político deve ser superior aos direitos. É a essência da tirania”, diz.

O especialista completa que a intensidade de uma democracia se mede, entre outros aspectos, pelo grau de autonomia do direito. “Ou seja, o quanto que no plano real, na prática social, as decisões do Judiciário e da corte constitucional se dão por razões de Justiça e não por estratégias de disputa de poder.”

Questionado pela Folha, Malafaia afirmou que “o povo ter consciência de que é o supremo poder” não é prejudicial à democracia, mas sim àqueles que querem calar a população. O pastor também afirmou desconhecer pressão de líderes religiosos sobre o STF e disse que ele, como pastor, tem “certa influência”, mas não “toda a influência”.

Sobre os vídeos que ameaçou divulgar em caso de sua prisão ou de Bolsonaro, reafirmou que são uma precaução, uma vez que tem visto Moraes prender pessoas “sem nenhum motivo”. “E eu garanto para você que não é para incentivar a perseguição a autoridades, para quebrar o país. Eu sou democrata. Quem gosta de quebrar é a esquerda”, afirmou.

Malafaia disse também que se posiciona como cidadão e que há 40 anos conscientiza o povo evangélico. Afirmou que suas críticas a Moraes são embasadas na Constituição e que pretende trazer, na manifestação de domingo em Copacabana, novas denúncias envolvendo investigações contra Bolsonaro.

*Jornalista da Folha de São Paulo

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Pelo menos 25 deputados e senadores conseguiram juntar R$ 125 mil numa vaquinha para ajudar a custear a manifestação a favor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Rio de Janeiro, que acontecerá no domingo (21). O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) foi o responsável pela arrecadação do valor, sendo ele o primeiro parlamentar a doar o valor de R$ 5 mil.

Diferente do ato em São Paulo, realizado em fevereiro deste ano e financiado por Silas Malafaia, os parlamentares são quem agora ajudam a concretizar o evento. As informações são do Estadão.

“Eu fui o primeiro para dar exemplo”, comenta Sóstenes. Além dele, outros 15 colegas deputados e nove senadores desembolsaram R$ 5 mil.

Um deles é o deputado Pastor Marco Feliciano (PL-SP). “Contribui porque acredito em manifestações pacíficas e que não é justo apenas uma pessoa arcar com os gastos”, afirma.

A reportagem mapeou 14 desses congressistas que participaram da vaquinha. O nome dos senadores foi confirmado por Sóstenes, que diz ter feito um compromisso de não identificar todos os deputados, já que alguns deles pediram sigilo. O pastor Silas Malafaia, que também estará presente, confirmou outros dois nomes.

Até a tarde desta sexta-feira (19), mais de 70 deputados confirmaram que irão para o ato de Bolsonaro, nove senadores e quatro governadores ou vice-governadores.

“Acredito que será grande”, diz José Medeiros (PL-MT). “No domingo, mais uma vez os patriotas estarão juntos numa manifestação pacífica em prol da democracia, com Deus, pela pátria, pela família e pela liberdade, chamando a atenção do mundo, num mar de verde e amarelo”, completa Feliciano.

Como mostrou o Estadão, três dos quatro filhos políticos do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o vereador carioca Carlos Bolsonaro (PL-RJ) estarão presentes. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) também irá.

A expectativa é que o evento sirva de palanque para o governador do Rio, Cláudio Castro (PL) e para o pré-candidato da capital fluminense, Alexandre Ramagem (PL-RJ). A manifestação começará a partir das 10h, quando bolsonaristas farão a concentração no cruzamento da Avenida Atlântica com a Rua Bolívar, na praia de Copacabana.

A reportagem procurou os 14 parlamentares identificados como doadores, sendo que 11 não responderam.

