Hotéis lotados, restaurantes superconcorridos, até com filas com espera de 30 minutos, teleférico com filas, cachoeiras lotadas. Este é o cenário da belíssima Triunfo, literalmente invadida neste feriadão da Páscoa. Incluído entre esses invasores, ao lado da minha Nayla Valença, da sua mãe Ivete, da minha enteada Maria Heloísa, e do meu irmão Augusto Martins, com sua Socorro, nunca vi minha Triunfo do coração tão repleta de turistas.
Gente que vem de todo lugar, da região, principalmente, mas também da Paraíba, do Ceará e até da Bahia. Triunfo vive, na verdade, o boom da economia depois de dois anos de sofrência da pandemia. No Sertão, Triunfo é a cidade mais procurada em feriadões pelo seu clima frio, em pleno semiárido nordestino.
Poucos municípios têm o privilégio de reunir tantos atrativos, a começar pelo clima, que contradiz a aridez do Sertão nordestino, com temperaturas oscilantes entre 11,1 °C no inverno e 26 °C no verão. Distante 399 km de Recife e a uma altitude de 1 010 metros acima do nível do mar, tem vegetação diferente da que predomina na região e uma variedade de lugares a se visitar sem similar em todo Sertão nordestino.
Com tudo isso, Triunfo passou a ser conhecida como “O Oásis no Sertão”. Tudo em Triunfo parece ter sido talhado com primor: as ruas cheias de ladeiras e calçadas com paralelepípedos, o casario singelo, as antigas construções datadas do século XIX, os seculares e tradicionais convento e igrejas, as edificações em pedra bruta, a história do cangaço que nos faz voltar no tempo, os mirantes, cachoeiras, grutas, a belíssima visão do Pico do Papagaio, segundo ponto mais alto de Pernambuco, de onde é possível avistar seis cidades do Vale do Pajeú.
Tem também, no Carnaval, os Caretas, com seus trajes que deixam os visitantes curiosos e deslumbrados com tamanha beleza com mais de um século de existência. O famoso açude João Barbosa Sitônio, localizado no centro da cidade, adornado pela presença do Theatro Cinema Guarany, inaugurado em 1922 e construído com rocha e óleo de baleia para dar sustentabilidade aos três pavimentos do prédio, é uma das 20 Maravilhas de Pernambuco segundo votação realizada pela Fundarpe.
Isso sem esquecer do teleférico, que tem seus assentos movidos por cima das serras de Triunfo passando sobre as águas do açude que estão muito poluídas.
Todos que visitam Triunfo têm uma verdadeira aula de arquitetura, história e cultura. Cidade de um povo hospitaleiro, rodeada de serras e vegetação sempre verde.
O ex-ministro do Turismo e um dos únicos que diz não negar apoio ao ex-presidente Bolsonaro caso ele venha disputar a Presidência da República em 2026, Gilson Machado (PL) tem se apresentado como maior liderança da direita em Pernambuco.
Seu nome, inclusive, ficou entre os cinco mais lembrados na recente pesquisa eleitoral do Instituto Paraná que mensurou os possíveis nomes para disputar a Prefeitura do Recife no pleito municipal do próximo ano.
Na intenção espontânea de voto, o nome de Gilson Machado Neto foi mencionado 600% a mais do que o do deputado federal André Ferreira, também do PL.
O resultado coloca Gilson como o candidato conservador mais competitivo em 2024 e atesta o expressivo número de votos que ele recebeu na disputa para o Senado, ano passado, quando obteve mais de 323 mil votos dos eleitores da capital pernambucana.
O Grupo de Investigação de Crimes Cibernéticos do MP de Santa Catarina informou que a investigação sobre o atentado a uma creche em Blumenau terá a contribuição de um órgão de segurança dos Estados Unidos.
De acordo com o MP, o serviço conjunto buscará identificar outros possíveis usuários que usam plataformas digitais para estimular, propagar ou planejar esses tipos de ataques. As informações são do O Antagonista.
Por unanimidade, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) manteve dispositivos de leis eleitorais que tratam das punições em caso de fraude a cotas de gênero, ação afirmativa de promoção e fomento à inclusão feminina na política.
A decisão se deu, na sessão virtual finalizada em 31/3, no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 6338, apresentada pelo partido Solidariedade.