Veja deputados e senadores que participam da vaquinha de R$ 125 mil:

1.Bia Kicis (PL-DF)

2.Carlos Portinho (PL-RJ)

3.Dr. Hiran (PP-RR)

4.Eduardo Bolsonaro (PL-SP)

5.Izalci Lucas (PL-DF)

6.Jorge Seif (PL-SC)

7.José Medeiros (PL-MT)

8.Magno Malta (PL-ES)

9.Marcos Rogério (PL-RO)

10.Nikolas Ferreira (PL-MG)

11.Pr. Marco Feliciano (PL-SP)

12.Rogério Marinho (PL-RN)

13.Sóstenes Cavalcante (PL-RJ)

14.Wilder Morais (PL-GO)

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A DPU (Defensoria Pública da União) ingressou na Justiça Federal da 1ª Região com um pedido para que a rede social X, antigo Twitter, seja condenada a pagar uma indenização de R$ 1 bilhão por dano moral coletivo e danos sociais.

A ação coletiva estrutural sustenta que Elon Musk, dono da plataforma, teria cometido violações graves contra o Estado democrático de Direito brasileiro ao incitar o descumprimento de decisões judiciais. As informações são da coluna de Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo.

O órgão justifica o valor bilionário para a indenização afirmando que a quantia leva em conta “a imensa gravidade da ilicitude”, as consequências causadas por ela e também a riqueza dos réus.

“As declarações do proprietário da rede social X surgem em um momento delicado para o Brasil, que tenta apaziguar as tensões provocadas por setores da extrema direita envolvidos na tentativa de golpe de Estado”, afirma a ação.

“Essas palavras, portanto, representam uma afronta grave, não apenas ofendendo o país e o Estado Democrático de Direito estabelecido, mas também tentando desacreditar as instituições democráticas brasileiras”, continua.

A ação ainda defende que as declarações feitas pelo bilionário devem ser avaliadas como um ato de extremo descompromisso para com as liberdades democráticas, capazes de inflamar tensões sociais e de minar o que o órgão chama de “processo de cura nacional”.

Além da indenização bilionária, a DPU demanda que uma série de medidas sejam determinadas à rede social, como a adoção de uma moderação em conformidade com os direitos à liberdade de expressão e informação, a implementação de um sistema eficaz de cooperação com as autoridades judiciais e o estabelecimento de parcerias com organizações de checagem de fatos.

O órgão também sugere a aplicação de uma multa no valor de R$ 500 mil a cada episódio de desobediência de decisões judiciais praticadas pela rede social.

A ação é encabeçada pela defensora Nacional de Direitos Humanos da DPU, Carolina Soares Castelliano Lucena de Castro, e endossada pela ONG Educafro e pelo Instituto de Fiscalização e Controle.

Caruaru - Geracao de emprego

Por Marcelo Tognozzi*

Sebastião tinha 24 anos quando liderou a descarga de cavalaria que custaria sua vida contra as tropas de Mulei Maluco, na batalha de Alcácer Quibir, em 1578. Já se vão quase 500 anos. Sebastião, rei de Portugal, desapareceu em meio ao combate, muito sangue, muita pólvora, surpreendido pela astúcia e a superioridade bélica do inimigo, cujo exército de 60.000 homens era quase 3 vezes maior que o seu.

Sebastião encontrou a morte perto da cidade de Tânger, onde funciona um dos mais importantes complexos portuários do mundo. Seu corpo jamais foi encontrado e ele se tornou um mito. Durante longos anos, os portugueses nutriram a expectativa de que Sebastião retornaria vivo, pronto para reassumir seu trono.

O Marrocos sempre fascinou os europeus. Dono de uma posição geográfica estratégica, foi a partir das praias marroquinas que os árabes chegaram à Europa nos anos 700, cruzando o estreito de Gibraltar, a porta de entrada do Mediterrâneo, lá permanecendo por 800 anos até serem expulsos pelas tropas dos reis católicos no fim do século 15. Franceses e espanhóis dominaram o Marrocos e até hoje as cidades de Celta e Melilla são possessões espanholas.

Hoje, o Marrocos continua fascinando não só a Europa, mas países emergentes como o Brasil. Governado por uma monarquia constitucional, modelo semelhante ao da Espanha, Holanda e Suécia, o país tem no rei Mohamed 6º um estadista. Ele transformou seu país numa democracia com uma constituição liberal. Há 25 anos no trono, Mohamed 6º investiu em tecnologia e infraestrutura, fez o Marrocos líder na produção de fertilizantes com a OCP, empresa que fatura mais de US$ 11 bilhões por ano.

Também é líder em tecnologia agrícola em regiões semiáridas e tem o principal porto do norte da África, em Tânger, cujo grande diferencial são as águas profundas, capazes de receber navios de grande porte. Uma das atribuições do rei é cuidar da política externa. Sua estratégia de valorizar a posição geográfica privilegiada de Marrocos no norte da África o aproximou do Brasil.

O rei nomeou Nabil Adghoghi embaixador no Brasil. O diplomata habilidoso tem colhido frutos importantes. Aproveitou oportunidades criadas pelos conflitos na Europa e no Oriente Médio e negocia a instalação de uma fábrica da OCP no Brasil, a qual terá capacidade de suprir grande parte da demanda da nossa agricultura, atualmente dependente dos fertilizantes russos.

O embaixador também está engajado em abrir frentes na produção de energia limpa, inclusive hidrogênio verde, pela empresa marroquina Green Energy Park (GEP). O esforço vem dando resultado. O comércio bilateral começou a decolar e já ultrapassa os US$ 3 bilhões.

Foram firmados tratados importantes, sendo o principal deles o que garante tratamento igualitário e segurança jurídica para marroquinos e brasileiros. Há outros acordos importantes de cooperação militar e de desburocratização na área aduaneira. Até a Polícia Federal fechou com sua homóloga marroquina cooperação operacional.

Em breve, a Embrapa terá um escritório no Marrocos voltado para o desenvolvimento de pesquisa agropecuária. De olho nessas oportunidades, a senadora Daniela Ribeiro (PP-PB) e o governador da Paraíba João Azevedo irão ao Marrocos em busca de intercâmbio para melhorar o desempenho da agricultura do semiárido nordestino. E ainda neste ano deve ser reativada pela Royal Air Maroc a ponte aérea entre São Paulo e Casablanca.

O Brasil sempre privilegiou as relações com os países subsaarianos, especialmente nos governos do PT. O problema é que hoje esses países sofrem forte influência chinesa. O governo Xi Jinping tem investido pesado nessa região e competir com a China não é algo simples.

O Magreb, no Norte da África, tem grandes oportunidades, especialmente para o Brasil que poderá usufruir da posição estratégica do porto de Tânger para acessar mercados tanto da Europa quanto da África e do Oriente Médio.

Depois de encantar o mundo com seu futebol na Copa de 2022, conquistando um honroso 4º lugar, o Marrocos sediará o campeonato mundial de futebol de 2030 junto com Portugal e Espanha. Será um dos eventos mais importantes pela riqueza cultural e diversidade, unindo pela primeira vez africanos e europeus.

O Marrocos das aventuras do sheik de Agadir, do Rick’s Bar do Casablanca de Humphey Bogart e Ingrid Bergman e da batalha de Alcácer Quibir ainda percorre o imaginário do Ocidente com seus mistérios. Naquele 4 de agosto de 1578, quando dom Sebastião enfrentou o sultão Mulei Maluco, a batalha que manchou de sangue o chão de Alcácer Quibir, matou os 2 comandantes, num jogo com perdas para ambos os lados.

Hoje, passados quase 5 séculos, a inteligência e a sabedoria prevaleceram sobre a violência e a barbárie. Guiado por seu rei estadista, o Marrocos caminha para se tornar a nova rota da prosperidade.

*Jornalista

Camaragibe Agora é Led

Por Magno Martins – exclusivo para a Folha de Pernambuco

Com o aval da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, aprovada na quarta-feira passada, a proposta de emenda à Constituição que cria bônus mensal a integrantes do Judiciário e Ministério Público a cada cinco anos, conhecida como PEC do Quinquênio, deve ser analisada em plenário, na próxima semana.

Para o líder do Governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido), a PEC chega em um momento delicado, quando está em curso uma greve dos servidores federais. Por isso, pede a sensibilidade dos parlamentares na votação da matéria, uma vez que o texto estabelece um Adicional por Tempo de Serviço de 5% para juízes, procuradores, promotores e outros agentes públicos a cada cinco anos de carreira, até o máximo de 35% do salário.