A sigla alegava que o TSE, ao interpretar a Lei das Eleições (artigo 10, parágrafo 3º, da Lei 9.504/1997) e a Lei de Inelegibilidade (artigo 22, inciso XIV, da Lei Complementar 64/1990), definiu que todas as candidaturas beneficiadas pela fraude devem ser cassadas. A pretensão do partido era que o STF restringisse a cassação apenas aos responsáveis pela prática abusiva, além da punição do partido, isentando as candidatas e os candidatos eleitos que não tenham contribuído ou consentido com ela.
Isonomia de gênero
Em seu voto pela improcedência do pedido, a relatora, ministra Rosa Weber (presidente do STF), apontou que o dispositivo da Lei das Eleições visa coibir a discriminação contra as mulheres e estimular a cidadania e o pluralismo político. A norma obriga os partidos a fomentar a participação feminina na política fora do período eleitoral, concretizando o princípio da isonomia de gênero.
Vontade do eleitorado
A ministra explicou que a fraude consiste no lançamento fictício de candidaturas femininas (“laranjas”) somente para preencher o mínimo de 30%, sem atos de campanha e arrecadação de recursos. Esse expediente permite aos partidos lançar maior número de candidatos homens e incrementar o quociente partidário e, consequentemente, o número de cadeiras alcançadas.
Para a presidente do STF, a prática viola a cidadania, o pluralismo político e a isonomia, além de ter efeito drástico na legitimidade, na normalidade e na lisura das eleições e na formação da vontade do eleitorado. Ela ressaltou que o cumprimento efetivo da lei, caso haja poucas candidaturas de mulheres, exige a redução da quantidade de candidaturas masculinas até o percentual legal.
Desequilíbrio
Segundo a ministra Rosa, esse tipo de expediente também gera grave desequilíbrio na disputa, uma vez que os fraudadores registram mais candidaturas do que o admitido em lei, enquanto partidos que seguem as regras do jogo democrático precisam incentivar a participação feminina na política e, em último caso, lançar menos candidatos.
Para a ministra, se fosse atender ao pedido formulado pelo Solidariedade, a decisão da Corte teria como efeito direto o incentivo ao descumprimento da cota de gênero, já que seriam punidos somente quem participou efetivamente da empreitada fraudulenta, ao passo que todos os demais beneficiados continuariam incólumes.
Por Magno Martins – exclusivo para a Folha de Pernambuco
Após o feriadão da Semana Santa, o Congresso vai concentrar suas energias na discussão do chamado arcabouço fiscal, regras muito parecidas às metas impostas pelo teto fiscal, para fazer com que o Governo gaste de acordo com o que arrecada e não mais do que entra em seu caixa de tributos pagos pelos contribuintes.
Na pauta da Câmara e do Senado também estará o programa de privatização de estatais. O presidente Lula se antecipou e já retirou seis estatais que antes eram dadas como certas para serem controladas pelo setor privado. Na prática, um dinheirinho extra na conta do tesouro nacional e menos despesas com empresas deficitárias, entre elas os Correios, excluída do programa.
Apesar de esperada, a decisão do presidente Lula é considerada negativa pelo economista-chefe da consultoria MB Associados, Sergio Vale.
Em entrevista ontem ao Estadão, ele foi muito feliz quando afirmou que o Governo errou em excluir os Correios e mais cinco estatais. “A gente tinha nessas empresas uma possibilidade de renovação que seria interessante se elas estivessem nas mãos do setor privado”, afirmou, para acrescentar em seguida.
“São empresas que o setor privado poderia trabalhar com mais eficiência (do que o Estado), e o governo ganharia se conseguisse fazer a privatização. Ganharia no sentido de poder focar em serviços relevantes para a sociedade em que o papel do Estado é mais necessário”.
Para o economista, todas as companhias que foram retiradas da lista poderiam ser privatizadas, mas seria necessário fortalecer o papel das agências reguladoras.
A primeira apresentação da versão recifense da Paixão de Cristo após três anos de pandemia tem sido alvo de inúmeras críticas. Sem poder utilizar a peça criada e encenada pelo saudoso José Pimentel de 1997 a 2017, o espetáculo, desde 2019 produzido pela Associação de Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco (Apacepe), ganhou uma nova roupagem.