“O Governo vai apelar para o bom senso. Há uma greve de servidores públicos que reivindicam progressão de carreira, plano de cargos e salários; outros reivindicam realinhamento salarial. Não me parece muito adequado o Congresso sinalizar uma matéria para o topo da carreira do funcionalismo público, enquanto não tem uma proposta para todos os servidores”, comentou Randolfe, após a reunião semanal de líderes partidários com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que é autor da PEC, e articula desde 2022 a aprovação da matéria.

Randolfe ainda ponderou que este é um momento sensível das contas públicas, em que o Governo tem feito um esforço fiscal em diferentes áreas. “Vamos dialogar e pedir o bom senso e a reflexão do Congresso”, enfatizou o líder do governo.

A reunião de líderes deixou acertado que a PEC só será votada ao fim das cinco sessões previstas antes do primeiro turno. Para ser aprovada, uma emenda constitucional deve ter apoio de três quintos da Casa, ou seja, 49 votos, em dois turnos. Originalmente, a ideia era que a matéria tramitasse junto a um projeto de lei que busca combater os supersalários de servidores públicos.

Belo Jardim - Vivenciando Histórias

A Persone Recepções, em Arcoverde, lotou na noite de ontem no lançamento da pré-candidatura de Madalena Brito à Prefeitura de Arcoverde, junto com o seu vice Gilsinho Duarte, ambos do PSB, e pré-candidatos a vereadores. Entre os presentes, os ex-prefeitos Julião Guerra, Erivânia Camelo e Rosa Barros, além dos deputados federais Pedro Campos e Lucas Ramos, também do PSB, e os deputados estaduais Waldemar Borges (PSB), Danilo Godoy (PSB) e João de Nadegi (PV).

“Hoje, começamos uma nova jornada. Tenho Deus no coração e ele saberá nos guiar pelo melhor caminho para podermos transformar a vida das pessoas. Quero agradecer de coração a todos e todas que estão aqui, que sonham o sonho que nós sonhamos, de uma Arcoverde forte e mais feliz. Nossa cidade está abandonada e precisamos resgatar sua história. Meu sentimento é de gratidão, a todos que nos abraçaram nesse dia repleto de felicidades e alegria”, disse Madalena.

Além das falas dos presentes, o evento contou ainda com vídeos do ex-prefeito João Paulo; do prefeito do Recife, João Campos; da ministra Luciana Santos, dos senadores Humberto Costa e Teresa Leitão; do presidente do PT, Doriel Barros; do deputado federal Clodoaldo Magalhães, entre outros. Em sua fala, Gilsinho Duarte destacou o carinho e amor pelo povo de Arcoverde e ressaltou que é preciso olhar para o futuro.

“Juntos, eu e a experiente ex-prefeita Madalena, queremos retomar esse legado de trabalho incansável, de obras que transformam vidas e de um olhar sempre voltado para o futuro. Acreditamos firmemente que Arcoverde merece mais do que simples promessas vazias ou soluções temporárias. Merece uma visão clara e um plano de ação concreto para avançar na saúde, na educação, na infraestrutura, na ação social, no desenvolvimento, na geração de empregos e oportunidades”, disse Gilsinho. 

Ladeada por artistas, lideranças locais, estaduais e federais e com o espaço lotado, Madalena Britto mostrou força no ponta pé inicial da trajetória rumo à prefeitura.

O lançamento da pré-candidatura ao lado de 04 vereadores (Luiza Margarida, João Marcos, Sg. Brito e João Taxista), além de contar com uma coligação proporcional com mais de 33 pré-candidatos, que envolve seis partidos, entre eles a Federação Brasil da Esperança.

Vitória Reconstrução da Praça

Salve-se quem puder

Por Juliana Albuquerque – repórter do Blog

Durante a aprovação do projeto que prevê o fim das faixas salariais da Polícia Militar, esta semana, nas Comissões de Finanças e de Administração da Assembleia Legislativa de Pernambuco, foi acesa uma luz de alerta que pode culminar no aumento da violência em Pernambuco, que já ocupa o 2º lugar entre os Estados mais violentos do Brasil, com 989 mortes só nos primeiros três meses deste ano.

Sem valorização, tanto os bombeiros como os policiais militares já endurecem a operação, que, ao invés de padrão, tem sido chamada de X, alusão aos braços cruzados. Essa operação deve também culminar, a exemplo do que aconteceu com os delegados da Polícia Civil, com a entrega dos PJEs, o que significa o fim das jornadas extras feitas pelos profissionais.

Atualmente, a Polícia Militar e os Bombeiros atuam com 60% do efetivo que deveria ter. E, mesmo diante desse déficit, vem cumprindo com excelência seu papel em defesa da sociedade. Inclusive, com as jornadas extras solicitadas pelo Governo em períodos festivos, a exemplo do Carnaval, Semana Santa e São João.

Se de fato, após passar pela Comissão de Segurança Pública, o projeto do Governo for aprovado no plenário da forma como foi enviado pelo Executivo, será um verdadeiro salve-se quem puder no período junino que se aproxima, já que é forte o movimento dessas forças policiais, menosprezadas pelo Estado, de não aderir ao programa de jornada extras. 

Depois de tantos embates sobre o projeto do Executivo Estadual, não se questiona mais nem sobre a questão do fim das faixas, que a categoria já teve que engolir goela abaixo, que só será finalizada em 2026. O problema maior é, sobretudo, o reajuste pífio que a categoria terá, abaixo da inflação, diga-se de passagem, que chegará a 10% ao longo de três anos, sendo 3,5% neste ano.

No relatório apresentado pelo deputado Diogo Moraes (PSB), relator do projeto na Comissão de Finanças, como forma de agradar tanto o Governo quanto a categoria, foi proposto aumentar em 4,5% o salário da categoria neste ano. Já o fim das faixas, ficaria para o próximo ano, visto que o orçamento de 2025 ainda será enviado pelo Executivo Estadual, portanto, há margem para essa manobra.

Porém, a proposta sequer foi analisada pelos demais membros do colegiado, formado em sua maioria por seguidores fiéis ao que determina a governadora Raquel Lyra, logo, terminou sendo totalmente descartada.

O resultado desse jogo político, infelizmente, tende a reverberar na população pernambucana, que terá que conviver com o aumento da violência e com a sensação de insegurança, uma vez que sem a devida valorização, os policiais e bombeiros militares não têm ânimo para continuar a fazer mais com menos, como tem feito ultimamente.

O relatório de Moraes – No relatório apresentado por Diogo Moraes, ele garantiu que sua proposta não afeta o orçamento de 2024 e ainda assegura o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal no ano seguinte. “Fizemos uma conta em que, extinguindo as faixas em junho do ano que vem e mantendo os aumentos, vamos ter uma diferença que fica dentro da margem de erro do Governo do Estado, com um acréscimo de R$ 120 milhões”, argumentou. 

Valorização dos policiais – Defensor incansável da categoria, o Coronel Alberto Feitosa (PL) foi enfático, ao se posicionar, durante discurso na tribuna da Alepe, na quinta-feira passada, para comentar sobre o projeto aprovado um dia antes na Comissão de Finanças. “Do jeito que está, Pernambuco vai alcançar muito em breve o primeiro lugar como Estado mais violento do Brasil. Temos vários exemplos de como o problema da Segurança Pública se resolveram com a valorização dos policiais. Vejam o exemplo do Rio de Janeiro, de São Paulo, e o de Goiás, onde os governantes entenderam que a valorização dos que estão na rua é o caminho para a redução da criminalidade”.

Remunerações distintas – Além de ter o projeto de lei do fim das faixas salariais aprovado nas Comissões de Finanças e Administração, outro projeto da governadora para a área terminou por criar um grande mal-estar entre as polícias civil e militar. A designação de policiais militares inativos e civis e aposentados para a realização de diversas tarefas nas corporações, mediante reajuste nos valores que recebem mensalmente. Pelo texto aprovado, a remuneração mensal do Policial Civil reconvocado passará de R$ 1.800,00 para R$ 2.506,52, aumento de 39,2%. Já o Policial Militar que está inativo, que vai trabalhar na guarda patrimonial, sai de um salário mensal de R$ 1.250,00 para R$1.450, 16% de reajuste. Como duas corporações da mesma secretaria podem ter aumentos tão distintos, governadora?