De ontem até amanhã, último dia da apresentação no Marco Zero, a peça narra uma versão contemporânea dos passos de Cristo até sua crucificação. Cristo, por exemplo, usa calça jeans surrada, enquanto os sacerdotes aparecem de paletó. Já a trilha sonora, conta com músicas de Milton Nascimento e Nação Zumbi.
“Esse espetáculo é uma verdadeira vergonha. Os artistas trabalhando de forma capenga. Em pensar que quando era com José Pimentel, isso aqui era um glamour”, revela um leitor do blog que foi conferir a encenação ontem, dia da estreia.
Nas redes sociais da Apacepe, as críticas ao espetáculo parecem não ter fim. “Paixão de Cristo com Jesus de calça jeans? Com músicas Chico Science? Vocês perderam a noção? Estragaram toda tradição do espetáculo, isso daí é tudo menos paixão de Cristo, ficou muito ruim, pior é saber que isso ainda recebe dinheiro público”, desabafou um internauta.
A Paixão de Cristo do Recife conta com o patrocínio da Prefeitura do Recife e do Governo de Pernambuco.
Uma das dificuldades do governo Raquel Lyra (PSDB) nestes primeiros cem dias de gestão diz respeito à consolidação de uma base aliada forte.
“De certa forma, acontece com Raquel alguma coisa parecida, guardando as devidas proporções, com o que está acontecendo com o governo federal: ela montou uma coalizão de partidos para poder ter uma tranquilidade de quitar o seguro para poder gerir”, lembrou o doutor em Ciência Política Elton Gomes. As informações são da Folha de Pernambuco.
Para ele, a formação das comissões na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) é uma prova inequívoca que ela não tem ainda uma aliança consolidada com os partidos.
Na costura, os principais colegiados ficaram com deputados aliados, mas o PSB, principal partido de oposição, acabou ganhando o comando de 5 comissões. “Mas muito dificilmente um governador fica sem maioria na Assembleia. O governo sempre tem cargos, os incentivos oferecidos para que os parlamentares estejam com ele”, afirmou.
Raquel, segundo Gomes, elegeu três áreas de concentração, mas, até o momento, não se viu um ato de gestão mais robusta que aponte um norte. “Naquilo que depende dela, que são os atos do próprio Executivo, tenta mostrar proatividade, dando prioridade à saúde, à educação e à segurança pública, mas nada disso vai poder ser feito somente por decreto”, disse.
Ajuste na máquina
Já para o cientista político e professor Antônio Henrique Lucena, não é novidade para Raquel Lyra saber como funciona a máquina administrativa, levando-se em conta a experiência dela como prefeita de Caruaru.
A governadora, no entanto, com a assinatura do primeiro decreto, em janeiro, o das exonerações de todos os cargos comissionados da máquina pública, optou por uma decisão que, “do ponto de vista político pode até ter acertado, mas do ponto de vista administrativo foi relativamente amadora”.
De acordo com Lucena, para não paralisar funções importantes, teria sido mais inteligente que Raquel fizesse isso por órgão, observando as prioridades. “Mas ela optou por exonerar muita gente de uma vez só e em grande medida isso impactou a forma como as coisas avançaram”, afirmou.
Alianças tardias
A demora para preencher cargos do segundo escalação também é outra crítica de Lucena. Ele exemplificou com a nomeação do diretor-presidente do Departamento Estadual de Trânsito de Pernambuco (Detran), Carlos Fernando Ferreira, e do diretor-geral do mesmo órgão, André Trajano de Oliveira, indicados pelo PL. A aliança e as costuras só foram feitas em meados de março. Para ele, decisões demoradas como essas impedem o governo de avançar.
“Isso gera dificuldades no governo de alçar voo de cruzeiro. Está na decolagem, mas parece que o avião está apresentando problema no motor e ainda não conseguiu atingir sua velocidade de cruzeiro. Acho que vai levar um pouquinho de tempo ainda para o governo se estabelecer”, adiantou.
A homologação do acordo de gestão compartilhada do arquipélago de Fernando de Noronha é vista como um ponto positivo por Lucena. “Evitou uma judicialização que poderia ser muito penosa para o estado e gerar perda do controle da ilha. Seria muito ruim para Pernambuco”, explicou.