Na mesa de negociação – Outra categoria que foi massacrada no ano passado pelo Governo do Estado, os profissionais de educação devem voltar à mesa de negociação com o Executivo Estadual no próximo dia 25. Na pauta, estão temas como a valorização profissional, com a repercussão do piso salarial do magistério em toda a carreira da educação, recuperação das perdas salariais de 2023 e a reformulação do Plano de Cargos e Carreiras. Além desses pontos, pleiteiam a imediata convocação dos aprovados no concurso público para professores, analistas e administrativos. No dia seguinte, de acordo com o Sintepe, será realizada mais uma assembleia geral para deliberar, junto com a categoria, sobre a proposta que será apresentada pelo governo.

Parecer imparcial – O deputado Diogo Moraes foi bastante elogiado, esta semana, por membros da base governista na Alepe, por sua imparcialidade na relatoria do projeto de autoria do Executivo Estadual, o PE Produz Polo de Confecções do Agreste. Com seu parecer favorável, o projeto foi aprovado por maioria na Comissão de Finanças. “Se é bom para Pernambuco, sempre estarei a favor, independentemente de ser oposição. É um projeto muito assertivo do Governo e que tem um grande potencial de desenvolver a economia da região com a garantia do Governo de adquirir fardamentos da área têxtil destinados à rede estadual de educação”, afirmou.

CURTAS

AGENDA – O presidente da Fecomércio-PE, Bernardo Peixoto, promove, nesta segunda-feira, às 8h, evento para lançar a Agenda Institucional do Sistema Comércio e a Agenda Estadual do Comércio de Bens, Serviços e Turismo 2024, que delineiam as prioridades e demandas do setor comercial nacional e pernambucano para o ano em curso.

MANUTENÇÃO – A falta de manutenção nos ônibus de prefeituras do interior de Pernambuco que integram o programa de Tratamento Fora do Domicílio (TFD), transportando pacientes ao Recife, foi evidenciada esta semana, após um ônibus da Prefeitura de Sertânia pegar fogo. Por sorte, ninguém saiu ferido. Mas fica o alerta sobre a necessidade desses veículos estarem com a manutenção em dia.

CPI – O deputado João Paulo (PT) quer abrir uma CPI para investigar os problemas de falta de energia provenientes da falta de investimento da Neoenergia em Pernambuco. Segundo o parlamentar, as quedas constantes de energia têm gerado prejuízos para as empresas e para os cidadãos pernambucanos e precisa que a Alepe se debruce sobre esse problema.

Perguntar não ofende: A Alepe conseguirá manter a sua autonomia ou se curvará diante do autoritarismo do governo Raquel na votação do PL do Fim das Faixas Salariais?

Os advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentaram um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para anular a Operação Tempus Veritatis, que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado. A ação foi apresentada por meio do PP, mesma estratégia utilizada contra outras duas apurações que atingem Bolsonaro: da fraude no cartão de vacina e da venda de joias.

O pedido foi apresentado por meio de uma arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF), tipo de ação que só pode ser apresentada por determinadas autoridades ou organizações, entre elas partidos políticos. Ou seja, sem o PP a defesa de Bolsonaro não conseguiria ingressar com a solicitação. As informações são do portal O Globo.

solicitação. As informações são do portal O Globo.

O texto é escrito pela equipe de advogados do ex-presidente, entre eles Daniel Tesser e Paulo Cunha Bueno, e questiona pontos da decisão do ministro Alexandre de Moraes que deu início à apuração sobre a suposta tentativa de golpe. Em fevereiro, a investigação resultou em uma operação que cumpriu quatro mandados de prisão preventiva e 33 mandados de busca e apreensão, além de medidas cautelares, como a apreensão do passaporte de Bolsonaro.

Os advogados alegam que a investigação não deveria tramitar no STF, que deveria ser formalmente um inquérito (e não uma “petição”, classe processual utilizada) e que Moraes não poderia ser o relator. Por isso, pedem que todos os atos sejam anulados.

A partir dessa investigação, os ex-comandantes Marco Antônio Freire Gomes (Exército) e Carlos Almeida Baptista Junior (Aeronáutica) prestaram depoimentos à Polícia Federal (PF) e afirmaram que Bolsonaro apresentou uma proposta para reverter o resultado das eleições presidenciais.

Um pedido semelhante apresentado sobre a investigação de um suposto esquema de venda de joias e presentes recebidos pela Presidência já foi rejeitado pela ministra Cármen Lúcia. Outra solicitação, sobre a apuração de fraude de cartão de vacina, ainda não foi analisada pelo ministro Dias Toffoli.

O presidente Lula (PT) decidiu se encontrar com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), na próxima semana. A definição aconteceu após reunião emergencial com os principais nomes da área política, em almoço hoje.

Na reunião, Lula ouviu dos ministros e líderes do Congresso quais vetos o governo sairá derrotado. Ele também ouviu uma ponderação: a crise com Lira é superestimada e Pacheco não é tão aliado do governo como faz parecer ser. As informações são do blog da Julia Duailibi.

Questionado sobre a posição crítica em relação a Pacheco, uma pessoa que participou da reunião fez uma analogia com o futebol. Disse que Lira é aquele tipo de zagueiro que grita muito, e que Pacheco é aquele que leva a mão ao calcanhar e, quando você pergunta se aconteceu alguma coisa, ele finge que não foi nada.

As críticas a Pacheco vieram dos dois interlocutores mais próximos a Lira: Rui Costa e Zé Guimarães. A história que foi contada é a de que Pacheco é tido sempre como bom moço, enquanto o Lira é tratado como vilão da história.

Lula demonstrou incômodo com a atuação apagada das bancadas aliadas no Congresso, sobretudo do PT. Vai ser feita uma reunião com a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, provavelmente na semana que vem, pra tratar do assunto. O presidente quer uma bancada mais atuante e combativa na defesa do Governo. Um episódio que incomodou Lula foi a discussão do “PL das Saidinhas”.

O presidente avalia que as bancadas aliadas são muito passivas, esperam pelo aval do governo para agir e que, para ele, precisam ter mais autonomia e serem mais propositivas.

O encontro foi convocado pelo presidente e um encontro com Lira foi uma das pautas. A reunião foi encarada como emergencial. Tanto que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que estava nos Estados Unidos, antecipou a volta para o Brasil.

Lira vem reclamando da articulação política do governo e chamou Padilha de incompetente durante uma entrevista coletiva. O presidente da Câmara também chegou a falar sobre a instalação de CPIs, embora tenha descartado a CPI do Judiciário.

Com o objetivo de combater ações violentas durante invasões e protestos do MST em Pernambuco, a Frente Parlamentar Mista Invasão Zero passa a contar, a partir de hoje, com o deputado Coronel Alberto Feitosa como coordenador estadual. O convite foi feito pelos deputados federais Zucco, coordenador nacional da Frente Parlamentar, e Coronel Meira.

“No governo Bolsonaro, as invasões do MST estavam pacificadas. No governo da esquerda, onde o presidente justifica roubo de celularzinho e veste boné do MST, a baderna se sente em casa. Em 4 anos, foram 62 invasões contra 98 invasões em pouco mais de um ano do Governo do PT. Desde que a esquerda assumiu novamente, voltaram as ações violentas e a desordem. Protestos fecham as estradas comprometendo a área de saúde no transporte de pacientes para atendimento, comprometendo o setor econômico e de serviços com o bloqueio das rodovias que impedem a passagem dos caminhões com mercadorias e insumos. Isso precisa de um basta”, disparou Feitosa.

Vivi, ontem, em Afogados da Ingazeira, minha terra natal, mais uma emoção de filho apaixonado e muito saudoso da sua maior referência: em nome da família, meus oito irmãos, recebi a placa homenagem in memoriam ao meu pai Gastão Cerquinha, do grupo Cariri Cangaço.

Nenhum integrante do movimento de resgate da cultura de Lampião e seu bando, com exceção do meu amigo Luiz Ferraz Filho, de Serra Talhada, conheceu papai. Mas meu velho, que Deus chamou aos 100 anos e sete meses, em 15 de novembro de 2022, ganhou mais uma homenagem justa.