O relógio marca 9 horas 16 minutos e 34 segundos. É obra do tatuador Kirk Alley do studio Eleven Eleven de Los Angeles, um dos mais sofisticados e caros da Califórnia. Relógio de bolso. Daqueles usados pelos nossos bisavôs, com corrente e movido a corda. O velho relógio d’algibeira. Uma rosa vermelha e outras duas flores, uma branca, outra lilás, decoram a pintura que poderia estar na parede de qualquer casa de família nos anos 1920.
A “tela” usada por Alley para tatuar o relógio foi a barriga da atriz pornô Stormy Daniels, cujo nome está nas manchetes da mídia dos Estados Unidos. Uma loura de 1,70m, bonita, atriz, roteirista, diretora e produtora de filmes de sexo explícito. Alguém, cuja profissão vai além da satisfação de um instinto momentâneo, slam, bam, thank you mom, na gíria dos americanos. Ela mexe com o desejo, vira um símbolo, uma vontade, algo que pode estar perto e longe ao mesmo tempo.
Não é por acaso que o conteúdo sexual, pervertido ou não, continua sendo o campeão de consumo na internet, influindo no comportamento de artistas e personalidades da web. Tudo isso faz parte de uma indústria do entretenimento, na qual o sex appeal é um valor intrínseco. Algo viciante, essência da política e do capitalismo contemporâneos, como registra Diego Fusaro no seu livro “A nova ordem erótica”, lançado em janeiro.
Donald Trump, um magnata do setor imobiliário recém-chegado aos 60, estava num campeonato de golfe em Lake Tahoe, na fronteira da Califórnia com Nevada, quando viu Stormy, 26 anos. Foi um encontro do fã com sua estrela. “Ele sabia quem eu era, me chamou pelo nome”, comemorou. Foi o início de uma relação tórrida, fetiches realizados, revividos, meia dúzia de encontros. Ou mais, talvez. São mil e uma versões. Naquela época, Melania, a senhora Trump, 9 anos mais velha que Stormy, estava grávida. Corria o ano de 2006.
Stormy, nascida Stephany Gregory em Baton Rouge, Louisiana, em 1979, foi criada pela mãe e começou a trabalhar ainda adolescente num telemarketing e depois como secretária numa hípica. Virou Stormy em homenagem ao baixista Nikki Sixx, da banda de rock Mötley Crüe, cuja filha se chama Storm (tempestade, em inglês). O Daniels veio do velho e bom whisky Jack Daniels. Começou a trabalhar como stripper aos 17 anos e, em 2004, aos 25 anos, ganhou o prêmio de melhor atriz pornô da Adult Video News.
Entre tempestades e whiskies ela se tornou darling de Trump e, 4 anos depois daquele 1º encontro em Lake Tahoe, assinou a ficha do Partido Republicano mirando uma vaga de senadora pela sua Louisiana. Em 2009, foi presa por bater no ex-marido e seus adversários usaram e abusaram deste tema até que ela desistisse da candidatura.
Na sua edição do dia 4 de abril, o New York Times registrou que a eleição de Trump em 2016 acelerou a era circense da política americana, “marcada por posts irados nas redes sociais e uma relação casual com a realidade. E agora, talvez convenientemente, a primeira ação criminal contra Trump é uma acusação de ter mentido para esconder uma relação amorosa com uma atriz pornô: um indiciamento de tabloide para um presidente de tabloide”. Uma referência aos jornais que vivem de publicar escândalos e fofocas de todo tipo.
Estes tabloides publicaram entrevistas e vídeos de Stormy nas quais descreve sua relação com Trump e fala de detalhes íntimos como, por exemplo, a decepção com o tamanho do órgão sexual do ex-presidente, “menor do que o normal e igual a um cogumelo”, e a frustração pelo desempenho dele abaixo da média na hora do vamos ver. Em 2006, quando eles se conheceram, ela não deu a menor bola para estes detalhes.
Trump trabalha para voltar à Casa Branca em 2024, mas seus adversários não têm dado trégua e tentam provocar uma tempestade perfeita. Ele vem sendo pressionado pela Justiça faz tempo, já teve sua mansão varejada pelo FBI, que lá encontrou documentos secretos, e, na 3ª feira (4.abr.2023), diante de um tribunal de Nova York teve de se defender de 34 acusações formuladas por um promotor negro e democrata, Alvin Bragg, entre as quais ter subornado um porteiro e dado dinheiro a uma modelo da Playboy.
Trump é acusado de falsificar documentos e subornar Stormy com US$ 130 mil, dados a ela por seu advogado em troca do seu silêncio durante a campanha de 2016. Na 5ª feira (6.abr.2023) ela foi condenada a pagar a Trump uma indenização de US$ 120 mil depois que um tribunal da Califórnia julgou improcedente a ação movida contra o ex-presidente por difamação.
Aos 76 anos, Donald Trump virou uma espécie de Silvio Berlusconi da política americana: muito dinheiro, muito sexo, muito escândalo e muito voto (para desespero dos adversários e aliados). A briga para impedi-lo de voltar à Casa Branca expõe as entranhas de uma sociedade quem tem na hipocrisia um dos seus pilares. Nesta moralidade de gaveta, tudo pode e tudo é permitido desde que seja escondido.
O relógio tatuado na barriga de Stormy Daniels está parado, mas continua registrando as horas certas 2 vezes ao dia. Foi desenhado ali para encobrir uma cicatriz, provavelmente fruto de uma cirurgia de grande porte. O relógio antigo simboliza um tempo de decadência política na qual o escândalo, especialmente quando mistura sexo, whisky, dinheiro e fama, é um ativo valioso numa fronteira cada vez mais tênue entre a decência e a indecência, o moral e o imoral.
Minha corridinha de 8 km hoje, em Triunfo, foi em torno do lago João Barbosa, no coração da cidade, cenário de uma lenda assustadora e que continua presente no imaginário popular.
Reza que, após uma gravidez indesejada, uma mulher jogou seu bebê recém-nascido nas águas geladas do açude. O ato de crueldade foi transformado pela magia das águas.
De maneira misteriosa, o bebê não morreu e acabou se transformando em uma cobra gigante, ficando por muito tempo escondida no fundo do açude.
O segredo ficou guardado a sete chaves. Mas, como não existe segredo que permaneça guardado para sempre, um dia a conta chegou e foi como uma cena de novela que a mãe cruel foi desmascarada.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo discutirá no 2º semestre regras para o crescimento de despesas obrigatórias e vinculações orçamentárias –atreladas a um piso ou à alta da receita. A declaração foi dada em entrevista à Folha de S. Paulo publicada na noite de 6ª feira (7.abr.2023).
Entre as regras a serem propostas estarão, por exemplo, reajustes do salário mínimo, do salário de funcionários públicos, verbas para saúde, educação e Previdência social. O ministro, no entanto, não detalhou as medidas. As informações são do Poder360.
“Com o fim do teto [de gastos] aprovado no governo de Michel Temer [MDB], despesas com saúde e educação devem voltar a ter um piso mínimo, vinculado ao crescimento da receita. Outras despesas, obrigatórias inclusive, vão ter crescimento ainda maior, como na Previdência, por causa do aumento real do salário mínimo. Vai haver um piso para investimentos”, explicou Haddad.
Também segundo o ministro da Fazenda, a nova norma entrará em discussão depois de aprovada a reforma tributária.
O objetivo é criar “uma regra que acabe com esse vai e vem” em governos progressistas e conservadores, “que dê uma estabilidade maior e mais consistente para esse tipo de despesa”.
“Desde 1988, nós temos esse problema. Veio o governo Fernando Henrique [PSDB] com a DRU [Desvinculação de Receitas da União]. O governo Lula repôs as perdas. Vieram os governos Temer e [Jair] Bolsonaro [PL] e retomaram a desvinculação. Vem o nosso governo e repõe as perdas. Está na hora de a gente ter uma regra mais sustentável.”
REFORMA TRIBUTÁRIA
De acordo com Haddad, “a subvenção a custeio de empresas hoje está em 88 bilhões. (…) Essa subtração, na mão grande, da base de cálculo de um tributo federal [ICMS], pelo não pagamento de um tributo estadual, foi um assalto aos cofres públicos”.
Para efeito de comparação, o ministro afirmou ter “5 BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) dentro do Orçamento federal”, em referência à escala de subsídios, desonerações e isenções concedidas a empresas. O banco é criticado pela liberação de verba a alguns setores.
Haddad explicou que, na reforma tributária, “até para atenuar os efeitos da revisão vamos rever apenas a subvenção sobre custeio [das empresas]. Para investimentos, vamos manter”.