E por um simples motivo: além de político, tendo sido vereador por quatro mandatos e vice-prefeito de Afogados da Ingazeira, mesma trajetória do meu irmão Augusto Martins, hoje secretário de Cultura de Afogados, papai foi um escritor nato. Escreveu dois livros resgatando a história de uma centena de “heróis” afogadenses.

Gente guerreira, que contribuiu para o desenvolvimento do município nas mais diversas áreas, da gestão pública à área de saúde. Seu trabalho foi de memória, a partir dos rascunhos da sua mente caprichosa, da qual sempre tive uma invejinha saudável, fonte de inspiração.

Incluiu personagens valentes, verdadeiros mitos e revolucionários, além de cangaceiros, entre eles o lendário Antônio Silvino, que saiu da localidade da Colônia, em Carnaíba, já na divisa com a Paraíba, onde o Cariri Cangaço esteve hoje pela manhã, para entrar na história, tão famoso quanto Lampião.

Meu pai só amou uma mulher: minha mãe Margarida Martins, a quem tratava de “Minha flor”. Só amou uma cidade – Afogados da Ingazeira. Para ele, não era uma cidade qualquer, era sua princesinha, um reino encantado. Da sua terra seca, não desgrudava os pés. Nunca vi um homem tão apaixonado por uma cidade quanto meu pai!

Afogados da Ingazeira, para ele, era mais que plural, era uma diversidade de braços sempre abertos, um lugar impregnado no seu coração, um visgo na sua mente, encanto da sua alma. Sob um sol escaldante ou uma chuva fina, não interessa: Afogados era sempre encanto e alegria, um sonho eterno de paraíso. Era difícil convencê-lo a sair de Afogados para um simples passeio.

Ele quis deixar seus escritos para a posteridade – e hoje seus livros são fontes de pesquisa nas escolas do município. Que benção! “Como eu adoro o berço que me viu nascer e me fez crescer”, dizia ele, repetidamente, para os filhos. Na sua relação com sua terra, papai não era como Eça de Queiroz, que disse que os sentimentos mais genuinamente humanos logo se desumanizam na cidade. Ele acha justamente o contrário.

Era como Drummond de Andrade, que enxergou num mar uma cidade escrita, apaixonante e amada. A cidade não é a solidão, porque a cidade aniquila tudo o que povoa a solidão, escreveu Raquel de Queiroz, sobre a sua Quixadá.

Papai diria: Aqui é o meu lugar. E repetiria um verso de uma canção de Vinicius e Toquinho: “E depois de partir, poder voltar e dizer este aqui é o meu lugar. Poder assistir ao entardecer e saber que vai ver o sol raiar”.

Se o leitor não conseguiu acompanhar a entrevista com a cantora Michelle Menezes, ex-vocalista da banda Calcinha Preta, ao quadro “Sextou”, do programa Frente a Frente, ancorado por este blogueiro e exibido pela Rede Nordeste de Rádio, não se preocupe. Clique aqui e confira. Está incrível!

Tiveram início, hoje, as inserções partidárias do partido Solidariedade na TV, no rádio e nas redes sociais. Em sua primeira peça divulgada na Capital do Forró, o professor e artista caruaruense Armandinho foi apresentado como pré-candidato a Prefeito de Caruaru. Confira!

O prefeito de João Alfredo, Zé Martins (PSB), comemorou mais uma marca alcançada por sua gestão. Neste ano, sob sua administração, o município chegou à marca de 50 ruas finalizadas com calçamentos. Os transtornos causados pela poeira e pela lama já não fazem mais parte da rotina diária de centenas de famílias joãoalfredenses.

“Quem compara, sabe. Nunca se fez tanto em tão pouco tempo. O nosso município vem andando para a frente e depressa. Graças a parceria do meu vice-prefeito, Cabôco, dos nossos vereadores, secretários municipais, suplentes de vereadores e lideranças. Nosso time tem se dedicado muito para tirar nossa gente dos transtornos da poeira e da lama. Fiquem na certeza, que vamos avançar ainda mais. Porque quando se respeita o dinheiro público e se tem grandes parceiros na Câmara e no Senado Federal, as coisas saem do papel e transformam-se em realidade”, destacou o gestor.